Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA Componente: Tecnologia Farmacêutica Discentes: Relatório: 01 Desenvolvimento de Novos Produtos a partir de uma matéria-prima Tema: Antidiabético Considerando os efeitos colaterais de medicamentos antidiabéticos em pacientes, sendo os mais recorrentes: hipoglicemia, aumento de peso, reações de hipersensibilidade e lipodistrofia, e tendo em vista que o paciente diabético faz uso contínuo desses fármacos, a ideia é substituir o medicamentos que apresentam efeitos colaterais com mais frequência por outro tipo de terapia farmacológica que seja segura, eficaz e tenha os mesmos efeitos, para que o paciente utilize e reduza os efeitos colaterais, sem comprometimento, principalmente da eficácia. a) Geração de ideias; - Medicamento Fitoterápico antidiabético Sabe-se que o uso de plantas medicinais era a principal forma de controle da diabetes, pois são importantes fontes de substâncias potencialmente terapêuticas, várias espécies vegetais têm sido estudadas como benéficas no controle da diabetes, dentre os compostos ativos antidiabéticos têm-se destacados polissacarídeos, proteínas, esteróides, terpenóides, alcalóides, flavonóides, glicosídeos, triterpenos, óleos, vitaminas, saponinas, peptídeos e aminoácidos (ABDEL-HASSAN et al., 2000). Diferentes mecanismos são evidenciados em plantas para reduzir níveis de glicose. Há plantas que exibem propriedades similares aos fármacos pertencentes à conhecida classe das sulfonilureias como glibenclamida em que o efeito hipoglicêmico ocorre pelo estímulo do aumento da produção de insulina pelas células-β pancreáticas, outras plantas melhoram a ação periférica da insulina sugerindo aumento significativo do estímulo da insulina ao disponibilizar glicose para consumo tecidual, diminuindo a concentração de glicose sangüínea que alcançam faixas consideradas normais, e, assim, reduzindo requerimento de insulina. - Desenvolvimento de antidiabético transdérmico A via transdérmica é uma estratégia interessante para veiculação de diversas classes de fármacos, por oferecer vantagens em diversas circunstâncias quando comparada às outras vias de administração, como alguns efeitos indesejáveis típicos da via oral, além de oferecer a vantagem sobre a via intravenosa e intramuscular, por ser indolor e não invasiva, aumentando a adesão do paciente à terapia (SILVA et al., 2010). Os sistemas transdérmicos podem ser capazes de direcionar a substância ativa para os alvos onde deverá exercer seu efeito farmacológico, além de poder controlar sua velocidade de liberação, sem alterar a estrutura química da molécula. A liberação controlada de fármacos transdérmicos, evita problemas como irritação gastrintestinal no organismo e incompatibilidade alimentar (SILVA et al., 2010). - Suplemento dietético antidiabético A distribuição calórica recomendada em diabéticos é: 10 a 20% de proteína (na ausência de nefropatia), <10% de gordura saturada, 10% de gordura poliinsaturada e 60 - 70% de propagação entre gordura monoinsaturada e carboidratos (CÁNOVAS, et al., 2003). O objetivo nutricional primário em indivíduos com diabetes DM tipo 2 (DM) é reduzir o risco cardiovascular alcançar e preservar os níveis de açúcar no sangue. Para isso, é essencial aprender novas comportamentos e atitudes em relação ao estilo de vida. São importantes exercícios físicos, modificação comportamental de hábitos alimentares e apoio psicológico. Em pacientes diabéticos obesos restrição calórica e a perda de peso (4,5 a 9 kg.) Melhora o controle de diabetes, mesmo que o peso corporal não seja atingido desejável. A perda de peso melhora a aquisição de glicose, sensibilidade à insulina e normaliza a produção de glicose pelo fígado.(CÁNOVAS, et al., 2003) São essenciais para o paciente diabéticos alguns elementos, sendo os mais importantes: Magnésio, Zinco, Cromo, Vitamina B6, C, K, entre outros. Sugere-se então um suplemento dietético antidiabético para que venha a suprir essas necessidades. (YEH et al., 2003) - Desenvolvimento de antidiabético via ocular A via ocular de administração de antidiabético é de fácil acesso, não invasiva e pode ser utilizada para a liberação de fármacos a base de peptídeos, pois neste caso não há degradação por enzimas proteolíticas (NEVES, 2010). As vantagens da via de administração ocular consistem na menor sensibilidade dos tecidos oculares para o desenvolvimento de reações imunológicas e ausência de efeitos tóxicos. Entretanto, as lágrimas podem formar uma barreira ocular e, também, diluir a concentração insulínica administrada. Ainda, o lacrimejo pode reduzir o tempo de permanência da insulina, ou do medicamento, na superfície ocular acarretando uma baixa biodisponibilidade local do fármaco (NEVES, 2010; SANTOS, 2000; CRUZ, 2014). b) Seleção de ideias; A ideia do Suplemento dietético antidiabético torna-se inviável, tendo em vista que não vai suprir a necessidade do paciente/cliente. Como o próprio nome sugere, trata-se apenas de uma suplementação, não sendo equivalente em nada com os antidiabéticos já comercializados. Dessa forma, está descartado. O Desenvolvimento de antidiabético via ocular também não se torna viável, sendo provável que este, devido a via terapêutica ocasione uma subdose com baixa biodisponibilidade de insulina na corrente sanguínea para que se tenha efeito terapêutico, pois como justificado, as lágrimas podem formar uma barreira ocular e, também, diluir a concentração insulínica administrada. Ainda, o lacrimejo pode reduzir o tempo de permanência da insulina, ou do medicamento, na superfície ocular. Dessa forma, está descartado. Assim estão aptas para a próxima etapa às seguintes ideias: - Medicamento Fitoterápico antidiabético - Desenvolvimento de antidiabético transdérmico c) Desenvolvimento e teste do conceito; - Medicamento Fitoterápico antidiabético Apresenta benefícios quanto a formulação no Brasil, tendo em vista a diversidade de plantas com efeitos antidiabéticos presentes nos diversos Biomas do país, gerando menor custo direto para a fabricação. Há estudos que comprovam diferentes mecanismos em diferentes plantas para reduzir níveis de glicose. Ainda é comprovado a existência de plantas que exibem propriedades similares aos fármacos. Porém, existe insuficiência de estudos científicos na promoção da investigação das propriedades terapêuticas de espécies vegetais. O uso de plantas medicinais ou preparações dessas nos cuidados com a saúde preconiza manejo adequado, conhecimento dos princípios ativos, padronização, estabilidade, controle de qualidade e biodisponibilidade, além de estudos toxicológicos e clínicos que provém eficácia e segurança nos tratamentos crônicos, uma vez que normalmente as plantas são utilizadas de forma pouca criteriosa. A necessidade de se pesquisar é primordial para que as plantas medicinais possam ser utilizadas em programas de saúde e não somente consideradas apenas como matéria-prima, mas ponto de partida para a descoberta de novas moléculas, e também como recurso natural potencialmente ativo na forma de fitoterápicos padronizados e eficazes. - Desenvolvimento de antidiabético transdérmico a partir da metformina Devido à globalização e ao fenômeno do envelhecimento populacional, observa-se o surgimento de Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) que passaram a apresentar grande relevância epidemiológica na saúde como um todo. O diabetes mellitus pode acarretar em complicações para a saúde, como doenças cardiovasculares, retinopatia, nefropatia e neuropatia, e é comum entre indivíduos obesos e portadores de outras DCNT. A metformina pertence a classe das biguanidas, um agente insulino-sensibilizador, é o primeiro da linha de escolha para o tratamento de diabetes mellitus do tipo 2, possui baixa toxicidade e eficácia. Atualmente disponível na forma de comprimido oral que dificulta adesão do tratamento, principalmente, devido aos efeitos gastrintestinais e ainda passa pelo metabolismo de primeira passagem.A forma farmacêutica transdérmica tem como característica promover a permeação do princípio ativo na circulação sistêmica sobre a pele íntegra (Farmacopéia européia ed. 2011). A proposta tem como objetivo desenvolver um sistema transdérmico no qual prevalece a eficácia associada a metformina cessando os efeitos adversos no sistema gastrointestinal, aumentando a adesão do paciente ao tratamento e otimizando a biodisponibilidade por não passar por metabolismo pré-sistêmico. d) Estratégia de marketing; Devido ao crescente número de casos de diabéticos, os desafios a serem alcançados só aumentam. Cerca de 51% das mulheres na faixa etária entre 50 a 80 anos são as que mais chegam nas Unidades em busca de atendimento sendo portanto as mais acometidas pelas doenças hormonais. Muitos são os números de pacientes que abandonam o tratamento por conta da dor devido ao uso de injetáveis, nesse sentido, o adesivo transdermina chega ao mercado como uma estratégia para sanar os desconfortos e proporcionar ao paciente uma maior adesão ao tratamento, além disso o adesivo pode ser personalizado em função do peso e da sensibilidade do diabético á insulina tornando mais preciso o tratamento. Onde o produto será anunciado? (fase de teste) O produto será destinado a primeiro momento para as clínicas, no qual o médico ao avaliar o quadro do indivíduo e obter um laudo médico, distribua de forma gratuita o adesivo transdermina específico para aquele indivíduo conforme o tipo diabético. Perspectiva do produto Espera-se que o produto alcance o maior número de pacientes acometidos pela diabetes, tornando o seu uso mais específico de acordo com o grau diabético do paciente. Problema Produto Transdermina Crescimento cada vez maior do número de casos de diabéticos Maior será a precisão para o seu tratamento pois o adesivo será personalizado em função do peso e da sensibilidade ao paciente Aplicação de injetáveis causam desconforto ao paciente e que em muitos casos é uma técnica pouco precisa Adesivo transdérmico torna a medicação menos dolorosa ao paciente, excluindo o uso de injetáveis. e) Análise do negócio; O primeiro sistema transdérmico foi oficialmente aprovado no final dos anos 80 pelo FDI (Food and Drug Administration), utilizado para prevenção de náuseas e vômito associados a viagens, principalmente, marítimas (ANSEL HC, et al., 1999). Desde então, a utilização dessa forma farmacêutica tem destacado-se na indústria, em 2015, representou mais de 12% do mercado global, estimando-se US$ 31,5 bilhões (RAPOSO, J. F, 2016). A tecnologia transdérmica tem sido empregada para o tratamento de doenças convencionais (hipertensão, angina pectoris, síndrome do climatério, dores crônicas, dependência a nicotina, dentre outros) como uma forma de conseguir a liberação prolongada de fármacos no sistema circulatório através da pele (PRAUSNITZ MR, et al., 2004). De acordo com o hospital oswaldo Cruz o Brasil possui cerca 12,5 milhões de pessoas acometidas com diabetes mellitus, o país ocupa o quarto lugar no mundo entre os países com maior número de novos casos. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) 1 em cada 11 pessoas no mundo são diabéticos, e esse número só cresce. Estima-se que em 2040 haja um aumento para 642 milhões de pessoas atingidas pela doença. O diabetes mellitus é uma doença crônica com alta taxa de incidência, o investimento para desenvolvimento de novas ferramentas terapêuticas, como antidiabético trandérmico, mostra-se bastante rentável para indústria farmacêutica. f) Desenvolvimento do produto; A administração pela via transdérmica poderia ser uma forma eficaz de administração da metformina, porém a pele é constituída por várias camadas de proteção, e possui uma camada chamada estrato córneo que é rica em queratina e lipídeos, os quais tornam a pele impermeável a moléculas estranhas e poderia dificultar a passagem de uma molécula mais hidrofílica como a metformina. Portanto a dosagem de metformina administrada pela via transdérmica pode ser reduzida em relação à dosagem administrada oralmente, dependendo da avaliação clínica de cada paciente, tornando inviável essa forma farmacêutica (NEVES, 2010; SANTOS, 2000). O objetivo de cada etapa é determinar se a ideia deve ser abandonada ou se deve prosseguir para a etapa seguinte Às etapas g) Teste de mercado e h) Comercialização, não foram executadas já que não existe condições para tanto. É necessário ainda aprimoramento nas etapas anteriores para que se chegue às duas últimas etapas não executadas. REFERÊNCIAS Abdel-Hassan IA, Abdel-Barry JA, Mohammeda ST 2000. The hypoglycaemic and antihyperglycaemic effect of Citrullus colocynthis fruit aqueous extract in normal and alloxan diabetic rabbits. J Ethnopharmacol 71: 325-330. Cánovas, B., M. 2003. “Nutrición equilibrada en el paciente diabético.” Nutrición Hospitalaria Cruz E. Avaliação de formulações de uso tópico à base de insulina no distúrbio das glândulas lacrimais e na regeneração da córnea em ratos diabéticos. Ribeirão Preto: Faculdade de ciências farmacêuticas de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo; 2014. Yeh, G. et al. 2003. “Systematic Review of Herbs and Dietary Supplements for Glycemic Control in Diabetes.” Diabetes Care 26: 1277-94. Lima, R.S.C. Desenvolvimento de sistemas de liberação controlada de fármacos: Quitosana/Insulina. Campina Grande: Universidade Federal de Campina Grande; 2010. Neves A. Novas vias de administração de insulina. Coimbra: Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, Universidade de Coimbra; 2010 Trindade, M.A.L.T. Nanotecnologia aplicada a sistemas transdérmicos. Lisboa: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias; 2017. Santos R. O futuro aponta para novas formas de administrar medicamentos. Revista Jovem Médico. 2000;5(2):1-2. Silva JA, Bedor DCG, Damasceno BPGL, Oliveira AGE, Egito EST, Santana DP. Physicochemical Characterization and Development of a Microemulsion System for Transdermal Use. J Dispers Sci Technol. 2010; 31(1):1–8. SILVA, H. S. R. C.; SANTOS, K. S. C. R.; FERREIRA,E. I. Quitosana: derivados Hidrossolúveis, aplicações farmacêutica e avanços. Química nova, v. 29, n. 4, p. 776-785, 2006. RAPOSO, F. J. Desenvolvimento de um dispositivo tecnológico para a fabricação de filmes transdérmicos: Possíveis aplicações para a terapêutica individualizada com tadalafila. Juiz de fora: Universidade Federal de Juiz de fora; 2016. Ansel HC, Allen Jr LV, Popovich NG. Pharmaceutical dosage forms and drug delivery systems. 7. ed. Maryland: Lippincott Williams & Wilkins; 1999. Prausnitz MR, Mitragotri S, Lange R. Current status and future potential of transdermal drug delivery. Nat Rev Drug Discov. 2004; 3(2): 115-24. BARROS, Jacira. Diabetes tipo 2 cresce no Brasil. Oswaldo Cruz Hospital alemão. 14 de novembro de 2019. Disponível em: <https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/diabetes-tipo-2-cresce-no-brasil> Acessado em: 11 de março de 2019. https://www.hospitaloswaldocruz.org.br/imprensa/noticias/diabetes-tipo-2-cresce-no-brasil
Compartilhar