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Carnes P2 ABATE DE FRANGO ● Pendura ⇒ imobilização ⇒ sangria ⇒ escaldagem (banho de água quente a 58ºC/5-10 min) ⇒ depenagem (viragem, escaldador, deplidaor) ⇒ evisceração⇒ resfriamento ● Produção ○ 40 a 50 dias para ser abatido ○ Sistema de integração ○ Jejum das aves em tempo máximo de 12h ○ Superfície rugosa, boa ventilação, superfície arredondada e condição climática do local, tempo de viagem e jejum ● Insensibilização: elétrica ou a gás para garantir o bem-estar ● Sangria: vasos, traqueia e esôfago intactos por 3 min (deve ocorrer no máximo 12 segundos depois da insensibilização) ● Retirada das vísceras: extração dos pulmões por aspirador, vísceras comestíveis separadas, retirada dos pés e evisceração é manual ● Resfriamento: 8ºC em 30 min tanque com água fazendo ganhar peso ○ Teor máximo de 8% PROPRIEDADES DA CARNE FRESCA ● Características que carne expressa antes do processamento e já passou pelas alterações químicas e físicas do rigor mortis ● CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA ○ 72% da carne é composta por água que se encontra nas miofibrilas e a membrana celular, entre as células do músculo em carne, a quantidade de água na carne pode mudar dependendo de muitos fatores relacionados com o próprio tecido. ○ Efeito do pH ■ Conforme o pH aumenta, maior fica o espaçamento entre miosina e actina, e isso se dá devido a grande repulsão elétrica. Com isso, há mais água ligada ■ Proteínas próximas ao ponto isoelétrico tem uma menor capacidade de reter água ○ Efeito do Sarcômero ■ Aumento no comprimento do sarcômero proporciona aumento na abertura do espaço total capaz de reter água e deve ser evitado encurtamento causado pelo frio e calor ○ A água livre é a água cujo fluxo a partir do tecido é desimpedida e forças da superfícies são fracas para manter essa fração de água na carne. Não é facilmente vista em carne pré-rigor mas pode desenvolver-se com mudança de condições. ○ A água aprisionada pode ser manipulada por efeitos estéricos e /ou por atração á água ligada. Retida dentro da estrutura do músculo, mas não está ligada. No tecido post-mortem esta água não flui livremente a partir do tecido e pode ser removida por secagem e facilmente convertida em gelo. É a mais afetada pelo rigor e com a diminuição do pH ela pode escapar ○ CRA (CAPACIDADE DE RETENÇÃO DE ÁGUA) ■ É definida como a capacidade da carne para manter sua água natural e adicionada ao processamento. A mínima é no pH próximo ao PI e a maior em pH mais baixo e a máxima em torno de 6,0. ■ É importante para maciez, suculência, cor, perdas de peso e para o processamento. A perda de peso pode ocorrer por evaporação, gotejamento e cozimento. ● Quanto maior a temperatura de cocção, maior será a perda de água da carne, portanto menor o CRA. Pode se dar devido a desnaturação das proteínas que ocorre durante o cozimento ■ Fatores que afetam: genética, estresse ante-mortem, tempo, resfriamento, contração muscular, pH x temperatura, desnaturação de proteínas, proteólise envelhecimento, processamentos e cocção ■ Drip loss: deixar a água escorrer naturalmente ■ Comprimindo a carne e medindo a área da mancha de água no papel ● COR ○ Mioglobina e hemoglobina são muito parecidos, mas a mioglobina é menor e encontrada no músculo, diferentemente da hemoglobina que é o pigmento encontrado no sangue. O gotejamento de bifes crus e outros cortes de carne não é sangue, é exsudado de mioglobina ○ A concentração de Mb e Hb influenciam a tonalidade em altas concentrações produzem cor vermelha de carne bovina e em baixas concentrações é uma cor mais clara ○ Influências pré-abate: espécie, idade, músculo (internos x externos), pH e atividade física ■ Alto pH e atividade física trazem coloração escura ○ Post- mortem: estimulação elétrica acelera rigor mortis, melhora a cor da carne e evita o heat ring da carne bovina. Resfriamento imediato tende a incrementar a cor vermelha, e a falta de frio causa oxidação da mioglobina em metamioglobina e quanto mais tempo mais oxida ○ Estimulação elétrica: pH diminui rapidamente e a carne fica uniformemente vermelha e evita o heat ring ■ Sem estimulação a borda da carne fica fria com pH alto e mais escura e por dentro fica quente com pH baixo e cor clara ■ Bovino adulto = vermelho cereja; Bovino jovem= Rosa ○ Mudança de cor são provocadas por mudanças no pH e temperatura e podem ocorrer devido a desnaturação da globin, alterações no Fe ou ligante. A oximioglobina formada por OXIGENAÇÃO da mioglobina tem uma cor vermelho ligante. Se a mioglobina é OXIDADA forma a metamioglobina, de cor marrom/púrpura. ○ A cor rosa é formada pelo NO no lugar da água ou o oxigênio. O CO também proporciona cor vermelha e por isso carnes embaladas á vácuo são vermelhas ○ ARM (Atividade Redutora da Metamioglobina): Metamioglobina é reduzido novamente a mioglobina por enzimas no músculo que oxidam o ferro ○ Cura: nitrito é o ingrediente ativo que produz pigmento vermelho vivo ou rosa que é estável com aquecimento. ○ Prática: colorímetro ● FIRMEZA ○ Pode ser medida por: ■ sentidos (visual/tátil/gustativa) ■ força de cisalhamento WBSF: carne assada até 71ºC e cortada em cilindros para colocar no equipamento ■ SSF ○ Rigor Mortis e CRA ■ Uma carne firme é preferida e a carne flácida indica falta de suculência tendo que tomar cuidado com carne de animais muito jovens ■ Pré-rigor: elástica e pós rigor é rígida. O rigor solidifica a gordura e a maturação permite a maciez ○ Conteúdo de gordura: intramuscular, intermuscular e subcutânea ○ Conteúdo de tecido conjuntivo: perimísio, epimísio, endomísio, fibra muscular e etc ○ Tamanho dos feixes musculares MATURAÇÃO DA CARNE ● maturação, envelhecimento, amadurecimento e condicionamento MACIEZ DA CARNE ● As variações da maciez da carne bovina são consequência de três componentes: ○ 1 Conteúdo e estabilidade do tecido conjuntivo ○ 2 Comprimento do sarcômero (proteínas miofibrilares) ○ 3 Nível de proteólise das proteínas miofibrilares ■ As mudanças na maciez pelo cozimento dependem de 2 efeitos contrários (São tempo e temperatura dependentes): ○ 4 Solubilização das proteínas de colágeno = amaciamento ○ 5 Desnaturação das proteínas miofibrilares = endurecimento São tempo e temperatura dependentes MATURAÇÃO DA CARNE ● Ação de enzimas musculares endógenos amaciam a carne e o colágeno não é afetado pela maturação, portanto ela deve ser feita em cortes com pouco ou médio colágeno ● Após estabelecimento do rigor mortis a carne começa a amaciar (quebra de proteínas por enzimas endógenas presentes no músculo vivo) ● Poucas alterações são vistas nas primeiras horas ● catepsinas, proteinases multicatalíticas e calpaínas(dependente de cálcio) = responsáveis pela melhoria da maciez da carne ● MUDANÇAS QUE OCORREM DURANTE A MATURAÇÃO ○ A zona Z é enfraquecida ou degradada, a desmina degradada causa fragmentação das miofibrilas e há degradação da titina, nebulina e desaparecimento da troponina ○ A actina e miosina não são afetas ● MECANISMOS ENVOLVIDOS ○ Calpaínas ■ M e micro calpaína e quebram proteínas miofibrilares. A diferença entre elas é a quantidade de cálcio que precisa estar em solução para que elas tenham atividade máxima (M mto cálcio micro pouco cálcio) portanto a micro-calpaína tem mais efeito ■ Precisam de cálcio e atuam em maturação de 7 a 14 dias. Em maturação longa, a catepsina é liberada e usa o cálcio ■ Quebram proteínas musculares como nebulina e desmina, proteínas estruturais que amarram uma miofibrila na outra, promovendo o amaciamento ■ Não quebram actina e miosina, mas um pouco de troponina e tropomiosina (sem efeito na maciez) e acabam separando-as ■ Maturação diferente de relaxamento pq n tem ATP ■ Modo de Ação ● As calpaínas são ativadas pelo aumento da concentração de íon cálcio e introduzidas no amaciamento ● O equilíbrio da ligação entre calpaína e calpastatina determina o nível de calpaínas ativadas livres que aumenta com a queda do pH ● O decaimento das calpaínas ativadas livres é ocasionado por autólise ● Proteólise dos componentesestruturais pela calpaínas ○ Calpastatina: inativa a calpaína e se tiver em grande quantidade não há maturação ■ Maior atividade da calpastatina = mais dura ■ efeito genético/sexo (pré-abate): ● zebuínos têm maior atividade de calpastatina do que taurinos ● não castrados tem maior atividade da calpastatina e carne mais dura por terem produção de testosterona ● castrado perde eficiência alimentar, não desenvolvendo músculos e tendo uma porcentagem de gordura maior ■ Pós-abate: o resfriamento, estimulação elétrica, pendura (contra-filé macio por sustentar o peso da carcaça e acaba esticando), maturação, injeção de cloreto de cálcio ● O QUE É AFETADO NA MATURAÇÃO ○ Colágeno: não é afetado e pode ser que as enzimas lisossomais causem intumescimento dele ○ Proteínas miofibrilares: não afeta a miosina e a actina que são contráteis, mas afeta as estruturais como desmina, titina e nebulina ○ Estimulação elétrica: causa maturação precoce na carne. A de alta voltagem rompe as miofibrilas - maturação mecânica. A de baixa causa aceleramento da queda de pH evitando o cold shortening e auxiliando a maturação e atividade das enzimas. ■ Acelera degradação das proteínas titina e nebulina e músculos pós-mortem. Proporciona maciez na carne pela combinação de ruptura mecânica e proteólise DRY AGED WET AGED Armazenado entre 2-3ºC sem embalagem de forma que todo o líquido é exaurido da carne Embalado a vácuo e armazenado, sem exsudação e 14 dias de maturação sofre mais perda de peso (15 a 20%) Melhor sabor e aceitação CRUA ASSADA normal cor vermelha, CRA normal, firmeza normal normal DFD vermelho escuro, CRA alta, firme (pH final distante do pI rosa persistente, suculenta e macia PSE/RN vermelho pálido, CRA baixo e mole marrom pré-maturo, seca e dura ● DFD: a célula não é oxigenada direito e a célula está intumescida ○ Muita água atrapalha o cozimento da carne deixando ela com aspecto cru ○ glicólise é mais lenta por falta de glicogênio no músculo, pH cai ligeiramente e permanece ao redor de 6 mesmo 24 horas após o abate. ● PSE: fica cru do ponto de vista microbiológico ○ Sofre glicólise, transformação de glicogênio em ácido lático que ocorre mais rapidamente do que em carne normal, podendo ser identificada de 45 a 60 minutos após o abate. ○ perde muita água por exsudação durante o cozimento, carne pálida e dura ● ao final do processo a carne RN tem menor pH que a carne normal, logo não é possível detectar o gene RN apenas pelo pH ● A carne RN é a carne suína que possui o gene dominante RN, o qual determina maior estoque de glicogênio no músculo. A carne PSE ocorre devido a queda brusca de pH pós abate, causada pela conversão de glicogênio em ácido lático que pode ser causada tanto por fatores genéticos, como pelo gene RN ou por condições extrínsecas ○ Salsicha: é permitido o uso tanto de carne PSE como DFD, porém é necessária a adição de carne normal. salame: não usar DFD e PSE deve ser de 30% para normal. ○ Presunto cru: DFD + pernil sem osso para não haver alteração na vida de prateleira. PSE é recomendável porque irá ficar mais seco e sem aroma. ○ Presunto cozido: DFD usar 60% para carne normal para melhorar a vida de prateleira e retenção de cor. Não usar PSE pois rendimento diminui, perde muita água com depósito de gelatina. ● COLD SHORTENING: ○ Encurtamento do sarcômero causado pela liberação de íons Ca2+ do retículo sarcoplasmático em resposta ao estímulo frio. Carne com pH>6 e T<12ºC ○ Carne dura e coloração mais escura ○ Diminui numa taxa menor do que o ideal ○ Utilizar choque elétrico para diminuir rapidamente o pH, evitar pH>6 enquanto a carne estiver a 12ºC. Armazenar a 20 para evitar encurtamento do sarcômero ● RIGOR SHORTENING/ RIGOR MORTIS: ○ Logo após o abate do animal há cessamento do bombeamento dos íons de Ca2+ para o interior do retículo sarcoplasmático e a ausência de ATP geram contração do sarcômero por tempo prolongado ● HEAT SHORTENING ○ Encurtamento do sarcômero quando o pH cai rapidamente a menor que 6 e a carcaça está acima de 35ºC
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