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Aula 4 - Alterações Cognitivas e Comportamentais no Idoso Delirium

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FPM 3 
Aula 4 - Alterações Cognitivas e Comportamentais no Idoso – 
Delirium 
 
O delirium é uma síndrome neuropsiquiátrica transitória e flutuante, com inicio súbito, que se caracteriza por declínio 
cognitivo global do nível de consciência e da atenção, atividade psicomotora aumentada ou diminuída, e alteração do ciclo 
sono-vigília. 
O delirium é chamado também de estado confusional agudo, confusão mental aguda, insuficiência cerebral aguda, psicose 
aguda da UTI ou ainda de Encefalopatia aguda. 
 
Características clínicas 
• Alteração cognitiva aguda e de caráter flutuante 
• Déficit de atenção 
• Desorganização do pensamento 
• Alteração do nível de consciência 
• Distúrbios de atividade psicomotora 
• Prejuízo de memória 
• Desorientação têmporo-espacial 
• Alteração de ciclo sono-vigília 
• Distúrbios sensoriais 
• Pode ser presente alucinações 
O CAM (Confusion Assessment Method) é um método que foi desenvolvido para diagnóstico e acompanhamento de 
Delirium, possuindo sensibilidade de 95% e especificidade de 89%. Portanto, se o paciente apresentar pelo menos 2 das 
3 características clínicas principais (em vermelho) há um forte indício de Delirium. 
 
Importância do conhecimento sobre o Delirium 
O Delirium é considerado uma emergência geriátrica, sendo um presságio de mal diagnóstico. Pacientes que apresentam 
Delirium tem uma taxa maior de 25 a 33% de mortalidade em comparação com pacientes que apresentam a mesma 
patologia, mas sem o Delirium. Além disso, o Delirium aumenta o risco de quedas e de perda cognitiva e funcional futuras. 
O Delirium acomete principalmente idosos internados, podendo afetar de 15 a 50% dos pacientes. Ele aumenta a duração 
e os custos da internação hospitalar e é um medidor de qualidade de atendimento hospitalar, uma vez que cerca de 32 
a 66% dos casos não são identificados. 
 
Fisiopatologia 
Ainda não conhecemos o mecanismo fisiopatológico exato causador de delirium, porém, a principal hipótese é a de 
alterações de neurotransmissores, inflamação e estresse crônico. 
 
Existe uma diferença entre Delirium e 
Delírio. 
Delirium é uma confusão mental de início 
súbito que geralmente tem uma causa 
patológica para tal 
Delírio é um sintoma psiquiátrico, podendo 
acontecer dentro de casos de Delirium ou 
outras síndromes mentais. 
Quadro clínico 
Delírium Hipoativo 
• Letargia 
• Funcionamento psicomotor reduzido 
• Sonolencia excessiva 
• Déficit claro de atenção 
Delírium Hiperativo 
• Agitação 
• Funcionamento psicomotor aumentado 
• Insônia 
• Alucinações visuais e auditivas 
• Agressividade, raiva, euforia e ansiedade 
 
Fatores Predisponentes 
• Idade avançada 
• Sexo masculino 
• Comprometimento funcional 
• Mobilidade limitada 
• História de quedas 
• Prejuízos sensoriais, como deficiência visual e 
deficiência auditiva 
• Medicamentos psicoativos 
• Polifarmácia 
• Uso de álcool ou drogas ilícitas 
• Multimorbidades 
• Depressão 
• Doença grave 
• Doença renal ou hepática 
• Doença neurológica 
• História prévia de delirium 
• Doença que limita a vida 
• Demência ou déficit cognitivo prévio 
 
Fatores precipitantes 
• Fatores ambientais, como tempo, local e social 
• Dor 
• Privação de sono 
• Infecções 
• Procedimentos cirúrgicos 
• Sondas e Drenos 
• Distúrbios hidroeletrolíticos e metabólicos 
• Insultos neurológicos 
• Abstinência 
• Eventos cardiorrespiratórios agudos 
• Estresse emocional 
• Contenção 
• Medicamentos, como uso inapropriado, 
associações e uso de múltiplos medicamentos; 
dentro esses medicamentos temos: anti-
histamínicos, opioides, benzodiazepínicos, 
anticolinérgicos, sedativos, antidepressivos, 
corticoides, relaxantes musculares e antieméticos. 
 
Avaliação 
Na anamnese precisamos levantar muitos detalhes sobre o quadro, como quando começou, como começou, se o paciente 
apresenta outros sintomas associados, assim como revisar os medicamentos que o paciente está fazendo uso. É 
necessário a realização de um exame físico geral e um exame neurológico breve também. 
Podemos fazer exames complementares também para podermos identificar os causadores do quadro de Delirium, como: 
• Hemograma completo 
• Creatinina, ureia 
• Glicemia capilar 
• Urina tipo I, urocultura 
• Radiografia de tórax 
• Eletrocardiograma 
• Situações específicas demandam outros exames. 
Não foi citado o uso de exames de imagem cerebral, uma vez que os principais causadores de Delirium não são 
neurológicos, a não ser que em um exame neurológico seja possível observar algum sintoma neurológico, como perda 
de força ou rigidez cerebral. 
 
Manejo – Medidas Preventivas 
• Orientação adequada no tempo e no espaço em 
hospitais 
• Promoção da interação com familiares mais 
próximos 
• Corrigir déficits sensoriais 
• Evitar desidratação e constipação 
• Evitar hipóxia 
• Encorajar mobilização precoce no leito 
• Avaliar e tratar possíveis infecções 
• Evitar cateterizações desnecessárias 
• Avaliar continuamente sinais verbais e não verbais 
de dor 
• Iniciar e reavaliar continuamente a analgesia 
instituída 
• Suplementação nutricional adequada entre as 
refeições 
• Encorajar a presença de familiares durante as 
refeições 
• Promover bons padrões de sono 
• Evitar coleta de sinais vitais, cuidados de 
enfermagem e principalmente procedimentos 
invasivos nos períodos de sono 
• Reduzir o ruído ambiental para um mínimo 
possível durante o sono do paciente. 
 
A prevenção é a melhor estratégia de combate ao delirium, sendo que essas medidas podem e devem fazer parte do 
tratamento para reverter o delirium. 
 
Tratamento Medicamentoso 
O tratamento medicamentoso de Delirium é reservado aos pacientes cujo sintomas do delirium oferece perigo à 
integridade física do paciente ou equipe que o assiste ou que oferece risco de interrupção do tratamento essencial, como 
agitação intensa e sintomas psicóticos importantes. Porém, ainda há pouco consenso sobre. 
O uso principal é o de antipsicóticos, mas ainda em estado off-label, ou seja, fora de bula. A droga de escolha é o 
Haloperidos, mas também podem ser usados Quetiapina, Risperidona ou Olanzapina. 
Benzodiazepínicos não são indicados no tratamento de Delirium, exceto pelo Delirium tremens, em que o paciente tem 
uma confusão mental aguda devido à abstinência grave. 
 
Tratamento – O que não deve ser feito 
Uso de benzodiazepínicos pode cursar com efeito paradoxal 
Anti-histamínicos devem ser evitados no tratamento de agitação 
Contenção física deve ser instituída como última alternativa 
 
 
 
 
Principais Consequências do Delirium 
• Maior taxa de mortalidade 
• Maior chance de ser institucionalizado 
• Maior risco de quedas 
• Maior risco de úlcera por pressão 
• Maior chance de evolução com declínio cognitivo 
e funcional 
• Aumento do tempo de internação 
• Maior necessidade de cuidados em casa 
• Maior chance de síndrome de fragilidade

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