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Lesão Renal Aguda

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Aline L Resende
Doutora em nefrologia pela USP
UNIRV - FACULDADE DE MEDICINA - CAMPUS APARECIDA DE GOIANIA
ABRIL 2018
LESÃO RENAL 
AGUDA
Síndrome caracterizada pela deterioração abrupta e
persistente da função renal, que resulta na incapacidade
dos rins em excretar escórias nitrogenadas e em manter a
homeostase hidreletrolítica.
LESÃO RENAL AGUDA
Mudança de nomenclatura visa destacar que a lesão renal 
acontece antes da perda de função e que as duas 
situações fazem parte de um continuum.
LRA - Aspectos epidemiológicos
• 1a 2% dos pacientes à admissão hospitalar;
• 5 a 10% das internações hospitalares;
30• a 40% das internações na unidade de terapia intensiva (UTI);
Forte• e positiva associação com a mortalidade (risco > 40 a 50%);
• Incidência tem crescido continuamente:
exames– , procedimentos e tratamentos clínicos e cirúrgicos mais agressivos,
progressivo– envelhecimento da população - comorbidades.
• Grupos de risco para desenvolvimento de LRA:
DOEN– ÇA RENAL PRÉVIA é um importante fator de risco (pode estar presente em até 30%
dos casos).
– Idosos, desnutridos, cardiopatas, hepatopatas, diabéticos, portadores de neoplasia maligna.
Os mecanismos fisiopatológicos e as etiologias das LRAs podem se sobrepor,
frequentemente, com mais de uma causa para LRA, em um mesmo paciente. Da mesma
forma, uma determinada etiologia, p. ex., sepse, pode causar LRA, por vários mecanismos
distintos.
FISIOPATOLOGIA
LRA PRE RENAL
Mais• frequente no departamento de emergência (60 a 75% dos casos);
• Resposta fisiológica do rim à diminuição na perfusão sanguínea renal;
Geralmente• reversível e sem representação histológica;
Fisiopatologia• …
Hipoperfusão• renal >> prioridade é a conservação de sódio;
• Resposta hemodinâmica com liberação de mediadores [(catecolaminas,
endotelina, vasopressina) e ANGIOTENSINA II]
Perda da autorregulação renal…
Todavia• , existe um limite para conseguir manter a TFG em razão de hipotensão
sistêmica ou da redução do volume arterial efetivo. Por isso, mesmo em adultos
saudáveis, a autorregulação renal é prejudicada quando a pressão arterial cai
abaixo de 80 mmHg, levando à redução da TFG e do fluxo urinário.
Se• não houver reversão do quadro de hipoperfusão >>> pode evoluir para lesão
tubular aguda e LRA intrínseca por isquemia.
• A LRA intrínseca ("renal") é causada por algum dano ao parênquima renal;
15• % a 30% dos casos;
principal• causa em pacientes graves internados em UTI.
LRA RENAL
LRA POS RENAL
consequ• ência de um fator obstrutivo do trato urinário (entre o meato uretral externo e o
trígono vesical, ou ocorra obstrução ureteral bilateral, ou então obstrução ureteral unilateral
em portador de rim único funcionante);
10• a 22% dos casos;
Obstru• ção:
Baixa– : entre o meato uretra! externo e o trígono vesical;
Alta– : obstrução ureteral bilateral, ou obstrução ureteral unilateral em rim único funcionante;
Etiologia• da obstrução:
estrutural– ou funcional;
• Fisiopatologia..
• Obstrução >>> elevação da pressão hidráulica da via urinária >> túbulos e espaço de Bowman >>
reduzindo/anulando a pressão efetiva de ultrafiltração (queda da TFG).
Após• 1 ou 2 dias: outros mecanismos >> produção local de vasoconstritores >> queda da TFG..
• É importante corrigir a obstrução o mais rapidamente possível, para impedir que lesões definitivas
se estabeleçam no parênquima renal:
Recuperação– após 1 semana de obstrução: geralmente total;
Após– 12 semanas: baixa probabilidade..
CLÍNICA
Doença de base..•
CLÍNICA
Disfunção renal...•
Creatinina:
Filtrada e secretada; •
Depende da massa e metabolismo muscular;•
Efeito • dilucional;
Uréia:
Filtrada e reabsorvida;•
Depende metabolismo proteico (sangramento • tgi, estados hipercatabolicos, corticoides).
EXAMES COMPLEMENTARES
ULTRASSOM de beira de leito:
Obstrução• :
Distensão– vesical ("bexigoma”);
Dilata– ção pelve-ureteral bilateral.
• Volemia (hipovolemia);
Hiperecogenicidade• do parênquima renal (nefrite intersticial aguda);
Pode• sugerir a concomitância de doença renal crônica:
Rins– de tamanhos reduzidos e hiperecogênicos;
Redu– ção da espessura do córtex;
Altera– ções da relação córtex-medula;
Excelente• acurácia para diagnóstico de derrame pericárdico.
EXAMES COMPLEMENTARES - IMAGEM
• O MELHOR TRATAMENTO É A PREVENÇÃO!!!
MONITORIZAÇÃO,• ACESSO VENOSO, OXIGÊNIO SUPLEMENTAR, GLICEMIA CAPILAR, ELETROCARDIOGRAMA,
COLETA DE EXAMES
PRÉ RENAL
Otimizar perfusão renal
PÓS RENAL
Desobstruir
COMPLICAÇÕES... •
RENAL
Tratamento da causa base
TRATAMENTO
SUPORTE: NUTRICIONAL, CONTROLE GLICÊMICO, SUSPENSÃO/AJUSTE DA DOSE DE MEDICAÇÕES/INFUSÕES..•
HIPERVOLEMIA
• não reduz a mortalidade do paciente com LRA oligúrica;
• não aumentam a taxa de recuperação ou a duração da lesão renal;
• não reduzem a necessidade de diálise;
evid• ência fraca.
HIPERCALEMIA
Gluconato• de cálcio
Shift• intra celular:
Inala– ção com β2 agonista;
Solu– ções polarizante:
Bicarbonato– de sódio: Indicado pacientes com ACIDOSE/ contra
indicado casos de hipervolemia!;
Retirada• :
Furosemida– : se o paciente responde!!
Resinas– de troca
TERAPIA– RENAL SUBSTITUTIVA...
>>> DIURÉTICO
TERAPIA DE SUBSTITUIÇÃO RENAL (DIÁLISE):
• Ainda não existe consenso sobre o momento ideal para o início da diálise,
o melhor método dialítico a ser utilizado e a dose (adequação) de diálise a
ser administrada.
Indicações• emergenciais:
Hipervolemia• , hipercalemia, acidose metabólica refratários a
tratamento clínico;
Pericardite• , encefalopatia, diátese hemorrágica atribuídos a uremia;
Algumas• intoxicações agudas (p. ex., etilenoglicol).
Vantagens: 
facilidade de manejo, 
baixo custo, 
não há necessidade de 
anticoagulação, 
crianças, pacientes de 
pequeno porte ou pouco
catabólicos. 
Desvantagens: 
risco de infecções, 
perfuração de alças, 
Clearance lento/insuficiente
Contra-indicações:
cirurgias abdominais, pacientes
pneumopatas descompensados, 
insuficiência cardíaca
descompensada,
Grave instabilidade hemodinâmica
Vantagens: 
alta eficiência em curto
espaço de tempo –
correção distúrbios
hidroeletrolíticos e ácido-
básicos;
Remoção de 
determinadas substâncias
tóxicas
Desvantagens:
Requer um acesso vascular (fluxo de 
sangue
sangue
de 100 a 350 mL/min) (cateteres do 
tipo Shilley ou Permcath) (veia jugular), 
Instabilidade hemodinamica,
Necessidade de anticoagulação
Modalidades:
Hemodiálise clásssica;
diária estendida;
Hemofiltração;
Hemodiafiltração.

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