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História e princípios da gastronomia Profª Cintia Alfieri Gama-Rolland Programa Apresentação do curso. Aula I: Antropologia alimentar. Aula II: A alimentação e a história das religiões ocidentais. A alimentação e a história das religiões orientais. Aula III:A alimentação pré-histórica. Aula IV: Alimentação Neolítica: pão e cerveja Programa Aula V: Alimentação grega antiga e Alimentação romana. Aula VI: A queda do Império Romano e a Alta Idade Média.A Alimentação Medieval. Aula VII: Época moderna I. (apresentação de trabalhos) Aula VIII: Época moderna II. Época Moderna Francesa Programa Aula IX: A Alimentação contemporânea: revolução Francesa Aula X: A Alimentação pós-revolução industrial Aula XI: A gastronomia nacional Aula XII: As cozinhas indígena e africana Aula XIII: A formação da cozinha nacional Programa Aula XIV: Prova regimental Aula XV: Vista de provas e segunda chamada Aula XVI: reavaliação (entre 4,0 e 6,9) MEDIA 7,0 Teste de progresso 2,0 pontos • Dia 25/04 (quarta-feira) Época moderna I. (apresentação de trabalhos) seminários valor 1,0 • Produtos dos Novos Mundos • Em grupos de 4 a 5 pessoas • Cada grupo deve escolher um produto dentre os listados • Batata, chocolate, açúcar, baunilha, perú, pimentão, café, chá, tomate e milho. seminários valor 1,0 • Objetivos: DE ONDE VIERAM OS PRODUTOS ? COMO CHEGARAM NA EUROPA ? COMO FOI A SUA ACEITAÇÃO ? COMO SE DESENVOLVERAM ? Bibliografia Bolaffi, G. A saga da Comida, Record, 2000. Bottéro, J. La plus vieille cuisine du monde, ed. Louis Audibert, 2002 Elias, N. A sociedade de Corte, Zahar, 2001. Fernandes, C. Viagem Gastronômica através do Brasil, Editora Senac, 2001 Flandrin, J-L. e Montanari, M. História da Alimentação, Estação Liberdade, 1998 Franco, A. De caçador a Gourmet: uma história da Gastronomia, Editora Senac, 2001 Franco Junior, H. Cocanha: história de um país imaginário, Cia das letras, 1998. Gomensoro, M. L. Pequeno Dicionário de Gastronomia, Objetiva, 1999. Historia, La cuisine gourmande d’autrefois, dezembro 2009-janeiro 2010 (point de vue hors série) Montanari, M. Comida como cultura, ed. Senac, 2008 Strong, R. Banquete: uma historia ilustrada da culinária, dos costumes e da fartura à mesa, Jorge Zahar Editor, 2004. Wrangham, R. Pegando fogo: por que cozinhar nos tornou humanos, Zahar, 2010 Bibliografia Complementar CARNEIRO, H. Bebida Abstinência e temperança: na historia antiga e moderna, Ed. Senac, 2010. LOPES, J.A. Dias A canja do imperador, Companhia editora Nacional, 2004.* SCAVONE, N. O jantar, Ed. Ardotempo, 2010 TALLET, Pierre. História da Cozinha Faraônica: a Alimentação no Egito Antigo. Ed Senac, 2002. ZAPPI, L. Mil-folhas, Cosacnaify, 2010. Importância da história da gastronomia “A invenção não nasce apenas do luxo e do poder, mas também da necessidade e da pobreza – e esse é, no fundo, o fascínio da história alimentar: descobrir como os homens , com o trabalho e com a fantasia, procuram transformar as mordidas da fome e as angústias da penúria em potenciais oportunidades de prazer” (MONTANARI, M. Comida como cultura, 2008, p.41) O Gosto • Pessoal ou coletivo? Cultural Social O Gosto Culturalmente O órgão do gosto não é a língua, mas o cérebro Gosto variável no espaço (geograficamente) e no tempo Gostos diversos em vários lugares do mundo Gostos mudam de acordo com as épocas O Gosto Socialmente separado por classes Gosto popular: capacidade de preenchimento farináceos e açúcar Gosto das classes mais altas: raridade e alimentos frescos Comida como cultura Comida é cultura como produzida Comida é cultura quando preparada Comida é cultura quando consumida Características definidoras dos seres humanos para a antropologia Preparo dos alimento Religião Regras alimentares: o que pode ou não ser consumido Como pode ser consumido e quando Definição de paraísos ou épocas de ouro pela falta ou abundância alimentar Metáforas religiosas Religião e alimentação Judaísmo Cristianismo Islamismo Três religiões do livro Judaísmo Meios de Locomoção Pode Não Pode Água Nadar Escamas Barbatanas Predadores Peixes de Couro Frutos do Mar Terra Andar Casco Fendido Ruminante Predadores Porco Sangue Carne e leite Ar Voar Asas Garras Predadores Frango / Galinha ? Kosher / Kasher Judaísmo O Islamismo Interdições alimentares Carne de Porco Álcool Carne Não sacrificada da forma correta Religião originaria de clima seco HALAL Características definidoras dos seres humanos para a antropologia Preparo dos alimento Religião Regras alimentares: o que pode ou não ser consumido Como pode ser consumido e quando Definição de paraísos ou épocas de ouro pela falta ou abundância alimentar Metáforas religiosas Religião e alimentação Judaísmo Cristianismo Islamismo Três religiões do livro Judaísmo Meios de Locomoção Pode Não Pode Água Nadar Escamas Barbatanas Predadores Peixes de Couro Frutos do Mar Terra Andar Casco Fendido Ruminante Predadores Porco Sangue Carne e leite Ar Voar Asas Garras Predadores Frango / Galinha ? Kosher / Kasher Judaísmo O Islamismo Interdições alimentares Carne de Porco Álcool Carne Não sacrificada da forma correta Religião originaria de clima seco HALAL CRISTIANISMO Sacrifício • Sangue • Carne • Festa da oposição Jejum • Carne substituída por peixes • Carne vermelha proibida (quaresma, toda sexta-feira ou quarta e sábado) • Entre 100 e 200 dias ao ano sem carne e seus derivados. CARNEVALE Catedral da manteiga Tour du Beurre Paga com indulgências da quaresma O Porco A prensa mística O processo de fermentação do vinho para as culturas do cristianismo primitivo é a separação do puro e do impuro e o espesso do leve. Conceito que se associa à Eucaristia – sacrifício do corpo e do sangue de cristo (representados pelo pão e vinho) Fonte de pureza, vida eterna e redenção ao fiel (sendo a comunhão suprema com a divindade) Noção de sacrifício do cristo associada com o “sacrifício da uva” e dos animais, em que o sangue escorre como o liquido resultante da dor e da purificação pelo martírio. Excesso: cristianismo A bebedeira não é um pecado capital Não viola nenhum dos 10 mandamentos A embriaguez, Tacuinum sanitatis, 1395 Os clérigos bebem proporcionalmente aos seus cargos Monge beneditinos – entre 250 ml e 500 ml dia ( até o século IX) Monges – 1L ao dia ( a partir do século XI) Alta Idade Média Produção doméstica Bebida maléfica em oposição ao vinho (sangue de cristo) Séc. VII e VIII inicio do interesse monástico Consumo diário Mais barato do que o vinho Alta Idade Média Séc. VII Santo Arnaldo ( arcebispo de Metz) – padroeiro dos cervejeiros Encheu os potes de cerveja durante o verão Impediu os habitantes de Flandres de beberem água contaminada dando cerveja ao povo Santo Colombano ( Irlanda), Santo Floriano (Baviera e Áustria) Santo Arnaldo Baixa Idade Idade Média Produção monástica « liquida non frangunt jeunum» (o alimento liquido não interrompe o jejum) Os monges mantem a tradição romana da hospitalidade e devem garantir albergue e alimento aos viajantes TABERNAS Abadia de Orval Monges vão testar novas técnicas Hildegarde de Bingen (1098-1179) descobre o lúpulo Iluminura, Hildegarde de Bingen recebendo a inspiração divina Religiosa beneditina alemã, mulher de letras e compositora 10 de maio de 2012 o papa Bento XVI, a canonizou universalmente 28 de maio de 2012 o papa anunciou a sua futura proclamação, dia de outubro de 2012, como doutora da Igreja Quarta doutora Iluminura, Hildegarde de Bingen recebendo a inspiração divina Entra para o convento aos 8 anos Aos 14 é consagrada Escreve três livros: Scivias seu Visionnes (1141-1151) Liber divinorum operum simplicis hominis(1163-1173/1174) Liber vitae meritorum (1148-1163) 60 cantos liturgicos As religiões asiáticas e a gastronomia INDIA A gastronomia indiana A comida é um presente dos Deuses e, portanto tratada com muito cuidado. De região para região, a cozinha indiana varia, nas diferenças de gosto, na maneira de preparo, nos ingredientes e suas combinações. As receitas transmitidas oralmente. Muitas receitas nunca foram divulgadas, esse é um dos motivos porque a cozinha indiana não é tão conhecida como a francesa, italiana ou chinesa. O vegetarianismo A crença da reencarnação reencarnante pode voltar à Terra sob a forma de um animal, logo, matando-se os animais, pode-se estar matando um ancestral. As vacas, em especial são consideradas animais sagrados, principalmente por fornecer aos homens o leite. Questão política o gado é ainda largamente utilizado como arado e o leite e seus derivados constituem uma das mais importantes fontes de proteína na Índia. Respeito a todas as formas de vida tornando-se vegetarianos extremistas, em alguns casos não consomem se quer beterraba, pois sua cor lembraria o sangue. A purificação pelo alimento Tocar ou dar de comer a uma vaca pode ser um meio de se redimir. Banhar-se nas águas do Rio Ganges é também uma forma comum de purificação O iogurte, venerado não só pelas qualidades nutricionais (fonte de proteína), mas também por ser oriundo do leite de vaca. Outro alimento com poder de purificação é o chamado Ghee, que é, na verdade a manteiga clarificada. Ao Ghee, atribui-se propriedades medicinais (bom articulações e intestinos) e propriedades energético-espirituais. Como comer Come-se com as mãos. A comida é sempre considerada sagrada, um presente de Deus, seria então um crime corta-la com utensílios de metal. Deve ser tocada. Os temperos como remédio Os temperos segundo a doutrina dos Vedas tinham funções não de agregar sabor, mas medicinais. Corrigia-se certas características dos alimentos para que se tornassem saudáveis, de acordo com as características dos indivíduos. Eles acreditavam que o ser humano, assim como os alimentos eram formados pelos 4 elementos (terra, fogo, água e ar) e diferentes combinações, portanto se um indivíduo é classificado como sendo composto por grande parte de água, deve consumir alimentos com mais fogo, para que fiquem em equilíbrio. O uso de especiarias na Índia aparece em textos a mais de 3.000 anos. Propriedades dos temperos Açafrão (Keshar): originário da região do mediterrâneo, é o estigma da flor. É a especiaria mais cara do mundo, são necessárias 150 mil flores para se obter 1 kg do produto. De cor amarelo- alaranjado tem sabor quente e picante, aroma muito agradável. Ajuda a purificar o sangue, controlar resfriado e aliviar hemorroidas. Usado na preparação de pullao e doces. Alho (Lahsun): usado no tratamento dos sistemas digestivo, respiratório, nervoso, circulatório e reprodutivo. É um poderoso afrodisíaco, estimulante e desintoxicante. Por ter um efeito estimulante sobre o sistema reprodutivo, não é recomendado para praticantes de ioga. Anis ou Erva doce (Sounf): semente de cor verde clara e com aroma doce, estimula a digestão, é usada como refrescante após as refeições. Regula a menstruação e alivia dores abdominais. Coentro (Dhaniya): as folhas verdes são usadas na cozinha e também para guarnição. As sementes na forma integral ou em pó talvez sejam a especiaria mas utilizada em toda Índia. Essencial no preparo de massalas seu uso é recomendado para aliviar febre, alergia, indigestão, cólicas, náuseas e vômitos. As propriedades dos temperos Assa-fétida (Hing): é uma cominação de várias resinas obtidas de certas plantas persas. De cor amarela-marrom, tem um aroma muito forte, seu nome origina-se do persa aza-resina, e do latim fétida-mau cheiro. É um poderoso agente digestivo e também indicado para o tratamento de problemas respiratórios. Indispensável na culinária indiana deve ser usado em pequenas quantidades, quando frito em óleo fervente adquiri um sabor refinado lembrando as trufas. Canela (Danchini): originária do Siri Lankam esta árvore de folhas brilhantes e flores branca e amarela é cultivada também na Índia, Brasil, Indonésia e Antilhas. São retiradas as mais belas partes da casca de seu tronco e enroladas a mão, formando canudos até tornarem secos e lisos originando a famosa especiaria usada na culinária. Usado como estimulante das funções digestivas é usado também no tratamento de sinusite, gripe e dores de garganta. É um bom analgésico, desintoxicante e expectorante. Cominho (Jira): bom para o tratamento da diarréia disenteria e cólicas. Quando tostado ou frito, solta mais aroma e se torna mais fácil de moer. É um dos principais ingredientes da garam massala. As propriedades dos temperos Cardamomo (Liaichi): muito estimado por sua capacidade digestiva, regula a quantidade de acido no estômago e ajuda a parar vômito e tosse. Existem três tipos de cardamomo. Um de cor marrom forte e tamanho maior usado inteiro nos pullao. Outros dois de tamanho menor, de cor creme e verde, usado nos doces e pratos de vegetais. Cravo-da-índia (Loung): produto da flor do cravoário, moderadamente afrodisíaco, estimula as atividades do estômago, promove a digestão, rejuvenescedor e purifica o sangue. O óleo de cravo é usado como poderoso analgésico e alivia a dor de dente. Integral ou em pó é muito utilizado como tempero. Curcuma ou açafrão da terra (Haldi): membro da família do gengibre, é uma raiz de cor amarelada. Pode ser usado na forma natural, mas é geralmente usado em pó para refogados e pratos de legumes. Antibiótico natural. Melhora a digestão e desenvolve a flora intestinal. Purifica o sangue e estimula a formação de novas células. As propriedades dos temperos Mostarda (Raí e Sarsõ): negra, branca e castanha. Muito usada para temperar os refogados e nos picles. Tem propriedades analgésicas, alivia a congestão e neutraliza as toxinas. O óleo da mostarda além de usado na cozinha é utilizado para massagens e alivia a dor muscular. Noz-moscada (Jaifal): utilizado no tratamento de impotência, ejaculação precoce, insônia. É um ótimo calmante, alivia a contração muscular. Tem um sabor aromático e açucarado. Tamarindo (Lmli): bom para o sistema urinário e o coração. A polpa de tamarindo é muito usada para fazer chutney e molhos. A fruta de sabor azedo, depois de retirada as sementes é colocada em receita de lentilha e vários legumes. É usada para fazer refresco também. Macis Macis (Javitri): fina membrana vermelha que cobre a noz-moscada, o aroma e sabor parecem o da noz-moscada. É indicado no tratamento de insônia, reumatismo e problemas digestivos. Era tão cobiçada e lucrativa no século XVI que os portugueses, para garantir o monopólio, mandaram cortar todas as moscateiras do Arquipélago de Molucas, de onde é nativa. Quando a Holanda conquistou as ilhas Banda, punia com a morte quem tentasse sair da ilha com sementes sem esterilizá-las em água com cal. Uma das substâncias que dá aroma à noz-moscada e o macis, é a MIRISTICINA, de efeito alucinógeno em altas doses, o abuso (acima de 6g diários da noz e 3 g diários de macis) pode provocar taquicardia e levar a morte. A MISTICINA é utilizada pela medicina no tratamento da hipocondria, claustrofobia e nas afecções digestivas de origem psicossomática. A gastronomia chinesa • Talvez o único pais do mundo em que sábios, filósofos, poetas e pensadores políticos escreveram tratados sobre a alimentação. • Grande literatura alimentar • 81 d.c. Yantielun: “Discussões sobre o sal e o ferro” livro de receitas. I Yin: Famoso cozinheiro da dinastia Tang (618-907) Tornou-se primeiro ministro. Dinastia Ming (1368-1644) Ministro dos Ritos. Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) Kong Zi • Ren, humanidade (altruísmo); • Li, ou cortesia ritual; • Zhi, conhecimentoou sabedoria moral; • Xin, integridade; • Zhing, fidelidade; • Yi, justiça, retidão, honradez. Confúcio (551 a.C. – 479 a.C.) Kong Zi CAVALHEIRO-GOURMET Grande gourmet Observação de protocolo à mesa Hospitalidade Amizade entre os convivas Harmonia nas refeições A educação do paladar é fundamental para se perceber as sutilezas dos aromas, sabres e consistência. Um gourmet deve ser dotado de sensibilidade gustativa e olfativa. Comedores de folhas Comedores de carne Lao-Tsé • Figura mais lendária que real • Talvez no séc. VI ou V a.C. • Tao Te Ching • Pretende levar os discípulos a "voltar" ao seu estado natural, em harmonia com o Tao Escolas opostas Confucionismo • Elegância • Cerimônia da cozinha • Etiqueta Taoísmo • Apreço pela leveza • Frescor natural dos alimentos • Uso moderado de gordura. • Viver de acordo com o ciclo da natureza. • Harmonia com as forças que regem o Universo A dualidade • Yin e Yang • Equilíbrio e a harmonia de cada coisa e do próprio universo. • Sem o equilíbrio dos opostos há turbulência e sofrimento. A dualidade Ideia de contraste na alimentação: Doce-salgado, frio e quente, macio e crocante. Assim como o universo precisa estar em equilíbrio e a saúde pode ser comprometida pelo desequilíbrio. Associação alimentação e medicina. Prescrições dietéticas. Qualquer enfermidade pode ser atribuída à alimentação. É essencial saber o que o enfermo comeu ou come habitualmente antes de prescrever qualquer coisa. 1330: Princípios da dieta correta Hu Ssu-Hui Afirma que a maioria das enfermidades pode ser curada somente com a dieta. 1368: Chia Ming, Conhecimento essencial dos alimentos e bebidas) Escassez e variedade • Tudo o que é comestível deve ser utilizado. • Nada deve ser desperdiçado. • Ausência de tabus ou proibições alimentares. Carência de lenha. Pouco cozimento. Cortar quase tudo em pequenos pedaços. Mais tempo na preparação do que na cocção. Mantem o frescor dos alimentos. Diminui a perda dos sucos dos alimentos. Taoismo Cozinha Japonesa • Enquanto nas cozinhas do ocidente, na elaboração de seus pratos, desenvolvem uma mistura de ingredientes de forma harmônica, a japonesa procura preservar as propriedades intrínsecas de cada componente. • É uma culinária mais leve e natural e quase não tem temperos e especiarias, assim as pessoas podem apreciar o gosto real dos alimentos. • Número limitado de ingredientes, compensado por diversas formas de preparo. • Tripé da soja: misô, tofu e shoyu. • Arroz (sec III a.C, da China) – Alimentação, bebida e abrigo (tatami e shoji) A Carne • Proibida com a ascensão do budismo no século X. • Impropria para consumo humano. • Quem comia carne exalava cheiro de gordura de animal • Essa regra de estendeu a todos os animais, menos os peixes. A pré-história: O desenvolvimento humano AULA III Linha do tempo 500.000 a.C. Controle do Fogo Paleolítico médio: caça de animais de grande porte 200.000 a.C. 40.000 a.C. Paleolítico Superior: Caça de manadas Paleolítico (caçador-coletor) Carniceiros Oportunistas (homo-erectus) 1,9 ou 1,8 milhão de anos (homo sapiens sapiens) Nômade 8.000 a.C Resfriamento Europeu Mesolítico: caça de animais de menor porte 10.000 a.C Aldeias no crescente fértil 7.000-6.000 a.C. 5.000 a.C. Revolução do neolítico. Agricultura Neolítico ( criador-agricultor) Agricultura Sedentário Razões do desenvolvimento humano Desde a década de 50 a razão exclusiva para o surgimento dos homo sapiens sapiens foi considerado o consumo de carne. Razões do desenvolvimento humano Alimentos crus X cozidos Alimentação exclusivamente crudívora : 31% extrema perda de peso 50% das mulheres tiveram amenorréia 10% das restantes ciclos irregulares 60% impossibilidade de conceber Devido ao esgotamento energético extremo, como pode ocorrer com atletas femininas de alto nível. Razões do desenvolvimento humano Alimentos crus X cozidos Alimentação vegetariana ou com consumo de carne : Observações anteriores inexistentes Somente com uma dieta exclusivamente crua é que se observa uma extrema perda de peso Amidos Pequenos e densos pacotes de glicose, os grânulos. Minúsculo Não são quebrados com a moagem e sobrevivem por milênios em ambientes secos. Gelatinização: quando aquecidos com água, a partir de 58ºC, estes incham e eclodem se tornando gelatinosos. Ex.: Amido de trigo do pão. Quando cozido, o amido é melhor digerido pelas enzimas e pode ser 100% absorvido, fornecendo mais energia que o amido cru. Proteínas Desnaturação das fibras das carnes Pela água, ácidos ou secagem. Estruturas protéicas abertas Glicogênio nos músculos dos animais abatidos sem stress: converte-se em ácido láctico Aquecimento: além de desnaturar as proteínas, quebra o colágeno. Mastigação e absorção mais fácil. Maior utilização do que é ingerido Duas fases na digestão 1. Feita pelo corpo, começa na boca, continua no estômago e termina no intestino delgado. 2. Fermentação efetuada por 400 ou mais espécies de bactérias e protozoários em nosso intestino grosso. Calorias inteiramente úteis Calorias perdidas na flora intestinal: Absorvemos 50% dos amidos e nada das proteínas Digestão de alimentos aquecidos Alimentos aquecidos são digeridos mais facilmente Diminuição do custo energético da digestão Maior ganho calórico e, portanto energético. Se com o aquecimento o alimento perde vitaminas ou gera complexos tóxicos (Maillard), instintivamente isto é descartado pelos humanos, pois que interessa é o acúmulo de energia. EVOLUÇÃO Fases do desenvolvimento do cérebro 2.000.000 de anos atrás: australopitecos para o homo erectus Maior consumo de carnes 500.000: Homo erectus a Homo sapiens Fogo Desenvolvimento do encéfalo Por mais que o nosso cérebro seja apenas 2,5 % do nosso peso, ele consome mais de 20% de nossa alimentação. Nosso cérebro é ávido por glicose, isto é, energia. Os primatas que gastam menos energia ativando seus intestinos têm condições de prover mais tecido cerebral. Cérebros maiores se desenvolvem por uma redução do tecido custoso. Desenvolvimento do encéfalo Músculos mais leves Maior espaço na caixa craniana Desenvolvimento do encéfalo Importância do controle do fogo Desenvolvimento do encéfalo Proteção Iluminação Aquecimento no inverno Cocção Primeira técnica de conservação: defumar Apenas o homem consegue acender e usar o fogo: usa-o para a alimentação, assim, cozinhar é uma atividade humana por excelência. Aula IV Alimentação Neolítica: pão e cerveja Mesopotâmia Primeiras culturas Cereais: trigo e cevada no crescente fértil por volta de 8000 a.C. Quando os ingredientes existem a cerveja pode surgir, mas não há provas Mesopotâmia: Base Alimentar Pão Trigo Cerveja Cevada Álcool Fermentação natural, existe na natureza sem o homem Qualquer produto de origem vegetal com grande quantidade de açúcar. Cerveja teria sido o primeiro alimento de síntese, mesmo antes que o pão Entre a bebida e a comida Cerâmicas de 3500-3100 a.C. do sitio iraniano de Godin Tepe Razões antigas do álcool -Água poluída: cólera, micróbios -Levemente antisséptico -Produção da fermentação antiga pela fervura - Fermentação esterilizante -PH ácido Oriente Próximo→Receita mais antiga: 4000 anos, Suméria Ásia →Norte da China, 9000 a.C. , JIAHU, álcool de arroz América → Chocolate, 1400 a.C. Origens: Mesopotâmia → Por volta de 8000 a.C., na Mesopotâmia (não há provas precisas) → Traços escritos datam de 4000 a.C.: - Textos sumérios com mais de 20 variedades de uma bebida fermentada de cevada. → Sikaru → “Pão liquido” Lista de entrega de produtos para produtores de cerveja Aromatizadas com mel, tâmaras,... Duvidas sobre o processo de fabricação: álcool?Peter Damerow - Institut Max Planck Teoria mais aceita, fabricação com o bappir http://www.mpg.de/ Pictogramas Jarro Cerveja Cervejeiro Consumo Recipientes Taça em ouro, 4500 a.C. Hino a Ninkasi ( 1800 a.C) Nascida da água corrente (…) Delicadamente cuidada por Ninhursag Tendo fundado sua cidade pelo lago sagrado, Ela rematou-a com grandes muralhas por você, Ninkasi, fundando sua cidade pelo lago sagrado, Ela rematou-a com grandes muralhas por você. Seu pai é Enki, Senhor Nidimmud, Sua mãe é Ninti, a rainha do lago sagrado, Você é a única que maneja a massa, com uma grande pá, Misturando em uma cova o bappir com ervas aromáticas doces, Ninkasi, você é a única que maneja a massa com uma grande pá, Misturando em uma cova o bappir com tâmaras ou mel. Você é a única que assa o bappir no grande forno, Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas, Ninkasi, Você é a única que assa o bappir no grande forno, Coloca em ordem as pilhas de sementes descascadas, Você é a única que rega o malte jogado pelo chão, Os cães fidalgos mantém distância, até mesmo os soberanos, Você é a única que embebe o malte em um cântaro As ondas surgem, as ondas caem. As ondas surgem, as ondas caem. Você é a única que estica a pasta assada em largas esteiras de palha, A frialdade dominou. Você é a única que segura com ambas as mãos o magnífico e doce sumo, Fermentando-o com mel e vinho (Você, o doce sumo para o eleito) Ninkasi, (…) O barril filtrador, que faz um som agradável, Você ocupa apropriadamente o topo de um grande barril coletor. Ninkasi, o barril filtrador, que faz um som agradável, Você ocupa apropriadamente o topo de um grande barril coletor. Quando você despeja a cerveja filtrada do barril coletor, é como os barulhos dos cursos do Tigre e do Eufrates. Ninkasi, você é a única que despeja a cerveja filtrada do barril coletor, é como os barulhos dos cursos do Tigre e do Eufrates. Código de Hammurabi Rei da Babilônia entre 1792 e 1750 a.C. “Os cervejeiros de uma cerveja, por exemplo muito diluída, serão afogados em sua própria cerveja. Aqueles que vendem a cerveja impura devem bebê-la até a morte Aquele que faz pagar a cerveja em prata ao invés de cevada ou que vende uma cerveja fraca em qualidade, será jogado ao rio. Um sacerdote surpreso bêbado será queimado.” Tabernas Local entre cidades Parar, comer e dormir Pão e cerveja §109 “ Se uma taberneira, em cujo estabelecimento baderneiros tiverem conspirado , não prender esses baderneiros nem os levar ao palácio, esta taberneira será morta” §108 “Se uma taberneira não quiser receber cevada como pagamento pela cerveja, mas dinheiro com a cotação mais alta, ou se ela reduzir a quantidade de cerveja em comparação com a quantidade de cevada, esta taberneira será obrigada a aceitar e será jogada na água“ §111“Se uma taberneira vender fiado uma jarra de cerveja, poderá exigir cinquenta litros de cevada na colheita” Banquetes Mesopotâmicos Privado Entre reis Diplomático Horizontal Palácios Público Do rei para o Povo Praça pública vertical Festa pública / Inauguração Religioso Entre deuses Entre deuses e o Rei Palácios PREBENDADO Banquete do Palácio de Khalu Assurnasírpal II (883-859 A.C) 10 dias 69.574 Lista de víveres consumidos: mil bois, 14 mil carneiros, mil cordeiros, 20 mil pombos, 10 mil peixes além de milhares de jarras de vinho e cerveja. Egito Egito Egito: Base Alimentar Pão Trigo Cerveja Cevada Armazenagem: Silos Reconstituição de uma casa típica de Deir el-Medina Entrada Capela Sala Cozinha Quarto Depósito Rua Entrada Capela Sala Cozinha Terraço Depósito Forno Escada Forno Armazenagem Pão Receita Zózimo de Panópolis: Para fazer cerveja: deixar de molho a cevada branca, limpa e bonita durante um dia e depois retirar a água e pôr para descansar em local protegido até a manhã seguinte. Em seguida, deixar de novo na água por mais cinco horas. Despejar então numa vasilha porosa e funda e conservar úmida. Manter assim até que se formem flocos, deixar secar ao sol até que os flocos evaporem, pois essa emulsão é amarga. Moer a cevada e fazer alguns pães, cozer superficialmente, até que comecem a adquirir cor. Diluir então em água com açúcar e passar por uma peneira fina. É de esperar que a essa altura as duas preparações se misturem. Há quem faça os pães e os leve ao fogo com água para cozinhar um pouco, sem deixar ferver e nem esquentar muito. A seguir, retiram-se da água (os pães), tampa-se (o líquido), esquenta-se e prova-se (a preparação). Produção Modelo de cervejaria da XI dinastia, 2009 -1998 a.C. Zithoum (grego) Cerveja adocicada com tâmaras Cominho, açafrão 2 a 3 % de álcool e com um PH ácido inferior a 4,5 Consumo • Alimento básico • Óstraco com motivos de falta no trabalho em Deir el-Medina 5 280 dias, 40 pessoas) • Fazer cerveja para beber • Bebedeira Faltas para fazer cerveja Amenemwia, mês 2 do inverno dia 8 Paser, mês 1 do verão, 27 dia Sunero, mês 2 do inverno, dia 8 Merwaset, mês 2 do inverno, dia 17 Nakhtamun, mês 1 do inverno dia 8 Horemwia, mês 4 do verão, dia 4 mês 3 do inverno, dia 8 Amennakht, mês 3 do inverno, dia 18 Pennub, mês 3 do inverno, dia 28 Khemtir, mês 1 do inverno, dia 18 Amenmose, mês 1 do inverno, dia 8 Anuy, mês 3 do inverno, dia 28 Buqentuf, mês 1 do inverno, dia 18 Huy, mês 1 do inverno, dias 17 e 18 mês 2 do inverno, dia 17 Ostraco BM 5634 Ano 40 de Ramsés II Utensílios A cerveja na Medicina Papiro Ebers, 1550 a.C. (Leipzig) Mais antigo tratado de medicina já encontrado0 Papiro Ebers → Remédio contra a morte: metade de uma cebola e espuma de cerveja → Tosse de bebês: cerveja adocicada, gordura e plantas → Para acalmar a parturiente: dar cerveja → Cuidar dos dentes: cereal partie-aâma, cerveja e plante chout- menit, mastigar e cuspir. → Para corrigir a urina das crianças: leite materno e cerveja Doces Mel Técnicas de conservação egípcia Caramelização Mel Aves Secagem Sol Carne bovina Secagem Sal terrestre (Natrão) Carne bovina e peixes Cena de dança e música, calcário em relevo. Saqqara, Nenkhefetka, V inastia, 2.400 a.C. Banquetes Musicistas - Nakht, TT52, XVIII Pessoas comuns Mulheres Crianças Medida Medida Alimentação grega antiga e Alimentação romana. AULA V 3400 a.C. Primeiro sistema escrito, pelos Sumérios, na Mesopotâmia Início da construção de pirâmides no Egito 2700 a.C. 1200 a.C. Decadência do Império egípcio Surgimento dos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero 850 a.C 814 a.C. Legendária fundação da cidade de Cartago pelos fenícios Primeiros jogos olímpicos 776 a.C. 753 a.C. Legendária fundação de Roma Pensamento de Confúcio China 490 a.C. 336 a.C. Início do reinado de Alexandre, o Grande Morte de Alexandre 323 a.C. Antiguidade oriental Antiguidade clássica 1 Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia-noite de 31 de dezembro de 1 a.C. Auge da expansão territorial romana 117 d.C 313 d.C. Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano Constantinopla torna-se capital do Império Romano 330 d.C 395 d.C. O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano 476 d.C. 527 d.C. Justiniano, imperador bizantino, tenta restaurar a parte ocidental do Império Romano Árabes mulçumanos ocupam a Espanha 711 d.C. 1016 d.C. Auge do Império Bizantino Papa Urbano II convoca cruzada para reconquistar lugares sagrados 1095 d.C. Antiguidade clássica Idade Média A Grécia antiga A base alimentar greco-romana Tríade alimentar Azeite / Oliva Pão / Trigo Vinho / Uva (Athena ou Minerva) (Deméter ou Céres ) (Baco ou Dioniso) Os alimentos e a produção alimentar - Grécia 1/5 do solo agriculturável -Próprio dono da casa cozinha - Mageiros : Padeiros (escravos) -Archimageiros: chefs de cozinha ( escravos) - Carne de carneiro, cabras, cevada, peixes, trigo, frutas, azeite de oliva, vinho Refeições AKRATISMON Desjejum ARISTON Almoço DEIPNON Janta Arkhestratu (384-322 a.C.) HEDYPATHEIA Lei do estomago Gastronomia Os utensílios de cozinha OS BANQUETES GREGOS OS BANQUETES GREGOS Momento de sociabilização União entre as pessoas da casa e os convidados Grande ato social Símbolo da hospitalidade Prometeu Prometeu - Fogo -Consumo de carne bovina A alimentação divina e dos mortais Humanos Deuses Comer por obrigação Comer por prazer Pão, azeite e vinho Ambrosia Hidromel -Vida eterna -Impede uma morte violenta Bovicídio Os tipos de banquetes gregos - Público : Obrigação estatal Hestiator Locais públicos Para toda a população - Privado : Oferecido pelos cidadãos Nas casas Banquete Público - Sacrifício coletivo - Hecatombe morte de 100 ( bois) “Churrasco” Fumaça, couro e ossos para Zeus Sangue para Hades Humanos comem a carne Banquete Privado - Andron -Reunião entre iguais -Ocasião especial -Escravos, mulheres e crianças não participavam -A organização de banquetes é uma obrigação para todo o homem público - 2 fases - Comidas - Bebida (vinho) SYMPOSION Comidas • Carne de porco • Peixes • Pães • Ovos de gansa • Queijos Banquete Privado Grego: inicio do symposion Fases de um Symposion - Parte ritualística do banquete 1. Purifica-se o solo 2. Lava-se as mãos 3. Guirlandas de flores na cabeça 4. Euphemia 5. Kylix despejada 6. Escolha do symposiarca 7. Quantidade de vinho a ser colocada na água Kylix Kylix Crateras 8. Bebe-se 3 crateras - Zeus e a divina família - Almas dos heróis - Zeus salvador 9. jogos, cantos, poesia skolion EUPHROSYNE Pintura de Euaion (atribuida a), cena de banquete, aprox.450-460 a.C. Kilyx de figura vermelha, 32 x 32 cm - [Louvre.edu] - Foto Erich Lessing A alimentação e os banquetes romanos A base alimentar greco-romana Tríade alimentar Azeite / Oliva (Athena ou Minerva) Pão / Trigo (Deméter ou Céres ) Vinho / Uva ( Baco ou Dioniso) Estocagem A cozinha Os utensílios romanos de cocção Os utensílios romanos de cocção Os utensílios de mesa Os utensílios de mesa Os utensílios de mesa Os utensílios de mesa Diga-me o que comes e dir-te-ei quem és Collegium Coquorum Adriano ( 117-138 d.C) Alimentos definem quem é ou não romano Apícius Identidade incerta entre 91 a.C e 192 d.C Marcus Gavius Apícius conselheiro de Nero Gastou todo seu dinheiro em banquestes Sêneca afirma que chegou a gastar 100.000.000 de sestércios “ De re coquinaria” Coletânea de 468 receitas De re coquinaria 10 seções: 1. vinhos, molhos, conservação e doces 2. carnes 3. hortaliças 4. antepastos 5. legumes 6. aves 7. pratos especiais 8. quadrúpedes 9. peixes (crustáceos) 10. Peixes e seus molhos Ovos Mellita Garum Refeições Desjejum pão (pulls), vinho, mel, queijo e azeitona Prandium sobras da cena, prato frio sem vinho (trabalho) Cena verdadeira refeição com carnes e peixes quentes (prazer) Carne vermelha Prato principal de um banquete romano Cena lugar da partilha, come-se o “caro” pedaço (de carne) Bovicídio não é mais um crime Sacrifício feito nos templos e a carne vendida no Macellum ( açougue) Próprio anfitrião pode comprar o animal e sacrificá-lo Banquetes Romanos Triclínium (3 leitos) Apenas homens 3 a 9 convidados Pode-se comer carne bovina já sacrificada Apenas uma fase: come-se e bebe-se ao mesmo tempo Guardanapos Equilíbrio A queda do Império Romano e a Alta Idade Média Aula VI RUS A cidade Romana URBS Forum boarum Forum Piscarum Mascellum Produção agrícola Cultura Sedentários Nômades Pastores Carne Inculto Hunos Átila ( século V) flagelo de deus Empalava os inimigos e bebia seu sangue Steak Tartare Consumo de carne de cavalo Oposição entre dois povos Nômades Sedentários Bárbaros Romanos Carne Pão Leite Vinho Manteiga Azeite Opostos alimentares Oposição entre dois povos Nômades Sedentários Bárbaros Romanos Carne Pão Leite Vinho Manteiga Azeite Nossa alimentação 1 Começa a era depois de Cristo, exatamente à meia- noite de 31 de dezembro de 1 a.C. Auge da expansão territorial romana 117 d.C 313 d.C. Edito de Milão legaliza o Cristianismo no Império Romano Constantinopla torna-se capital do Império Romano 330 d.C 395 d.C. O Império Romano é dividido em dois, Ocidental e Oriental Deposição de Rômulo marca o fim do Império Romano 476 d.C. 527 d.C. Justiniano, imperador bizantino, tenta restaurar a parte ocidental do Império Romano Árabes mulçumanos ocupam a Espanha 711 d.C. 1016 d.C. Auge do Império Bizantino Papa Urbano II convoca cruzada para reconquistar lugares sagrados 1095 d.C. Antiguidade clássica Idade Média 1099 d.C Cruzados conquistam Jerusalém. Auge do sistema feudal na Europa Turcos otomanos invadem a Europa 1353 d.C 1453 d.C. Turcos otomanos conquistam Constantinopla, marcando o fim da Idade Média. Termina a Guerra dos Cem Anos. Árabes e judeus expulsos da Espanha. Cristóvão Colombo chega à América 1492 d.C 1498 d.C. Vasco da Gama chega a Calicute na Índia. Cabral chega ao Brasil 1500 d.C. 1538 d.C. Primeiros escravos africanos chegam ao Brasil Portugueses aportam no Japão 1542 d.C. 1643 d.C. Luís XIV chega ao poder na França Savery inventa o motor a vapor 1698 d.C. Idade Média Época Moderna Alimentação medieval Junção do paradigmas alimentares romanos e bárbaros Sociedade que se constrói da ruína do Império Romano Ocidental Carnes Criação de bois para o abate mortes entre 3 e 5 anos (em Roma eram mortos entre 10 e 15 anos, após o trabalho) Ainda vêem com maus olhos a carne de boi Comem porcos, javalis Não gostam de peixes Sociedade medieval Belatores Oratores Laboratores Nobreza Armas Proteção Ordens monásticas Igreja Orar Trabalhadores Hierarquia alimentar Belatores Oratores Laboratores Nobreza Armas Proteção Ordens monásticas Igreja Orar Trabalhadores Descendentes dos bárbaros Carne Descendentes dos romanos vegetais Nobres que se voltam para o povo Bárbaros em contato com os romanos misto Cristianismo Ocidental • Igreja católica Apostólica Romana • Azeite, pão, vinho e sacrifício Ordens monásticas • Mantém o conceito de hospitalidade greco- romana • Trabalham as terras agriculturáveis • Produção de pães e biscoitos O Vinho medieval Após a queda de Roma a cultura do vinho entra em declínio, sendo os monges que a manterão viva e a expandirão Cada novo monastério exige a plantação de uva e produção do vinho para o culto Os bispos são os proprietários dos vinhedos Séc. XI senhores laicos são proprietários de vinhedos (Bordeaux) Séc. XV vinho popular No final da Idade Média ( séc. XV) Paris tem 4000 tavernas Vendedor de Vinho tinto - Tacuinum sanitatis ( 1445- 1451) Vinho e o Clero Medieval Cristianismo reforça a produção do vinho A expansão do cristianismo é responsável pela expansão da cultura do vinho O Trabalho do Vinho manuscrito alemão do século XI Doações de terra por fiéis aos monastérios aumenta exponencialmente a produção de vinho Apogeu do vinho Maior extensão de vinhedos na Europa acorreu no séc. XIII Vinho como bebida diária bebida para festa remédio ingrediente de cozinha Passar no corpo Gargarejo Fumigação Cada estação do ano tem seu vinho Inverno: vinhos tintos fortes Verão: vinhos claros mais leves Tempo de névoa: vinhos brancos adocicados Degustação de vinho velho, Tacuinum sanitatis, 1445A medicina Hipocrática Hipócrates: Médico grego 460 a.C e 370 a.C Os 4 humores: Sangue Bile Bile Negra Fleuma Dieta para os doentes e saudáveis para harmonizar os humores Galeno Romano Século II d.C Controle ou cura dos humores • Processo de aquecimento • Alimento vira líquido dentro do corpo • Absorvido pelos vasos • Compensa os humores insuficientes ou corrompidos Características humanas Crianças quentes e úmidas Jovens quentes e secos Adultos secos e frios Idosos úmidos/secos e frios Homens quentes e secos Mulheres frias e úmidas Textos médicos-alimentares Textos médicos-alimentares Textos médicos-alimentares Moderação Equilíbrio Variedade Flexibilidade Personalização Cura • Entradas (pelo o que se come) • Saídas ( liberando o que foi ingerido) – Vomitórios – Sangrias Busca por especiarias -Qualidade digestiva - Anti-séptica - Conservação dos alimentos -Propriedades afrodisíacas Busca por especiarias As cruzadas Contato com Constantinopla (Roma do Oriente) 1095: Papa Urbano II convoca cruzada para reconquistar lugares Santos 1099: Tomada de Jerusalém Busca por especiarias As especiarias Carda momo Coriandro Canela Cravo Pimenta do reino Gengibre Noz moscada Hypocras ( séc. XIII) INGREDIENTES: - 1 garrafa de vinho tinto ( a escolha) - 100 g de mel - 30 g de bastões de canela - 60 g de gengibre fresco - 10 cravos - 10 gomos de carda momo Preparo: Despejar o vinho e o mel em um recipiente Moer as especiarias, colocá-las num saquinho fino e amarrá-lo Colocar o saquinho na bebida e cobrir. Deixar por, pelo menos 4 horas. Retirar o saquinho e filtrar antes de consumir a bebida. O uso das especiarias e a acidez Porco agridoce ao gengibre Broet d'Alamaniz (Brouet d'Allemagne), Maître Chiquart, Du fait de cuisine, 1420. Ingredientes - 2 kg de porco - 700 g de caldo de carne - 350 g de cebola - banha ou óleo - 90 g de vinho tinto - 60 g vinagre - 75 g amêndoas inteiras trituradas - 1,5 colher de café de gengibre - 1/3 colher de café de pimenta malagueta - 1/4 colher de café de noz moscada - 1/8 colher de café de cada : pimenta do reino, cravo, maciz / arilo da noz moscada - Açafrão para dar cor - 20 g de açúcar - 4 g de sal Preparo Fritar as cebolas descascadas. Fritar o porco cortado em pedaços. Acrescentar cebola, caldo de carne e sal. Cozinhar em fogo baixo por 1h com a tampa fechada. Acrescentar em seguida as amêndoas, o açúcar, o vinho e as especiarias dissolvidas no vinagre. Cozinhar no fogo baixo por 1h e 40m. Os novos Produtos medievais Centeio século V Aveia Cidra Lúpulo adicionado à cevada (cerveja) Açúcar (árabes na Espanha) al sukar Arroz ( bizantinos) Citricultura As refeições Almoço entre 9:00 e 10:00 horas Janta por volta das 15:00 horas- Bebidas destiladas álcool Massas folhadas Massas na Itália Garum será abandonado no século XIV Os assados Os assados A mesa medieval Os banquetes Entremets Os banquetes Os banquetes Os banquetes Mulheres Toalha Pão duro Consumo de carnes Facas individuais Brinde Pratos surpresas Cai em desuso a posição reclina ( século VIII) Sobremesa Refeição nobre familiar Separação por sexo O povo Pão preto de cereais O povo Refeição familiar Taillevent e os fundos ( século XIV) “ Le viandier” Guillaume de Térel (Normandia, 1310) Os 3 molhos de Taillvent Branco: gema açúcar, verjus e vermelho Verjus: gema, fígado de aves, caldo de carne, ervas variadas e pitada de açúcar Vermelho: pão torrado embebido em vinho tinto, cebolas fritas no toucinho, canela, nóz-moscada, cravo-da-india, açúcar, sal e gordura de pato Dodines (caldo de carnes assadas) Canneline: canela, cravo, cardamomo, pimenta do reino, vinagre, mace, pão moído, suco de limão ou laranja Receita com o molho verjus Ingredientes - 1 frango(mais ou menos 3 kg) - 70 g de banha ou óleo - 120 g de fígado fresco - 300 g de pão italiano grelhado - 800 g de vinho - 400 g de verjus - 800 g de caldo de carne - 3 colheres de café de canela - 2 colheres de café de gengibre - 1/2 colheres de café de pimenta malagueta - 5 g de sal. Preparo Cortar o frango em pedaços(conservar o fígado) e grelhar o frango na banha ou no óleo. Retirar a gordura. Misturar o pão, com o fígado, o vinho r o caldo de carne. Misturar com o frango, salgar e deixar cozinhar por 1 hora Acrescentar as especiarias moídas e diluídas em uma colher de verjus. Acrescentar o resto do verjus. Colocar mais 15 no forno. A queda de Constantinopla 29 Maio 1453 Turcos otomanos conquistam Constantinopla, marcando o fim da Idade Média. Termina a Guerra dos Cem Anos. http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/2/20/Mus%C3%A9e_des_Augustins_Toulouse_32.JPG Época moderna II e Época Moderna Francesa Aula VIII 1099 d.C Cruzados conquistam Jerusalém. Auge do sistema feudal na Europa Turcos otomanos invadem a Europa 1353 d.C 1453 d.C. Turcos otomanos conquistam Constantinopla, marcando o fim da Idade Média. Termina a Guerra dos Cem Anos. Árabes e judeus expulsos da Espanha. Cristóvão Colombo chega à América 1492 d.C 1498 d.C. Vasco da Gama chega a Calicute na Índia. Cabral chega ao Brasil 1500 d.C. 1538 d.C. Primeiros escravos africanos chegam ao Brasil Portugueses aportam no Japão 1542 d.C. 1643 d.C. Luís XIV chega ao poder na França Savery inventa o motor a vapor 1698 d.C. Idade Média Época Moderna 1776 d.C Declaração de Independência dos EUA. Revolução francesa 1789 d.C 1808 d.C. Começam os movimentos de independência nas colônias espanholas sul-americanas.Corte portuguesa chega ao Brasil fugindo de Napoleão Gottlieb e Daimler produzem o primeiro carro movido a gasolina 1885 d.C 1900 d.C. População mundial: 1.550.000 I-Guerra mundial 1914 d.C. 1917 d.C. Revolução Russa Fim da I-Guerra mundial 1918 d.C. 1939 d.C. Hitler invade a Polônia: começa a Segunda Guerra Mundial Época Contemporânea As cozinhas da época moderna Espanhola: séc. XVI Italiana: meados do século XVI Francesa: século XVII A inovação italiana Cozinha mais criativa Utiliza os produtos do Novo Mundo Tomate Milho Aceita as inovações árabes Massas Platina de Cremona Bartolomeu Sacchi Chef do papa Pio V 1474 “ De honesta Voluptate” Sugere o uso moderado de condimentos e especiarias De Honesta voluptate De re coquinaria: Apicius Redescoberto no monastério de Fulda, Alemanha Publicado em 1500 (Veneza) 8 volumes Casamento, séc XI Constantino Duca – Imperador de Constantinopla Imperatriz Teodora 1077 Domenico Selvo – Doge de Veneza Faqueiro de ouro para 120 convidados com 360 peças Casamento, séc XI Da Itália para a França: as guerras da Itália 1494-1516 Oposição entre a França e a Espanha O reino de Nápoles Até 1442 o reino de Nápoles pertenceu à família francesa de Anjou. 1442 passa para a família Aragão da Espanha, sob o rei Alphonso V. 1480 com a morte de Réné d’Anjou os direitos da casa Anjou passam para as mãos do reino francês de Carlos VIII. Primeira Guerra 1494-1497: Carlos VIII Segunda Guerra 1499-1500: Luis XII Valois e Visconti (avó) toma o ducado de Milão Terceira Guerra 1500-1504: Luis XII ( armisticio de Lyon) extensão do papado e atribuição do reino de Nápoles à Espanha Quarta Guerra 1508-1513: Luis XII contra a republica de Veneza; perde tudo o que tinha na Itália Quinta Guerra 1515-1516: Francisco I O ducado de Milão Família Visconti Família Sforza O ducado de Milão Família Visconti Família Sforza Da Itália para a França Guerras de Francisco I (quinta guerra da Itália 1515-1516) Retomada do ducado de Milão – Piemonte, nas mãos dos Suíços (Maximilien Sforza). Rei da França Francisco I Papa Leão X Maximilien Sforza Casamentos Tratados de Paz França e Itália, representada pelo papa leão X e depois por Clemente VII Rei da França Francisco I Papa Leão X Clemente VIICasamentos Rei da França Francisco I Clemente VII- Papa Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Dote Melhores chefs de Florença 100.000 escudos 28.000 escudos em jóias Banquete de casamento Papero all’arancia Pollo al vino Cosommé Canard à l’orange Coq au vin Consommé Casamentos Rei da França Francisco I Clemente VII- Papa Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Diane de Poitiers Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Demoram 10 anos para terem o primeiro filho A partir de 1538 ameaça de repúdio. Apoiada por sua prima Diane de Poitiers e por seu marido. Tornam-se herdeiros diretos do trono após a morte do herdeiro Francisco (10 de agosto de 1536) Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Francisco II 1544-1560 Isabel (rainha da Espanha) 1545-1568 Carlos IX 1550-1574 Henrique III 1551-1589 Margarida 1553-1615 • Macarons Catarina de Médicis e a gastronomia • Uso de garfos (1574 Henrique III) • Mulheres à mesa • Escargot • Platina de Cremona em Francês • Cai em desuso o excesso de especiarias, os molhos com açúcar e ácidos Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Margarida 1553-1615 Henrique de Navarra 1572 Catarina de Médicis 1519-1589 Henrique II1519-1559 1533 Francisco II 1544-1560 Isabel (rainha da Espanha) 1545-1568 Carlos IX 1550-1574 Henrique III 1551-1589 Margarida 1553-1615 Margarida 1553-1615 Henrique de Navarra 1572 Problemas com a sucessão de Henrique III Primos Não conseguem ter filhos Inúmeros amantes para cada um dos cônjuges Disputas religiosas DIVORCIO Luis XIII 17 de dezembro de 1599 Maria de Medicis 1575-1652 Maria de Medicis Chefs italianos trazidos para a França Banquete de casamento • Foggia turchesa di sfoglia • Ris de veau • Frangipane Vol au vent Timo Frangipane Alta gastronomia francesa Conjunto de códigos Linguagem gastronômica Organizam as receitas Os nomes dos utensílios Os termos de cocção Criam uma “língua” gastronômica que é falada até hoje. Ex.: Ovos Pochés; chinois, fouet,... Organizam a “bagunça” criativa italiana de uma forma que todos compreendam e que não seja perdido com o assar do tempo Banquetes Modernos Volta dos guardanapos (século XVI) Uso de pratos vira uma regra Início do uso de garfos Cristal e prataria substitui o estanho e a cerâmina nas mesas Jogo de talheres com faca, garfo e colher ( século XVII) Facas passam a ter as pontas arredondadas Garfo se generaliza apenas no século XVIII Carne bovina e de porco para o povo Aves peixes e pão para a elite Luis XIV Luis XIII Ana da Áustria 1601-1666 Pratos harmônicos Evitar extravagância Ponte de prazer Livre da dietética A regência 1643 Mazarino Ana da Áustria 1601-1666 5 de setembro 1651 maioridade de Luis XIV 13 anos A fronda1648-1653 Contra a política fiscal Contra o poder crescente do rei Questionamento dos privilégios parlamentares Revolta da própria nobreza Rei sai vitorioso, mas sabe que deverá cuidar da nobreza Prince de Condé Versalhes Versalhes Versalhes Etiqueta Forma de controle da Nobreza Amigos perto e inimigos mais perto ainda Dividir para governar Sala dos espelhos O barroco O barroco O barroco Arte dos sentidos Conturbada, dúvidas após a reforma protestante a contra-reforma Não é lógico e métrico como o renascimento Luis XIV institui que a gastronomia é a única manifestação artística perfeita A bela-arte por excelência Única expressão artística a tocar os 5 sentidos Chefs são artistas e devem ser tratados com tais. O chef como artista Pensar na apresentação dos pratos Pensar nos sabores Pensar nos odores Tato e audição Visão Paladar Olfato Pensar na textura Marie-Antoine Carême Paris, 1784-1833 Apaixonado por arquitetura Pièces montées Volta a usar as idéias de Catarina de Medicis, fazem molhos leves que não ocultam o sabor dos alimentos Pièces montées Pièces montées Pièces montées Marie-Antoine Carême Cria a toque em 1821 Cria o serviço à la russe Marie-Antoine Carême L'Académie Culinaire de France Fundada em 1883 Publica o primeiro dicionário gastronômico em 1889 Organiza concursos http://www.academieculinairedefrance.com/ Patisseries Jules Gouffé Paris, 1807-1877 Primeiro livro completo de gastronomia Le Livre de Cuisine : comprenant la cuisine de ménage et la grande cuisine avec 25 planches imprimées en chromolithographie et 161 gravures sur bois dessinées d'après nature par E. Ronjat, Paris, L. Hachette, 1867 500 receitas Livro em duas partes: iniciantes ou cozinha cotidiana pratos complexos Jules Gouffé Le Livre de Cuisine : comprenant la cuisine de ménage et la grande cuisine avec 25 planches imprimées en chromolithographie et 161 gravures sur bois dessinées d'après nature Brillat de Savarin Jean Anthelme Brillat-Savarin nasce dia 22 de abril de 1755, falece 1 de fevereiro de 1826 Homem político “Fisiologia do gosto”, publicado 1825 anonimamente Considerado um dos textos fundadores da gastronomia Trata dos prazeres da mesa Gastronomia e prazer como uma ciência A Alimentação contemporânea Aula IX 1776 d.C Declaração de Independência dos EUA. Revolução francesa 1789 d.C 1808 d.C. Começam os movimentos de independência nas colônias espanholas sul-americanas.Corte portuguesa chega ao Brasil fugindo de Napoleão Gottlieb e Daimler produzem o primeiro carro movido a gasolina 1885 d.C 1900 d.C. População mundial: 1.550.000 I-Guerra mundial 1914 d.C. 1917 d.C. Revolução Russa Fim da I-Guerra mundial 1918 d.C. 1939 d.C. Hitler invade a Polônia: começa a Segunda Guerra Mundial Época Contemporânea A revolução francesa 14 julho 1789 queda da bastilha Até 1799 Napoleão Ascensão da burguesia Crise financeira População paupérrima 1ºestado 3ºEstado Nobreza e Clero Povo Burguesia REI O terror 1792 guerra contra a Áustria Massacres de setmebro Luis XVI 23 agosto 1754 - 21 janeiro 1793 Maria Antonieta 2 novembro 1755 – 16 outubro 1793 O terror A vitória burguesa 1799 Napoleão Burguesia é a grande vencedora Liberdade, Igualdade e fraternidade Não é mais o nascimento que define o papel social É o dinheiro A liberdade dos chefs: os restaurantes Barracas na frente da guilhotina Primeira idéia de se comer fora de casa Idéia de venda de status Venda do serviço prestado antes aos reis e nobres nos palácios Vender àqueles que podem pagar a sensação de serem reis ou nobres por um dia Bares que vendem bebida e comidas simples e baratas Sem conforto algum Para os viajantes Os restaurantes como em Versalhes Le train bleu Sala dos espelhos Os restaurantes como status Le canard do La tour d’argent Le canard do La tour d’argent A belle époque: as mesas A belle époque: as mesas Século XIX: Paris conta com 1.500 restaurantes e mais de 20.000 cafés “la ville unique au monde” Guide Michelin Guia Michelin Brasil 2016 http://www.viamichelin.com/web/Restaurants/Restaurants-Brazil Bib Gourmand: 25 restaurantes 1 estrela: 16 restaurantes 6 no Rio de Janeiro e 10 em São Paulo 2 estrelas http://www.viamichelin.com/web/Restaurants/Restaurants-Brazil A belle époque Grandes boutiques Spas Hotéis Galeries Lafayette Auguste Escoffier Villeneuve-Loubet, 1846-1935 13 anos trabalho com seu tio no Petit Moulin Jovem vai trabalhar no cassino de Monte Carlo Cesar Ritz Hotel Ritz e Savoy Auguste Escoffier Chef de hotéis Inúmeros pratos ao dia Velocidade Perfeição Cozinha simples e sofisticada Pêche Melba Chef Artista e administrador Saber comprar Planejar menus Distribuir os trabalhos da cozinha Supervisionar Deve saber fazer todos os trabalhos Anos de estudo e trabalho Chef d’orchestre regente de uma sinfônica ( maestro) Setorização Especialização da atividade culinária em setores Interdepência da equipe e abreviaçãodo tempo de trabalho Garde-manger (frios e suprimentos de cozinha) Entremettier ( sopas, legumes e sobremesas) Rôtisseur ( assados, grelhados e fritos) Saucier ( molhos) Pâtissier ( pastelaria/massas) Renome 1971 2007 2009 1961 A Alimentação contemporânea Aula X A revolução industrial Cercamentos Êxodo Rural Povo nas cidades Miserável Revolução industrial • Entrada da mulher no mercado de trabalho • Entrada das crianças no mercado de trabalho • Jornadas de trabalho de 12 horas Adulteration Act 1860 Mortalidade cresce exponencialmente • Vegetais cobertos de cobre • Pão com pós de giz • Gim com ácido sulfúrico Adulteration Act Vigilância sanitária Marcas Rótulos Publicidade Os eletrodomésticos 1851: fogão á gas 1865: geladeiras para uso doméstico 1851 refrigerador para corredores de hospitais ( á vapor, compressão e expansão do ar frio) 1891: Fogão elétrico 1914: metalúrgicos fazem utensílios de cozinha substituindo o cobre por alumínio, níquel e metal inoxidável 1920: batedeiras e liquidificadores As cozinhas O fast food Cidades muito grandes Trabalhadores expulsos do centro Falta de tempo para voltar para casa para comer Comida barata, simples e rápida Mcdonaldização dos habitos alimentares - Desritualização da refeição - Simplificação e homogeneização dos processos culinários - Referência enfática ao tamanho e quantidade e não a qualidade (big e super na nomenclatura) - Atendimento com o mínimo de comunicação verbal - Mão-de-obra jovem - Alta rotatividade da mão-de-obra - Desumanização das relações - Refeição como mero abastecimento, esvaziamento dos elementos rituais, de comunicação e intercâmbio humanos. - Material descartável - Previsibilidade da refeição La Nouvelle cuisine Década de 60 Cozinha deve ser uma continuação da Natureza Os molhos devem realçar o sabor da comida Influência da cozinha asiática Formas de cocção mais leves Diminuição da gordura nos pretos La Nouvelle cuisine -Oposição às complicações desnecessárias -Redução nos tempos de cocção, uso do vapor -Uso de ingredientes frescos -Supressão de marinadas fortes para carnes e caça -Rejeição de menus extensos -Desaprovação de molhos pesados (uso de manteiga, limão e ervas frescas) -Interesse pelas cozinhas regionais e abandono da Haute Cuisine de Paris como única fonte de inspiração -Receptividade para novas técnicas -Preocupação dietética -Inventividade - Cuisine du Marché (produtos utilizados na sua melhor época) Paul Bocuse 30 de março de 2011: chef do século "Nunca se esqueça do bom produto. Sem bons ingredientes, não há boa cozinha" Paul Bocuse L’auberge (Lyon ) 3 estrelas desde 1965 "Se os senhores se referem à cozinha molecular, tenho o maior prazer em dizer que não a praticamos. Lamento também informá-los que ninguém come em museus nem vem aos meus restaurantes para comer as cortinas. Só existe uma culinária: a boa". Les troisgros Dinastia troisgros ( 4ª geração de chefs) Jean-Baptiste e Marie TroisGros 1935-Roanne Jean e PierreTroisGros 1957 “ les frères Troisgros” 1968 3 estrelas e 19/20 Gault-millau Les troisgros Dinastia troisgros ( 4ª geração de chefs) Michel Troisgros ( filho de Pierre) Cuisine Minceur -Baixa caloria ( 1970) -Evita cremes, manteiga, farinha e gordura -Ingredientes frescos Michel Gérad 77 anos "Inventando coisas novas, a gente consegue fazer pratos formidáveis que são equilibrados e pouco calóricos" Fusion 1970 Volta aos pratos tradicionais Junção da Nouvelle Cuisine com a cozinha tradicional Mescla de técnicas Chefs franceses em Nova York Mistura de várias tradições gastronômicas Mistura de ingredientes diversos Wolfgang Puck chef Austro-Americano Cozinha Molecular Desconstrução e remontagem de ingredientes e pratos Ingredientes frescos Novas texturas ESPANHA Cozinha Molecular Gastronomia Molecular: é o estudo científico dos processos químicos e físicos que ocorrem durante o cozimento. É possível criar novos métodos, técnicas e equipamentos, além de aperfeiçoar os já existentes. Cozinha Molecular: utiliza os conhecimentos descobertos da gastronomia molecular em seus pratos. falso caviar feito a partir de sódio e cálcio espaguetes feitos de legumes sorvetes preparados instantaneamente, congelados a partir da utilização do nitrogênio líquido. Objetivos da gastronomia molecular “coletar e investigar os antigos contos sobre culinária, modelar as receitas existentes e pesquisar sobre cada uma delas, introduzir novas ferramentas, produtos e métodos na culinária, inventar novos pratos utilizando o conhecimento destes três primeiros alvos, e usar os recursos dos alimentos para promover ciência.” Alginato É um sal orgânico derivado de carboidratos do tipo fibra. É extraído de algas marrons encontrados em mares e oceanos frios. É um hidrocolóide e agente geleificante Devido a suas propriedades químicas, o alginato reage com o cálcio (ou com outros elementos parecidos com o cálcio) o que resulta na formação da película que reveste as esferas resultantes da esferificação. É usado na indústria alimentícia como aditivo estabilizante para alterar a viscosidade em sorvetes, leite com chocolate, molhos de salada, glacês, e em outras variedades semelhantes, como geleificante em geléias e pudins, como agente de suspensão e espessante em sucos de frutas e outras bebidas, como estabilizante de espuma em cerveja, como emulsificante em molho (maionese). Técnicas Espumas O modo mais conhecido criado por Ferran é o que usa o sifão (garrafa de chantilly) com cartuchos de óxido nitroso (um tipo de gás). É feito um suco (de frutas, vegetais ou algum líquido com sabor) misturado com ágar/gelatina (ou creme de leite) colocado tudo dentro do sifão injeta-se o gás e está pronto. Só deve ter o cuidado para que não tenha nenhuma partícula no líquido usado que possa entupir os mecanismos do sifão. Segundo Lajús, pode ser servido como guarnição em qualquer tipo de prato, por exemplo uma espuma de laranja, de cenoura, etc... Geleificação Tem a propriedade de geleificar, ou seja, confere ao líquido a textura de gel, modificando a sua viscosidade, mas não é a mesma coisa que “gelatina”, possuem capacidades parecidas (propriedades geleificantes), mas do ponto de vista químico são diferentes. Também necessita de calor para uma melhor dissolução, entretanto, em temperatura ambiente já demonstra uma boa ação geleificante. Ou seja, caso fique fora da geladeira não derrete. É assim que pode ser feito o spaghetti de abacate, ou qualquer outro sabor, a geléia de cebola e a gelatina quente do chef Ferran Adrià Esferificação Seria como aprisionar um líquido qualquer numa esfera perfeita, porém, como isso é feito que está toda a graça. O alginato é dissolvido no líquido em que se pretende fazer as esferas, enquanto, o cloreto de cálcio é dissolvido em água. Assim, deve-se gotejar a mistura de alginato na água com cloreto de cálcio para formar as esferas. É assim que surge o caviar de cenoura, limão etc... Hervé This e Nicholas Kurti 1988: estudo químico e físico 14 de maio de 1908 - 24 Novembro de 1998 Chefs Ferran Adrià, El bulli, Rossas, Espanha Heston Blumenthal do Fat Duck, em Bray, Inglaterra Pierre Gagnaire de seu restaurante em Paris, França Slow food Piemonte Turim Carlo Petrini em 1986 Associação internacional sem fins lucrativos em 1989. Atualmente conta com mais de 100.000 membros e tem escritórios na Itália, Alemanha, Suíça, Estados Unidos, França, Japão e Reino Unido, e apoiadores em 132 países. O princípio básico do movimento é o direito ao prazer da alimentação, utilizando produtos artesanais de qualidade especial, produzidos de forma que respeite tanto o meio ambiente quanto as pessoas responsáveis pela produção, os produtores. Slow food “Acreditamos que todos têm o direito fundamental ao prazer de comer bem e consequentemente têm a responsabilidade de defender a herançaculinária, as tradições e culturas que tornam possível esse prazer. O slow foodsegue o conceito da ecogastronomia, reconhecendo as fortes conexões entre o prato e o planeta. Bom, limpo e justo: é como o movimento acredita que deve ser o alimento. O alimento que comemos deve ter bom sabor; deve ser cultivado de maneira limpa, sem prejudicar nossa saúde, o meio ambiente ou os animais; e os produtores devem receber o que é justo pelo seu trabalho. Somos Co-produtores e não simples consumidores, pois tendo informação sobre como nosso alimento é produzido e apoiando efetivamente os produtores, nos tornamos parceiros no processo de produção. “ http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/13/29/ Tendências contemporâneas Chefs famosos e marketing Facilitação do trabalho doméstico Complexificação do trabalho nos restaurantes Núcleos familiares reduzidos porções individuais Hábitos alimentares familiares estão perdendo a importância na constituição do gosto Dessacralização das refeições em família Comer ato solitário Busca por raízes Aula XI A gastronomia nacional Aula XI Início Difícil tratar de algo geral diferenças regionais sociais Ocidentalização da cultura nacional Revisão do ser brasileiro Movimento modernista na primeira metade dos anos 1920 Movimento antropófago, 1928 Tentativa de achar a expressão nacional e parar de se ver o brasileiro como europeus deslocados movimento regionalista de 1930 romances de 1930 Definição da alimentação brasileira junto com o que é brasileiro. Três “raças” teoria as miscigenação ( Gilberto Freyre, 1933) Para Câmara Cascudo: entre os séculos XVI e XVIII formou-se o substrato da cozinha nacional Aula I: A alimentação portuguesa no século XVI O que se comia no reino Primeiro livro de receitas de Portugal -> Livro de cozinha da infanta D. Maria 1565 ->Portugal, o casamento de D. Maria de Bragança (Lisboa: 1538 - Parma: 1577) com Alexandre Farnese (Roma: 1545 - Arras: 1592), tornando-se a Infanta D. Maria, filha do Infante D. Duarte e neta do rei D. Manuel I, Princesa de Parma e Piacenza. Livro de Cozinha da Infanta D. Maria, documento manuscrito atualmente na Biblioteca Nacional de Nápoles, com a referência I-E-33. Composto por várias receitas de culinária, acrescidas de receitas diversas para uso doméstico. Divididas em cadernos, as receitas são agrupadas por categorias: carne, ovos, leite e conservas. Informações apenas sobre a nobreza Consumiam: carnes, peixes, frutas e legumes Pão branco Comer bem era comer muito Povo provavelmente com carências: produtos e quantidades Consumo excessivo de cereais e vinho Pão meado, terçado ou quartado Carnes: porco e aves Peixes: sardinha Alimentação quinhentista como a medieval A medicina Hipocrática Hipócrates: Médico grego 460 a.C e 370 a.C Os 4 humores: Sangue Bile Bile Negra Fleuma Dieta para os doentes e saudáveis para harmonizar os humores Galeno Romano Século II d.C As especiarias Carda momo Coriandro Canela Cravo Pimenta do reino Gengibre Noz moscada Açúcar Remédio essencial Para aquecer o sangue Xaropes “COMO UM BOTICÁRIO SEM AÇÚCAR” Especiaria Universal geleias, conservas, gelatinas, bolos, licores de acordo com Brillat de Savarin “ só ao bolso o açúcar fazia mal” Pão A verdadeira mudança na alimentação portuguesa ocorreu no século XVIII, com o estabelecimento dos produtos chegados da Ásia e da América. Até o século XVIII manteve-se a trilogia: pão, vinho ( 2L por pessoa/dia) e carne. Lisboa no século XVI: especializada em pães, pastéis e bolachas 170 forneiras 782 padarias Mil mulheres vendedoras de pães Tipos de pães: Branco, meados, terçados, quartados Fogaças -> cozidas sobre as cinzas Pão de calo -> doce Pão de leite Papas, sopas , açordas e migas Papa de pedaços de pão refogados em carne de porco, banha, toucinho e alho Papa de miolo de pão ensopado com caldo, temperado com azeite e alho O povo Pão preto de cereais Sopas e farinhas O século XVI, segue o esquema do final da Idade Média marcado pela fome O povo tem uma má alimentação, consumindo caldos e farinhas As sopas e caldos são até hoje bases alimentares portuguesas (caldo verde) Farinhas eram feitas de lentilha, grão-de-bico, de milhete e de castanha Pães de centeio e aveia Sopas e caldos Até o século XVIII Sopas grosseiras e mingaus Feitos da mistura de cereais , como trigo, fécula, milho miúdo, aveia e arroz com caldo quente de verduras. Acréscimo de grãos: lentilhas, favas, ervilhas e grão-de-bico Alguns ovos Pouca carne fresca Carne Classes abastadas, sinal de riqueza Vitela, vaca, carneiro, cabrito, porco, javali, coelho, lebre, veado, aves domésticas, aves de caça. Carne era adquirida pela caça, mas também em feiras e mercados. Peixes Consumidos por ricos e pobres Grande parte dos gastos dos monastérios: 50,6% da renda gasta no monastério de Alcobaça Razões religiosas De acordo com uma lenda, esta abertura destinava-se ao controle do peso dos monges. A estreita porta, ao contrário do que se pensa, servia como meio de ligação para com o exterior do mosteiro, para passar refeições aos pobres, e não para controlar o peso ou gordura dos frades. Os danos causados pela transformação em 1840 do Refeitório num teatro (com 301 lugares, dos quais 120 nas galerias e 5 camarotes) foram remediados durante a sua restauração. Gorduras Banha Manteiga Azeite Toucinho Mais pobres Condimentos Agraço ( suco de uva verde), água de flor de laranjeira, água de rosa, alcaparra, alho, cebola, limão, sal, vinagre, manjericão, coentro, erva-doce, funcho, louro, salsa, tomilho e especiarias ( açafrão, canela, cravo, gengibre, noz-moscada e pimenta do reino) Vegetais Abóbora, agrão, alcachofra, alface, aspargo, berinjela, beterraba, cebola, cenoura, chirória, cogumelos, couve-flor, couves em geral, ervilha, espinafre, feijão branco, frade, verde, lentilha, nado, rabanete e repolho. Sendo guarnições, consumidos em sopa ou tortas Sempre cozidos Não se comia saladas Açúcar FRUTAS Ameixa, amora, cereja, cidra, damasco, figo, ginja, groselha, laranja, limão, maçã, marmelo, melancia, melão, morango, pêra, pêssego, tâmara, uva e frutos secos: amêndoas, nozes e pinhões. Açúcar de cana Consumo exagerado-> produção na ilha da madeira seguida pelo Brasil Compotas, geléias Pastas, marmeladas, peradas, frutas cristalizadas Conventos Viciados em doces Livro de D. Maria 4 receitas de doces de vos 7 de doces de leite 24 conservas de frutas De acordo com os livros de contas, o palácio real, em 22 dias gastava em média 1364 ovos ( 113 dúzias) Marmeladas: presentes Guardadas em caixas de madeira 40 carpinteiros em Lisboa, no século XVI, especializados em caixas de marmelada. 20.000 caixas por ano. À mesa Duas refeições ao dia: jantar e ceia jantar entre 10:00 e 11:00 ceia 18:00 e 19:00 Não havia lugares específicos para as refeições, as salas de jantares só aparecem no século XVIII Todos comiam em casa Tabernas para viajantes Comida de rua aletria, confeitos, arroz, arroz doce, frutas secas e frescas, pão, pastéis, peixes fritos, tripas cozidas e sardinhas assadas Aletria Região do douro, substitui o arroz doce no Natal Árabe al-irtiâ massa No "Libre de sent soví" de autor anonimo e escrito em catalão no século XIV, há uma referência a "alatria" em duas receitas de origem árabe, numa delas a aletria era cozinhada em leite de amêndoas e mel. Alheira Segundo a tradição, este enchido terá sido criado por cristãos novos que, em segredo, continuavam a guardar costumes do judaísmo renegado, a fim de dar a entender a toda a sociedade que eram cristãos assumidos e bem integrados. Lingüiça em que a carne de porco era substituída por aves Ingredientes: aves, pães, azeite, banha e alho Influências religiosas consumo excessivo de porco Portugueses após as navegações Trazem novos produtos à Europa e ao Mundo Fazem uma globalização gastronômicaque chegou ao Brasil médico Garcia d’Orta, cristão que se estabeleceu em Goa no século XVI e constituiu um grande pomar Formar um mercado consumidor Sabores apresentados aos índios com fins sedutores: sal açúcar carnes de animais domésticos ( porco e gado bovino) rapadura água ardente Inicialmente dados como brindes A galinha A Frota de Pedro Álvares Cabral trazia galinhas Pelo que parece alguns exemplares foram dados aos índios “ mostraram-lhes (aos índios) uma galinha, quase tiveram medo dela: não queriam pôr a mão; e depois a tomaram como que espantados” Pero Vaz de Caminha. Vão criar galinha apenas para vender aos brancos Não gostam de comer esses animais Influência no Brasil Consumo de cebola, alho e coentro Vísceras e carne de porco Assados, cozidos e fritos Sopas e caldos Fornos romanos : pastelões e empadas AÇÚCAR Conservas Excesso de doce Sistema Misto Pela falta de abastecimento de produtos europeus e pela entrada no interior das terras brasileiras, os portugueses começam a substituir os produtos da terra natal pelos brasileiros. Mantêm as técnicas clássicas portuguesas, mas substituem os produtos Pão feito de farinha de mandioca. Pirões e vatapás como substitutos das açordas e migas Assados e guisados originam as moquecas e os molhos Argumento da mestiçagem Forma de ocultar a submissão dos outros povos Houve uma formação pelo sufocamento da base indígena Africanos, enquanto escravos não possuíam liberdade de ter seus usos e costumes Difícil tratar do que é a cozinha brasileira Cozinha brasileira é um termo artificial, pois mesmo a definição de brasilidade é artificial Bibliografia BELLUZO, Rosa Machado de Assis: relíquias culinárias, ed. UNESP, 2010. Nem garfo nem faca: a mesa com cronistas e viajantes, ed. Senac, 2010. BOCATTO, A. e LELLIS, F. Os banquetes do Imperador | Menus colecionados por Dom Pedro II - Receitas e Historiografia da Gastronomia no Brasil do século XIX , ed. Senac, 2014 BRAGA, Isabel M.R. M.D. Sabores do Brasil em Portugal, ed. Senac, 2010. CASCUDO, Luiz Câmara História da alimentação no Brasil , ed. Itatitaia, 1983 DÓRIA, Carlos Alberto Formação da Culinária brasileira: escritos sobre a cozinha inzoneira, ed. Três estrelas, 2014. HAMILTON, Cherie Yvonne Os sabores da lusofonia - Encontros de culturas | Angola; Brasil; Cabo Verde; Goa; Guiné-Bissau; Macau; Moçambique; Portugal, Açores e Madeira; São Tomé e Príncipe; Timor-Leste, ed. Senac, 2005. MONTANARI, Massimo Comida como cultura, ed. Senac, 2008 MONTANARI, Massimo (org.) O mundo na cozinha: história, identidade, trocas, ed. Senac, 2009 PINTO e SILVA, Paula Farinha, feijão e carne-seca:um tripéculinário brasileiro, ed. Senac, 2005. RODRIGUES, Domingos Arte de cozinha | Alimentação e dietética em Portugal e no Brasil (séculos XVII-XIX), ed. Senac, 2004. As cozinhas indígena e africana Aula XII Povos indígenas Homem Tupinambá Albert Eckhout 1643 Os primeiros séculos de ocupação do território pelos europeus e, depois, por seus descendentes foram um longo período de dizimação dos mais de mil grupos indígenas, reduzidos a pouco mais de duas centenas no Brasil atual. Antropologia evolucionista Integração de povos com níveis de desenvolvimento distintos, há sempre um dominador Sendo o dominador aquele que dispõe de mais recursos tecnológicos O substrato indígena pré-Cabral De maneira geral: Os Tupi-guaranis, da Bacia do Prata até as imediações de São Paulo: adotavam o uso do milho, por influência dos povos andinos Os Tupinambás, no norte, usavam a mandioca. Dieta com duplo padrão de carboidrato Dieta pobre em proteínas e rica em carboidratos Nenhum tipo de gordura animal Gordura apenas de vegetais oleaginosos: sementes de girassol e amendoim O mito da mandioca O mito da mandioca Lenda de Mani Couto Magalhães, 1876 "Em tempos idos, apareceu grávida a filha dum chefe selvagem, que residia nas imediações do lugar em que está hoje a cidade Santarém. O chefe quis punir no autor da desonra de sua filha a ofensa que sofrera seu orgulho e, para saber quem ele era, empregou debalde rogos, ameaças e por fim castigos severos. Tanto diante dos rogos como diante dos castigos a moça permaneceu inflexível, dizendo que nunca tinha tido relação com homem algum. O chefe tinha deliberado matá-la, quando lhe apareceu em sonho um homem branco que lhe disse que não matasse a moça, porque ela efetivamente era inocente, e não tinha tido relação com homem. Passados os nove meses, ela deu à luz uma menina lindíssima e branca, causando este último fato a surpresa não só da tribo como das nações vizinhas, que vieram visitar a criança, para ver aquela nova e desconhecida raça. A criança, que teve o nome de Mani e que andava e falava precocemente, morreu ao cabo de um ano, sem ter adoecido e sem dar mostras de dor. Foi ela enterrada dentro da própria casa, descobrindo-se e regando-se diariamente a sepultura, segundo o costume do povo. Ao cabo de algum tempo, brotou da cova uma planta que, por ser inteiramente desconhecida, deixaram de arrancar. Cresceu, floresceu e deu frutos. Os pássaros que comeram os frutos se embriagaram, e este fenômeno, desconhecido dos índios, aumentou-lhes a superstição pela planta. A terra afinal fendeu-se, cavaram-na e julgaram reconhecer no fruto que encontraram o corpo de Mani. Comeram-no e assim aprenderam a usar da mandioca." Mito Tenetehara Mandioca Tudo era utilizado: Retiravam o suco venenoso (ácido prússico) e da massa prensada resultava o beiju Do amido faziam a goma e o polvilho Torravam a massa para fazer a farinha de guerra Eckhout, A mandioca Tipiti Tucupi Preparação da mandioca Hans Staden, Duas viagens ao Brasil, 1525 - 1579 Beiju Comidos pela manhã Regados com mel de pau ou silvestre Substituía os bolos e pães Pero Magalhães Gandavo ( 1570-1583) Minga’ú “comida gosmenta” tupi Pirão União das bases portuguesas caldos quentes ( verduras, peixes, carnes) Com os produtos indígenas farinha de milho ou mandioca Sem sermos redutores Inúmeras variedades de mandioca: hoje em dia 10 Diversas variedades de vegetais em geral: bananeiras, abio, pupunha, mapati ou purumã, sapota, abacaxis, araçapeba, caju, cacau, cupuaçu, biribá, batata-doce, ariá e cará. Trabalho de seleção: abio selvagem 30g, nas tribos 1,8kg. abio Mapati ou purumã Sapota Araçapeba Biribá AriáCará Espécies nativas Em oposição ao discurso do colonizador as sociedades indígenas tinham uma agricultura muito desenvolvida Indíos da colônia Brasilis, Debret Alimentos básicos em geral Apesar das diferenças entre as tribos Mandioca Peixe Carne de caça Insetos Frutas Naturais Dissolvendo as polpas em água Alimentos secundários: Milho batata-doce cará feijão abóbora cacau Alimentos citados pelos europeus Carnes Antas, capivaras, cutias, emas, veados, cobras, lagartos, tartarugas e seus ovos, gafanhotos, formigas , sapos e ratos Frutas e plantas Abacaxi, açaí, araçá, bacaba, bacuri, caju, castanha-do-pará, curiti, guabiroba, juçara, mangaba, mucajuba, pacova, puçá, pupunha, sapucaia, cupá Peixes Peixe-boi, pirarucu e outros ( água doce ou salgada) “O índio possuía o cardápio que estava ao alcance do seu arpão ou da sua flecha” Oswaldo Orico Fernão Cardim – jesuíta 1549 - 1625 Naturalmente essa alimentação foi considerada horrível pelos colonizadores Rugendas, chasse au tigre, XIX Farinhas Peixes Hans Staden, Duas viagens ao Brasil, 1525 - 1579 “lançam-nos com entranhas e tudo ao fumeiro para assá-los [...] quando querem comer, tiram a pele do peixe, secam-na ao sol, pisam-na em um almofariz, reduzem-na a pó, com que fazem seus mingaus” Yves d’Evreux, Viagem ao norte do Brasil nos anos de 1613 a 1614 Piracuí, consumida nas entressafras Mingaus ou mindipiró Simão de Vasconcelos Notícias curiosas e necessárias sobre as cousas do Brasil, séc. XVII Técnicas de cocção: Assados Johann Moritz Rugendas, Índios cozinhando a caça Técnicas de cocção Assado Cozido