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Aula 01 - Peça processual

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DA FAZENA PÚBICA DO ESTADO DE MATO GROSSO.
 
 
 
 
 
 
MARIA DA SILVA, nacionalidade ..., estado civil ..., profissão ..., portadora do RG nº..., inscrito no CPF sob o nº..., endereço eletrônico ...,residente e domiciliada na rua ..., por seu advogado(a) que ao final subscreve, com endereço profissional constante do rodapé, local onde indica para receber as notificações e intimações de estilo ( procuração anexo), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência com base no art. 5, XLIX, da CF/88 e art. 948 do Código Civil Brasileiro, propor a presente
AÇAO INDENIZATÓRIA 
em face Do Estado de Mato Grosso, representado na pessoa de seu procurador, com sede...., pelos fatos de direito a seguir aduzidos:
 
I – DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA
Salienta, ainda, o Autor nos termos da Lei Federal nº 1060/50 e artigo 98 do Código de Processo Civil, que não possui condições financeiras de arcar com as custas processuais sem prejuízo do próprio sustento. E sobre a matéria já se decidiu que:
“A simples declaração de miserabilidade jurídica por
parte do interessado é o suficiente para a comprovação
desse estado, nos termos do art. 4º, § 1º da
Lei 1060/50(STF-RE 205.029-RS-DJU de 07.03.97)”
Requer e jaz jus, portanto, ao beneficio da GRATUIDADE DA JUSTICA.
 
II – DOS FATOS
Apolônio Silva foi encarcerado há três anos, pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º, do CP), em razão de decisão penal transitada em julgado proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, que o condenou à pena de doze anos de reclusão. 
Apesar das tentativas da Defensoria Pública de obter a ordem de soltura, Apolônio permaneceu preso, até que, no ano corrente, foi morto durante a rebelião que ocorreu no presídio em que estava acautelado. Durante a mesma rebelião, numerosos condenados foram assassinados a tiros, sendo certo que as armas ingressaram no local mediante pagamento de propina aos agentes penitenciários. 
Sua mãe, então autora, demonstrou que, ao tempo da prisão, ele era filho único, solteiro, sem filhos, trabalhador, e provia o seu sustento. Como Maria tem idade avançada e problemas de saúde, ela não tem condições de arcar com os custos do processo, notadamente porque gastou as últimas economias para proporcionar um funeral digno para o filho. 
III – DO DIREITO
A) DA RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO ESTADO
Apolônio, filho da autora, foi encarcerado há três anos, pela prática do crime de lesão corporal seguida de morte (Art. 129, § 3º, do CP), em razão de decisão penal transitada em julgado proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, sendo morto durante uma rebelião que ocorreu no presídio em que estava acautelado.
Embora o finado estivesse cumprindo uma pena é dever do Estado zelar por sua integridade física durante o período de encarceramento, conforme o Art. 5º, inciso XLIX da CRFB/88. Assi, com a morte de Apolônio durante a rebelião fica claro que o Estado descumpriu com seu dever constitucional, devendo assim ser responsabilizado por tal violação. 
Desta forma, ainda que a causa mortis não tenha sido diretamente causada por uma ação do ente público, este tem responsabilidade objetiva em reparar os danos, pois ocorre a incidência do Art. 37, § 6º, da CRFB/88, no qual é adotada a teoria do risco administrativo. Assim é evidente que em relação a morte de Apolônio, o Estado de Mato Grosso tem a responsabilidade objetiva de arcar com os danos a autora.
B) DO DANO MORAL
O filho da autora foi morto durante uma rebelião no estabelecimento prisional em que se encontrava. Durante a mesma rebelião, numerosos condenados foram assassinados a tiros, sendo certo que as armas ingressaram no loca mediante pagamento de propina aos agentes penitenciários.
Dito isto, deve se apreciar o dano moral causado a autora por causa da morte do seu filho. A indenização do dano moral tem o caráter não só de compensar a dor, mas também de penalização e prevenção para se evitar a reincidência. Tal indenização deve ser fixada levando-se em conta a situação econômica da autora, que dependia dos proventos do trabalho do seu filho.
Por fim, requer que seja concedido a autora uma indenização com base no dano moral sofrido pela morte do seu filho.
C) DO DANO MATERIAL
A autora dependia financeiramente do trabalho de seu filho, com sua morte, ela não tem como garantir meios para o seu próprio sustento, nasce disto o dever do Estado de lhe proporcionar um pensionamento da forma do Art. 948, inciso II, do Código Civil.
Ressalva que a autora ainda gastou as ultimas economias para proporcionar um funeral digno para o filho. O que gera a necessidade de ressarcimento por parte do Estado, em relação as despesas do funeral, de acordo com o Art.948, inciso I, do Código Civil.
Assim, requer que seja concedido a autora um pensionamento suficiente para garantir o seu sustento, e também que o Estado cubra os gastos com o funeral de seu filho.
                                       
IV – DOS PEDIDOS
Diante de todo o acima exposto, requer:
1. Seja determinada a citação da parte Ré, na pessoa de seu representante, no endereço retrocitado, para que, querendo, apresente contestação no prazo legal, sob pena de revelia nos moldes do artigo 344 do Código de Processo Civil, devendo acompanhar a presente até o final da sentença;
2. Seja julgada totalmente procedente a presente ação com a condenação do Réu pelo pagamento de indenização por danos morais e materiais, incluindo o pensionamento em decorrência da morte e despesas que a autora teve de arcar com o funeral, onde entendemos justo o quantum indenizatório no valor de R$ ..., caso entendimento contrario seja arbitrada por Vossa Excelência, com base na equidade como reparação e coercibilidade;
3. A concessão do benefício da assistência judiciaria gratuita por ser a Autora pobre na acepção legal do termo e não podendo custear o processo sem prejuízo da própria sobrevivência e de sua família;
4. Requer, finalmente, a produção de todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente documental.
V – DA AUDIENCIA
Deixamos a disposição da Ré, a alternativa de audiência de conciliação e mediação, com os requisitos dispostos no artigo 319, inciso VII do Código do Processo Civil, a fim de que o litigio seja resolvido de forma pacifica auferindo vantagem para ambas as partes.
Dá se a causa, para efeitos fiscais, o valor de R$ ....
                                         
Termos em que
Pede deferimento,
Local ..., Data...
Advogado
AOB/XX

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