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Liana Ribeiro Urolitías� ❏ Cristais: precipitados microscópicos - urinálise; ❏ Sedimentos: precipitados microscópicos; ❏ Urólitos: precipitados macroscópicos, concreções organizadas em qualquer parte do sistema urinário; Urólitos: ❏ Formado por matriz orgânica: mucoproteína, restos celulares, bactérias, coágulos, corpo estranho < 5%; ❏ Cristais: forma um núcleo sobre o qual ocorre a precipitação de cristais em alta concentração > 95%; ❏ Uma vez formado, para continuar crescendo o urólito depende de retenção de solutos na urina e supersaturação, em caso de menor fluxo urinário = agregação de partículas; ❏ Taxa de crescimento do urólito depende do grau de saturação da urina; ❏ Pode ser formado por um só tipo mineral ou por mais de um dispostos em uma camada ou em sobreposição de camadas; ❏ Simples: mais que 70% da sua estrutura é composta por apenas um tipo de mineral em apenas uma camada; ❏ Misto: uma camada identificável, com mais de um componente, mas nenhum ultrapassa 70% - 2 problemas ao mesmo tempo; ❏ Composto: presença de camadas justapostas de diferentes composições, com pelo menos 70% de um mesmo mineral numa camada, e outro mineral em outra camada (um urólito é recoberto por outro urólito) - parte central é a que originou (etiologia); ❏ A cristalúria NÃO está, NECESSARIAMENTE, relacionada ao TIPO DE UM URÓLITO COMO UM TODO porque o urólito pode ser formado pela sobreposição de camadas e os cristais observados na urina durante a urinálise de um animal com urólito podem representar somente a área mais externa deste; ❏ Como avaliar composição? análise qualitativa, quantitativa ou quantitativa e em camadas; ❏ Mais comuns: estruvitas, oxalato de cálcio, urato de amônia, cistina; ❏ Menos comuns: sílica, fosfato de cálcio; Etiologia da formação dos urólitos ❏ Urina supersaturada de cristais: em condições como pH favorável pode ocorrer a agregação desses cristais; ❏ Deficiência de inibidores da cristalização: falta de inibidores de cristalização e agregação de cristais como citrato, pirofosfato e glicosaminoglicanos; ❏ Fatores genéticos; ❏ Fatores nutricionais; ❏ Fatores ambientais; ❏ Mecanismos genéticos, congênitos ou adquiridos aumentam o risco da precipitação de metabólitos excretados na urina (principalmente minerais) e a formação de urólito. Mas apenas a presença de cristais na urina por si não é considerada uma doença; ❏ Urolitíase não deve ser avaliada como uma moléstia isolada, mas como uma CONSEQUÊNCIA de uma ou mais anormalidades; 1. Urólitos de estruvita ou fosfato triplo magnesiano: ❏ Urina alcalina (pH > 6,7); ❏ + comum em fêmeas (cães 62% e gatos 55%); ❏ Dietas ricas em magnésio e fósforo - animais que ingerem muita ração; Liana Ribeiro ❏ Em cães estão associados à presença de ITU por bactérias produtoras de urease; ❏ Em gatos, geralmente formam-se em urinas estéreis - sem ITU; ❏ Bicarbonato de amônia: alcaliniza a urina e aumentam a [ ] de fosfato e magnésio na urina (supersaturação) e lesam glicosaminoglicanos, permitindo a aderência de bactérias na parede vesical - 2 a 8 semanas; ❏ Cistite propicia a formação desse urólito; 2. Urólitos de oxalato de cálcio: ❏ Urina ácida (pH < 6,7); ❏ + machos (cães 70% e gatos 57%); ❏ Hipercalciúria: perda renal por reabsorção tubular deficiente - dietas ricas em NaCl, DRC, HAC, dietas ricas em Ca e vit D, idiopática (gatos) - vitamina D serve como quelante de cálcio, podendo levar a formação de cálculos; ❏ Dietas acidificantes da urina: urina ácida sequestra Ca e P para servir como tampão para o H+ - suplementação com vitamina C, dieta para estruvita por longo período; ❏ Hiperoxalúria: oxalato é o produto final do ácido ascórbico - deficiÊncia de vitamina B6 (deficiência produz e excreta ácido oxálico), suplementação com vitamina C (precursora do oxalato; 3. Urólitos de urato (amônia, ácido úrico, xantina): ❏ Urina ácida; ❏ Dálmatas; ❏ Yorkshire terrier; ❏ Bulldog inglês, shih tzu, schnauzer; ❏ DÁLMATA: Deficiência genética no metabolismo do ácido úrico; ❏ Gene recessivo homozigoto; ❏ Menor conversão hepática de ácido úrico em alantoína pelo hepatócito resulta em maior excreção urinária de ácido úrico; ❏ Ácido úrico: metabolismo das purinas (adenina e guanina) → hipoxantina → xantina → ácido úrico → alantoína (solúvel na urina); ❏ Menor conversão hepática de amônia em ureia e menor conversão de ácido úrico em alantoína; ❏ YORKSHIRE: anastomose portossistêmicos (shunt) → doença hepática crônica (cirrose); ❏ Excesso de proteína na dieta: maior excreção de amônia e ácido úrico e pH mais ácido; 4. Urólitos de cistina: ❏ Urina ácida; ❏ Não descrita em gatos; ❏ Dachshund, bulldog inglês; ❏ + machos - genético; ❏ Cistonúria: < reabsorção tubular do aminoácido cisteína (reabsorvido em cães normais); ❏ Defeito hereditário no transporte tubular causando excreção excessiva; ❏ Sugere-se padrão autossômico ligado ao sexo; ❏ Consumo hídrico reduzido; Sinais clínicos: Assintomático: achado de imagem; Sintomático: variam de acordo com a localização; Liana Ribeiro ❏ Ureterólitos ou nefrólitos: hematúria, dor lombar ou abdominal; ❏ Uretrólitos: escúria (retenção urinária) que pode levar a ruptura; ❏ Urocistólitos: disúria, hematúria, polaciúria, estrangúria, urólito palpável em topografia vesical; Diagnóstico: ❏ Desafio está em tentar predizer a composição do urólito enquanto ele ainda está em meio interno; ❏ Resenha (idade, sexo, raça); ❏ Anamnese (sc, dieta, fatores predisponentes); ❏ Exame físico (dor, hematúria, escúria); ❏ Complementares: urinálise; ❏ Ph alcalino = sugere urólitos de estruvita ou urato ❏ Ph ácido = sugere urólitos de oxalato, cistina ou urato ❏ Sedimentoscopia: se houver infecção - piúria, hematúria, bacteriúria + ph alcalino = cálculo de estruvita secundário à infecção por bactéria urease +; ❏ Pode haver cristalúria, tendo relação com a composição do cálculo; ❏ Urocultura: avaliar ITU; ❏ Urease +: sugere urólito de estruvita; ❏ Bioquímica sérica: na suspeita de oxalato de cálcio; ❏ Na suspeita de urato de amônio: dosar ácidos biliares e avaliar atividade e função hepática, que pode estar alterada em hepatopatia crônica; ❏ US: identificação, localização, número, tamanho, densidade, forma; ❏ O conhecimento da composição das camadas do urólito é essencial para o entendimento da formação, indicação do tratamento adequado e prevenção de recidivas; ❏ Após concluir diagnóstico etiológico, encaminhar para análise qualitativa/quantitativa do urólito; ❏ Tratamento: 1. Nefrólitos: Assintomáticos: ❏ Oxalato de cálcio urato e cistina → monitoramento; ❏ Estruvita: dissolução por manejo dietético; Sintomáticos: ❏ Oxalato de cálcio, urato e cistina: remoção cirúrgica; ❏ Estruvita: remoção cirúrgica ou dissolução por manejo dietético; 2. Ureterólitos: remoção cirúrgica; 3. Uretrólitos: desobstrução por retrohidropulsão até vesícula urinária seguida de cistotomia e remoção do urólito ou uretrostomia; 4. Urocistólitos: a. Oxalato de cálcio, urato e cistina: cistotomia e remoção cirúrgica; b. Estruvita: dissolução por manejo dietético/medicamentosa ou cistotomia e remoção cirúrgica; Prevenção: ❏ AUMENTO DE ÁGUA e redução da densidade; 1. Estruvita: ❏ Passíveis de dissolução com uso de dieta litolítica e, em caso ITU, antibioticoterapia; ❏ Tratar ITU (quando presente) - auxilia na prevenção da ocorrência ou recorrência desse tipo de urólito; ❏ Promover a diurese: ↑ NaCl na dieta: 0,5 a 10g/dia (empírico); ❏ Dietas calculolíticas e preventivas; ❏ ↓ fósforo e magnésio; ❏ ↓ proteína (< 25% de proteína bruta); ❏ ↓ uréia → ↓ amônia; ❏ Dietas acidificantes da urina c/ predomínio de ânions (Cl, P e S) = mantém pH urinário em aproximadamente 6,5; ❏ Feline/canine hills, urinary royal, ur fórmula purina = Em geral, dissolvem cálculos após 1 mês (gato) e 3 meses (cães) mas manter a dieta até 1 mês após Rx/Us negativos; 2. Oxalato de cálcio: Liana Ribeiro ❏ Tratamento eficaz: cirurgia - dietas não dissolvem cálculo, apenas previnem; ❏ Medidas preventivas de recidivas: diminuemcristalóides cálculogênicos; ❏ Fornecer moderado consumo de cálcio, vit D e fósforo; ❏ Evitar dietas com excesso de proteína e sódio; ❏ Suplementação com vitamina B6 - ajuda a reduzir formação de oxalato; ❏ Suplementação com citrato de potássio - citrato se quela ao cálcio formando um sal solúvel na urina (reduz agregação e cristalização); 3. Urato: ❏ Cirurgia; ❏ Tratar hepatopatia presente; ❏ Diminuir cristaloides calculogênicos; ❏ Dieta com restrição proteica; ❏ Alcalinizar urina: aumenta solubilidade dos cristais; ❏ Diminuir ácido úrico; ❏ Para Dálmatas (uricosúria genética); ❏ Alopurinol: 10 a 20 mg/Kg, VO, dividido 2 a 3 vezes/dia; ❏ Inibidor competitivo da xantino oxidase; 4. Cistina: ❏ Cirurgia; ❏ Diminuir cristaloides calculogênicos; ❏ Redução da ingestão de proteína; ❏ Dieta hipossódica; ❏ Alcalinizar urina; ❏ Medicamento: N-(2-mercaptopropionil)-glicina (30mg/kg ÷2 vezes/dia) reduz a cistina a duas moléculas de cisteína (50x mais solúvel);
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