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UC1-SP2 A PREOCUPAÇÃO

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1- RECONHECER AS CARACTERÍSTICAS DAS ETAPAS
DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
NEUROPSICOMOTOR
Recém-nascido: Tônus flexor nos membros (flexão dos
membros); hipotonia da musculatura paravertebral,
movimentos reflexos e reflexos primitivos (respostas
automáticas e estereotipadas a estímulos externos).
Sequência do desenvolvimento: crânio caudal, próximo
distal e de simples até as mais complexas.
Marcos do desenvolvimento: orientações para pais e
médicos para detectar desvios e atrasos no
desenvolvimento e atuar precocemente. Podem
ocorrer discretas variações de acordo com estímulos.
2 meses: consegue seguir visualmente um objeto 180°;
Sorri no contato social, prestando atenção a vozes; Se
coloca de bruços ela consegue levantar a cabeça e
empurrar os braços; barulhinhos com a voz
4 meses: criança já sorri espontaneamente e consegue
rir alto; balbucia mais estruturadamente; se colocar de
bruços ela equilibra bem a cabeça e as vezes já
consegue até rolar para os lados; A criança já consegue
pegar objetos, levar a linha média e até a boca.
6 meses: criança já senta (dependendo da criança já
consegue sem apoio); consegue transferir um objeto
de uma mao para a outra; ainda leva as coisas a boca;
preensao palmar; repete sons mais estruturados (lalala
ou bababa); já consegue rolar.
]
9 meses: consegue bater palminhas; falar mamá, babá
(dependendo a criança); senta e consegue se colocar
em pé; já faz a pinça do polegar com indicador e
consegue apontar para as coisas que ela quer; já tem
brinquedos preferidos e já brinca de esconde esconde;
medo de estranhos.
1 ano: já caminha apoiada ou sem apoio (alguns
passos), dá alguns passos sozinha); já consegue dar um
objeto para alguém que solocitou; já pode brincar com
bola; brinca de (kd o bb); a criança ainda chora quando
os pais saem de perto.
18 meses (1 ano e meio): come sozinha com colher;
bota sapato; sobe escada; corre firmemente; contrói
torre de cubos; fala mais de 10 palavras; identifica
partes do corpo; brinca de faz de conta.
2 anos: corre bem sozinho, sobe em móveis; salta e
pula; consegue riscar círculos; junta 3 palavras, fala o
próprio nome; ouve historinhas; ajuda a se despir; copia
o que os outros fazem.
2-3 anos: pais devem começar a gradualmente retirar
as fraldas e ensinar a usar o penico;
3-5 anos: veste-se com auxílio; conta ou inventa
histórias. Comportamento é egocêntrico. Com o passar
do tempo, passa a considerar outras crianças.
6 anos: passa a pensar com lógica, embora seja
predominantemente concreta. Memória e habilidade
linguística aumentam. Ganhos cognitivos aumentam a
capacidade de tirar proveito da educação formal. A
autoimagem se desenvolve e passa a impactar na
autoestima. Amigos assumem importância
fundamental e criança passa a entender constância de
gênero (segregação de gênero é comum).
7 anos: começa a desenvolver julgamento global de
autovalor, sedimentando algumas ideias sobre o que
ela é e como deve ser. A influência dos pares assume
maior importância e a dos pais diminui.
10 anos: ocorrem mudanças relacionadas à puberdade
e há um estirão do crescimento – nas meninas, em
torno dos 11 anos; nos meninos, em torno dos 13.
Reflexos:
Preensão palmar e plantar: a primeira se caracteriza
pela flexão dos dedos à pressão na palma da mão; o
segundo é similar, com a flexão dos dedos após
pressão na base dos artelhos. Este último é o que dura
mais tempo, podendo ir até os 10 a 11 meses de vida.
Reflexo da sucção: é desencadeado pela estimulação
dos lábios, gerando sucção vigorosa, e sua ausência
significa disfunção neurológica grave. O reflexo da
busca, estimulado por colocação dos dedos nas
comissuras labiais da criança (criança rotaciona a
cabeça como se buscasse pelo alimento), desaparece
mais precocemente – aos 2 meses.
Reflexo cutâneo-plantar: caracterizado pela extensão
do hálux após estímulo na lateral do pé. Ocorre até o
13o mês, a partir do qual a resposta a esse estímulo
deve ser a flexão – sendo a extensão considerada
patológica.
Reflexo de Moro: realiza-se uma queda súbita da
cabeça da criança, amparada pela mão do examinador.
Isso desencadeia extensão e abdução dos membros
superiores, seguidas de choro. Deve ser sempre
simétrico. É incompleto até o 3o mês e não deve existir
após os 6 meses;
Reflexo tônico-cervical (do Esgrimista): rotação da
cabeça para um lado, com extensão dos membros do
lado contralateral e flexão dos membros do lado
ipsilateral. Exame realizado bilateralmente e deve ser
simétrico. Desaparece até os 3 a 4 meses de vida.
Reflexo da Marcha: o bebê inclina o tronco após
plantar. As pernas se cruzam uma à frente da outra.
Presente até os 2 meses de vida.
Reflexo de Colocação (Placing): desencadeado pelo
estímulo tátil do dorso do pé, segurando o bebê pelas
axilas. O pé irá se elevar como se estivesse subindo
uma escada. Também dura até os dois meses de vida.
2- DEFINIR CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO
O crescimento estaciona em determinada idade
do ser humano, ao atingir a maturidade biológica.
Diferentemente do processo de desenvolvimento que
permanece da concepção até a morte.
Crescimento- é definido pelo aumento linear contínuo,
mas não constante, das estruturas que o compõem e
resultante da interação de fatores intrínsecos ou
orgânicos (genéticos, neuroendócrinos) e extrínsecos
ou ambientais (nutricionais, condições geofísicas,
atividades físicas, vínculo mãe-filho). Refere-se
essencialmente às transformações progressivas de
cunho quantitativas que ocorrem nas dimensões do
corpo humano.
Por definição, crescimento corresponde ao
processo resultante da multiplicação e da
diferenciação celular que determina alterações
progressivas nas dimensões do corpo inteiro ou de
partes e segmentos específicos, em relação ao fator
tempo, do nascimento à idade adulta.
Desenvolvimento- engloba simultaneamente
transformações quantitativas e qualitativas, sendo
resultante de aspectos associados ao próprio processo
de crescimento físico, à maturação biológica.
Caracteriza-se pela sequência de modificações
evolutivas em órgãos e sistemas do organismo humano
que induzem ao aperfeiçoamento de suas complexas
funções.
3- CARACTERIZAR OS MÉTODOS DE AVALIAÇÃO DA IG
(CAPURRO E NEW BALLARD)
Capurro- Usado para todos os recém-nascidos do
alojamento conjunto com base nos dados da tabela
abaixo. A avaliação da idade gestacional em semanas,
é feita com a soma do total de pontos obtidos mais 204
e o resultado dividido por 7.
Esse método estima a idade gestacional do
recém-nascido por meio da investigação de
parâmetros somáticos e neurológicos. É aplicável para
recém-nascidos de 29 semanas ou mais. O Método de
Capurro Somático utiliza 5 características somáticas,
enquanto que o Capurrro Somático e Neurológico
utiliza 4 parâmetros somáticos e 2 neurológicos. Cada
uma das características têm várias opções e cada
opção, uma pontuação que foi determinada através de
diferentes estudos. Será, ao final, a soma desses pontos
o que vai determinar a idade gestacional. As
características utilizadas desse método são:
Forma da orelha. Trata-se de observar a
encurvação do pavilhão da orelha. O observador deve
ficar de frente para a criança e observar em particular
se o bordo superior do pavilhão auricular forma uma
cobertura pelos lados. A seguir, avalie o grau de
encurvamento observado em cada pavilhão virando a
face da criança de um lado para outro. Se pela posição
ao nascimento o recém-nascido permanece com uma
orelha achatada, não avalie esta. Se nenhuma das duas
orelhas encontra-se achatada, avalie as duas. Assinale
a pontuação de 0, 8, 16 ou 24 dependendo da
encurvação.
Tamanho da glândula mamária. Antes de
palpar a zona correspondente ao nódulo mamário,
pince suavemente o tecido celular subcutâneo
adjacente para que seja possível avaliar se o que se
mede é ou não tecido mamário. Utilize uma fita métrica
e, com a outra mão, palpe o tecido que se encontra
debaixo e em volta do mamilo. Especifique se é
possível palpar tecido mamário ou não, e se seu
diâmetro é < 5mm, de 5mm a 10mm ou > que 10mm.
Formação do mamilo.Observe ambos os
mamilos e com uma fita métrica meça se o diâmetro é
apenas visível, < que 7,5mm, > 7,5mm com aréola
pontilhada e sem elevação de bordo, > 7,5mm com
aréola pontilhada e bordos elevados.
Textura da pele. Palpe e examine a pele e os
antebraços, mãos, pernas e pés e veja se no dorso das
mãos e pés existem zonas de descamação ou
rachaduras. Dependendo da profundidade das
rachaduras ou da presença de descamação, pontue
em 0, 5, 10, ou 20.
Pregas plantares. Observe a planta de ambos
os pés e logo hiperestenda ambas de maneira que se
mantenha tensa a pele da planta. A diferença entre
pregas e sulcos plantares é que os primeiros tendem a
desaparecer quando se estende a pele, os sulcos
continuam marcados claramente. Dependendo da
quantidade de sulcos e pregas, pontua-se 0, 5, 10, 15
ou 20.
Cálculo: Somam-se os pontos das 5
características. Ao resultado acrescenta-se a constante
204 para Capurro Somático. O resultado divide-se por 7,
que é o número de dias transformados em semanas.
New Ballard Score- (NBS) é um dos métodos
utilizados para determinar a IG de um RN. Essa
estimativa baseia-se na análise de determinadas
características físicas e neurológicas do neonato, com
possível margem de erro de duas semanas.
Para obter um resultado com maior precisão, o
exame físico do bebê deve ser realizado entre 12 e 20
horas após o nascimento. Para determinar a idade
gestacional, o New Ballard avalia seis parâmetros
neurológicos (postura, ângulo de flexão do punho,
retração do braço, ângulo poplíteo, sinal do xale,
calcanhar-orelha) e seis físicos (pele, lanugo, superfície
plantar, glândula mamária, olhos/orelhas, genital
masculino, genital feminino). O profissional responsável
pelo exame atribui uma nota para cada indicador,
conforme a tabela de parâmetros, cuja somatória
determina a IG do recém-nascido. Este é um método
modificado da versão original sendo agregados alguns
itens, permitindo assim a avaliação de RN com IG a
partir de 20 semanas. A correlação entre o NBS e a IG
calculada pela amenorréia é de 0,97; para o RN < 26
semanas, esta correlação foi mantida quando o método
foi aplicado nas primeiras 12 horas de vida.
Nesse método, o resultado é obtido com a
soma simples da pontuação correspondente a todos os
parâmetros avaliados.
Ele é imprescindível quando não é possível
determinar a data da última menstruação da mãe e o
exame de ultrassonografia não foi realizado no início da
gestação. Nestas condições, o New Ballard Score é
preferível aos demais métodos de cálculo da IG
existentes, pois é mais rápido que o DUBOWITZ e
consegue avaliar um número maior de parâmetros que
o método de Capurro.
EXAME NEUROLÓGICO:
POSTURA – Com o RN em repouso, observar a atitude
dos 4 membros.
0 Deflexão total dos 4 membros.
1 Flexão ligeira dos quadris e joelhos.
2 Flexão moderada ou acentuada dos membros
inferiores e discreta flexão do antebraço.
3 Membros inferiores em flexão, quadris abduzidos,
com membros superiores com alguma flexão (posição
de batráquio).
4 Os quatro membros apresentam flexão igual e forte.
ÂNGULO DE FLEXÃO DO PUNHO – Flexionar a mão
sobre o punho, exercendo pressão suficiente para obter
o máximo de flexão possível. Medir o ângulo entre a
eminência hipotenar e a face anterior do antebraço.
RETRAÇÃO DO BRAÇO – Flexionar ao máximo o
antebraço durante 5 segundos, em seguida estender
ao máximo através de tração das mãos, soltando em
seguida observando o ângulo entre o braço e
antebraço.
ÂNGULO POPLÍTEO – Com o RN em decúbito dorsal e
a pelve apoiada na superfície da mesa de exame, a
perna é flexionada por completo sobre a coxa com
uma das mãos, e com a outra mão a perna é estendida,
observando-se o ângulo obtido.
SINAL DO XALE – Com o RN em decúbito dorsal,
segurar umas das mãos e levá-la o máximo possível
em direção ao ombro do lado contralateral. Permite-se
levantar o cotovelo sobre o corpo. A contagem de
pontos se faz segundo a localização do cotovelo.
Menos 1: cotovelo ultrapasse a linha axilar do lado
oposto. 0: cotovelo atinge a linha a linha axilar anterior
contralateral. 1: permanece entre a linha axilar
contralateral e a linha média. 2: cotovelo na linha média
do tórax. 3: cotovelo não chega à linha média do tórax.
MANOBRA DE CALCANHAR-ORELHA - levar um dos
pés o máximo possível em direção à cabeça, mantendo
a pelve sobre a mesa. Atribua os pontos conforme a
figura.
4-DESCREVER OS MECANISMOS DE CRESCIMENTO
NORMAL E AS FORMAS DE AVALIAÇÃO
(ANTROPOMETRIA)
De um modo geral, considera-se o
crescimento como aumento do tamanho corporal e,
portanto, ele cessa com o término do aumento em
altura (crescimento linear). De um modo mais amplo,
pode-se dizer que o crescimento do ser humano é um
processo dinâmico e contínuo que ocorre desde a
concepção até o final da vida, considerando-se os
fenômenos de substituição e regeneração de tecidos e
órgãos. É considerado como um dos melhores
indicadores de saúde da criança, em razão de sua
estreita dependência de fatores ambientais, tais como
alimentação, ocorrência de doenças, cuidados gerais e
de higiene, condições de habitação e saneamento
básico, acesso aos serviços de saúde, refletindo assim,
as condições de vida da criança, no passado e no
presente. (MS)
Apesar de depender de um complexo
mecanismo, o crescimento de uma criança costuma
ocorrer de uma maneira bem previsível, onde
diferentes faixas etárias apresentam ritmos de
crescimento bem estabelecidos.
O comprimento ao nascer é o primeiro marco
que costuma seguir um padrão pela maior parte dos
indivíduos. Meninas não prematuras em média medem
em torno de 49 centímetros enquanto que os meninos
nascem com cerca de 50 centímetros. Contudo podem
haver variações nessas medidas dependendo de
fatores genéticos ou de condições do período
pré-natal como: prematuridade, CIUR ou diabetes
gestacional.
A partir do nascimento o ganho de altura
segue um ritmo que é conhecido como velocidade de
crescimento. Esse termo significa a quantidade de
centímetros que uma criança cresce no período de um
ano.
Nos dois primeiros anos de vida a velocidade de
crescimento é tão regular que dá a impressão de ser
quase fixa: no primeiro ano o bebê cresce cerca de 25
centímetros enquanto que no segundo ano cresce em
torno de 12 centímetros. Entretanto alguns bebês
podem crescer mais que isso, como é o caso de
quando a criança nasce prematura ou pequena para a
idade gestacional. Nessas situações a criança costuma
fazer uma recuperação do crescimento nos primeiros
anos de vida, acelerando um pouco mais a sua
velocidade de crescimento e ganhando mais
centímetros que a média.
Antropometria: Avaliar o crescimento infantil é
um processo dinâmico e que deve ser realizado em
longo prazo. O crescimento deve ser observado e
quantificado mediante múltiplas medidas, em várias
ocasiões e com o objetivo de determinar a velocidade
em que as mudanças ocorrem (velocidade do
crescimento).
Assim, o ritmo em que o indivíduo ganha peso e
estatura, quão rápido aumentam o perímetro cefálico,
os segmentos corporais (segmentos superior e inferior,
envergadura, entre outros) e o desenvolvimento
neuropsicomotor podem ser indicativos da saúde do
organismo.
A análise das medidas obtidas em apenas um
determinado momento (avaliação transversal) está
mais sujeita a erros que a avaliação baseada em dados
obtidos em vários momentos (avaliação longitudinal). A
avaliação sistematizada e mais prolongada
(longitudinal) das medidas antropométricas permite o
conhecimento do ritmo ou do comportamento das
variáveis (peso, estatura, perímetros e dobras, por
exemplo). Assim, favorece a definição da saúde
daquele indivíduo, sendo apontada como a forma ideal
de avaliação do estado nutricional de uma criança.
Em razão da praticidade e do baixo custo, a
avaliação do estado nutricional de um indivíduo é
realizada frequentemente levando-se em consideração
o peso (P) e o comprimento (C) ou a estatura (E), sendo
complementada por medidas das dobras cutâneas e
circunferências, com o intuito de aumentar a acurácia
da avaliação.
Na avaliação dinâmica do crescimento,são
comparados os dados extraídos em um determinado
momento (avaliação transversal) com os das curvas de
crescimento já padronizadas, analisando-se o canal ou
a zona de crescimento e a velocidade de crescimento
na avaliação baseada em dados obtidos em vários
momentos (avaliação longitudinal).
Para a avaliação do crescimento físico, utiliza-se
a antropometria com as seguintes medidas:
- fundamentais (peso e comprimento/estatura);
- acessórias: comprimento superior do braço, da
tíbia e do membro inferior a partir do joelho;
perímetros cefálico, torácico e abdominal;
segmento superior e inferior; pregas cutâneas
(tricipital, subescapular, suprailíaca e
abdominal); circunferências (braço e perna).
Peso: Lactentes (0 a 2 anos) Para a medida do
peso em lactentes, deve-se utilizar balança pediátrica
com graduação de 10 g previamente calibrada (se for
necessário uso de qualquer tipo de proteção sobre a
balança, esta deve ser colocada antes da calibração).
Técnica: o lactente deve estar despido,
posicionado de modo que o peso seja igualmente
distribuído pela superfície da balança, a fim de
proporcionar maior conforto e menor risco de
acidentes para a criança. Os pés ou as mãos do
lactente não devem tocar em nenhuma outra superfície
Estatura: significa que a criança foi medida em
pé, e “comprimento”, que ela foi medida deitada.
Crianças de até 24 meses- uma das
características dessa faixa etária é a dificuldade em
manter-se em pé sem apoio, o que implica tomada da
medida com a criança deitada; especial atenção deve
ser dada à superfície de apoio, que deve ser plana,
macia e firme.
Esse procedimento é facilitado pela presença
de um auxiliar, idealmente a própria mãe da criança,
que deve permanecer na cabeceira, tranquilizando-a.
O comprimento é definido pela distância entre a
cabeça e as plantas de ambos os pés. A cabeça deve
ser mantida no mesmo eixo do corpo e, assim como a
planta dos pés, deve formar um ângulo reto em relação
à superfície da mesa.
O observador deve estar atento para o
posicionamento corporal, notando se o dorso, as
nádegas e todo o segmento inferior tocam a superfície
de apoio e se o corpo da criança se mantém alinhado
ao eixo longitudinal da superfície da mesa; utilizar
apenas um dos membros inferiores para realizar a
medida é inadequado. O instrumento a ser utilizado é a
régua antropométrica horizontal, graduada em
milímetros; o esquadro/limite fixo deve estar junto ao
zero e os valores, registrados com precisão de 0,1 cm.
Técnica: a criança deve estar deitada sobre
superfície plana horizontal, com o limite superior fixo
(zero) ajustado ao polo cefálico superior (sem
compressão, manter o polo cefálico apoiado no
esquadro fixo da régua antropométrica; os olhos devem
estar voltados para cima, evitando-se a flexão ou a
extensão do pescoço), e o limite inferior, móvel,
ajustado aos planos plantares (ambos os pés), com os
membros inferiores mantidos em extensão, juntos, e as
plantas dos pés encostadas no esquadro móvel.
Deve-se ter em mente que o comprimento de uma
criança será sempre comparado a uma referência
como, por exemplo, as curvas da OMS. Na coleta de
dados que gerou essas curvas, crianças com até 24
meses de idade foram medidas deitadas, de modo
que, para efeito de precisão na comparação, o
comprimento deve ser obtido dessa forma nessa faixa
etária.
Perímetro Cefálico: deve ser realizada
prioritariamente durante os três primeiros anos de vida,
pois reflete o crescimento cerebral, por meio de fita
métrica inextensível.
Técnica: a fita métrica deve formar plano
perpendicular/oblíquo em relação ao maior eixo do
corpo (na vertical, se a criança estiver deitada, ou na
horizontal, se em pé ou sentada); deve circundar a
caixa craniana (glabela e polo occipital), com o cuidado
de não passar sobre o pavilhão auricular. Cuidado extra
deve ser tomado quando o volume representado pelo
cabelo não puder ser comprimido, aumentando a
margem de erro.(SBP)
5- RECONHECER AS FASES E OS MECANISMOS QUE
LEVAM AO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR
NORMAL
A mielinização começa antes do nascimento,
por volta da 30ª semana gestacional. No
recém-nascido a termo, está presente já no momento
do nascimento, no tronco cerebral dorsal, pedúnculos
cerebelares e membro posterior da cápsula interna. A
substância branca do cerebelo adquire mielina no
primeiro mês de idade e encontra-se bem mielinizada
aos 3 meses. A substância branca subcortical do córtex
parietal, frontal posterior, temporal e calcarino
encontra-se parcialmente mielinizada aos 3 meses.
Nesse período, o lactente vivencia um crescimento
extraordinário. As alterações fisiológicas permitem o
estabelecimento de rotinas alimentares eficazes e um
ciclo sono-vigília previsível. As interações sociais que
ocorrem à medida que os pais e os filhos
desempenham essas tarefas, formam os alicerces do
desenvolvimento cognitivo e emocional.
A mielinização faz parte do processo de
desenvolvimento cerebral significa a aquisição de
movimentos mais coordenados e complexos nas
estruturas e domínios influenciados pelas regiões
encefálicas mielinizadas. A mielina é uma camada
lipoprotéica que envolve e protege a condução
nervosa dos axônios dos neurônios, tornando-a mais
rápida e eficaz.
Desenvolvimento Físico Durante a primeira
semana, o peso do recém-nascido pode diminuir em
até 10% do peso de nascimento como resultado da
eliminação do excesso de líquido extravascular e da
ingestão nutricional limitada. A nutrição melhora à
medida que o colostro é substituído pelo leite maduro,
rico em gorduras, à medida que o lactente aprende a
abocanhar e sugar mais eficientemente o mamilo, e as
mães ficam mais confortáveis com as técnicas de
amamentação. Os lactentes recuperam ou excedem o
peso de nascimento com 2 semanas de idade e devem
aumentar aproximadamente 30 g por dia durante o
primeiro mês. Esse é o período de crescimento mais
rápido após o nascimento. Os movimentos dos
membros consistem, em grande parte, em contrações
descontroladas e um abrir e fechar de mãos
aparentemente sem propósito. O sorriso manifesta-se
involuntariamente. Por outro lado, a fixação do olhar, o
voltar da cabeça e a sucção estão sob melhor controle
e por isso podem ser usados para avaliar a cognição e
a percepção do lactente. O fato de o lactente voltar a
cabeça preferencialmente na direção da voz de sua
mãe é uma evidência da memória de reconhecimento.
São descritos seis estados de comportamento.
Inicialmente, o sono e a vigília são distribuídos
igualmente pelas 24 horas. A maturação neurológica
responde pela consolidação dos períodos de sono em
blocos de 5-6 horas à noite, com breves períodos de
despertar para a amamentação. O aprendizado
também ocorre; lactentes com pais que interagem e
estimulam mais o bebê durante o dia aprendem a
concentrar seu sono durante a noite.
Em relação às aquisições motoras, inicialmente,
o movimento dos membros consiste basicamente em
contrações descontroladas. O recém-nascido começa
com um padrão motor muito imaturo, com reflexo
tônico cervical assimétrico, conferindo-lhe uma postura
assimétrica; e predomínio do tônus flexor e hipotonia
intensa da musculatura paravertebral. Seus
movimentos são, geralmente, reflexos, que tendem a
desaparecer com o passar dos meses. É por isso que,
ao vermos bebês recém-nascidos, eles tendem a estar
“encolhidinhos”.
Progressivamente, o tônus flexor visto no
recém-nascido vai sendo substituído pelo padrão
extensor, de forma gradual. Esse amadurecimento
acontece na direção crânio caudal, alcançando o
quadril e os membros inferiores por último. Assim, a
partir do segundo semestre de vida, não há mais
predomínio de quaisquer dos dois padrões e, com isso,
a criança é capaz de alternar entre flexão e extensão e,
consequentemente, rolar. Por fim, quando há
dissociação de movimento entre as cinturas pélvicas e
escapular, o bebê é capaz de sentar-se.
Além de craniocaudal, o amadurecimento
também ocorre na direção proximodistal. Primeiro com
aquisições mais simples e, posteriormente, mais
complexas. A primeira musculatura aser controlada é a
ocular. Depois, a musculatura do controle da cabeça e,
depois, do tronco. Finalmente, no 3° trimestre o bebê
adquire a posição ortostática. O apoio do bebê na
musculatura do braço vai leva-lo a posteriormente se
apoiar nos antebraços e às tentativas de engatinhar.
Já entre os 18 e os 24 meses, a criança tem
melhorias no equilíbrio e agilidade. Com isso, passam
gradualmente a ser capazes de correr e subir escadas
Em relação ao desenvolvimento motor fino, este
ocorre no sentido proximodistal. Ao nascer, a criança
mantém as mãos fechadas pela maior parte do tempo
– com as mãos fletidas. Com a redução desse tônus
flexor, a criança passa a manter as mãos abertas a
maior parte do tempo no 3o mês, conseguindo agarrar
objetos – embora ainda sejam incapazes de soltá-los.
Entre o 5o e o 6o mês, iniciam o movimento de pinça,
que irá progressivamente se aperfeiçoar até enfim
completar-se, permitindo o movimento polpa com
polpa.
A função sensorial deve ser avaliada logo nos
primeiros atendimentos, em especial a visão e a
audição. O recém-nascido é capaz apenas de focalizar
um objeto a poucos centímetros e tem preferência por
rostos humanos. Logo, durante as avaliações, é
importante perguntar aos familiares se a criança
focaliza os objetos e os segue com o olhar, além de
perguntar se prefere o rosto materno – essas respostas
idealmente serão positivas.
Em relação à audição, o bebê já escuta desde o
5o mês de gestação. Inclusive, ao nascer, já existe
familiaridade com vozes materna e familiares, além de
sons do organismo materno. Nesse contexto, como
parte da avaliação auditiva, é interessante perguntar na
consulta se o bebê se assusta, acorda ou chora com
sons altos e repentinos, se procura a origem dos sons e
se fica mais calmo com a voz da mãe.
Já no que tange a sociabilidade, o olhar e o
sorriso são formas de comunicação desde o
nascimento. A partir da 4a a 6a semana – o bebê
apresenta o sorriso social, desencadeado por
estímulos. No 2o semestre, o bebê consegue distinguir
pessoas familiares e desconhecidas, passando a sorrir
apenas para aquelas. (Nelson)
6- RECONHECER A IMPORTÂNCIA DO ALEITAMENTO
MATERNO, COMO ELE DEVE SER FEITO E AS
NECESSIDADES ALIMENTARES NA PRIMEIRA
INFÂNCIA
A OMS, o MS e a SBP recomendam
amamentação exclusiva por aproximadamente seis
meses e complementada até os dois anos ou mais.
Existem evidências de que não há vantagens
em se iniciar os alimentos complementares antes dos
seis meses (salvo em alguns casos individuais),
podendo, inclusive, haver prejuízos à saúde da criança.
Estudos avaliaram os efeitos na saúde, crescimento e
desenvolvimento de crianças amamentadas
exclusivamente até os seis meses, comparadas a
crianças que receberam alimentação complementar
em adição ao leite materno aos três a quatro meses,
mostrou que as crianças que mamaram
exclusivamente até os seis meses adoeceram menos
de infecção intestinal e tiveram menos hospitalizações
por doença respiratória, além de não apresentarem
déficits de crescimento, tanto em países desenvolvidos
quanto em países em desenvolvimento.
A introdução precoce dos alimentos
complementares não só diminui a duração do
aleitamento materno, mas também interfere na
absorção de nutrientes importantes nele existentes,
como o ferro e o zinco, e reduz a eficácia da lactação
na prevenção de novas gravidezes.
No segundo ano de vida, o leite materno
continua sendo importante fonte de nutrientes, sendo
inclusive mais energético nesse período. Estima-se que
500 mL de leite materno no segundo ano de vida
proporcionam 95% das necessidades de vitamina C,
45% das de vitamina A, 38% das de proteína e 31% do
total de energia. Além disso, o leite materno continua
conferindo proteção contra doenças infecciosas.
Estudos mostraram que crianças não amamentadas no
segundo ano de vida têm chance quase duas vezes
maior de morrer por doença infecciosa comparadas às
amamentadas.
Redução da mortalidade infantil: Graças aos
inúmeros fatores existentes no leite materno que
protegem contra infecções comuns, ocorrem menos
mortes entre as crianças amamentadas. Estima-se que
o aleitamento materno poderia prevenir 50% das
mortes por doenças respiratórias e 66% das causadas
por diarreia. Um artigo sobre sobrevivência infantil
atribuiu ao aleitamento materno a capacidade de
reduzir em 13% a mortalidade em crianças menores de
cinco anos por causas preveníveis, estimadas em seis
milhões ao ano. Nenhuma outra estratégia alcança o
impacto que a amamentação tem na redução das
mortes de crianças menores de cinco anos.
Um estudo demonstrou que a amamentação na
primeira hora de vida pode ser um fator de proteção
contra mortes neonatais. Segundo este estudo,
baseado na observação de 10.947 crianças vivas, no
segundo dia de vida, de uma área rural de Gana, 16%
das mortes neonatais poderiam ser evitadas se todas
as crianças fossem amamentadas no primeiro dia de
vida, e 22% se o aleitamento materno fosse iniciado na
primeira hora de vida.
Redução da morbidade por diarreia: Há fortes
evidências epidemiológicas de que o leite materno
confere proteção contra diarreia, sobretudo em
crianças de baixo nível socioeconômico de países em
desenvolvimento. É importante salientar que essa
proteção pode diminuir quando o aleitamento materno
deixa de ser exclusivo. Suplementação do leite
materno com água ou chás, até pouco tempo
considerada inócua, pode dobrar o risco de diarreia nos
primeiros seis meses.
A amamentação também exerce influência na
gravidade dos episódios diarreicos. Um estudo de
casos-controles constatou que crianças não
amamentadas tiveram risco 3,3 vezes maior de
desidratar na vigência de diarreia quando comparadas
com as amamentadas. Em outro estudo, foi observado
que o leite materno reduzia significativamente
distúrbios metabólicos, como hiponatremia e
hipocalemia, e também as mortes em crianças
hospitalizadas por desidratação decorrente de diarreia.
Redução da morbidade por infecção
respiratória: Assim como com a diarreia, a proteção é
mais significativa quando a amamentação é exclusiva e
nos primeiros seis meses, parece diminuir a gravidade
dos episódios de infecção respiratória. Em Pelotas (RS),
a chance de hospitalização por pneumonia de crianças
não amamentadas nos primeiros três meses foi 61
vezes maior do que em crianças amamentadas
exclusivamente. Já o risco de hospitalização por
bronquiolite foi sete vezes maior em crianças
amamentadas por menos de um mês.
Redução de alergias: o aleitamento materno
exclusivo reduz o risco de asma; o aleitamento
materno, independentemente de ser exclusivo, reduz o
risco de sibilos recorrentes; o aleitamento materno
protege contra o desenvolvimento de dermatite
atópica; exposição a pequenas doses de leite de vaca
nos primeiros dias de vida parece aumentar o risco de
alergia a esse leite, mas não afeta a incidência de
doenças atópicas no futuro.
Redução na obesidade: os indivíduos
amamentados tiveram chance de 22% menor de vir a
apresentar sobrepeso/ obesidade. É possível que haja
uma relação dose/resposta com a duração do
aleitamento materno. Entre os possíveis mecanismos
implicados nessa proteção, encontram-se melhor
desenvolvimento da autorregulação de ingestão de
alimentos das crianças amamentadas e a composição
única do leite materno, participando no processo de
“imprinting metabólico”, alterando, por exemplo, o
número e/ou tamanho dos adipócitos ou induzindo o
fenômeno de diferenciação metabólica. Mais
recentemente, foi constatado que o leite de vaca altera
a taxa metabólica do organismo durante o sono de
crianças amamentadas, podendo esse fato estar
associado ao “programa metabólico” e ao
desenvolvimento de obesidade.
Melhor nutrição: Por ser produzido pela mesma
espécie (homólogo), o leite materno contém todos os
nutrientes essenciais para o crescimento e o
desenvolvimento ótimos da criança pequena, além de
ser mais bem digerido, quando comparado com leites
de outras espécies. O leite materno é capaz de suprir
sozinho as necessidades nutricionais da criança nos
primeiros seis meses. Ele continuasendo uma
importante fonte de nutrientes no segundo ano de vida,
especialmente de proteínas, gorduras e vitaminas.
É importante lembrar que as crianças
amamentadas podem apresentar crescimento inferior
ao das crianças alimentadas com leites industrializados
entre os três e os nove meses, sem que isso, no
entanto, implique qualquer desvantagem para a
criança.
Como deve ser feito: A duração da mamada
não é importante, pois a maior parte dos bebés
mamam 90% do que precisam em 4 minutos. Alguns
bebés prolongam mais as mamadas, por vezes até 30
minutos ou mais; o que interessa é perceber que o
bebé está a obter leite da mama da mãe e não está a
fazer da mama da mãe uma chupeta, pois isto pode
macerar os mamilos, criar fissuras e levar a mãe a
desistir da amamentação.
Uma mãe pode perceber se o bebé está
mesmo a mamar quando constata que a sucção é mais
lenta do que com uma chupeta, quando verifica que o
bebé enche as bochechas de leite ou, muitas vezes,
quando ouve o bebé a engolir o leite.
O horário não é o mais importante; o bebé deve
ser alimentado quando tem fome – chama-se a isto o
regime livre –, não se devendo impor ao bebé um
regime rígido. Quando um bebé tem fome acorda para
comer, e este alerta é importante para uma melhor
ingestão de leite materno No entanto não se deve
deixar o bebé dormir mais de 3 horas durante o
primeiro mês de vida.
Quando um bebé começa a mamar na mama da
mãe, o primeiro leite que obtém é mais rico em água e
lactose, que é o açúcar do leite; à medida que a
mamada prossegue, o leite vai tendo cada vez mais
gordura.
O que é importante é que o bebé esvazie uma
mama em cada mamada; o bebé deve primeiro
esvaziar a primeira mama e se depois disso continuar
com fome é que lhe é oferecida a segunda mama;
chupar e esvaziar a mama é o segredo para uma maior
produção de leite.
Não interessa pesar o bebé antes e depois de
uma mamada, nem fazer análises ao leite, pois existe
uma grande variabilidade do leite materno ao longo do
dia, quer em qualidade, quer em quantidade. A
pesagem do bebé nas consultas de saúde e uma boa
progressão do seu peso garantem que o bebé está a
ser bem alimentado.
Todas as mães se preocupam muito com os
alimentos que devem comer. Se na família houver
casos de alergia, as mães não deverão abusar do leite
e dos seus derivados. Caso contrário, as mães deverão
praticar uma dieta saudável e variada, evitando comer
grandes quantidades de qualquer alimento ou
alimentos mais alergizantes ou que possam excitar o
bebé.
Porém, o que é mais importante é a ausência de
stress, pois este é inimigo da lactação, dado que
impede a ejecção do leite, que fica assim retido na
mama.
Introdução alimentar: Ao completar seis
meses, a criança apresenta maturidade para receber
novos alimentos, em diferentes apresentações e
texturas, na forma de alimentação complementar.
Nessa idade, essa passa a preencher as necessidades
nutricionais, até então supridas integralmente pelo
aleitamento materno ou artificial, garantindo a
manutenção do crescimento adequado e permitindo
que a criança alcance o padrão alimentar da família a
partir dos 12 meses.
7- RECONHECER AS CONSEQUÊNCIAS DAS
PRINCIPAIS CARÊNCIAS ALIMENTARES E
NUTRICIONAIS NA PRIMEIRA INFÂNCIA E A OFERTA
DE ALIMENTOS INADEQUADOS
Crianças que apresentam consumo alimentar
inadequado desde a infância tendem ao
desenvolvimento precoce de sobrepeso e obesidade,
além de outras doenças crônicas associadas.
Uma em cada três pessoas no mundo é afetada
pela deficiência de vitamina A ou pela deficiência de
ferro. Manifestações clínicas dessas carências (como
morte materna e infantil, resposta imunológica
diminuída, cegueira, retardo mental e anemia) afetam
mais de meio bilhão da população mundial. Tais efeitos
devastadores são somente parte do problema. Outros
dois bilhões de pessoas residentes em áreas de baixo
nível socioeconômico, tanto na área urbana quanto na
rural, são deficientes marginais em micronutrientes,
impossibilitados de alcançar seu potencial de
desenvolvimento físico e mental.
Em geral, a criança amamentada
exclusivamente até os 6 meses de vida, por uma mãe
bem nutrida, não necessita de suplementação com
vitaminas, com exceção da vitamina K (que é ofertada
de forma rotineira nas maternidades) e da vitamina D
em situações selecionadas.
Nos casos de crianças não amamentadas, a
insegurança e o desconhecimento dos pais em relação
à necessidade de ingestão de alimentos de seus filhos
acabam levando-os a suplementar a dieta das crianças
com preparados multivitamínicos, para compensar uma
recusa alimentar ou mesmo pela crença de que tais
produtos venham a aumentar seu apetite ou
engordá-los. Cabe ao profissional de saúde esclarecer
e corrigir possíveis erros alimentares, evitando assim
problemas relacionados à carência ou ao excesso de
vitaminas (obesidade e desnutrição).
• SUPLEMENTAÇÃO DE FERRO:
A anemia, segundo a OMS, é a condição na qual
os níveis de hemoglobina circulante estão abaixo dos
valores considerados normais para a idade, o sexo, o
estado fisiológico e a altitude. Os valores determinados
como “normais” são arbitrários e consistem em níveis
de hemoglobina encontrados na maioria da população,
o que não significa obrigatoriamente que qualquer
valor abaixo do limite estabelecido esteja relacionado a
desfechos clínicos deletérios.
Estima-se que metade da população de
crianças menores de 4 anos, nos países em
desenvolvimento, sofra de anemia ferropriva. A anemia
é um dos fatores mais importantes relacionados ao
baixo peso ao nascer, a mortalidade materna e ao
déficit cognitivo em crianças. Os elevados
requerimentos fisiológicos de ferro na primeira infância
tornam a criança especialmente vulnerável à anemia
por deficiência de ferro durante os dois primeiros anos
de vida.
• SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA A
Uma revisão realizada por grupo de estudos da
OMS sobre a subnutrição (BHUTTA et al., 2008, p.
417-440) avaliou o impacto da suplementação de
vitamina A em diversos países em desenvolvimento.
Em neonatos, a megadose administrada de vitamina A
reduziu a mortalidade entre zero e 6 meses. Entre 1 e
59 meses, reduziu a morbidade e a mortalidade, efeito
mais comum entre 6 a 11 meses de idade. Entretanto,
tal efeito restringiu-se a populações carentes do Sul da
Ásia, única região para onde a OMS recomendou a
referida intervenção.
A ingestão inadequada de alimentos que sejam
fontes de vitamina A pode estar mais relacionada aos
hábitos alimentares inadequados do que aos fatores
econômicos. Assim, restrições alimentares importantes
e inadequadas podem causar deficiências nutricionais
graves, sobretudo de vitamina A, com risco de danos
irreversíveis ao organismo.
A concentração de vitamina A no leite materno
varia de acordo com a dieta da mãe. Para crianças
amamentadas, pode-se aumentar a oferta de vitamina
A orientando uma dieta para mãe rica nesse
micronutriente (fígado, gema de ovo, produtos lácteos,
folhas verdes escuras, vegetais e frutas cor de laranja)
ou suplementando a mãe com essa vitamina. Crianças
que recebem leite materno com quantidade suficiente
de vitamina A suprem facilmente a necessidade dessa
vitamina com a alimentação complementar. Após a
introdução dos alimentos complementares, 50g de
fígado de boi por semana fornecem a quantidade
suficiente de vitamina A para lactentes (de 5 a 12
meses).
• SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA D
O raquitismo atribuído à baixa ingestão de
alimentos ricos em vitamina D e à restrição à exposição
solar é uma condição prevenível, mas que continua
ocorrendo, mesmo em países desenvolvidos Os
hábitos sedentários, a urbanização e o medo da
violência fazem com que as crianças fiquem restritas
em casa.
•SUPLEMENTAÇÃO DE VITAMINA K AO NASCER
Atualmente, existem informações suficientes
para se manter a recomendação de administrar
vitamina K ao nascimento como profilaxia contra a
doença hemorrágica neonatal por deficiência de
vitamina K.
• SUPLEMENTAÇÃO DE ZINCO
O papel do zinco na prevenção da
morbimortalidade por doenças infecciosas foi
reconhecido recentemente. A OMS, emseu site oficial,
já incluiu a recomendação de suplementar zinco no
tratamento de diarreia, além dos sais de reidratação
oral. Deve-se enfatizar o consumo de alimentos ricos
em zinco, como carnes, vísceras (em especial, o fígado)
e gema de ovo.
Durante o exame clínico, o pediatra deve estar
atento aos sinais de carência nutricional de macro e
micronutrientes. Ocasionalmente, podem estar
envolvidos aspectos sociais (como a dificuldade
escolar) e a sonolência, que são indicadores de que
alguma alteração está em processo. Em pacientes
hospitalizados com o diagnóstico de desnutrição, o
comprometimento pôndero-estatural geralmente é
intenso, a ponto de representar risco de vida, razão
para a internação.
Os casos mais graves de desnutrição (3o grau
segundo o critério de Gómez) incluem diferentes
formas de manifestação dos graves déficits nutricionais.
Os lactentes desnutridos graves são classificados
segundo aspectos clínicos e laboratoriais em:
● kwashiorkor: desnutridos do 3o grau que
apresentam edema, dermatites, despigmentação do
cabelo (sinal da bandeira), graus variados de esteatose
hepática, hipoalbuminemia, freqüentemente
apresentam diarréia, e ainda uma pequena quantidade
de tecido celular subcutâneo.
A característica marcante dessa condição é a
grave inapetência que, muitas vezes compromete
ainda mais o prognóstico. O aspecto físico da criança a
princípio não demonstra a gravidade da condição
devido à presença de edema, que confere aspecto de
peso adequado;
● marasmo: desnutridos do 3o grau que
apresentam diminuição acentuada do tecido adiposo, o
que confere aspecto de emagrecimento intenso à
criança; não são observadas dermatoses, lesões do
cabelo e pele nem esteatose. Contrariamente aos
pacientes com kwashiorkor, aqueles marasmáticos
apresentam-se inquietos e agitados, aceitando todos
os alimentos que lhe são oferecidos. O prognóstico
dessa condição é melhor que o da anterior;
● kwashiorkor-marasmáticos: desnutridos do 3o
grau que apresentam características das duas
situações descritas. Quanto ao prognóstico, é mais
favorável que o das formas kwashiorkor. Contudo,
muitas vezes se torna difícil estabelecer o diagnóstico
diferencial dessas formas de desnutrição grave; nesse
sentido, foi definido um sistema de pontos com base
em achados clínicos e laboratoriais que procura auxiliar
o processo de diagnóstico, denominado tabela de
McLaren. Segundo esse critério, os pacientes são
definidos como:
● marasmo: 0 a 3 pontos;
● kwashiorkor-marasmático: 4 a 8 pontos;
● kwashiorkor: 9 a 15 pontos.
8- RELACIONAR AS CONDIÇÕES SOCIOECONÔMICAS
E CULTURAIS COM O CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO INFANTIS
É dito que, em igual ambiente, o
desenvolvimento físico individual depende de fatores
basicamente hereditários. Por outro lado, se tem
demonstrado que crianças de distintas etnias mostram
curvas de crescimento semelhantes se as condições
ambientais, a alimentação e a proteção contra as
infecções são as mesmas.
A baixa estatura dos povos orientais, de
algumas etnias negras da África e das populações da
América Latina, durante muito tempo foi entendida
como característica racial; hoje, representa o resultado
de fatores ambientais adversos, dificultando a
afirmação do poder do potencial genético do
crescimento. O crescimento pós-natal, também, é
ditado pelos fatores genéticos e externos que
envolvem as condições socioeconômicas e ambientais,
a alimentação, a morbidade, além da evolução do
crescimento intra-uterino, traduzido pelo peso ao
nascer.
Muitas vezes, a influência da renda familiar
sobre o estado de saúde e nutrição da criança é
relativizada por outros determinantes, como educação,
tipo de moradia, saneamento, acesso aos serviços de
saúde, bens de consumo, dentre outros. Assim,
analisando o papel da renda através da escolaridade
do chefe da família e do número de bens do domicílio,
nos dados das pesquisas nacionais de 1974, 1989 e
1996, confirmou a importante influência desses fatores
sobre o crescimento e o estado de nutrição das
crianças.
Um outro fator já referido anteriormente e,
também, de grande relevância e fortemente associado
com o crescimento das crianças é a escolaridade
materna, que muitas vezes se apresenta como fator
independente da renda e que tem contribuído para
aumentar significativamente as chances das crianças
apresentarem retardo de crescimento, principalmente,
no caso de mães de baixa escolaridade e/ou sem
instrução. O grau de escolaridade influi na
determinação do crescimento, visto que está
diretamente relacionado com uma melhor
compreensão da prática dos cuidados infantis, além de
que, um maior nível de instrução certamente
contribuirá para uma melhor oportunidade de emprego
e por conseguinte, melhor nível salarial. Há íntima
relação com a melhor utilização da renda no que diz
respeito aos cuidados infantis e dos serviços públicos
que estiverem ao alcance das famílias.
Como a escolaridade, o trabalho materno sob a
forma de recursos percebidos, mostrou-se associado
ao maior ganho de peso infantil. Da mesma forma, a
coabitação com o pai da criança também constitui fator
de favorecimento ao adequado crescimento da criança.
O tamanho da família, a existência de muitos
filhos em famílias de baixa renda foram ressaltados por
instituições internacionais como a United Nations for
Developing People (UNDP) e a Organização das
Nações Unidas para a Agricultura e a Alimentação
(FAO) como condições estreitamente associadas ao
risco nutricional, principalmente nos países
subdesenvolvidos.
Estudos confirmaram que existe uma
associação positiva e estatisticamente significante ao
analisar a qualidade do estímulo presente na família e o
desempenho cognitivo de crianças, mantendo-se
presente entre crianças que convivem com seus pais,
reforçando a participação da família na construção de
um ambiente doméstico dotado de práticas
psicossociais favoráveis ao desenvolvimento infantil
(ANDRADE et al., 2005).
A Teoria do Cuidado Cultural de Leininger
evidencia que o profissional de saúde deve
apoderar-se do conhecimento cultural do indivíduo
para promover melhor o cuidado as diferentes formas
de pensar, saberes e práticas de saúde, e de que cada
cultura influencia na existência do cuidado, porém sem
perder a essência do amor e do afeto nas ações deste
cuidado. Assim, na sua teoria há uma associação
harmoniosa e produtiva do cuidado e da cultural para
direcionar as práticas dos cuidados de
saúde(LEININGER, 1991). Acreditando nesta influência
propôs que as decisões do profissional envolveriam a
preservação/manutenção do cuidado cultural, a
acomodação/negociação do cuidado cultural e a
repadronização/reestruturação do cuidado cultural.
9- RECONHECER A IMPORTÂNCIA DA PUERICULTURA
PARA O ACOMPANHAMENTO DO CRESCIMENTO E
DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Puericultura é a consulta médica periódica de
uma criança saudável, com foco na prevenção e
educação em saúde e no vínculo com a família.
Além disso, é papel da puericultura observar
fatores de risco e vulnerabilidades que cercam as
diferentes fases do processo de crescimento e
desenvolvimento da criança. Enfocar nos riscos
consiste na compreensão de que diferentes grupos
populacionais(nos quais as crianças estão inseridas)
apresentam riscos diferenciados de danos à saúde
devido a características individuais/exposição a fatores
ambientais/circunstâncias sociais. Já o conceito de
vulnerabilidade permite compreender que as crianças
possuem características e comportamentos individuais
(baixo peso ao nascer, obesidade, deficiências
imunológicas), uma dinâmica familiar e o modo como a
criança se expressa (agressividade, agitação, timidez),
os ambientes em que convive (escola, espaços de
lazer) e as oportunidades que tem de acessar serviços
de saúde – tudo isso determinada se tal criança será
mais ou menos suscetível a determinados agravos.
As fases da criança: Lactente = 0 a 2 anos; Pré
escolar = 2 a 6 anos; Escolar = 6 a 10 anos; Adolescente
= 10 a 19 anos;
Frequência das consultas: na 1° ou 2° semana de
vida, depois mensalmente até o 6 meses,
trimestralmenteaté 2 anos, semestralmente até os 5
anos e anualmente até os 19 anos.
Investigar: queixas, desenvolvimento,
alimentação e comportamento alimentar, antecedentes
familiares, antecedentes de parto e neonatais,
aleitamento materno, função auditiva e visual, saúde
bucal, sono, sexualidade, desempenho escolar,
atividade física, exposição a mídia (tempo de tela).
Exame físico completo avaliando peso,
comprimento/altura, perímetro cefálico (antropometria)
e PA. Diagnosticar crescimento, estado nutricional,
vacinação, alimentação, desenvolvimento
neuropsicomotor, ambiente físico e emocional
(exposições). (CEVADA)
10- RECONHECER A APLICAÇÃO DOS PROGRAMAS DE
VIGILÂNCIA NUTRICIONAL DO MS (SISVAN)
A avaliação contínua do perfil alimentar e
nutricional da população e seus fatores determinantes
compõem a Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN).
Recomenda-se que nos serviços de saúde seja
realizada avaliação de consumo alimentar e
antropometria de indivíduos de todas as fases da vida e
que estas observações possam ser avaliadas de forma
integrada com informações provenientes de outras
fontes de informação, como pesquisas, inquéritos e
outros Sistemas de Informações em Saúde (SIS)
disponíveis no SUS.
Para exercer a Vigilância Alimentar e Nutricional
ampliada é importante a adoção de diferentes
estratégias de vigilância epidemiológica, como
inquéritos populacionais, chamadas nutricionais,
produção científica, com destaque para a VAN nos
serviços de saúde. Estas estratégias juntas irão produzir
um conjunto de indicadores de saúde e nutrição que
deverão orientar a formulação de políticas públicas e
também das ações locais de atenção nutricional.
A avaliação do estado nutricional da população
atendida na atenção básica ocorre por meio do SISVAN
Web. Trata-se do sistema informatizado que possui
dois tipos de acesso: público e restrito. Os relatórios
consolidados são públicos e podem ser acessados por
qualquer pessoa no sítio eletrônico do Departamento
de Atenção Básica.
A outra modalidade de acesso é o módulo de
"Acesso Restrito", onde se usa a senha do município.
Todo município brasileiro deve ter um responsável pelo
SISVAN cadastrado no Sistema de Cadastro de
Gestores de Alimentação e Nutrição do Ministério da
Saúde, que deve ser o responsável pelo cadastro do(s)
técnico(s) locais. Por meio do "Acesso Restrito" da pra
registrar o tipo de acompanhamento realizado, como o
atendimento de usuários da atenção básica, de
beneficiários do Programa Bolsa Família e/ou de outras
estratégias, como Chamadas Nutricionais.

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