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Cuidados nutricionais na doença celíaca O que é a doença celíaca? É uma doença autoimune, causada pela intolerância ao glúten e expressa por respostas inadequadas do sistema imune (linfócitos T), em indivíduos geneticamente predispostos. Geralmente surge na infância mas também pode surgir na vida adulta. Prolaminas tóxicas: trigo, cevada e centeio . Classificação Forma clássica: Aparece nos primeiros anos de vida, a principal característica é a diarréia crônica acompanhada de distensão abdominal e perda de peso. Forma atípica: Aparece mais tardiamente na infância; acompanhado de quadro mono ou oligossintomático, as manifestações digestivas são ausentes ou aparecem em segundo plano. Forma latente ou silenciosa: Caracterizada por alterações sorológicas e histológicas da mucosa do intestino delgado compatíveis com a doença mas sem manifestações clínicas. Complicações causadas pela doença celíaca A doença celíaca pode causar graves complicações como osteoporose, doenças malignas do trato gastrointestinal, pode afetar a pele, fígado, sistema nervoso, reprodutivo e endócrino. A doença celíaca está relacionada com a adenocarcinoma de intestino delgado, linfoma e carcinoma de esôfago e faringe. Diagnóstico O Brasil não possui um programa específico para o diagnóstico precoce e acompanhamento da doença, por isso a descoberta e o tratamento dessa doença pode ser bastante difícil. Pode ser usada para o diagnóstico a endoscopia digestiva alta, com biópsia de intestino delgado. sintomas constipação e/ou diarréia, irritabilidade, cãibras e dores no estômago, erupção cutânea, inchaço e flatulência, dores nas articulações, náusea e vômito, fadiga. Manifestação O consumo de glúten prejudica o intestino delgado, achatando e atrofiando suas vilosidades e como consequência limita as áreas disponíveis para absorção de nutrientes, interferindo diretamente no estado nutricional do paciente. Estado nutricional A doença celíaca pode levar a dois estados: Desnutrição: causada devido a má absorção dos nutrientes. Dificulta a ingestão alimentar devido aos sintomas apresentados. Hipernutrição: Causada pelo aumento da absorção devido a melhora dos sintomas. Tratamento Excluir da alimentação alimentos que contenham glúten, como trigo, centeio, cevada, malte e aveia. A dieta é restritiva, difícil e permanente. Com a dieta totalmente sem glúten, há a normalização da mucosa intestinal e das manifestações clínicas. Planejamento dietético Deve ser considerado a situação fisiopatológica do paciente, a faixa etária, o estado de gravidade do doente e a etapa evolutiva da doença. Os danos nas microvilosdades intestinais podem causar deficiências de dissacarídases. É importante verificar a intolerância a lactose e sacarose. Os danos podem ser revertidos com a normalização das vilosidades. Recomendações nutricionais Valor calórico total: conforme a necessidade do paciente Carboidratos: tende a hipo para conter o peristaltismo intestinal Proteínas: tende a hiper para repor as perdas Lipídeos: tende a hipo Vitaminas e minerais: complementar magnésio, vitaminas lipossolúveis, vitamina B1, B2, cálcio, ferro e ácido fólico. Fibras: tende a hipo para evitar a excitação intestinal Refeição: aumentar o fracionamento e diminuir o volume Evitar alimentos flatulentos, ricos em enxofre. Observações sobre a restrição ao glúten Não há evidências suficientes que comprovem os benefícios da dieta sem glúten. Estudos apontam possíveis efeitos deletérios sobre a microbiota intestinal em pessoas saudáveis. A dieta pode ser saudável desde que a retirada dos alimentos processados sem glúten seja compensada pela ingestão de grãos integrais, frutas, legumes e hortaliças .
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