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DEISE LOBO BIZARRO PRÁTICA DE ENSINO - Estágio Supervisionado - RELATÓRIO FINAL São Luiz Gonzaga-RS 2020 DEISE LOBO BIZARRO PRÁTICA DE ENSINO - Estágio Supervisionado - Relatório do Estágio Supervisionado apresentado ao Curso Normal do Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe, orientado pela professora Kellen Albring e supervisionado pela professora Ana Paula Berni Ferraz São Luiz Gonzaga-RS 2020 SUMÁRIO INTRODUÇÃO 3 1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA, DA SALA DE AULA, DA TURMA 4 2 REFERENCIAL TEÓRICO 6 3 RELATO E ANÁLISE DA PRÁTICA 12 4 ATIVIDADE SIGNIFICATIVA 14 CONSIDERAÇÕES FINAIS 15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 17 ANEXOS 18 ANEXO A – AVALIAÇÃO DO REGENTE 19 ANEXO B – FOTOS E PRINTS DE ATIVIDADES DA TURMA E FOTO PARA A FORMATURA 21 ANEXO C - AUTO AVALIAÇÃO. 27 3 INTRODUÇÃO A pandemia chegou sem ao menos podermos nos preparar, ela veio sem aviso prévio e tivemos que nos moldar conforme as coisas foram sendo alteradas. Mudanças em todo o mundo aconteceram e estão a surgir, e com as aulas não foram diferentes, pois tivemos que modificar os planejamentos, as aulas, o sistema de dar aula, tudo novo, cheio de inovações tecnológicas, e o mais temido de todos, lidar com o psicológico que tinha que enfrentar todas essas mudanças. Estávamos realizando o estágio com uma turma do Maternal, que tem como professora regente Hulda Priscila Portes, na Escola EMEI Altamiro da Silva, situada no endereço: Rua Tupi Caldas, 183, Vila Jauri em São Luiz Gonzaga, RS, e por motivos da pandemia, tivemos que parar com tudo, até chegar a nova oportunidade e darmos a continuidade nos estágios. O aviso chegou para voltarmos, mas não poderia ser na mesma escola (para quem estava numa escola do município), e desta vez outra escola, outra turma de 3 ano com o professor regente Valdir Ramos, entretanto, foi uma surpresa muito agradável com o passar dos dias, pois essa mudança aconteceu para algo positivo, na Escola Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe, no endereço Rua Dr. Júlio de Castilhos, 2245, São Luiz Gonzaga, RS. Foi necessário fazer a troca de uma escola do Município para uma escola do Estado para conclusão do estágio e assim totalizar as 400 horas de prática. A prática foi realizada no turno da tarde com a turma do 3º Ano, onde o Regente é o professor José Valdir Ferraz e os alunos têm entre 09 e 10 anos de idade, sendo 11 meninas e 15 meninos, num total de 26 alunos. A fase de ambientação e observação com um total de 60 horas, foram entre os dias 31 de agosto de 2020 a 20 de setembro de 2020.A partir do dia 21 de setembro de 2020 até o dia 04 de dezembro de 2020, foi o momento da regência. No decorrer do relatório, trataremos sobre a prática pedagógica do Estágio Supervisionado, o qual é um componente curricular fundamental para a formação dos egressos do educando, onde relaciona a parte estudada através do mundo virtual, e, ou, híbrido , através de Lives, mensagens no WhatsApp, no Google Classroom, para poder fazer com que os educandos consigam captar cada aula e atividade para seus crescimentos futuros. Detalhando a caracterização da Escola, turma e relatando a prática, bem como embasando teoricamente a mesma. 4 1 CARACTERIZAÇÃO DA ESCOLA, DA SALA DE AULA, DA TURMA - Estágio Supervisionado Ensino Híbrido - O Estágio Supervisionado foi realizado na Escola Instituto Estadual de Educação Professor Osmar Poppe, no endereço Rua Dr. Júlio de Castilhos, 2245, São Luiz Gonzaga, RS. Foi fundada em 09 de abril do ano de 1964, e atualmente a diretora é Míriam Morais e seus vices diretores são: Teresinha de Fátima da Silva Ferreira, Solange Dias Sarmento e Jacqueline de Lourdes dos Santos Schmitz. A escola atende em três turnos: manhã, tarde e noite, com Ensino Fundamental, Médio e o Curso Normal (Magistério). As dependências da escola são: 6 turmas de aulas, refeitório, cozinha, laboratório de informática, laboratório de ciências, biblioteca, almoxarifado, sala de secretaria, sala de diretoria, sala de professores, banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida, despensa, auditório, banheiros dentro do pátio, sala de recursos multifuncionais para atendimento educacional especializado (AEE) e com 14 salas de aulas. Tem 11 funcionários, além dos professores concursados, e, ou, contratados. A dependência interna da sala de aula da turma do 3º Ano, é grande, iluminada, possui ventilador na parede e dois no teto, quatro janelas amplas, um quadro verde e outro branco, além de dois armários para o uso das turmas que estudam em todos os turnos, onde guardam materiais como livros, E.V.A, cartolina, folhas de ofício, joguinhos, e etc. A prática foi realizada no turno da tarde (modelo híbrido) com a turma do 3º Ano, e tive a oportunidade de trabalhar junto do professor regente, José Valdir Ferraz e os alunos com idades entre 09 e 10 anos, sendo 11 meninas e 15 meninos, num total de 26 alunos. A turma do 3º Ano é composta por alunos com características distintas, sendo eles dedicados, criativos, dinâmicos e inteligentes. São educandos que por conta da pandemia, acabaram não tendo uma maior aproximação uns aos outros, portanto, com as aulas remotas, eles interagiram nas lives, no grupo do WhatsApp, no Classroom, e raramente ocorreu por parte de alguns não terem muito prática ao mundo virtual e suas tecnologias, onde os pais ou avós, indo até a escola para buscar os materiais, já traziam consigo as atividades prontas para a devolutiva. 5 Dentro da turma não teve nenhum aluno com deficiência física, visual e auditiva. A comunicação com os alunos e a família foi realizada via WhatsApp e em situações mais complexas era utilizada a ligação via telefone. Em alguns momentos, vídeo chamada, que os próprios alunos faziam, pois gostaram muito de interagir por ser uma forma de maior aproximação. Os alunos adquiriram o material de atividades de três formas: a) Através do Google classroom; b) Através do WhatsApp; c) Sempre que possível foi disponibilizado material físico também (em algumas ocasiões não foi possível por conta da bandeira vermelha na cidade-pandemia). Desta forma, para melhor trabalharem, foram disponibilizadas algumas atividades em forma de jogos educativos, e, ou, enviado o conteúdo para eles estudarem (sem precisar imprimir) e as atividades propostas sendo elas de forma on-line, e, ou, para serem feitas nos cadernos. As aulas foram organizadas com um planejamento semanal. A postagem do material no Google Classroom foi efetuado diariamente, e no WhatsApp também. A sala virtual foi criada da seguinte maneira: ambos em suas casas, criamos a nossa sala virtual com laptop, celulares, aplicativos interessantes e inteligentes para o melhor funcionamento das aulas, e sendo assim, se tornaram muito atrativas. Utilizamos a sala virtual feita no Google apresentações, com nossos Bitmoji “avatar” que também era uma forma dos educandos poderem ter uma maior “aproximação”nossa. Todas as aulas foram com muita sintonia, pois o material era enviado com antecedência para o professor, e dava para se programar para administrar o compartilhamento de tela e ser melhor explanado o conteúdo para o Meet sair conforme o planejado. As crianças interagiam com facilidade e foi primordial para sempre enviarem as atividades devolutivas no grupo do whatsapp, no privado e no classroom. Poucas vezes foi preciso pedir para alguns enviarem, geralmente sempre eles foram cuidadosos em evitar o acúmulo de atividades a serem feitas e enviadas. As famílias e os alunos enviavam todos os dias as suas atividades. Com certeza a turma do 3º Ano fez um excelente trabalho. 6 2 REFERENCIAL TEÓRICO O ato Educar é ensinar, é transmitir os conhecimentos, é instruir, é ir além, é ter amor ao que se faz. O caráter institucional da educação torna-se nítido quando é manifestado na sua forma mais concreta que é a escola, encarregada de preparar o indivíduo para sua futura vida profissional, fazendo com que o educando consiga mostrar o que aprendeu através do educador. Neste novo modelo de estudos remotos, de modelo híbrido, se faz uma ênfase onde a tecnologia mais uma vez mostra a sua capacidade de alcance dentro das casas, e prova o quão eficaz ela é, tornando a vida mais prática, mostrando oportunidades diferentes do mundo “real” ao virtual. O estágio supervisionado, tem por objetivo instrumentalizar o aluno do Curso Normal para que este possa construir sua práxis pedagógica, ou seja, possibilita compreender as relações existentes no processo de constituição escolar e analisá-las de forma crítica colaborando para estabelecer transformações neste processo para que a escola venha a desempenhar sua função da melhor forma dinâmica e eficiente. A escola se faz presente mesmo que em aulas no modelo Remoto, pois o professor fica muito mais tempo com o aluno, do que em sala de aula no período que estaria “fisicamente”, pois os educandos se manifestam mais pelo grupo do WhatsApp, plataforma do Classroom e faz com que a “escola” seja dentro de suas casas diariamente. São esses momentos de trocas de saberes que dão ao discente estagiário a condição de autonomia para fazer com que suas aulas planejadas, tenham mais alcance aos educandos. Portanto, no estágio acontece o momento de construção do processo ensino-aprendizagem, quando teoria e prática são postas defronte, uma subsidiando à outra, sendo a última capaz de fornecer subsídios à reflexão da primeira, pois ambas constituem-se como um núcleo articulador no processo de formação, como resultado de uma práxis transformadora na ação de formação docente e da formação educadora do professor de disciplina junto aos educandos escolares. São esses momentos de trocas de saberes que dão ao discente estagiário a condição de autonomia e de qualidade da formação na construção da profissionalização docente, segundo afirma Barreiro e Gebran (2006, p. 22), a articulação da relação teoria e prática é um processo definidor da 7 qualidade da formação inicial e continuada do professor, como sujeito autônomo na construção de sua profissionalização docente, porque lhe permite uma permanente investigação e a busca de respostas aos fenômenos e às contradições vivenciadas. O estágio supervisionado, objetiva instrumentalizar o aluno do curso Normal para que este possa construir sua práxis pedagógica, ou seja, possibilita compreender as relações existentes no processo de constituição escolar e analisá-las de forma crítica colaborando para estabelecer transformações neste processo para que a escola venha a desempenhar sua função da melhor forma possível. Uma identidade profissional constrói-se com base na significação social da profissão; na revisão constante dos significados sociais da profissão; na revisão das tradições. Mas também na reafirmação das práticas consagradas culturalmente e que permanecem significativas. Práticas que resistem a inovações porque são prenhes de saberes válidos às necessidades da realidade, do confronto entre as teorias existentes, da construção de novas teorias. Constrói-se também pelo significado que cada professor, como ator e autor, confere à atividade docente do seu cotidiano com base em seus valores, seu modo de situar-se no mundo, suas histórias de vida, suas representações, seus saberes, suas angústias e seus anseios (PIMENTA, 1997, p.42). Segundo Pimenta (2010), “estágio como reflexão da práxis possibilita aos alunos que ainda não exercem o magistério aprender com aqueles que já possuem experiência na área docente” (p.103). Para os professores atuantes e com experiência o estágio pode ser entendido como um espaço para reflexão sobre sua própria prática, conforme Pimenta, “[...] o estágio se configura, para quem já exerce o magistério, como espaço de reflexão de suas práticas, a partir das teorias, de formação contínua, de ressignificar de seus saberes docentes e de produção de conhecimentos” (2010, p.129). Entendemos que esse movimento pode ser dinâmico à medida que o professor estará reformulando conceitos e entendimentos, fazendo o estudo da sua própria prática, como um dos meios constitutivos da construção de novos saberes profissionais, proporcionando ao educando, novos atalhos e desafios. A faixa etária dos alunos é entre 9 anos e 10 anos de idade. Precisaram aprender as maneiras de se trabalhar as atividades de forma remota, agregando materiais ao classroom, aprendendo novos desafios diários, como também aprenderão novos conteúdos, envolvendo as áreas de História, Ensino Religioso, Língua Portuguesa, Artes, Matemática, Geografia e Ciências. Em todas essas 8 disciplinas o aprendizado muda constantemente, pois a construção do conhecimento, em pleno século XXI onde a era da tecnologia avança a cada instante, e as crianças estão à frente de muitos adultos quando o assunto é celular, tablet, computadores, e faz com que o educador sempre busque conhecimentos e se modifique conforme a tecnologia muda. Educar é ajudar o educando a descobrir seus próprios caminhos, mas cabe ao educador incitar, instigar o educando a esses novos caminhos de busca, e ser capaz de uma construção de que a visão de mundo diferente e sem limites para aprender, seja contínua. Para o professor, o seu maior desafio é o de ensinar, fazer com que o educando capte e aprenda aquilo que foi lançado. Portanto, se não dominar a didática, sendo criativo com recursos variados, estimulando com atividades dinâmicas, o desafio será maior. Para isso é importante a interação com a turma, saber as dificuldades, quem está um pouco mais a frente, e lidar com as diversidades de cada um. Alguns educadores têm medo de ousar ao praticar este método libertador, por saberem que farão com que seus alunos se conscientizem, e que devam refletir sobre variados assuntos. A escola é só o ponto de partida para que estas mudanças ocorram, depois os mesmos poderão fazer a diferença fora da sala de aula, e por setratar de aulas remotas, se torna mais fácil se adequar às mudanças, e não serão apenas mais um na multidão, mas alguém capaz de ser crítico e de defender com segurança seus pontos de vista. O educador tradicional e o educador democrático têm ambos de ser competentes na habilidade de educar os estudantes quanto às qualificações que os empregos exigem. Mas o tradicional faz isso com uma ideologia que se preocupa com a preservação da ordem estabelecida. O educador libertador procurará ser eficiente na formação dos educandos científica e tecnicamente, mas tentará desvendar a ideologia envolvida nas próprias expectativas dos estudantes (FREIRE, 1986 p. 86). Com o novo modelo de aprendizagem, além dos educandos, suas famílias fazem parte das aulas, por serem dentro de suas casas. No momento da aula Síncrona (pelo Meet), os educandos ficavam ansiosos, e os pais aproveitavam para saber como estava sendo aplicado o ensino remoto, já que estão fora da sala de aula convencional. No entanto, as aulas a distância, que costumávamos presenciar 9 apenas nas Universidades, agora vivenciamos nas escolas do Estado, Munícipio, Particulares e nas Universidades que também atuavam de forma presencial. Tudo pela questão da pandemia, que veio para modificar as estruturas dos lares no primeiro quesito emocional, pelos temores da doença, pelas perdas dos amigos, familiares, e consequentemente pela falta de conhecimento na plataforma da Seduc, que envolve o Classroom, e que muitos tiveram que comprar celulares mais potentes, computadores, e fez com que pegasse muitos desprevenidos. Portanto, lembrando que, todas essas diversidades que a pandemia trouxe, mesmo nos afastando dos abraços, do aconchego das pessoas amigas, dos alunos com seus carinhos, ainda com a lacuna da sala de aula e a presença física, o estudo remoto traz este aconchego de forma diferente, pois estivemos todos juntos, se falando nos grupos do WhatsApp da turma, nos olhando na webcam quando as aulas eram no Meet, e essa foi uma maneira de aquecer o coração. Embora, o processo de aprendizagem esteja relacionado à interação do educando com o mundo, com as novidades que chegam todos os dias, o que obviamente provocará no educando uma vasta e ampla lista de questionamentos. Preparar aulas dinâmicas que envolvam a todos, a atividade lúdica é uma maneira de ‘’prender’’ o aluno a trabalhar com mais vontade, e através de aulas Síncronas isso é possível. Sempre usar com a verdade e a realidade para ser utilizada ao trabalhar os conteúdos propostos no plano de estudo da escola, não precisa o professor apenas pegar um livro didático e dar as atividades deste, ele pode e deve ligar estes conteúdos com a realidade, o interesse dos alunos. O professor deve “investigar” sobre a vida de seus alunos para então praticar um ensino libertador, não fechado. É o que vimos nos livros de Freire, que faz a gente refletir sobre as novas metodologias a serem aplicadas em sala de aula, como podemos transformá-las nas aulas remotas. A educação é muito mais controlável quando o professor segue o currículo padrão e os estudantes atuam como se só as palavras do professor contassem. Se os professores ou os alunos exercessem o poder de produzir conhecimento em classe, estariam então reafirmando seu poder de refazer a sociedade (FREIRE, 1986, p. 21). Independentemente da extensão concreta da diferenciação de ensino, a aprendizagem contínua que pretenda ser construída, deve ser uma proposta de 10 formação para o educando. A metodologia de ensino deve sempre permitir a cooperação, alternando com inovação de trabalhos, atividades, que possam corresponder a um ensino realmente significativo e eficaz, lembrando que nessa colaboração, o professor regente, orientador, coordenador, colegas, sempre um vai ter algo novo e bom para oferecer, e incrementar na metodologia aplicada. Não dá para abrir mão do ensino tradicional, apenas não deixar com que este seja a única maneira de aprendizagem. Com as aulas remotas, a avaliação foi aplicada diariamente, com as atividades postadas e enviadas aos educandos, tendo aquele feedback tanto dos educandos quanto dos pais. Um acompanhamento mais direto e frequente. A educação sempre terá o seu objetivo e finalidade, sendo o de transformar vidas para se tornarem cidadãos comprometidos e educados, sendo sujeitos capazes de agirem por si só, sem depender dos outros para tudo, e acima de qualquer situação, adaptar o indivíduo para a sociedade. Segundo Freire (1986), antes de mais nada, devo dizer que ser um professor tornou-se uma realidade, para mim, depois que comecei a lecionar. Tornou-se uma vocação, para mim, depois que comecei a fazê-la. Comecei a dar aulas muito jovem, é claro, para conseguir dinheiro, um meio de vida, mas quando comecei a lecionar, criei dentro de mim a vocação para ser um professor. Eu ensinava gramática portuguesa, mas comecei a amar a beleza da linguagem. Nunca perdi essa vocação pelo ensino. Não posso dizer que aos 6 ou 7 anos tinha em mente vir a ser professor. Isto acontece, é claro. Mas senti que ensinar era bom quando pela primeira vez ensinei a alguém que sabia menos do que eu. Tinha 18 anos e, talvez, dava aulas particulares a estudantes do segundo grau, ou a jovens que trabalhavam nas lojas. Eles queriam aprender gramática. Ensinando, descobri que era capaz de ensinar e que gostava muito disso. Comecei a sonhar cada vez mais em ser um professor. Aprendi como ensinar, na medida em que mais amava ensinar e mais estudava a respeito (p.23). Ser professor nos dias de hoje, é uma honra por saber que a educação no Brasil está tão desvalorizada, mas pelo fato de acreditar que só a educação é capaz de mudar o mundo, poder ensinar e aprender com aqueles que ensinamos, é um presente que Deus nos deu, um dom! O ensino remoto veio para ficar, ele não só surgiu para facilitar a vida dos educandos, mas dos educadores. Quando falávamos em ensino híbrido, parecia algo muito distante de nossas realidades, entretanto, colocamos na prática agora em nosso estágio. Acredito que a tecnologia com suas grandes inovações, consegue 11 ser um grande aliado do professor, se souber aproveitá-la, pois possivelmente grande parte dos processos do planejamento de uma aula, a base dele esteve nas buscas por pesquisas no Google, ou em usos de ferramentas que ele disponibilizou. O modelo híbrido, ou remoto, como podemos assim chamá-lo, facilitou todo o meio escolar, pois as ferramentas utilizadas para edição de aulas, para vídeos educativos, jogos educacionais, cada um exerce sua função para o educador obter êxito em seu trabalho. Pode-se conceituar treinamento como um processo de assimilação cultural de curto prazo, que objetiva repassar ou reciclar conhecimento, habilidades ou atitudes relacionadas diretamente à execução de tarefas ou a sua otimização no trabalho (MARRAS, 2001, p.145). Entendemos que todo ser humano passa pelo processo de treinamento, e, ou, reciclagem. É necessário para melhorar suashabilidades e competências, o que provavelmente cada passo dado, será com mais êxito e fará a diferença na sua carreira como educador. 12 3 RELATO E ANÁLISE DA PRÁTICA Desde o primeiro dia em que conversamos, não havíamos nos entendido muito bem, pois tivemos alguns momentos que foram incompreendidos, mas com bom diálogo, chegamos a um acordo e foi algo mágico o que ocorreu, pois fluiu de forma magnífica! Materiais com o uso de tecnologia, formas de interpretar as planilhas, planejamentos de aulas, conteúdos, links para criar jogos educativos, no início tudo se tornou difícil, entretanto, com força de vontade e praticando, tudo tomou forma e obtemos ótimos resultados. Os planejamentos de aulas, foram todos feitos sem precisarem ser refeitos, horas preparando as aulas, entretanto, eram pesquisadas conforme solicitadas baseadas nas planilhas, e para melhor apresentar, utilizava bordas, colagens e montagens. Além de preparar as aulas, sempre lançava no Google Classroom e no grupo do WhatsApp. Alguns solicitavam via WhatsApp particular e assim era feito, ou alguns quando tinham dúvidas, chamavam no vídeo chamada. Todos os dias as aulas que enviavam de devolutivas no whats e no classroom, eram baixadas para serem guardadas nas respectivas pastas e no final do mês eram salvas no pendrive e enviadas ao professor Valdir. Ficava organizado, sem precisar se preocupar, onde apenas alguns enviavam com atraso e eram lançados nas pastas e automaticamente eram repassadas ao professor para atualizar nos documentos dos arquivos dele. Da turma toda, apenas 4 alunos estavam mais ausentes, alguns por problemas pessoais, saúde, mas aos poucos foi sendo trabalhado isso em cada ponto, chamando no particular para falar com o responsável e foi surpreendente, foram fazendo e enviando as atividades. Foi questão de chegar e conversar para tudo mudar e fluir. A turma num contexto geral gostou da maneira com que foi feito o modelo das aulas tanto as enviadas como no Meet. Sempre estávamos com mais de 15 alunos, uma média excelente. Eles interagiam muito nas aulas, até diziam “já vai acabar a aula? Ah não”. Com certeza é algo muito positivo e percebemos que estivemos no caminho certo com a maneira abordada que foi planejada as aulas. Um certo dia estávamos conversando sobre a importância de seguir um planejamento e interpretar corretamente as planilhas, para não ser preciso refazer as aulas, e foi uma fala muito produtiva que realmente deu certo, pois cada aula 13 enviada, cada Meet, foi a resposta do aprendizado que cada educando conseguiu obter e o objetivo de poder transmitir o que foi passado, teve o alcance desejado. No dia 04 de dezembro de 2020 foi o encerramento do Estágio Supervisionado pela data estipulada, porém eles ficaram muito tristes com o término. Combinamos de ficar até o dia 14 de dezembro, para a turma entregar as atividades que haviam sido enviadas na semana anterior, o que significou muito. Foi uma ótima ideia, e por mais cansados que já estivéssemos e com vários afazeres, foi recompensador. Desde os jogos educativos, tudo online ficou mais fácil de aprender, e os conteúdos foram feitos através dos recursos utilizados para compor o ambiente pedagógico no Ensino Híbrido. Utilizando sites, aplicativos, pesquisas no Google, nas ferramentas do Google Classroom, e tudo isso facilitou para atingir o objetivo das aulas. Alguns sites encontrados nas buscas foi o que facilitou, e encontramos um meio de trocar informações e conhecimentos. Esse parâmetro ficou muito interessante e as aulas ficaram “recheadas” de conteúdos misturados a tecnologia. Cada planejamento elaborado foi pensado na característica de cada educando da turma do 3º Ano. Quando conversamos foram feitas as anotações sobre os alunos, pois cada um tem sua personalidade, suas particularidades, seus anseios, problemas, angústias e nesse contexto de sentimentos é necessário ‘’jogo de cintura’’ para não errar com os educandos, mas sim aproximá-los e ajudá-los. Desta forma foi muito mais tranquilo, e a aproximação deles foi ganha com carinho e dando o tempo ao tempo para se “soltarem” e adquirirem confiança. Alguns precisavam das atividades com letras maiores, era refeito no Word, transformado em JPEG, e era enviado. Sempre que alguém estivesse com alguma dificuldade, era feito vídeo chamada. Em algumas situações, faziam vídeo chamada apenas para mostrarem flores, pátio da casa, ou sítio da tia que estavam visitando, para ligarem e ir buscar bolo, cuca, presentes, e, ou, mostrarem gatinhos. Isso não fazia parte das aulas, mas eles queriam estar presentes para ter maior aproximação. O Estágio Supervisionado teve uma proposta além do que estava sendo imaginado, o período de aulas no modelo híbrido aconteceu de forma inesperada, contudo, nas vezes em que nos encontramos para as entregas de materiais físicos na escola, com os devidos cuidados por conta da pandemia, gravamos música juntos para a Semana da Criança, criação de voz para colocar em vídeo com leituras de histórias, edição de vídeos, algumas atividades elaboramos juntos, e isso foi 14 fundamental para aumentar este laço de amizade que se criou com a família do professor José Valdir e o vínculo com a turma e seus familiares. 15 4 ATIVIDADE SIGNIFICATIVA No momento em que foi lançada a atividade, os educandos já “vibraram” pois se tratava da confecção de uma maquete solar e seus planetas. Eles além de terem aprendido mais sobre o conteúdo, amaram fazer lindas e surpreendentes maquetes. Foi com certeza uma atividade muito produtiva e interessante. O professor Valdir criou um site para a turma do 3º Ano e todas as atividades que foram sendo feitas no estágio, inclusive as maquetes, fomos “alimentando o site” com esses belos trabalhos. 16 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio contribuiu significativamente, mesmo que em pouco tempo no maternal com crianças de 2 a 3 anos, como também com os alunos do 3 ano com idades entre 9 e 10 anos, que mostraram outro caminho a seguir. Foram planos de aulas bem distintos, entretanto, um estágio foi presencial e o outro remoto. Ambos ensinaram coisas brilhantes que serão levadas na bagagem educacional e cultural para serem repassadas as demais turmas futuras. Foram dois regentes de mentes brilhantes, de gênios completamente diferentes, mas ambos com suas particularidades, com uma bagagem de ensino muito vasta e que ensinaram muito em tão pouco tempo. Foi uma oportunidade de viver dois “mundos”, no Maternal com os pequenos que tudo dependem para se desenvolverem e aprenderem e com educandos que já sabem algumas coisas e precisam aprender mais para ficarem ainda melhores e mais sábios. Foram momentos inesquecíveis ao lado de seres iluminados. Inúmeras aprendizagens adquiridas ao longo do período do Estágio Supervisionado, onde teve trocas de ensinamentos, ao ter a paciência e mostrar caminhos inteligentes para cada aula ser planejada como era o desejado, por que até aquele momento, o quese sabia era apenas o pouco de como trabalhar no Google Classroom, com vídeos de Letramento e capacitação passados em nosso Curso Normal. Na prática tudo foi fazendo a diferença, cada dia era uma nova descoberta, eram medos, temores, mas sempre com aquela garra, vontade de ir em frente e aplicar os conhecimentos adquiridos para os educandos. Tudo foi passado através das aulas planejadas com muito carinho e dedicação, foram horas sem dormir mas que valeram a pena. O medo não foi maior que a vontade de vencer, e em cada aula de Meet, ou cada dia que as aulas eram passadas no Google Classroom, no grupo do Whatsapp, a maneira como foram desenvolvidas, abordadas aos educandos, criou um elo de parceria, teve a união das famílias, onde entenderam que as atividades propostas, seriam para o desenvolvimento dos seus filhos, e cada um fazendo sua parte faria o modelo híbrido não ser assustador, mas sim o que resolveria muito dos problemas que a pandemia trouxe. Entenderam e os dias se tornaram mágicos. O que podemos dizer é que a pandemia não deixou em nenhum momento 17 nos sentirmos ausentes ou distantes, o carinho nunca deixou de ser sentido, e essa comunicação foi criada no dia a dia, com o uso da tecnologia, com o tato, com a fala individual para tratar no particular e saber as dificuldades de cada família ou educando e com toda a certeza fez a diferença. Alguns momentos simplesmente eles ligavam para desabafar assuntos particulares, tanto os educandos quanto os membros da família, em outros momentos para mostrar alguma conquista, ou até mesmo para ir buscar presentes em suas casas. Isso prova que nenhum trabalho foi em vão, e é extremamente gratificante! Os objetivos foram alcançados, pois a turma do 3º Ano foi dedicada, alguns alunos estavam no início mais retraídos, portanto com boa conversa tudo se resolveu. Sempre entendemos o outro lado, pois quando se trata de problemas de saúde, nada adianta falar em empatia e não ser praticada, e foi isso que colocamos em primeiro lugar, a empatia. Gratidão por ter a Coordenadora Ana Paula e a Orientadora professora Kellen Albring que sempre foram prestativas e atenciosas. A turma do Estágio Supervisionado que mesmo estando todas juntas(os) em sala de aula, com a pandemia se resumiu ao grupo de Estágio, mas sempre estavam presentes para levantar a moral e não deixar nenhuma cair. Eternamente grata aos ensinamentos recebidos e a confiança recebida pelo professor Valdir Ramos. Gratidão aos familiares que sempre estiveram juntos sem deixar desistir! A Mascote Maggie que estava sempre participando de tudo. Um carinho que fez a diferença. Eterna gratidão a Deus, pela vida, pela saúde que proporcionou de estar 100%, capacitou a concluir cada etapa. Cada ensinamento recebido neste estágio, no futuro serão aplicados em aulas que estarei elaborando, e ensinando tudo o que aprendi a quem precisa aprender. 18 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino: elemento articulador da formação do professor. IN: BARREIRO, Iraíde Marques de Freitas; GEBRAN, Raimunda Abou. Prática de ensino e estágio supervisionado na formação de professores. São Paulo: Avercamp, 2006. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: O cotidiano do Professor. Resenha. 5.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p. 21. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e Ousadia: O cotidiano do Professor. Resenha. 5.ed. Rio de janeiro: Paz e Terra, 1986, p.23. FREIRE, Paulo; SHOR, Ira. Medo e ousadia: O cotidiano do Professor. Resenha. 5.ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1986, p.86. MARRAS, J.P. Administração de recursos humanos: do operacional ao estratégico. 4. ed. São Paulo: Futura, 2001. PIMENTA, Selma Garrido. Didática como mediação na construção da identidade do professor: uma experiência de ensino e pesquisa na licenciatura. In: ANDRÉ, Marli E. D. A.; OLIVEIRA, Maria Rita S. (Org). Alternativas do ensino de Didática. Campinas: Papirus, 1997, p. 37-70. PIMENTA, Selma G.; SOCORRO, Maria L. Porque o estágio para quem já exerce o magistério: uma proposta de formação contínua. In: Estágio e docência. São Paulo: Cortez, 2010. 5.ed. (Coleção Docência em formação. Serie Saberes Pedagógicos). SEDUC-RS. Capacitação em Letramento Digital – Estratégias Para as Aulas Remotas. Palestrante: Raquel Ribeiro. Disponível em: endereço do site. Acesso em junho de 2020. 19 ANEXOS 20 ANEXO A – AVALIAÇÃO DO REGENTE 21 22 ANEXO B – FOTOS E PRINTS DE ATIVIDADES DA TURMA E FOTO PARA A FORMATURA 23 24 25 26 27 28 ANEXO C - AUTO AVALIAÇÃO. 29 30
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