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A perspectiva sociointeracionista na alfabetização Enfocar a base epistemológica da Concepção alfabetizadora Sociointeracionista Pedro estava, de fato, escrevendo? Escrevia o quê? Para quem? Até que ponto copiar palavras soltas, mesmo que representativas da realidade da criança, garante o desenvolvimento da capacidade de se expressar por escrito do sujeito aprendente? Pedro escrevia para comunicar uma idéia, para registrar um fato ou simplesmente pelo prazer de colocar suas idéias no papel? Pedro escrevia para fazer o dever? MÓDULO 2 VOLUME 2 ALFABETIZAÇÃO: CONTEÚDO E FORMA Como a criança aprende? O que nos dizem as teorias psicológicas sobre as formas pelas quais os sujeitos aprendem e se desenvolvem? Vamos apresentar três abordagens explicativas sobre a constituição do psiquismo humano e a sua forma de aprender: o inatismo, o ambientalismo e o interacionismo Abordagem Inatista – está atrelada às capacidades inatas do individuo e a aprendizagem depende desse desenvolvimento Abordagem Ambientalista se fundamenta na crença que a criança nasce como uma tábula rasa A explicação interacionista se fundamenta das trocas recíprocas entre o indivíduo e o meio. Cada um exercendo influência sobre o outro. Abordagem sociointeracionista de Vygotsky Para Vygotsky, organismo e meio exercem influência recíproca um sobre o outro, por conseguinte, o biológico e o social não estão dissociados. O homem se constitui como homem através das interações sociais. Nestas interações ele transforma e é transformado. Daí a referência sociointeracionista identificada ao seu pensamento. Exemplo de Atividade o meu nome Você já sabe escrever seu nome sem olhar o modelo? Então escreva-o: _______________________________________________ O seu nome tem ____ letras. Agora escreva também o nome de um colega da sua turma. ______________________________________________ O nome de seu amigo tem ___ letras. _______________________________________________ Os dois nomes juntos têm ___ letras. Fonte: GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, SECRETARIA EXTRAORDINÁRIA DE PROGRAMAS ESPECIAIS. Ler, escrever e contar 1. Rio de Janeiro, 1992. Perspectiva Sociointeracionista Assim, enquanto as teorias construtivistas enfatizam o processo de construção individual de conhecimento pelo sujeito – ensinar algo à criança a impede de descobrir sozinha, como afirmava Piaget – as teorias sociointeracionistas enfatizam a dimensão sociocultural como constitutiva da gênese do conhecimento – a criança fará amanhã, sozinha, o que faz hoje em cooperação, como defendia Vygotsky. Zona de Desenvolvimento Proximal O conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal, elaborado por Vygotsky, confirma o caráter interativo e social da construção de conhecimento ao apontar que as conquistas dos sujeitos aprendentes, possibilitadas pela cooperação num momento anterior, são indicativas das realizações posteriores, no plano individual. Em outras palavras, a criança fará sozinha amanhã o que hoje realiza em cooperação com o outro. Defendendo a natureza social do conhecimento, Vygotsky aponta também que “aprendizado e desenvolvimento estão inter-relacionados desde o primeiro dia de vida da criança” (1989).