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Universidade Federal da Paraíba Centro de Ciências da Saúde Departamento de Ciências Farmacêuticas Disciplina: Atenção Farmacêutica Casos clínicos João Pessoa –Setembro de 2018 Casos clínicos CASO 1 - Joana, 68 anos, negra, do lar, sobrepeso, sedentária e com histórico de AVE. · Avaliação De acordo com os resultados dos exames, a paciente não apresenta hipertensão e dislipidemia controladas, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresenta dificuldade na adesão ao tratamento. Apresenta doença renal, neste caso a Hidroclorotiazida e a sinvastatina não se enquadram adequadamente ao tratamento. Meta terapêutica: para o LDL < 50mg/dL, para a hipertensão (risco muito alto): 130/80. · Plano de cuidado Encaminhamento ao médico É sugerido que haja a troca de hidroclorotiazida por furosemida, devido a doença renal. Que também haja troca da sinvastatina por atorvastatina, já que a paciente apresenta doença renal e precisa de um tratamento intensivo para alcançar a meta de LDL. Retirar o captopril, já que a paciente é negra e o medicamento pode não apresentar eficácia. Aumentar a dose do atenolol. Acompanhar o paciente. Sugerir tratamento não-farmacológico: exercício, alimentação controlada, etc. CASO 2 – Isabel, 70 anos, previamente hipertensa e dislipidêmica. · Avaliação De acordo com os resultados dos exames, a paciente não apresenta hipertensão e dislipidemia controladas, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresenta risco moderado para hipertensão e risco baixo para a dislipidemia. Meta terapêutica: para hipertensão 140/90 e para TG é <150. · Plano de cuidado Sugerir mudanças no estilo de vida: controlar alimentação, praticar exercícios físicos, etc. Adicionar fibrato durante 3 meses. Acompanhar paciente e ver resposta. CASO 3 – Roberto, 59 anos, hipertenso, tabagista e dislipidêmico. · Avaliação De acordo com os resultados dos exames, o paciente não apresenta hipertensão controlada. O colesterol total e triglicerídeos também estão fora da meta terapêutica. Apresenta risco moderado para a hipertensão e sua meta terapêutica é de 140/90. A meta terapêutica para o colesterol total é <190 e triglicerídeo é 150. · Plano de cuidado Sugerir a retirada do omeprazol e analisar se há realmente a necessidade do seu uso. Sugerir o uso de sinvastatina à noite. Sugerir a troca do atenolol pelo anlodipino, já que o atenolol aumenta os níveis de triglicerídeos. Sugerir a adição do AAS como profilático. Após alguns encontros, sugerir a cessação tabágica. CASO 4 – Paulo, 70 anos, branco, solteiro, previamente hipertenso, dislipidêmico e diabético. · Avaliação Paciente com problema na adesão ao tratamento Apresenta desconforto gástrico Pressão fora da meta terapêutica a meta terapêutica é de 140/90 · Plano de cuidado Sugerir a adição do omeprazol para tratar o desconforto gástrico causado pelo AAS. Sugerir a retirada gradual da Clodinida, já que essa causa hipertensão rebote quando não há uma boa adesão. Indicar a substituição desta por espironolactona. Sugeria a utilização da sinvastatina no horário adequado, á noite. Acompanhar paciente e informar a necessidade de se ter uma boa adesão ao tratamento. CASO 5 – Augusta, 69 anos, branca, casada, hipertensa. · Avaliação Paciente se queixa de inchaço, efeito adverso do anlodipino. Diante dos resultados do segundo exame a paciente está com a pressão controlada. · Plano de cuidado Encaminhamento ao médico para uma possível troca de anti-hipertensivo. Sugerir a troca do anlodipino, que está causando o inchaço, pelo hidroclorotiazida. CASO 6 – Mauro, 55 anos, branco, solteiro, hipertenso. · Avaliação Paciente encontra-se em emergência hipertensa Pressão totalmente descontrolada: 200/12 · Plano de cuidado Emergência hipertensa: chamar o SAMU, alto risco de ter uma parada cardíaca. Sugerir a substituição da Clonidina, já que esta não é a primeira linha de escolha para o tratamento da hipertensão e pode ter sido a causa da emergência hipertensa devido a sua hipertensão rebote. CASO 7 – Homem, 67 anos, negro, desempregado, casado. · História previa de Diabetes e ICC · IMC= 30,5 ( 1 kg acima do peso) · Média da PA= 119/83 · Média dos bpm= 62,3 (valores normais são entre 60-100) Avaliação e plano de cuidado Segundo a avaliação dos dados objetivos, a Pressão arterial (PA) A e os batimentos por minuto (bpm) estão dentro dos valores normais. Paciente queixou-se que não tinha pressão alta e por isso não precisava tomar o Lisinopril e o Carvedilol. A partir disto, verificou-se que o paciente não sabia o porquê de estar fazendo uso destes medicamentos, e então foi explicado ao mesmo a importância do uso desses medicamentos para regular a pressão arterial em pessoas que tem ICC. Foi explicado também ao paciente que a tontura e a pressão baixa podem ser devido ao uso dos 3 medicamentos para reduzir a pressão (Carvedilol, Espironolactona e Lisinopril) e que irá encaminhar ao médico um relatório para análise da possível retirada do Lisinopril, visto que este não é muito eficaz em negros e também informando a queixa do paciente referente ao alto valor desse medicamento. Encaminhamento ao médico Paciente em uso de Carvedilol 6,25 mg 12/12h, Lisinopril 20 mg 24/24h e Espironolactona 25 mg 24/24h para controle da ICC, se queixa de episódios de hipotensão durante a semana. Encaminho para reavaliação médica e possível retirada do Lisinopril (IECA), visto que o paciente está apresentado hipotensão, que pode ser devido a utilização de três medicamentos para reduzir a pressão, também devido à essa classe de fármacos apresentar eficácia reduzida em negros e porque o paciente se queixa do alto valor desse medicamento. CASO 8 – Mulher, 42 anos, casada, analfabeta. Queixas: Não sabe pra que servem, nem como tomar os medicamentos. Diz que não vai tomar o Enalapril nem a Atorvastatina, pois segundo uma amiga são medicamentos para pressão alta e colesterol alto, e ela não tem essas doenças. Avaliação e Plano de Cuidado Informar a paciente acerca dos medicamentos que foram prescritos, para que servem e porquê é necessário que ela os tome. Pedir pra paciente voltar ao consultório trazendo todas as caixas dos seus medicamentos, para que ela possa ajudá-la a identificá-los na hora de tomá-los. Método para melhorar adesão do tratamento de uma paciente analfabeta Identificar cada caixa de um tipo de medicamento com uma cor diferente Clopidogrel 75 mg/d Carvedilol 3,125 mg 2x/d Enalapril 5 mg 2x/d AAS 100 mg/d Atorvastatina 80 mg/d Posologia Tabela com: · Identificação do medicamento pela cor · Identificação do horário a ser tomado através de símbolos: nuvem (tomados pela manhã), sol (tomados a tarde) e uma lua (tomados a noite). · A quantidade de medicamentos é simbolizada por traços na vertical. Medicamento Cor Manhã Tarde Noite Clopidogrel 75 mg/d I Carvedilol 3,125 mg 2x/d I I Enalapril 5 mg 2x/d I I AAS 100 mg/d I Atorvastatina 80 mg/d I CASO 9 – Homem, 63 anos, branco, casado, desempregado. Avaliação e plano de cuidado Média da PA= 155/128 IMC= 39,7 kg/m2 O paciente apresenta alto risco cardiovascular. Foi observado que o paciente não sabe pra que servem os medicamentos prescritos, então foi explicado ao paciente o porquê da utilização de todos os medicamentos, e a importância de se tomá-los de forma adequada, ainda mais porque segundo a medida da sua PA no consultório, sua pressão arterial está elevada, pois o paciente não está tomando os seus medicamentos. É necessário também uma terapia não farmacológica, como a realização de atividades físicas regulares, redução de peso e uma mudança na alimentação. O exame apresentado pelo paciente é antigo, então foram requeridos novos exames e o retorno do paciente no consultório para que assim seja feita uma melhor análise da sua condição de saúde e melhor acompanhamento farmacoterapêutico. CASO 10 – Homem, 78 anos, negro, viúvo. Avaliação e Plano de cuidado Média da PA= 119/85 (dentroda meta terapêutica) Informar ao paciente que segundo os estudos, o medicamento Metoprolol mostrou-se seguro para pessoas com DPOC e que esse cansaço (dispneia) é uma reação comum desse medicamento e que só acontece início do tratamento e tende a diminuir com o tempo de uso da medicação, e caso esse cansaço não passe com o tempo de uso, que o paciente volte a procurar o farmacêutico para uma melhor análise da situação. Encaminhar ao médio relatório para análise da possível retirada do Enalapril (IECA) visto que esta classe de fármacos não é muito eficaz em negros e que o paciente já faz uso de muitos medicamentos para controle da PA. CASO 11 – Gilberto, 40 anos, pardo, casado, hipertenso. · Avaliação: De acordo com a aferição da pressão, o paciente não está com a hipertensão controlada, ou seja, está fora da meta terapêutica. Porém, tem adesão ao tratamento e faz dieta alimentar. Apresenta risco alto. A meta terapêutica é < 130/80 mmHg. · Plano de cuidado: Encaminhamento ao médico. Sugerir administração de Miosan 5mg 3x/dia, já que o ibuprofeno diminui a eficácia do Hidroclorotiazida. CASO 12 – Izidoro, 70 anos, branco, casado, hipertenso. · Avaliação: De acordo com a aferição da pressão, o paciente não está com a hipertensão controlada, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresenta sobrepreso. Apresenta risco baixo. A meta terapêutica é <140/90 mmHg. · Plano de cuidado: Encaminhamento ao médico. Sugerir a adição do Anlodipino (bloqueador de canais de Ca) 5mg 2x/dia e retirada do Enalapril. Adesão a tratamento não farmacológico: atividade física e dieta restrita. CASO 13 – Jacir, 66 anos, hipertenso, dislipidêmico, possui doença arterial coronariana e gota. · Avaliação: De acordo com a aferição da pressão, o paciente não está com a hipertensão controlada, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresenta risco alto. A meta terapêutica é < 130/80 mmHg. · Plano de cuidado: Encaminhamento ao médico. Sugerir a retirada do Carvedilol 12,5 mg, visto que é um anti-hipertensivo que aumenta triglicerídeos. Sugerir também a troca de Hidroclorotiazida por Furosemida (o Hidroclorotiazida também corre o risco de aumentar triglicerídeos). CASO 14 – Antunes, 72 anos, hipertenso, dislipidêmico, diabético, possui hipotireoidismo e infarto do miocárdio. · Avaliação: De acordo com a aferição da pressão, o paciente não está com a hipertensão e dislipidemia controladas, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresente peso acima da média. Risco é muito alto. A meta terapêutica para hipertensão é < 130/80 mmHg. A meta terapêutica para LDL é < 50 mg/dl. · Plano de cuidado: Encaminhamento ao médico. Sugerir a troca de Hidroclorotiazida por Furosemida (o Hidroclorotiazida também corre o risco de aumentar triglicerídeos). Adicionar Atorvastatina 40 mg. Sugerir também adesão a um tratamento não farmacológico: prática de exercícios físicos e dieta restrita. CASO 15 – Alberto, 85 anos, viúvo, autônomo, com historia prévia de hipertensão, diabetes, IAM. · Avaliação: De acordo com a aferição da pressão, o paciente não está com a hipertensão controlada, ou seja, está fora da meta terapêutica. Apresente peso acima da média. Apresenta risco alto. A meta terapêutica é < 130/80 mmHg. · Plano de cuidado: Encaminhamento ao médico. Sugerir a adição de Furosemida como anti-diurético para auxiliar no tratamento da hipertensão. Sugerir também a troca da Rosuvastatina por Atorvastatina 40mg. CASO 16 – Mulher, 60 anos, casada, hipertensa. Avaliação e plano de cuidado Média da PA= 130/86 (dentro da meta terapêutica) Solicitar a realização de exames o mais rápido possível para verificar as taxas de colesterol, LDL, HDL e TG e assim fazer uma melhor análise da condição clínica. CASO 17 – Luiz, 50 anos. · Avaliação Os exames mostram que a dislipidemia do paciente está controlada Paciente deseja suspender o bezafibrato · Plano de cuidado Como o paciente se queixa da dificuldade em conseguir o bezafibrato e as taxas estão boas, sugiro a retirada do bezafibrato, juntamente com o acompanhamento do paciente. Mais um motivo para a sugestão de retirada do bezafibrato é que este, juntamente com uma estatina, não tem benefício para eventos cardiovasculares. Além de que bezafibrato com a sinvastatina aumenta o risco de miopatia. Sugerir a cessação tabágica após algumas consultas, quando o paciente já estiver um pouco mais à vontade. CASO 18 – Maria, 65 anos, plano personalizado. Levotiroxina em jejum - 1 hora antes do café da manhã Omeprazol em jejum - meia hora antes de comer Glibenclamida - tomar junto às refeições Metformina - 30 min antes das refeições Hidroclorotiazida - tomar pela manhã Losartana - tomar pela manhã Atenolol - 2 horas antes ou depois das refeições Aspirina - depois de uma refeição Sinvastatina tomar a noite - após o jantar por exemplo Café da manhã Almoço Janta A C D A C D A C D Levotiroxina X Omeprazol X Glibenclamida X X Metformina X X X Hidroclorotiazida Losartana X Atenolol X X Aspirina X Sinvastatina X A= ANTES; C=COM/MESMA HORA; D=DEPOIS
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