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Módulo 2 - Unidade 3

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5/4/2021 Módulo 2 - Unidade 3
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UNiDADE 3
REDUÇÃO DA DEMANDA E DA
OFERTA DE DROGAS
3.1 REDUÇÃO DA DEMANDA
3.2 REDUÇÃO DA OFERTA
CONTEXTUALiZANDO
Nesta unidade, você terá a oportunidade de aprofundar seus conhecimentos acerca de como os
fenômenos e as abordagens da Unidade 2 podem ser articulados com aplicações práticas para a
redução da demanda e da oferta de drogas.
3.1 REDUÇÃO DA DEMANDA
Esta aula versa sobre a redução da demanda por drogas. Então, é importante contar um pouco sobre
quem é o demandante por drogas. Para isso, primeiramente, é preciso considerar que “narco” tem
origem na expressão grega νάρκη, que significa "torpor".
Pois bem, o demandante por drogas, também conhecido por termos mais técnicos como drogadito, ou
por termos que evocam um estatuto moral (viciado), é alguém a quem o imaginário popular associa
historicamente ao LSD, cuja sigla advém de Lysergsäurediethylamid, palavra alemã para a dietilamida
do ácido lisérgico, uma das mais potentes substâncias alucinógenas conhecidas.
Porém, como você já deve ter testemunhado presencialmente ou pelas telas de TVs e celulares, hoje é
comum no cotidiano das grandes cidades que os usuários de crack estejam em um estado de alta
excitação. Essa excitação se traduz por “demandar a droga” e seus respectivos efeitos. E demandar
consiste em tentar obter, pedir, exigir, precisar. No ambiente de usuários de drogas, a demanda pela
droga é referida como “fissura”.
Tharcila Chaves e colaboradores (2011, p. 1.171), em artigo que prospectou adictos de crack pela
técnica de entrevista, apontam três citações acerca da demanda/fissura:
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Diante disso, verifica-se que, enquanto os adictos/dependentes químicos (de crack ou de outras drogas
psicoativas) estiverem fora de si, em estado de torpor ou de excitação, são considerados incapazes de
praticar de forma livre e consciente os atos da vida civil perante a lei.
Veja o que diz o Código Civil Brasileiro, no art. 4º, inciso II:
Código Civil Brasileiro
Art. 4º 
Inciso II. São incapazes a certos atos ou à maneira de os exercer os ébrios habituais, os viciados
em tóxicos, e os que, por deficiência mental, tenham o discernimento reduzido.
A lei brasileira, inclusive, prevê que aqueles que, por causa transitória ou permanente não puderem
exprimir a sua vontade, fiquem sujeitos à assistência de curador nomeado judicialmente. Isso vale para
o embriagado, o usuário de crack e também para alguém que esteja tendo alucinações provocadas por
LSD.
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A incapacidade permanente ou temporária do dependente químico também causa impactos significativos na
economia formal e nas contas públicas.
Uma notícia publicada pelo jornal “O Globo” apresenta informações de que, nos últimos anos, o
requerimento de benefícios ao INSS aumentou em 256%. Isso significa que o consumo de drogas
cresce de forma alarmante, bem como afasta milhares de brasileiros de seus trabalhos e aumenta a
pressão sobre os recursos humanos, materiais e orçamentários da Previdência pública.
Veremos adiante os fatores de proteção e de risco para as drogas – eles implicam a construção de
políticas públicas de aplicação social e proteção coletiva – políticas genéricas, portanto, de redução da
demanda. Nesse ponto, entretanto, parece oportuno enfatizar os aspectos referentes ao próprio
indivíduo que está no processo de parar de demandar por drogas e as estratégias individuais para isso.
Reduzir a demanda por drogas implica, individualmente, manter a cessação do uso. Uma palavra-
chave desse processo é “coping” (palavra oriunda da língua inglesa).
Coping: sem tradução exata para a língua portuguesa, pode significar lidar, manejar,
adaptar-se ou enfrentar. Trata-se de um processo de interação entre o indivíduo e o meio
ambiente, com a função de reduzir ou suportar uma situação adversa que exceda os
recursos do indivíduo.
(ALMEIDA; STROPPA, 2009)
A esse respeito, vale citar novamente Tharcila Chaves e colaboradores (2011). Para os autores, coping
tem a ver com as habilidades que a pessoa desenvolve com vistas ao domínio e à adaptação das
situações de estresse. Dessa forma, as estratégias ou processos de coping permitem uma resposta,
comportamental ou cognitiva, frente às adversidades quotidianas. A escolha da estratégia ou das
estratégias empregadas pela pessoa em uma determinada situação depende de seu repertório
individual e das experiências tipicamente reforçadas em sua trajetória pessoal. Por outro lado, as
pesquisas revelam que pessoas dependentes de cocaína possuem dificuldade de entender e reconhecer
as próprias emoções. Isso constitui um obstáculo ao desenvolvimento de habilidade de enfrentamento
(coping), como o autocontrole. Tharcila Chaves e colaboradores concluem com um exemplo bastante
pertinente ao presente tópico:
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Nosso estudo demonstrou haver associação entre o uso de algumas estratégias de coping e
a motivação para parar de usar crack, o tempo de internação e o tempo de abstinência
desta substância. Os pacientes mais motivados parecem tentar fazer um esforço no sentido
de controlar a fissura e evitar a recaída, utilizando as estratégias aprendidas durante o
tratamento.
Na medicina, nem mesmo as drogas escaparam à influência da mitologia grega. O mais conhecido
narcótico do grupo dos opioides, a morfina, obteve seu nome de Morfeu, o deus grego dos sonhos.
(VIANA, 2010).
Outro dado importante está no fato de os demandantes por drogas ilegais de hoje terem sido aqueles
que fazem ou fizeram uso abusivo de drogas legais ontem. Nos Estados Unidos, por exemplo, 0,3% da
população fez uso de heroína nos últimos doze meses, dessas pessoas, 80% também fizeram uso
abusivo de opioides vendidos legalmente com prescrição médica.
Outro aspecto importante, em relação ao dependente químico, é se ele, além do crime de consumo –
que, diga-se de passagem, foi despenalizado no Brasil em 2006 –, também for praticante contumaz
de outros crimes. Barbero e Pérez (2009) realizam uma análise de três hipóteses relacionadas a essa
questão.
Clique nas setas e veja:
O consumo de drogas causa delinquência.
 
As autoras argumentam que esta última hipótese é a que vem recebendo mais atenção nas últimas
décadas, dado que as pesquisas vêm mostrando que o consumo de drogas e a delinquência são
causados pelos mesmos fatores. Para explicar as condutas de consumo e delinquência, o trabalho se
debruça sobre questões familiares, de grupos de pertença e causas pessoais, muito ao estilo do que foi
ministrado na Unidade 2 deste módulo.
A conclusão da investigaçãodas autoras é a de que, de fato, um consumidor de drogas não
necessariamente se envolve com outras modalidades de crimes. O sentido oposto também se
mostra verdadeiro no trabalho citado, nem todo criminoso é usuário de drogas. Porém, em grande
medida, os mesmos preditores do crime e da violência também predizem que alguém, em
determinado momento de sua vida, irá se tornar um usuário de drogas ilícitas.
Nesse sentido, o Relatório Mundial sobre Drogas do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime
(UNODC), em sua versão de 2020, pode ser instrumental para políticas de prevenção do crime, em
geral, e de redução da demanda por drogas, em específico, na medida em que aponta os fatores de
risco para o uso prejudicial dessas substâncias.
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Tais fatores parecem ter relação direta com a redução da demanda, posto que constam de um
documento essencialmente preditivo. Os fatores de risco precisam ser prevenidos ou neutralizados se
já estiverem instalados, ou até mesmo reprimidos em situações extremas. De outra parte, os fatores
de proteção precisam ser proativamente promovidos.
Curiosamente, os fatores de risco possuem um caráter essencialmente estrutural (de manejo
complexo), enquanto os fatores de proteção parecem ser mais específicos (de manejo objetivo
enquanto alvos de políticas públicas focadas especificamente na redução da demanda).
3.2 REDUÇÃO DA OFERTA
A Política Nacional sobre Drogas (PNAD) brasileira mudou significantemente com o advento do
Decreto nº 9.761, de 11 de abril de 2019. Já em sua introdução, a nova PNAD destaca a ênfase das
ações de redução da oferta, as quais incluem:
Decreto nº 9.761
11 de abril de 2019
As ações de segurança pública, defesa, inteligência, regulação de substâncias precursoras, de
substâncias controladas e de drogas lícitas, repressão da produção não autorizada, de combate
ao tráfico de drogas, à lavagem de dinheiro e crimes conexos, inclusive por meio da recuperação
de ativos que financiem ou sejam resultados dessas atividades criminosas.
Com o referido decreto, o governo federal brasileiro passou a enfatizar, no âmbito da redução de
oferta de drogas, o que é denominado de “ciclo virtuoso”. A expressão ‘ciclo virtuoso’ é utilizada para
designar um círculo de acontecimentos positivos que se retroalimentam. No polo diametralmente
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oposto está o ciclo vicioso.
O CICLO VIRTUOSO DA POLÍTICA NACIONAL SOBRE DROGAS
(PNAD)
Gestão de 
ativos criminais
Fomento, 
modernização, 
capacitação e 
fortalecimento 
das polícias
Apreensão de bens 
pelas polícias
Em seguida, entenda como funciona o ciclo vicioso, na prevenção criminal. Clique no player a seguir
para ouvir o podcast ou clique em "Transcrição" para ler o texto.
PODCAST
Transcrição0:000:00 / 2:17/ 2:17
O resultado da orientação da política de drogas, com ênfase no desmantelamento das organizações
criminosas, inclusive com uso de seus próprios recursos, começa a ser expresso em números. Somente
em ações da Polícia Federal, R$ 653,9 milhões de recursos de lavagem de dinheiro do tráfico de
drogas foram bloqueados em 2019. Isso representa um aumento de 44% em relação a 2018, quando
foram bloqueados R$ 451,5 milhões em ações de mesma natureza. Em nota ao site R7, a Polícia
Federal informou que esses “[...] números confirmam o empenho da instituição em promover a
descapitalização financeira de organizações criminosas”.
SAiBA MAiS
No início de 2021 a Polícia Rodoviária Federal publicou resultados operacionais apontando
recordes de apreensões e redução da violência no trânsito em 2020, impactando também na
logística do crime organizado. Veja a notícia completa e os quadros comparativos sobre
apreensões de drogas.
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https://www.gov.br/prf/pt-br/noticias/nacionais/resultados-operacionais-da-prf-apontam-recordes-de-apreensoes-e-reducao-da-violencia-no-transito-em-2020
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É importante também enfatizar que os recursos obtidos a partir do leilão dos bens disponibilizados à
Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD) também podem ser revertidos em favor dos
estados.
Clique no player a seguir e veja o vídeo que trata da descapitalização do narcotráfico.
FRoNt | M2 | Descapitalização do narcotrá�coFRoNt | M2 | Descapitalização do narcotrá�co
A Lei nº 13.886, de 17 de outubro de 2019, garantiu ainda mais segurança jurídica ao processo de
aceleração da destinação de bens apreendidos ou sequestrados que tenham vinculação com o tráfico
ilícito de drogas. Essa lei se juntou ao já referido Decreto nº 9761, de 11 de abril de 2019, e facilitou a
venda de bens apreendidos ou confiscados do tráfico para que o dinheiro seja utilizado em políticas
públicas. Assim, joias, aeronaves, fazendas e veículos de luxo apreendidos em condutas criminosas
associadas ao tráfico de drogas podem ser vendidos e investidos em ações federais e estaduais contra
a oferta de drogas.
Os recursos obtidos com o tráfico não precisam necessariamente ser apenas leiloados. As armas
apreendidas com criminosos podem ser destruídas ou doadas para as forças de segurança. Veja o que
diz a Lei nº 13.886/2019:
Lei nº 13.886
Art. 3º. 
 O art. 25 da Lei nº 10.826, de 22 de dezembro de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação:
As armas de fogo apreendidas, após a elaboração do laudo pericial e sua juntada aos autos,
quando não mais interessarem à persecução penal serão encaminhadas pelo juiz competente ao
Comando do Exército, no prazo de até 48 (quarenta e oito) horas, para destruição ou doação aos
órgãos de segurança pública ou às Forças Armadas, na forma do regulamento desta Lei.
§ 1º As armas de fogo e munições apreendidas em decorrência do tráfico de drogas de abuso, ou
de qualquer forma utilizadas em atividades ilícitas de produção ou comercialização de drogas
abusivas, ou, ainda, que tenham sido adquiridas com recursos provenientes do tráfico de drogas
de abuso, perdidas em favor da União e encaminhadas para o Comando do Exército, devem ser,
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após perícia ou vistoria que atestem seu bom estado, destinadas com prioridade para os órgãos
de segurança pública e do sistema penitenciário da unidade da federação responsável pela
apreensão.
O exemplodo repasse das armas apreendidas com criminosos para as instituições policiais é
ilustrativo do papel dessas instituições no ciclo virtuoso objetivado pela Nova Política Nacional sobre
Drogas. Trata-se da superação de um paradigma outrora alicerçado quase que exclusivamente em
políticas de cunho social. A respeito desse assunto, é importante revisitar um comentário de Brito e
Dantas (2009): “a utilização exclusiva de iniciativas de prevenção criminal baseadas em políticas de
cunho social pode limitar a eficiência da ação do Estado no provimento da segurança pública e na
performance da polícia nas ações correspondentes”.
Clique no player a seguir e veja o vídeo sobre alterações da gestão de ativos que geraram
transformações na Política Nacional sobre Drogas.
FRoNt | M2 | Três aspectos fundamentais na transformaçõeFRoNt | M2 | Três aspectos fundamentais na transformaçõe……
Ou seja, para prevenir o crime e o narcotráfico, não é exceção à regra, são necessárias ações que vão
muito além do discurso hegemônico de que nenhuma outra ação seria efetiva fora da superação das
desigualdades sociais, econômicas, raciais, de gênero etc. Por essa e outras razões, a Nova Política
sobre Drogas dirige um olhar especial para temas como a Inteligência de Segurança Pública (ISP).
Um dos recursos essenciais à inteligência, sobretudo de segurança pública, é a vigilância. Segundo a
Doutrina Nacional de Inteligência de Segurança Pública (DNISP), a vigilância é uma das modalidades
de ações de busca em inteligência.
Em termos práticos, tenha em mente que boa parte das apreensões de drogas e armas por parte da
Polícia Rodoviária Federal (PRF) ocorre em razão da vigilância empreendida por homens e
equipamentos dessa instituição ao longo dos milhares de quilômetros da malha viária nacional.
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Esse é um exemplo de vigilância física que, em atividades típicas de polícia judiciária, se as
autoridades suspeitarem que alguém está envolvido em atividades ilícitas podem recorrer ao ato de
segui-lo.
PRF terá à disposição carro de luxo apreendido em operação contra a corrupção. 
Foto: Jovem Pan.
O Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC) reconhece ser a vigilância uma
ferramenta de investigação amplamente utilizada, embora a maioria dos países tenha posto limite a
esse tipo de ação de busca. O direito à privacidade na própria casa, por exemplo, tem reconhecimento
quase universal, então os países impõem restrições a tal intrusão. O limite de quando as autoridades
governamentais podem entrar em espaços privados depende da jurisdição e pode incluir causa
provável, suspeita razoável, fundamentos razoáveis e prováveis e geralmente requer autorização
judicial prévia.
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Tipos e exemplos de vigilância eletrônica.
Um tipo de vigilância essencial para a atividade de ISP contra o narcotráfico e o crime organizado é a
vigilância eletrônica, a qual tem natureza intrusiva, principalmente quando realizada por meio de
escuta eletrônica. O UNODC orienta que, nos países em que for permitida, a vigilância eletrônica só
pode ser considerada quando os meios menos invasivos tiverem sido esgotados ou ineficazes, ou
quando nenhuma alternativa razoável para obter provas possa ser oferecida, dadas as circunstâncias
do caso.
Um exemplo para representar essa vigilância é a possibilidade de a polícia invadir o WhatsApp para
obter provas sobre algum suspeito de tráfico.
Foto: © [tashatuvango] / Adobe Stock.
Ainda de acordo com o UNODC, a vigilância eletrônica desempenha uma função semelhante às
operações veladas, mas permite a coleta de uma gama mais ampla de evidências. É o método de
investigação preferido quando um grupo criminoso organizado não pode ser penetrado por um
estranho ou quando a infiltração física ou vigilância representam um risco inaceitável para a
investigação ou para a segurança dos investigadores. Dada a sua intromissão, a vigilância eletrônica
está sujeita a um estrito controle judicial e salvaguardas legais para prevenir abusos e limitar a
invasão de privacidade.
Como se vê, a vigilância é essencial à atividade de ISP contra as organizações criminosas envolvidas na
oferta de drogas. Isso vale tanto para a vigilância física, realizada por uma agência de policiamento
ostensivo, como a Polícia Rodoviária Federal, quanto para a vigilância eletrônica, realizada pelas
polícias investigativas. Para os dois casos, a realização de vigilância depende do investimento na
qualificação de agentes e na compra de equipamentos.
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Portanto, resta evidente o potencial de impacto do uso dos recursos e ativos das organizações
criminosas para o fortalecimento das organizações policiais com o fechamento do ciclo virtuoso de
redução da oferta de drogas.
O Decreto nº 9.662, de 1º de janeiro de 2019, Anexo I, ao descrever as competências da Secretaria
Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), já antecipava a guinada da expressão legal da Política
sobre Drogas no país. Note que esse decreto foi editado em janeiro de 2019, enquanto o Decreto nº
9.761/2019 seria editado em abril e a Lei nº 13.886/2019 somente viria a ser promulgada em outubro
daquele ano.
Nas competências da SENAD, está implícita a ênfase da gestão dos recursos e ativos das organizações
criminosas, de forma que as agências policiais pudessem ser fortalecidas para combatê-las:
Decreto nº 9.662
de 1º de janeiro de 2019
Anexo I. 
 À Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas compete:
VI. Indicar bens apreendidos e não alienados em caráter cautelar, a serem colocados sob
custódia de autoridade ou de órgão competente para desenvolver ações de redução da demanda
e da oferta de drogas,
IX. Executar ações relativas à gestão de ativos no âmbito da Política Nacional sobre Drogas e aos
programas federais de políticas sobre drogas.
Por fim, repare que essas atribuições da SENAD estão em linha com o Objetivo de Desenvolvimento
Sustentável 16, da Organização das Nações Unidas, particularmente a meta 16.4, qual seja:
Até 2030, reduzir significativamente os fluxos financeiros ilícitos e de armas, fortalecer a
recuperação e devolução de bens roubados e combater todas formas de crime organizado,
está no cerne da resposta ao combate ao tráfico de drogas.
(ONU, 2021)
Siga para a próxima unidade, e continue seus estudos.
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Apresentação - Unidade 1 - Unidade 2 - Unidade 3 - Unidade 4 - Referências - Fórum -
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