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Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC 1. Análise de riscos @daipm.vet PRINCÍPIOS DO APPCC LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS • Listar todos os perigos associados a cada etapa do processo e dos insumos • Análise dos perigos (risco alto médio ou baixo) e considerar quais são as medidas para controlar os perigos identificados. O QUE É PERIGO Agente de qualquer tipo com o potencial de causar dano. • Para listar os perigos potenciais, além de relembrar perigos muitos conhecidos na BPF, temos que considerar também risco radiológico, fraudes e alergênicos. @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS PERIGO FÍSICO • É tudo aquilo que podemos ver e pegar. Podem causar danos físicos (Metal, parafuso, madeira, plástico) ou apenas nojo. (Um fio de cabelo não faz mal ao consumidor se ingerido,mas pode passar a impressão de má higienização ou paramentação adequada | Já os insetos entram na mesma questão, não vão causar danos físicos diretamente mas pode indicar uma infestação de insetos e causar repulsa no consumidor.) @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS PERIGO QUÍMICO • Contaminantes de natureza química naturais ou sintéticos, provenientes ou não do meio ambiente,cuja presença acima dos níveis aceitáveis no produto acabado, pode comprometer a qualidade e inocuidade do alimento. • Ao realizar o levantamento de perigos químicos no Plano de APPCC, considerar: ♦ Toxinas (Aflotoxinas, Micotoxinas) ♦ Metais pesados (Provenientes do solo ou da água) ♦ Óleos e graxas lubrificadas ♦ Aditivos usados além do permitido ♦ Medicamentos veterinários ou agroquímicos (Antibiótico) ♦ Detergentes e sanificantes @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS ALERGÊNICOS • Os ingredientes alergênicos provocam uma reação intensa do sistema imunológico, porque percebe erroneamente a proteína do alimento como algo prejudicial. • A listagem dos alergênicos pode ser feita como um perigo químico ou classificação exclusiva. @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS PERIGOS BIOLÓGICOS • Microrganismos como bactérias, fungos, protozoários e vírus que podem ser patogênicos ou deteriorantes. Não são visto a olho nu. • Às vezes o microorganismo deteriorante não vai ser tão importante pro APPCC porque não vai causar dano a saúde do consumidor. @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS RADIOLÓGICO • A radiação pode contaminar alimentos no solo e na água. • Alimentos contaminados podem ser cancerígenos. • Listar os riscos radiológicos não é obrigatório no Codex, porém já é exigido em normas de Segurança de Alimentos (ISO, BRC, FFSC) e também para exportações para os EUA. • Devem ser considerados: ♦ Alimentos irradiados – o tratamento é autorizado em vários tipos de alimentos com diferentes finalidade (Como por exemplo evitar brotamento em vegetais e diminuir a carga microbiana) mas pode ter uso mal intencionado, sendo usado de forma abusiva como tática para “camuflar” as más condições higiênico sanitárias. @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS RADIOLÓGICO • Ainda não há evidências suficientes que comprovem a presença destes compostos em alimentos irradiados em quantidade que possam prejudicar a saúde (ainda não se sabe o mínimo do nível de segurança para um alimento irradiado). • A origem dos alimentos – se esta pode ser de locais atingidos por acidentes nucleares (Como por exemplo o acidente em Goiás, considerar se tiver comprando alguma matéria prima de lá). @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS FRAUDE • Fraude são contaminações intencionais com o intuito de conseguir ganhos econômicos. • Podem ser realizados por alteração, adulteração, falsificação e sofisticação. • Também não é obrigatório pelo Codex, mas nos dias de hoje é amplamente considerado para matérias-primas. • A análise deste perigo requer muita pesquisa, uma vez que é baseado em histórico. @daipm.vet LISTAGEM DOS PERIGOS POTENCIAIS A equipe de APPCC deve identificar e registrar todos os perigos potenciais que são razoavelmente esperados em cada etapa em relação ao produto, processos e as instalações – por isso é tão importante a equipe ser multidisciplinar. A equipe multidisciplinar pode listar uma lista maior de perigos,por disporem de conhecimentos variados. A identificação deve incluir os perigos presentes nas matérias primas, embalagens de contato primário, perigos introduzidos durante o processo ou sobreviventes as etapas do processo. ANÁLISE DOS PERIGOS LEVANTADOS A equipe da APPCC, em seguida para cada perigo levantado, deve conduzir uma análise para identificar quais precisam ser prevenidos, eliminados ou reduzidos a níveis aceitáveis. Na listagem inicial de perigos se fala de tudo que pode acontecer durante o processo, como se fosse mesmo um brainstorm, e depois na análise de riscos é que vai ser verificado quais perigos precisam ser analisados. @daipm.vet ANÁLISE DOS PERIGOS LEVANTADOS Nesta análise, considerar: • A provável ocorrência de perigos e a severidade dos danos à saúde; • A avaliação quantitativa ou qualitativa da presença; (qual o limite? Há alguma legislação pra isso? Isso precisa estar descrito no plano). • Sobrevivência ou multiplicação de microrganismos; (Exemplo: se o pasteurizador parar, vai ter sobrevivência de microorganismos?) • Produção ou persistência de toxinas ou outros agente químicos ou físicos. (Exemplo: Staphylococcus aureus. Produz toxinas) @daipm.vet ANÁLISE DOS PERIGOS LEVANTADOS CLASSIFICANDO SEVERIDADES: 1. Insignificativa: sem lesões 2. Lesão menor: arranhões 3. Lesão moderada: necessita de primeiros socorros 4. Lesão maior: hospitalização ou intervenção cirúrgica 5. Catastrófica: Morte CLASSIFICANDO PROBABILIDADES: 1. Muito improvável: Mais de 1x/ano 2. Improvável: 1x/ano 3. Razoavelmente improvável: 2 a 5x/ano 4. Provável: 6 a 12x/ano 5. Muito provável: mais de 12x/ano CLASSIFICANDO RISCOS: Se multiplica a severidade pela probabilidade. O valor obtido é usado pra classificar o risco. • Risco baixo: 1 a 3 • Risco médio: 4 a 9 • Risco alto: 10 a 25 Importante lembrar que dentro do plano, a severidade sempre será a mesma, pois já foi admitido que o risco aconteceu. O que muda dentro do plano é a variabilidade. @daipm.vet DETERMINAÇÃO DO RISCO Perigos classificados como risco baixo são aceitáveis dentro da avaliação do plano de segurança dos alimentos. Perigos classificados como risco médio e risco alto precisam de uma ou mais medidas de controle para mitigar o risco. MEDIDAS DE CONTROLE A equipe APPCC deve considerar as medidas de controle necessárias para prevenir ou eliminar um perigo à segurança de alimentos, ou reduzi-lo a um nível aceitável Quando o controle é alcançado através de problemas de pré-requisitos existentes, isso deve ser declarado (ex: um PPR para produção de um alimento que foi declarado risco alergênico) e a adequação do programa para controlar o perigo específico deve ser validada. @daipm.vet ANÁLISE DE PERIGOS – MATÉRIAS PRIMAS A análise de perigo de insumos pode ser feita junto ou separado da análise das etapas. O recomendado é fazer separado, pois a análise pode ser imensa, cada ingrediente vai ser analisado com risco físico, químico, biológico, radiológico, fraude e alergênico. Numa linha de produção com vários produtos o que muda é a entrada de ingredientes, as etapas de produção continuam as mesmas. No plano APPCC pode-se trabalhar com níveis mais rígidos dos limites máximos do que se tem na legislação. Exemplo: na legislação tem que o risco de 1,5% do nível máximo permitido, então o plano pode exigir menos. Do mesmo jeito, pode-se incluir algum risco que não esteja previsto na legislação e colocar na Justificativa para nível de perigo: Requisito interno. Quando o risco do perigo é baixo, não necessariamente precisa fazer análise daquele material. Pode-se querer fazer análise de um risco médio. Quando isso acontece, precisa ser evidenciado no plano APPCC de que medida de controle é a homologação de fornecedores, ou seja, está “confiando”aquela responsabilidade ao fornecedor. @daipm.vet ANÁLISE DE PERIGOS – MATÉRIAS PRIMAS Em caso de alergênicos, tem de se considerar a safra, por exemplo da soja e do trigo onde podem ficar remanescentes da soja onde se planta o trigo. Então o perigo é considerado. Se o fornecedor declara que a matéria prima pode conter algum alergênico, então tem que declarar no produto final o risco desse alergênico. Se o objetivo for produzir um produto sem alergênico, então o fornecedor tem que garantir que não haja presença desse alergênico na máteria- prima. Quando o alergênico é declarado na embalagem, então o perigo é descrito como “NA (Não se aplica)” Na análise de matérias primas não necessita estar na ordem da entrada no processo. Mas na análise de perigos do processo, a ordem de análise deve seguir o fluxograma. Uma das formas de medida de controle é ter fornecedores com selos de inspeção. @daipm.vet ANÁLISE DE PERIGOS – ETAPAS Para análise de risco das etapas, entram os perigos físicos, químicos e biológicos. Não necessariamente entra radiação, vai depender muito da etapa de produção. A fraude não seria um risco para colocar pois não há interesse em fraudar etapas de processamento do produto. Nessa parte da análise, segue-se o fluxograma de processo, se atentando para cada particularidade. Deste o pallet usado para armazenar a matéria prima a coisas mais complexas. Quando se repetirem os perigos, materiais, origens do perigo e justificativas, podem ficar dentro de uma mesma etapa dentro da planilha. Ex. Recebimento e armazenamento de sal refinado. Quando não há nenhum perigo identificado, deve ser escrito “NENHUM”. Sendo o risco classificado como médio ou alto, é sinal de que algo na etapa de processo precisar ser melhorado, e daí se foca na medida de controle. @daipm.vet ANÁLISE DE PERIGOS – ETAPAS Perigo classificado como risco baixo, então é aceitável. Já quando é classificado como risco médio e alto, é para escrever em “determinação do risco”: revisar e melhorar. Se o perigo for aceitável, e houver uma instrução de trabalho ensinando como faz determinada etapa, é para descrever qual a instrução de trabalho na coluna de “medidas de controle”. A presença de alguns insetos não entra como um risco considerável no plano, pois não está relacionado com a segurança do alimento, e sim com o aspecto de nojo que causará no consumidor, mas a empresa pode determinar a presença dos insetos como um fator de risco prevendo uma infestação no armazenamento e assim exigir que, se houver insetos, que eles estejam mortos. @daipm.vet
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