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DIR PROCESSUAL TRABALHO

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PROCESSO DO 
TRABALHO 
 
Professor Diego Oliveira 
 
 
 
 
 
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DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS APLICÁVEIS AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO: 
 
1. PRINCÍPIO DA PROTEÇÃO AO TRABALHADOR 
Este princípio tem suma relevância no Direito do Trabalho, na medida em que 
visa atenuar as diferenças processuais existentes entre as partes em razão da 
hipossuficiência do empregado, equiparando-o ao seu empregador. 
• Súmula n 212 do TST – O ônus de provar o término do contrato de 
trabalho, quando negados a prestação de serviço e o despedimento, é 
do empregador, pois o princípio da continuidade da relação de 
emprego constitui presunção favorável ao empregado. 
• Súmula nº 338 do TST – 
I - É ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro 
da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação 
injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade 
da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário. 
II - A presunção de veracidade da jornada de trabalho, ainda que prevista em 
instrumento normativo, pode ser elidida por prova em contrário. 
III - Os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes 
são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às 
horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial 
se dele não se desincumbir. 
 
 
O Direito Processual do Trabalho é conceituado como um 
conjunto de princípios, normas, regras e institutos jurídicos 
próprios destinadas a regular a atividade dos órgãos 
jurisdicionais do Estado na solução dos dissídios, individuais 
e coletivos, decorrentes das relações de trabalho. 
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2. PRINCÍPIO DA ORALIDADE 
O princípio da oralidade consubstancia-se na predominância dos atos 
processuais realizados em audiência, na forma oral. Como exemplo da 
aplicação deste princípio, temos: 
• A leitura da reclamação – art. 847, CLT 
• A apresentação de defesa oral em 20 minutos – Art. 847, CLT 
• Tentativas de conciliação – Art. 846 e 850, CLT 
• Razões finais em 10 minutos – Art. 850, CLT 
 
3. PRINCÍPIO DA CONCENTRAÇÃO DOS ATOS PROCESSUAIS. 
Deriva do princípio da celeridade e objetiva a realização do maior número de 
atos em uma única audiência. No processo do trabalho, em regra, as audiências 
são unas, todavia, os juízes vêm, em sua maioria, fracionando-as, como 
veremos em momento oportuno. 
 
4. PRINCÍPIO DA IRRECORRIBILIDADE IMEDIATA DAS DECISÕES 
INTERLOCUTÓRIAS 
Decisões interlocutórias são aquelas que no curso do processo, resolvem 
questão incidente, por exemplo, concessão de liminares. 
Previsto no art. 893, §1º, versa que no processo do trabalho as decisões 
interlocutórias não comportam recurso de imediato. A exceção está prevista na 
Súmula 214, do TST: 
Súmula nº 214 do TST – 
Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões 
interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de 
decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou 
Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; b) 
suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal; c) 
que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos 
autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo 
excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT. 
 
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5. PRINCÍPIO DA CONCILIAÇÃO 
No processo do trabalho, segundo previsão do art. 764, § 1º, da CLT, os juízes 
deverão usar dos seus bons ofícios e persuasão no sentido de solucionar os 
conflitos de forma conciliatória. 
Neste sentido, impende salientar que, obrigatoriamente, em dois momentos 
processuais específicos, o juiz deverá propor a conciliação, sob pena de 
nulidade. 
O primeiro momento é logo após a abertura da audiência, (art. 846, CLT) e o 
segundo momento é após as razões finais (art. 850, CLT). 
Ademais, o juiz poderá propor ainda outras tentativas de conciliação no curso 
do processo, até mesmo quando já tiver transitado em julgado, na fase de 
execução. (art. 764,§ 3º, CLT). 
 
6. PRINCÍPIO DO JUS POSTULANDI 
Este princípio tem previsão no art. 791, da CLT e versa que as partes poderão 
acompanhar seu processo até o final sem o auxílio de um advogado. Ocorre que 
o TST editou, em 2010, a Súmula 425, limitando o exercício do jus postulandi até 
o Tribunal Regional do Trabalho, não alcançando as os recursos de competência 
do TST. 
Referida Súmula também vedou o jus postulandi para a ação rescisória, ação 
cautelar e mandado de segurança. 
 
7. PRINCÍPIO DA BUSCA DA VERDADE REAL 
Deriva do princípio do Direito material do trabalho da primazia da realidade, 
onde deverá prevalecer a verdade dos fatos sobre a verdade dos documentos. 
No processo do trabalho, este princípio tem aplicação com base no art. 765, da 
CLT, os juízes e Tribunais poderão determinar qualquer diligência que reputar 
necessária para o deslinde da questão. 
 
8. PRINCÍPIO DA EXTRAPETIÇÃO 
Pelo princípio em tela, permite-se que o magistrado possa, em casos 
específicos, previstos em lei, condenar o réu em pedidos não contidos na petição 
inicial, como nos casos da multa do art. 467, da CLT e da Súmula 211, do TST. 
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Súmula nº 211 do TST – 
Os juros de mora e a correção monetária incluem-se na liquidação, ainda que 
omisso o pedido inicial ou a condenação. 
 
9. PRINCÍPIO DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA (ART. 5º, LV, CF/88) 
Pelo contraditório significa dar conhecimento às partes de todos os atos 
praticados no processo, seja pelo órgão julgador, seja pela parte adversa. 
Pela ampla defesa entende que o Estado deve assegurar às partes todos os 
meios necessários para que possam exercer o seu direito de defesa. 
 
10. PRINCÍPIO DO DEVIDO PROCESSO LEGAL 
Previsto na Constituição Federal, art. 5º, LIV, dispõe que ninguém será privado 
de sua liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal. 
Referido princípio assume relevância fundamental nos ramos processuais, 
baseando, inclusive outros princípios, como duplo grau de jurisdição, motivação 
das decisões, etc. 
Isto porque traz em seu bojo a garantia constitucional do acesso não apenas à 
ordem jurídica, mas à ordem jurídica justa. 
 
11. PRINCÍPIO DO DISPOSITIVO 
Também conhecido como princípio da demanda ou da inércia da jurisdição, 
versa que cabe à parte interessada romper a inércia do Estado, na busca pela 
tutela do seu direito lesado ou ameaçado de lesão. 
Este princípio comporta duas exceções: 
A primeira exceção está no art. 856, da CLT, que possibilita ao Presidente do 
Tribunal suscitar, de ofício, dissídio coletivo que verse sobre greve no processo 
do trabalho. 
A segunda exceção está no art. 39, da CLT, que dize que a reclamação trabalhista 
pode ter início mediante ofício encaminhado pela Superintendência Regional do 
Trabalho para averiguação de vínculo de emprego. 
 
 
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12. PRINCÍPIO DO INQUISITIVO OU DO IMPULSO OFICIAL 
O princípio em tela diz que, uma vez iniciada a demanda, cabe ao juiz 
impulsioná-lo até o final na busca da solução do litígio. No processo do trabalho 
encontra previsão no art. 765, da CLT, que diz que os juízes terão amplos 
poderes de direção processual, velando pelo seu andamento célere, podendo 
determinar qualquer diligência necessária para o andamento do feito. 
 
13. PRINCÍPIO DA ESTABILIDADE DA LIDE 
O autor poderá aditar (acrescentar algo) ou emendar (consertar algo) a petição 
inicial até o recebimento da defesa em audiência.Após isso, somente poderá 
modificar a petição com a anuência da parte contrária. 
Assim, o processo adquire estabilidade, de modo que a petição inicial não mais 
poderá ser modificada. 
Sempre que o autor modificar a petição, será concedido prazo para o réu se 
manifestar, podendo esta manifestação ser feita na forma oral, ou marcando-
se nova audiência para apresentação de defesa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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ORGANIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO DA 
JUSTIÇA DO TRABALHO 
• Tribunal Superior do Trabalho – TST 
• Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) 
• Juízes do Trabalho 
 
São 3 graus de Jurisdição: 
 
I. TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO (TST) – ART. 111-A DA CF. 
É o órgão de cúpula, composto por 27 ministros com os seguintes requisitos: 
• Acima de 35 anos e menos de 65. 
• Nomeados pelo Presidente da República 
• Após aprovação pela maioria absoluta do Senado 
 
COMPOSIÇÃO DO TST: 
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional 
e de membros do MPT com mais de 10 de efetivo exercício 
• 4/5 dentre juízes dos TRTs indicados pelo TST. 
• Para a formação do quinto constitucional o órgão respectivo forma a 
lista sêxtupla, com membros com notório saber jurídico e reputação 
ilibada e o tribunal forma lista tríplice para indicação do chefe do 
executivo. (Art. 94 CF/88) 
 
ÓRGÃOS DO TST: 
• Órgão Especial 
• Tribunal Pleno 
• Seção Administrativa 
• Seção Especializada em Dissídios Coletivos (SDC) 
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• Seção Especializada em Dissídios Individuais (I e II) 
• Turmas (oito) 
 
II. TRIBUNAIS REGIONAIS DO TRABALHO (TRT) - (ART. 115, CF/88). 
Os Tribunais Regionais do Trabalho são compostos de, no mínimo, sete juízes, 
com os seguintes requisitos: 
• mais de trinta e menos de sessenta e cinco anos 
• nomeados pelo Presidente da República 
 
COMPOSIÇÃO DO TRT: 
• 1/5 de advogados com mais de 10 anos de efetiva atividade profissional e 
de membros do MPT com mais de 10 de efetivo exercício. 
• 4/5 dentre juízes promovidos, antiguidade ou merecimento, 
alternadamente. 
• A lista sêxtupla se forma da mesma maneira que o TST. 
Observação: Existem 24 TRTs (Tocantins, Amapá, Roraima e Acre não possuem TRT). 
 
III. VARAS DO TRABALHO (JUÍZES DO TRABALHO) – ART. 112, CF/88 
Todos os TRT tem um número de varas do trabalho onde atuam os juízes do 
trabalho, sendo que nas comarcas não abrangidas por sua jurisdição, atuam os 
juízes de direito, com recurso para o respectivo Tribunal Regional do Trabalho. 
A competência dos Juízes estende-se em um raio de 100km, desde que haja 
meios de acesso e comunicação regulares com os referidos locais, definido 
pelos TRTs. (Lei 6947/81). 
Súmula 10 do STJ – Instalada a Vara do Trabalho, cessa a competência do juiz 
de Direito, inclusive para a execução das sentenças por ele proferidas. 
 
 
 
 
 
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JURISDIÇÃO E COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO 
TRABALHO 
 
Jurisdição é a o dever do Estado de aplicar as normas jurídicas para prestar a 
tutela jurisdicional a quem tem uma pretensão resistida. 
 
Competência é a determinação da esfera da jurisdição, das atribuições dos 
cargos investidos na função jurisdicional. 
 
 
COMPETÊNCIA EM RAZÃO DA MATÉRIA E DA PESSOA 
▪ É definida de acordo com o objeto da lide, de acordo com a natureza da ação 
proposta. A competência em razão da matéria e da pessoa está prevista no 
art. 114, da CF/88. 
▪ Antigamente, a redação continha a expressão “conciliar e julgar”. Ocorre que 
em alguns casos não cabe conciliação. (incisos VII e VIII). Com a emenda 
45/04, a Justiça do Trabalho passou a ter competência para processar e 
julgar: 
 
Art. 114. Compete à Justiça do Trabalho processar e julgar: 
I - as ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito 
público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos 
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios; 
 
Competência para processar e julgar apenas os de vínculo celetista. Tem que 
haver aprovação em concurso público. 
II - as ações que envolvam exercício do direito de greve; 
Observação: Em caso de servidores, apenas celetistas. Estatutários, declarar 
legalidade, Justiça comum. Art. 37, VII, CF/88 
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Súmula 189, TST – Competência para declarar abuso no exercício do direito. 
 
Competência para o interdito proibitório. 
III - as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre 
sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores; 
Todas as questões envolvendo sindicatos. Ver art. 8º CF/88 
IV - os mandados de segurança, habeas corpus e habeas data, quando o 
ato questionado envolver matéria sujeita à sua jurisdição; 
Atualmente, ações em primeiro grau. Antes não cabia. Exemplo: fiscalização da 
DRT que fecha estabelecimento. Ato do delegado. 
Habeas corpus – esvaziado em face do Pacto de San José – depositário infiel – 
Ver Súmula vinculante n.º 25, STF. 
V - os conflitos de competência entre órgãos com jurisdição trabalhista, 
ressalvado o disposto no art. 102, I, o; 
VI - as ações de indenização por dano moral ou patrimonial, decorrentes 
da relação de trabalho; 
Basta apenas o requisito do fundamento da relação de trabalho. Pré ou pós 
contratual. 
VII - as ações relativas às penalidades administrativas impostas aos 
empregadores pelos órgãos de fiscalização das relações de trabalho; 
Não se permite conciliação em autuação. Ações que dizem respeito a legalidade 
e validade da penalidade é da competência da JT. 
VIII - a execução, de ofício, das contribuições sociais previstas no art. 195, 
I, a, e II, e seus acréscimos legais, decorrentes das sentenças que 
proferir; 
Apenas aquelas decorrentes da sentença referente aos pedidos. Súmula 368, 
do TST. 
IX - outras controvérsias decorrentes da relação de trabalho, na forma 
da lei. 
Em aberto, podem ser incluídas novas relações de trabalho. 
 
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§ 1. Frustrada a negociação coletiva, as partes poderão eleger 
árbitros. 
§ 2. Recusando-se qualquer das partes à negociação coletiva ou à 
arbitragem, é facultado às mesmas, de comum acordo, ajuizar 
dissídio coletivo de natureza econômica, podendo a Justiça do 
Trabalho decidir o conflito, respeitadas as disposições mínimas 
legais de proteção ao trabalho, bem como as convencionadas 
anteriormente. 
§ 3. Em caso de greve em atividade essencial, com possibilidade 
de lesão do interesse público, o Ministério Público do Trabalho 
poderá ajuizar dissídio coletivo, competindo à Justiça do Trabalho 
decidir o conflito. 
 
CONFLITOS DE COMPETÊNCIA: 
Os conflitos de competência podem ser: 
• Positivos (quando dois ou mais juízes se julgam competentes para julgar) 
• Negativos (quando dois ou mais juízes se julgam incompetentes); 
• Controvérsia de dois ou mais juízes sobre a reunião de processos; 
 
Os conflitos de competência são sempre dirimidos por um Tribunal de instância 
superior aos conflitantes. 
• Pelo TRT, quando os suscitados entre Juntas e entre Juízos de Direito, ou 
entre uma e outras, nas respectivas regiões; 
• Pelo TST quando suscitados entre TRTs, entre Varas do Trabalho e juízes 
de direito investidos na jurisdição trabalhista sujeitos a TRTs distintos; 
• Pelo STJ quando suscitados por Juízes do Trabalho e juízes de direito não 
investidos da jurisdição trabalhista; 
• Pelo STF quando suscitados entre o TST e órgãos de outros ramos do 
Judiciário; quando suscitados pelo STJ, entre Tribunais Superiores ou 
entre estes e qualquer outro tribunal; 
 
 
 
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Não se configura conflito de competência entre o TRT e a Vara a ele vinculada – 
Súmula 420 TST: 
• Quando o juiz acolhe exceção de incompetência em razão do lugar, 
remetendo o processo para outro TRT, caberá recurso de imediato da 
decisão interlocutória,com base no princípio do acesso à Justiça. 
 
PODER NORMATIVO DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
Consiste na competência dos tribunais laborais de solucionar os conflitos 
coletivos de trabalho, estabelecendo normas gerais e abstratas a serem 
observadas pelas categorias envolvidas, repercutindo nas relações individuais 
de trabalho. (Art. 114, §§ 2º e 3º, CF/88). 
 
COMPETÊNCIA FUNCIONAL DA JUSTIÇA DO TRABALHO 
A competência funcional está relacionada com as funções do órgão judicante. 
• Competência da Vara do Trabalho – Art. 652, CLT 
• Competência TRT – Art. 678, CLT 
• Competência TST – Lei 7.701/88 
 
COMPETÊNCIA TERRITORIAL RELATIVA 
A competência territorial é definida em razão do lugar. Estando disciplinada no 
art. 651 da CLT. 
 
REGRA GERAL: 
A competência para julgamento será definida pela localidade da prestação de 
serviços. 
 
EXCEÇÕES: 
• Agente ou viajante comercial 
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Competência da localidade da filial da empresa que o empregado esteja 
vinculado. Na falta, será onde o empregado tenha domicílio ou localidade mais 
próxima. 
• Agência ou filial no estrangeiro 
Competência será a do local da prestação de serviços, desde que o empregado 
seja brasileiro e não haja convenção internacional dispondo em contrário. 
• Empregador que possua atividades em local diverso da contratação 
Poderá o empregado ajuizar ação tanto no foro da contratação como no local da 
prestação de serviços. 
 
FUNÇÃO SOCIAL DO ART. 651, DA CLT 
A função social do artigo em tela atende à duas finalidades precípuas: a proteção 
ao trabalhador e a facilitação à produção de provas. 
 
FORO DE ELEIÇÃO 
Previsto no CPC, em casos de competência territorial e em razão do valor da 
causa, a eleição de foro visa o direito das de partes de escolherem o foro para 
dirimir eventuais conflitos. 
Em função de as normas de Direito do Trabalho serem de ordem pública, a 
eleição de foro, embora não esteja prevista expressamente, é incompatível com 
o processo do trabalho, tendo em vista, inclusive, que o objetivo do art. 651 da 
CLT é facilitar o acesso e a produção de provas pelo hipossuficiente. 
 
MODIFICAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
A competência absoluta, aquela definida em razão da matéria e da hierarquia é 
imodificável. Já a competência relativa é aquela definida em razão do valor da 
causa e do território poderá ser modificada. 
 
PRORROGAÇÃO DE COMPETÊNCIA 
Sendo a competência territorial relativa, prorrogável, não sendo oposta exceção 
no prazo legal, prorrogar-se-á a competência. 
Proposta a exceção, o juiz abrirá prazo de 24 horas para o excepto se 
manifestar. 
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Sentença prolatada por juízo ABSOLUTAMENTE incompetente é nula, podendo 
ser objeto de ação rescisória. 
 
CONEXÃO 
▪ Há conexão quando as causas tem em comum o objeto ou a causa de pedir. 
▪ A reunião de processos conexos tem como objetivo evitar a prolação de 
decisões conflitantes, somente podendo ser reunidas se for possível o 
julgamento simultâneo das ações. 
▪ Havendo várias ações com identidade de matéria e propostas por 
empregado da mesma empresa, poderão também ser cumuladas por 
conexão – Art. 842 CLT. 
▪ Como no processo do trabalho não há a figura do despacho saneador, será 
prevento o juízo onde foi distribuída primeiro a petição inicial. 
 
CONTINÊNCIA 
▪ Haverá continência quando em duas ou mais ações houverem identidade 
quanto às partes e à causa de pedir, mas o objeto de uma, por ser mais 
amplo, abrange o das outras. 
▪ Neste caso, toda vez que há continência, há conexão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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JURISDIÇÃO, PROCESSO E AÇÃO 
 
AÇÃO – 
A ação é o meio conferido ao indivíduo para obter a prestação jurisdicional, 
diante de um direito violado ou ameaçado, em determinado conflito de 
interesses. O direito de exigir do Estado que exerça sua função jurisdicional. 
A função jurisdicional do Estado, em regra, deve ser provocada, apresentando-
se a jurisdição inerte, aguardando a provocação da parte interessada. 
Para se obter uma sentença de mérito, o autor deve atender a alguns requisitos, 
denominados de condições da ação, que são três: 
 
CONDIÇÕES DA AÇÃO: 
Há doutrinadores que consideram que não existem mais as condições da ação. 
Fato é que, apenas a possibilidade jurídica do pedido que desapareceu com o 
advento do novo CPC. 
Independente da nomenclatura, temos ainda a legitimidade de parte e o 
interesse de agir. 
 
I) Legitimidade da Ação: 
Qualidade que a parte tem de ser o titular, ativo ou passivo, do direito ou 
interesse que está sendo discutido no processo, que originou o litígio. 
• Legitimidade ordinária: a parte pleiteia direito próprio, na qualidade de 
titular do direito. 
 
• Legitimidade extraordinária: Via de regra, não se permite a parte pleitear 
em nome próprio, direito alheio. (art. 18º, CPC). Um exemplo: quando o 
sindicato atua na qualidade de substituto processual dos associados. 
 
II) Interesse Processual – 
Caracteriza-se pelo trinômio: necessidade-utilidade-adequação. O processo 
deve ser necessário para que o autor obtenha o bem da vida vindicado; deve ser 
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útil para que o reclamante alcance o bem pretendido, visto que o exercício do 
direito de ação somente pode ser exercido quando houver lesão ou perigo de 
lesão e, por fim, o meio processual escolhido deve ser o adequado a 
proporcionar a pretensão do autor. 
As condições da ação representam os requisitos obrigatórios para o exercício 
desse direito. A ausência das condições da ação ou dos pressupostos 
processuais pode ser declarada de ofício pelo juiz e enseja a prolação de 
sentença sem julgamento do mérito. Cumpre, ainda, registrar que uma ação é 
considerada idêntica a outra quando coincidem os seus elementos, havendo a 
tríplice identidade, quais sejam: 
 
ELEMENTOS DA AÇÃO: 
• Partes: 
As partes são os elementos subjetivos da ação. Dizem respeito aos sujeitos que 
irão figurar na lide. Por isso, alguns doutrinadores chamam de sujeitos da ação. 
No processo do trabalho, historicamente conhecidos como reclamante e 
reclamado. 
 
• Pedido: 
É o elemento objetivo da ação. Através do pedido, o autor delimita o objeto da 
ação, sendo defeso ao juiz deferir em favor do autor pedido diverso do pleiteado, 
bem como condenar ao réu em quantidade superior ou objeto diverso do que 
lhe foi demandado. 
 
• Causa de pedir: 
São os fundamentos fáticos e jurídicos que justificam o pedido. O CPC determina, 
em seu art. 319, III, que ao elaborar a petição inicial, o autor deve aduzir os fatos 
e fundamentos jurídicos do pedido. 
A CLT em seu art. 840, § 1º, exige apenas que o autor formule o pedido, sem 
fazer referência à causa de pedir, exigindo apenas uma breve exposição dos 
fatos. Essa peculiaridade decorre do jus postulandi, (art. 791, CLT) das partes 
que não possuem conhecimento técnico para aduzir os fundamentos jurídicos 
do pedido. 
 
 
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PROCESSO E PROCEDIMENTO 
Procedimento é o modo e a forma como os atos processuais se movimentam, 
ou seja, caminham no tempo, de acordo com a natureza do processo, podendo 
ser mais complexa ou mais singela. 
 
TIPOS DE PROCEDIMENTO – 
Os procedimentos trabalhistas se dividem em: 
• COMUM 
O procedimento comum se subdivide em ordinário, sumário e sumaríssimo e 
são definidos de acordo com o valor da causa. 
• ESPECIAL 
É o procedimento adotado para as ações especiais para ações previstas na 
própria CLT, como o inquérito para a apuração de falta grave e o dissídio 
coletivo. 
• PROCEDIMENTO SUMÁRIO 
Também conhecido como dissídio de alçada, o procedimento sumário foi 
instituído pela lei 5.584/70 com a finalidade de empreender maior celeridade às 
causas de até dois salários mínimos. 
 
PECULIARIDADES: 
• Dispensabilidade do resumo dos depoimentos (devendo constar a conclusão 
quantoa matéria de fato); 
• Não caberá recurso da sentença, salvo sobre matéria constitucional; (exceção 
ao princípio do duplo grau de jurisdição, vide art. 102, III, CF); 
 
• PROCEDIMENTO SUMARÍSSIMO 
O procedimento sumaríssimo tem previsão legal nos arts. 852-A a 852-I, da CLT. 
• Causas com valor até 40 salários mínimos; 
• Estão excluídas do procedimento sumaríssimo as demandas em que é parte a 
Administração Pública direta, autárquica e fundacional. 
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• O pedido da petição e inicial deverá ser líquido certo, ou seja indicando o valor 
correspondente; 
• Não se fará citação por edital, devendo o reclamante indicar corretamente o 
nome e o endereço da reclamada. 
• Caso não liquide os pedidos e/ou não indique corretamente o nome e o 
endereço da reclamada, o processo deverá ser extinto sem resolução do mérito 
e o reclamante condenado ao pagamento das custas processuais. 
• A apreciação deverá ocorrer em no máximo 15 dias, podendo constar de pauta 
especial, se necessário. 
• O processo deverá ser instruído e julgado em audiência única (em regra). 
• Não haverá juízo de conciliação obrigatório. O juiz deverá, apenas esclarecer 
sobre as vantagens da conciliação; 
• Serão decididos, de plano, todos os incidentes e exceções que possam 
interferir no prosseguimento da audiência e do processo. As demais questões 
serão decididas na sentença. 
• Sobre os documentos apresentados por uma das partes manifestar-se-á 
imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audiência, salvo absoluta 
impossibilidade, a critério do juiz. 
• Somente serão possíveis 2 testemunhas para cada parte, que se não 
comparecer o juiz pode determinar a sua condução coercitiva; 
• Só será deferida intimação de testemunha que, comprovadamente convidada, 
deixar de comparecer. Não comparecendo a testemunha intimada, o juiz poderá 
determinar sua imediata condução coercitiva. 
• Caso seja realizada perícia, o juiz, desde logo, irá fixar o prazo, o objeto da 
perícia e nomear perito. As partes irão se manifestar no prazo comum de 5 dias. 
• Interrompida a audiência, o seu prosseguimento e a solução do processo dar-
se-ão no prazo máximo de trinta dias, salvo motivo relevante justificado nos 
autos pelo juiz da causa. 
• Somente caberá recurso de revista por contrariedade à Súmula do TST e 
violação direta à Constituição Federal. Não cabe recurso de revista por 
contrariedade à OJ do TST. 
 
 
 
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• PROCEDIMENTO ORDINÁRIO 
É o procedimento mais utilizado na Justiça do Trabalho. Deve ser adotado para 
as causas com valor acima de 40 salários mínimos. 
Previsão legal: art. 837 a 852 da CLT. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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PETIÇÃO INICIAL 
 
É a peça que inicia o processo, rompendo a inércia do estado, provocando o 
seu poder-dever de prestar a tutela jurisdicional, definindo os limites 
subjetivos e objetivos da lide. Em face dos princípios da simplicidade e da 
informalidade, a petição inicial trabalhista não obedece aos mesmos requisitos 
da previsão do art. 319, do CPC. 
 
O artigo 840, da CLT diz que a petição inicial poderá ser: 
I. Verbal – 
Sendo verbal, deverá ser reduzida a termo pelo servidor em 2 duas vias; 
O reclamante deverá dirigir-se à Justiça do Trabalho a fim de prestar a sua 
reclamação verbal, e retornar no prazo de 5 dias para reduzir a termo a sua 
reclamação. 
 
IMPORTANTE! 
Vale frisar que, se o reclamante não retornar à Justiça do Trabalho no prazo de 5 dias 
para reduzir a termo a sua reclamação verbal, aplicar-se-á a perempção, ficando 
impossibilitado por 6 meses de ajuizar a mesma reclamação trabalhista contra o 
mesmo empregador, conforme entendimento do art. 731 da CLT: 
 Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não se 
apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo para 
fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, do 
direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
 
II. Escrita – 
Sendo escrita deverá conter os seguintes elementos: 
• a designação do Presidente da Junta, ou do juiz de direito a quem for 
dirigida (o juízo competente); 
• a qualificação das partes (art. 319, CPC, mais CTPS, RG, CPF / CNPJ, 
nome ou razão social); 
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• uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio; (em face do jus 
postulandi, não é necessária a indicação dos fundamentos jurídicos do 
pedido, parte da doutrina argumenta que fere o princípio do contraditório 
e o exame de litispendência, coisa julgada, conexão, etc); 
• o pedido (certo e determinado, com indicação do valor correspondente, 
sendo defeso ao juiz deferir em favor do autor pedido diverso do 
pleiteado, bem como condenar ao réu em quantidade superior ou objeto 
diverso do que lhe foi demandado; 
• a data e a assinatura do reclamante ou de seu representante (apócrifa 
importa em inexistência do processo); 
 
Atenção!! 
Os pedidos que não atendam ao disposto acima serão julgados extintos sem resolução 
do mérito. 
 
DO ADITAMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
▪ O art. 329, I, do CPC faculta ao autor o aditamento da petição inicial até a 
citação do réu. A CLT é omissa neste particular, cabendo a aplicação 
subsidiária do CPC, uma vez que no processo do trabalho não existe a 
citação, apenas notificação do réu para comparecer à audiência. 
▪ Assim, ao autor, cabe o aditamento da petição inicial até o recebimento da 
resposta do réu. Após, a petição inicial somente poderá ser aditada com o 
consentimento do réu. Caso o réu discorde, poderá o autor desistir ação e 
ajuizá-la novamente. 
▪ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não 
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. 
▪ Com o aditamento, o juiz abrirá vista à ao réu, podendo se manifestar em 
mesa, com base no princípio da oralidade, ou designar-se-á nova audiência 
para apresentação de resposta do réu. 
 
 
 
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DA EMENDA À PETIÇÃO INICIAL 
▪ O art. 321, do CPC, prevê a possibilidade de o juiz determinar que o autor 
emende ou complete a petição inicial, no prazo de 15(quinze) dias, caso 
verifique que não estejam presentes os requisitos exigidos nos art. 319, do 
CPC, apresentando defeitos ou irregularidades de modo a dificultar o 
julgamento da ação, sob pena de indeferimento da inicial. 
▪ Caso a petição inicial esteja desacompanhada dos documentos 
indispensáveis à propositura da ação ou não preencher outro requisito legal, 
o autor será intimado para suprir a irregularidade no prazo de 15 dias (quinze 
dias), devendo a intimação indicar corretamente o que precisa ser corrigido 
ou completado. Caso não atenda as exigências, haverá o indeferimento da 
petição inicial, conforme entendimento da Súmula 263 do TST. 
▪ Salvo nas hipóteses do art. 330 do CPC de 2015 (art. 295 do CPC de 1973), o 
indeferimento da petição inicial, por encontrar-se desacompanhada de 
documento indispensável à propositura da ação ou não preencher outro 
requisito legal, somente é cabível se, após intimada para suprir a 
irregularidade em 15 (quinze) dias, mediante indicação precisa do que deve 
ser corrigido ou completado, a parte não o fizer (art. 321 do CPC de 2015). 
▪ Caso já tenha sido apresentada a defesa, a inicial não poderá ser indeferida, 
devendo o processo ser extinto sem julgamento do mérito, art. 485, IV, CPC. 
 
DO INDEFERIMENTO DA PETIÇÃO INICIAL 
O art. 330, do CPC prevê as hipóteses de indeferimento da petição inicial. 
Art. 330. A petição inicial será indeferida quando: 
I - for inepta; 
II - a parte for manifestamente ilegítima; 
III - o autor carecer de interesse processual; 
IV - não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321. 
 
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Considera-seinepta a petição inicial, conforme previsão do §1º, do art. 330 do 
CPC: 
I - lhe faltar pedido ou causa de pedir; 
II - o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que 
se permite o pedido genérico; 
III - da narração dos fatos não decorrer logicamente a conclusão; 
IV - contiver pedidos incompatíveis entre si. 
 
DA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR DO PEDIDO 
▪ A improcedência liminar do pedido ocorre quando o juiz verifica que os 
pedidos da petição inicial estão em desacordo com a jurisprudência uniforme 
dos tribunais. Nestes casos, o juiz irá, sem a citação do réu, analisar o mérito 
dos pedidos do autor, julgando-os improcedentes. 
▪ Desta forma, o processo será extinto com resolução do mérito, em relação 
a um ou mais pedidos, em razão da sua improcedência. 
▪ A improcedência liminar do pedido encontra previsão no artigo 332 do CPC, 
contudo a sua aplicação no processo do trabalho estaria condicionada à uma 
adaptação às decisões uniformes em matéria trabalhista. 
 
Art. 7° Aplicam-se ao Processo do Trabalho as normas do art. 332 do CPC, com 
as necessárias adaptações à legislação processual trabalhista, cumprindo ao 
juiz do trabalho julgar liminarmente improcedente o pedido que contrariar: 
I – enunciado de súmula do Supremo Tribunal Federal ou do Tribunal 
Superior do Trabalho (CPC, art. 927, inciso V); 
II - acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Tribunal 
Superior do Trabalho em julgamento de recursos repetitivos (CLT, art. 
896-B; CPC, art. 1046, § 4º); 
III - entendimento firmado em incidente de resolução de demandas 
repetitivas ou de assunção de competência; 
IV - enunciado de súmula de Tribunal Regional do Trabalho sobre direito 
local, convenção coletiva de trabalho, acordo coletivo de trabalho, 
sentença normativa ou regulamento empresarial de observância 
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obrigatória em área territorial que não exceda à jurisdição do respectivo 
Tribunal (CLT, art. 896, “b”, a contrario sensu). 
 
▪ O juiz também poderá julgar liminarmente improcedente o pedido se 
verificar, desde logo, a ocorrência de decadência. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DA RESPOSTA DO RÉU 
 
De acordo com os princípios do contraditório e da ampla defesa, uma vez que 
o autor rompe a inércia do Estado na busca pela tutela do seu direito o Estado 
deve possibilitar ao réu o exercício do seu direito de defesa. 
O CPC, em seu artigo 335, prevê que, após a citação, o réu poderá oferecer 
exceção, contestação e reconvenção. 
A CLT, todavia, prevê expressamente apenas a defesa, no sentido de 
contestação e a exceção de foro (incompetência) e de suspeição, não havendo 
previsão específica para a reconvenção e para a exceção de impedimento, 
aplicando subsidiariamente e supletivamente o CPC (art. 769, CLT e 15 do CPC). 
Ver art. 847, CLT. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
• A apresentação de defesa é uma faculdade do réu que, não sendo 
exercida, importará em revelia e confissão quanto à matéria fática. 
• O reclamado pode, concomitantemente, apresentar uma, duas ou 
nenhuma forma de defesa, vez que não é obrigado a se defender. 
• A defesa poderá ser escrita, e deverá ser apresentada após o juízo de 
conciliação. 
• Poderá ser verbal, devendo ser apresentada no prazo de 20 minutos, 
após a leitura da petição inicial, podendo esta ser dispensada pelas partes. 
• Caso haja mais de um reclamado, o prazo será de 20 minutos para cada 
um. 
• O prazo do interstício legal mínimo para realização da audiência deve ser 
observado sob pena de nulidade absoluta, 05 dias. 
• Sendo parte no processo pessoa jurídica de Direito Público, da União, 
Estados, Distrito Federal, Municípios, suas autarquias e fundações que não 
explorem atividade econômica, o prazo é quádruplo, ou seja, 20 dias. 
 
 
 
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REVELIA E SEUS EFEITOS 
A revelia é a aplicada quando a parte, devidamente citada, não comparece em 
audiência (art. 844, CLT) ou, comparecendo, não exerce o direito de defesa, nem 
verbal nem escrito. (art. 344, CPC). 
 
IMPORTANTE! 
Embora no processo civil seja considerado revel o réu que não apresentar defesa, após 
o transcurso do prazo da citação, no processo do trabalho, virtude da notificação ser 
automática, será considerado revel, o reclamado que, devidamente notificado, não 
comparece à audiência ou comparece, mas não apresenta defesa. 
 
CARACTERÍSTICAS: 
• Na revelia reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados na exordial, uma 
vez que o reclamado não os contestou, aplicando-se a confissão quanto 
a matéria fática, gerando uma presunção relativa da matéria alegada na 
inicial. 
• Haverá o julgamento antecipado da lide, salvo se exista alguma prova que 
a lei repute indispensável, como nos casos dos pedidos de pagamento 
dos adicionais de insalubridade e periculosidade, em que é necessária a 
produção da prova técnica pericial, mesmo na hipótese de revelia. 
• Haverá a fluência dos prazos processuais independente de notificação, 
para o réu revel. 
• Nos casos de responsabilidade subsidiária, caso a primeira reclamada 
seja revel, a revelia afetar também a segunda reclamada, ainda que esta 
tenha oferecido contestação específica. 
• O réu revel pode intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no 
estado em que se encontrar. Com a intervenção, o réu passará, 
necessariamente, a ser intimado dos atos processuais, por meio do seu 
advogado (CPC, art. 346 e seu parágrafo único); 
• O réu revel pode, sem impugnar as alegações fáticas feitas pelo autor, 
demonstrar que mesmo que tais alegações sejam verdadeiras delas não 
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é possível extrair o efeito jurídico desejado (ex.: tendo o autor descrito os 
fatos e invocado determinada norma para embasar o seu pedido, o réu, 
sem atacar os fatos, pode demonstrar que a norma aplicável é outra); e 
• O réu revel pode alegar qualquer matéria da qual o juiz está obrigado a 
tomar conhecimento de ofício, a exemplo da ilegitimidade das partes, da 
ausência de interesse de agir, da falta de capacidade de ser parte, da falta 
de capacidade processual, da ausência de capacidade postulatória, da 
litispendência, da coisa julgada, da perempção, do defeito na 
representação judicial do autor, da incompetência absoluta, da 
prescrição e da decadência legal. 
 
ESPÉCIES DE RESPOSTA DO RÉU: 
 
Exceção: 
A exceção está prevista no art. 799, da CLT e constitui espécie de defesa do 
reclamado, que objetiva resolver questão incidental, sem a extinção do 
processo, atacando a parcialidade do magistrado ou a incompetência do juízo 
para processar e julgar a demanda. 
As exceções são consideradas defesas processuais, pois não atacam o mérito 
do processo, apenas irregularidades quanto a incompetência, impedimento ou 
suspeição. 
 
IMPORTANTE! 
 Embora o art. 337, II, do CPC, preceitue que a exceção deva ser alegada como matéria 
de preliminar da contestação, no processo do trabalho a exceção é processada nos 
próprios autos da reclamação trabalhista, em peça apartada. 
 
ESPÉCIES DE SUSPEIÇÃO: 
a) Suspeição 
b) Impedimento 
c) Incompetência relativa 
 
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• Nada impede que seja oposta mais uma exceção, sendo que as exceções de 
impedimento e suspeição deverão ser apreciadas antes da exceção de 
incompetência, julgando-se primeiro, a exceção de impedimento, depois a 
suspeição e, por último, julga-se a incompetência do juízo, uma vez que um 
juiz impedido ou suspeito sequer pode se pronunciar acerca da competência 
do juízo. 
• A oposição de exceção gera a suspensão do processo até que a questão seja 
decidida, não levando à extinção do processo. 
• No processo do trabalho, dado o jus postulandi e a simplicidade que impera, 
as exceções são processadas nos próprios autos da reclamação trabalhista. 
• A decisão que julga aexceção é considerada interlocutória, não admitindo 
recurso de imediato, salvo quando terminativa do feito (§2º do art. 799 da CLT 
e Súmula 214, do TST). 
 
EXCEÇÃO DE SUSPEIÇÃO E IMPEDIMENTO 
São defesas apresentadas pelo réu, que visam afastar a imparcialidade do juiz 
para processar e julgar a demanda para preservar o princípio do juiz natural. 
 
As hipóteses de impedimento estão previstas no art. 144, do CPC: 
Art. 144. Há impedimento do juiz, sendo-lhe vedado exercer suas funções no 
processo: 
I - em que interveio como mandatário da parte, oficiou como perito, 
funcionou como membro do Ministério Público ou prestou depoimento 
como testemunha; 
II - de que conheceu em outro grau de jurisdição, tendo proferido decisão; 
III - quando nele estiver postulando, como defensor público, advogado ou 
membro do Ministério Público, seu cônjuge ou companheiro, ou qualquer 
parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro 
grau, inclusive; 
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IV - quando for parte no processo ele próprio, seu cônjuge ou 
companheiro, ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta ou 
colateral, até o terceiro grau, inclusive; 
V - quando for sócio ou membro de direção ou de administração de 
pessoa jurídica parte no processo; 
VI - quando for herdeiro presuntivo, donatário ou empregador de 
qualquer das partes; 
VII - em que figure como parte instituição de ensino com a qual tenha 
relação de emprego ou decorrente de contrato de prestação de serviços; 
VIII - em que figure como parte cliente do escritório de advocacia de seu 
cônjuge, companheiro ou parente, consanguíneo ou afim, em linha reta 
ou colateral, até o terceiro grau, inclusive, mesmo que patrocinado por 
advogado de outro escritório; 
IX - quando promover ação contra a parte ou seu advogado. 
§ 1o Na hipótese do inciso III, o impedimento só se verifica quando 
o defensor público, o advogado ou o membro do Ministério Público 
já integrava o processo antes do início da atividade judicante do 
juiz. 
§ 2o É vedada a criação de fato superveniente a fim de caracterizar 
impedimento do juiz. 
§ 3o O impedimento previsto no inciso III também se verifica no 
caso de mandato conferido a membro de escritório de advocacia 
que tenha em seus quadros advogado que individualmente ostente 
a condição nele prevista, mesmo que não intervenha diretamente 
no processo. 
 
AS HIPÓTESES DE CABIMENTO DE SUSPEIÇÃO ESTÃO PREVISTAS NO ART. 145, 
DO CPC: 
Art. 145. Há suspeição do juiz: 
I - amigo íntimo ou inimigo de qualquer das partes ou de seus advogados; 
II - que receber presentes de pessoas que tiverem interesse na causa 
antes ou depois de iniciado o processo, que aconselhar alguma das 
partes acerca do objeto da causa ou que subministrar meios para atender 
às despesas do litígio; 
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III - quando qualquer das partes for sua credora ou devedora, de seu 
cônjuge ou companheiro ou de parentes destes, em linha reta até o 
terceiro grau, inclusive; 
IV - interessado no julgamento do processo em favor de qualquer das 
partes. 
§ 1o Poderá o juiz declarar-se suspeito por motivo de foro íntimo, 
sem necessidade de declarar suas razões. 
§ 2o Será ilegítima a alegação de suspeição quando: 
I - houver sido provocada por quem a alega; 
II - a parte que a alega houver praticado ato que signifique 
manifesta aceitação do arguido. 
 
Observação: As hipóteses de suspeição e impedimento também se aplicam ao 
MPT, aos serventuários e aos peritos. 
 
▪ No processo do trabalho, a oportunidade para opor exceção de suspeição ou 
de impedimento é a primeira vez em que a parte tiver de falar nos autos ou 
em audiência, desde que seja após a ciência do fato que ensejou a suspeição 
ou o impedimento, sendo que este último encerra matéria de ordem pública, 
podendo ser arguido em qualquer tempo ou grau de jurisdição, servindo de 
fundamento, inclusive, para interposição de ação rescisória. 
▪ A suspeição também é causa de nulidade, porém relativa. 
▪ A CLT fala, em seu art. 802, que apresentada a exceção, o juiz ou tribunal 
designará audiência dentro de 48h, para instrução e julgamento da exceção. 
▪ O grande equívoco é que, com a EC 24/99, que extinguiu as Juntas de 
Conciliação, o próprio juiz fará a instrução que julgará a sua suspeição ou 
impedimento. 
▪ Reconhecendo a suspeição ou impedimento, remeterá os autos ao seu 
substituto. Caso contrário, remeterá os autos ao Tribunal, juntamente com 
suas razões e testemunhas, se for o caso. 
 
 
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EXCEÇÃO DE INCOMPETÊNCIA RELATIVA 
▪ Vale frisar que a incompetência absoluta é arguida através de preliminar de 
contestação, enquanto que a incompetência relativa é arguida através de 
exceção. 
▪ A exceção de incompetência relativa visa o reconhecimento da 
incompetência do juízo em razão do valor da causa ou do território. No 
processo do Trabalho, o valor da causa é irrelevante para fins de 
competência do juízo, uma vez que o mesmo julgará o processo, variando 
apenas o rito o qual será processado. 
▪ Desta forma, a exceção de incompetência no processo do trabalho, ataca tão 
somente a incompetência em razão do lugar ou território. 
▪ A exceção de incompetência relativa é apresentada quando o reclamado não 
concorda com a fixação da competência territorial em razão da distribuição 
do processo, pretendendo o deslocamento para outro juízo indicado como 
competente para a apreciação da lide, conforme as regras do art. 651 da CLT. 
▪ O prazo para apresentação da exceção de incompetência relativa é de cinco 
dias a contar da notificação, antes da audiência e em peça que sinalize a 
existência desta exceção. 
▪ Protocolada a petição, será suspenso o processo e não se realizará a 
audiência de instrução e julgamento até que se decida a exceção. 
▪ Os autos serão imediatamente conclusos ao juiz, que intimará o reclamante 
e, se existentes, os litisconsortes, para manifestação no prazo comum de 
cinco dias. 
▪ Se entender necessária a produção de prova oral, o juízo designará 
audiência, garantindo o direito de o excipiente e de suas testemunhas serem 
ouvidos, por carta precatória, no juízo que este houver indicado como 
competente. 
▪ Decidida a exceção de incompetência territorial, o processo retomará seu 
curso, com a designação de audiência, a apresentação de defesa e a 
instrução processual perante o juízo competente. 
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▪ Vale ressaltar que, em face da proteção ao hipossuficiente, cabe recurso 
ordinário da decisão que acolher a exceção de incompetência, remetendo os 
autos para juízo vinculado a outro TRT, não violando o princípio da 
irrecorribilidade imediata das decisões interlocutórias, por ter a decisão 
natureza terminativa, na forma da letra “c”, da Súmula 214, TST. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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CONTESTAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
A redação da contestação não exige requisitos específicos, como a petição 
inicial, contudo o demandado não é plenamente livre para redigir a sua 
contestação, pois deve obedecer a dois princípios: 
• Princípio do ônus da impugnação específica (art. 336 do CPC); 
• Princípio da eventualidade ou da concentração (art. 342 do CPC) 
 
▪ De acordo com o princípio do ônus da impugnação específica o acionado deve 
impugnar especificamente cada fato afirmado pelo autor na petição inicial. 
Isso porque fato não impugnado é incontroverso, havendo presunção 
relativa de veracidade, não sendo objeto de prova. 
▪ Tal princípio veda a apresentação de contestação por negativa geral, 
comportando as exceções previstas na lei, que são as mesmas do processo 
civil. 
▪ Pelo princípio da eventualidade ou da concentração, cabe ao reclamado 
alegar toda a matéria de defesa na peça contestatória, sendo vedado alegar 
posteriormente matériade defesa não manifestada na contestação, pela 
preclusão consumativa, salvo as exceções legais, ou seja, quando versar 
sobre direito superveniente (matéria surgida após a apresentação da 
defesa); se se tratar de questões de ordem pública, as quais o juiz pode 
conhecer de ofício em qualquer grau de jurisdição e a qualquer tempo. 
▪ Assim, o reclamado não poderá alegar a contestação por etapas. 
A contestação é a forma mais usual de 
defesa do reclamado, também conhecida 
como peça de resistência ou peça de 
bloqueio, sendo a única capaz de evitar a 
revelia processual. 
 
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▪ O reclamado deverá organizar o texto da sua contestação, alegando: 
primeiramente a defesa processual na forma de preliminares de 
contestação, que são aquelas previstas no art. 337 do CPC; depois, deve 
dirigir a sua defesa ao mérito, alegando as prejudiciais de mérito (prescrição, 
decadência) e, por fim, o mérito propriamente dito. 
 
IMPORTANTE! 
A compensação está restrita a dívidas de natureza trabalhista. Vide Súmula n º 18 do 
TST. 
Súmula nº 18 do TST 
A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de natureza trabalhista. 
A compensação distingue-se da retenção. Na compensação existem créditos 
contrapostos, sendo que um deles será então extinto e o outro reduzido, ou se forem 
iguais, extinguem-se mutuamente. A compensação é matéria prevista no Código Civil, 
que em seu art. 368, apregoa: "Se duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e 
devedor uma da outra, as duas obrigações extinguem-se, até onde se compensarem.". 
Já na retenção, que é uma situação mais rara, não há dois créditos para serem 
compensados. Na contestação, o reclamado demonstra que, ao contrário do pleiteado, 
quem é credor é ele, reclamado. Então, para assegurar-se do recebimento a que faz 
jus, requer ao juiz autorização para reter consigo o bem de propriedade do reclamante 
(p.ex.: ferramentas, equipamentos eletrônicos, cadastros). A Justiça do Trabalho só tem 
competência para decidir sobre a legitimidade da retenção de coisa do devedor 
entregue ao credor, se tal entrega tiver relação com o contrato de trabalho. 
 
▪ Com a reforma trabalhista, a parte poderá apresentar defesa escrita pelo 
sistema de processo judicial eletrônico até a audiência. 
▪ Oferecida a contestação, ainda que eletronicamente, o reclamante não 
poderá, sem o consentimento do reclamado, desistir da ação. 
 
 
 
 
 
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DA FASE INSTRUTÓRIA 
▪ Como já visto anteriormente, a fase de instrução inicia-se em audiência, sem 
a necessidade de protesto por produção de provas, tendo em vista que as 
provas são produzidas, via de regra, em audiência. 
▪ Audiência trabalhista é o ato solene, formal, caracterizado pelo 
comparecimento das partes, dos advogados, e dos auxiliares do juízo, onde 
são realizados a maioria dos atos processuais, como as tentativas 
obrigatórias de conciliação, o interrogatório e o depoimento pessoal das 
partes, a oitiva de testemunhas e de peritos, em que o magistrado formará 
o seu convencimento e, ao final, prolatará a sentença. 
 
As principais características das audiências trabalhistas estão previstas nos 
arts. 813 a 817 da CLT, o que impõe a leitura imediata: 
• CARACTERÍSTICAS: 
o As audiências serão públicas e ocorrerão no Tribunal, em dias 
úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não 
podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando 
houver matéria urgente, podendo ser designado outro local, desde 
seja afixado edital na sede do Juízo com antecedência mínima de 
24h. 
o Deverão estar presentes às audiências, as partes, juiz e 
servidores. O juiz tem uma tolerância de 15 minutos para 
comparecer a audiência. Se, todavia, passados 15 minutos do 
horário da audiência, o juiz não tiver comparecido, as partes 
poderão se retirar, devendo constar o ocorrido no livro de 
registros de audiência. 
o O Estatuto da Advocacia, Lei n. 8.906/94, no inciso XX do art. 7º, 
dispõe que o advogado pode retirar-se do recinto onde se 
encontre aguardando o pregão para ato judicial, após 30 minutos 
do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a 
autoridade que deva presidi-lo, mediante comunicação 
protocolada em juízo. 
 
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IMPORTANTE! 
Vale frisar que apenas o juiz tem esse limite de tolerância. As partes e seus 
representantes, não tem qualquer tolerância para o atraso. Vide OJ nº 245 da SDI –I do 
TST: 
OJ Nº 245 REVELIA. ATRASO. AUDIÊNCIA. Inserida em 20.06.01. Inexiste previsão legal 
tolerando atraso no horário de comparecimento da parte na audiência. 
 
▪ O juiz é o responsável, na forma dos artigos, 816 da CLT, manter a ordem na 
audiência, podendo mandar se retirar quem estiver perturbando os 
trabalhos. É o chamado poder de polícia processual. 
 
AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO, INSTRUÇÃO E JULGAMENTO. 
 No processo do Trabalho, em regra, como base nos princípios da 
concentração dos atos processuais, da celeridade e da economia processual, as 
audiências são unas, havendo conciliação, instrução e julgamento em uma única 
sessão. 
 Ocorre que o art. 849, da CLT, faculta ao juiz o fracionamento da 
audiência, por motivos de força maior, marcando a sua continuação para a 
primeira desimpedida, independentemente de nova notificação. 
 Nem todos os juízes fracionam as audiências, sendo motivo de extrema 
cautela, sobretudo para os advogados e partes, que devem estar sempre 
preparados para a audiência como se una fosse. 
 
DO COMPARECIMENTO DAS PARTES: 
 As partes deverão estar presentes em audiência, independente de seus 
representantes legais. Art. 843, da CLT. 
 
IMPORTANTE! 
O sindicato pode substituir o empregado em caso de ações plúrimas ou ações de 
cumprimento, ou por motivo de doença ou outro motivo poderoso, devidamente 
comprovado. 
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Em casos de doença ou qualquer outro motivo poderoso, devidamente comprovado, o 
empregado também poderá fazer-se representar por outro empregado que pertença à 
mesma profissão. 
 
▪ A substituição tem a finalidade de impedir o arquivamento dos autos 
(extinção do processo sem resolução do mérito), não podendo o 
representante, transigir, confessar, recorrer ou renunciar o direito que 
funda a ação. 
 
IMPORTANTE! 
O empregador pode se fazer-se substituir pelo gerente, ou qualquer outro preposto 
que tenha conhecimento do fato, e cujas declarações obrigarão o proponente. Art. 843, 
§ 1º, CLT. 
 
 Com a reforma trabalhista, o preposto não mais precisará ser empregado 
da reclamada, em nenhuma hipótese. 
 Sabe-se que na Justiça do Trabalho, a presença dos advogados 
acompanhando às partes, é facultativa em face do jus postulandi, previsto no 
art. 791, da CLT. 
 O artigo acima mencionado prevê que as partes podem acompanhar o 
seu processo seu o auxílio de um advogado até o final. 
 
IMPORTANTE! 
Contudo, o TST editou a Súmula 425, limitando o exercício do jus postulandi: 
Súmula nº 425 do TST 
JUS POSTULANDI NA JUSTIÇA DO TRABALHO. 
O jus postulandi das partes, estabelecido no art. 791 da CLT, limita-se às Varas do 
Trabalho e aos Tribunais Regionais do Trabalho, não alcançando a ação rescisória, a 
ação cautelar, o mandado de segurança e os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
 Sendo assim, o exercício do jus postulandi na Justiça do Trabalho passou 
a ter duas espécies de limitações: 
a) Por ações: 
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O jus postulandi não pode ser exercido pelas partes nos casos de ação de 
competência do TST, ação rescisória, a ação cautelar, o mandado de segurança. 
b) Por recursos: 
O jus postulandi não alcança também os recursos de competência do Tribunal 
Superior do Trabalho. 
 
DA AUSÊNCIA DAS PARTES E SUAS CONSEQUÊNCIAS 
 Como visto acima, é imprescindível a presença das partes em audiência, 
sendo facultadaa sua substituição apenas em casos previstos em lei. 
 Com a reforma trabalhista, ocorrendo motivo relevante, poderá o juiz 
suspender o julgamento, designando nova audiência 
 
DA AUSÊNCIA DO RECLAMANTE: 
▪ O reclamante deverá se fazer presente em audiência, sob pena de 
arquivamento da reclamação. Art. 844, CLT. 
▪ O arquivamento da reclamação importa em extinção do processo sem 
resolução do mérito. 
▪ Na hipótese de ausência do reclamante, este será condenado ao pagamento 
das custas calculadas na forma do art. 789 da CLT, ainda que beneficiário da 
justiça gratuita, salvo se comprovar, no prazo de quinze dias, que a ausência 
ocorreu por motivo legalmente justificável. O pagamento das custas é 
condição para a propositura de nova demanda. 
 
IMPORTANTE! 
Vale frisar que, se o reclamante der causa a dois arquivamentos seguidos, por não ter 
comparecido à audiência, aplicar-se-á a perempção, ficando impossibilitado por 6 
meses de ajuizar reclamação trabalhista contra o mesmo empregador, com o mesmo 
objeto, conforme entendimento dos art. 731 e 732 da CLT: 
 Art. 731 - Aquele que, tendo apresentado ao distribuidor reclamação verbal, não 
se apresentar, no prazo estabelecido no parágrafo único do art. 786, à Junta ou Juízo 
para fazê-lo tomar por termo, incorrerá na pena de perda, pelo prazo de 6 (seis) meses, 
do direito de reclamar perante a Justiça do Trabalho. 
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Art. 732 - Na mesma pena do artigo anterior incorrerá o reclamante que, por 2 (duas) 
vezes seguidas, der causa ao arquivamento de que trata o art. 844. 
 
DA AUSÊNCIA DO RECLAMADO: 
▪ A ausência em audiência una ou inaugural do reclamado importará, nos 
termos do art. 844, da CLT, em revelia e confissão quanto à matéria fática. 
▪ Vale frisar que ainda que ausente o reclamado, presente o advogado na 
audiência, serão aceitos a contestação e os documentos eventualmente 
apresentados. 
▪ A revelia não produz o efeito mencionado se: 
I - havendo pluralidade de reclamados, algum deles contestar a ação; 
II - o litígio versar sobre direitos indisponíveis; 
III - a petição inicial não estiver acompanhada de instrumento que a lei 
considere indispensável à prova do ato; 
IV - as alegações de fato formuladas pelo reclamante forem 
inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos 
autos. 
▪ Alguns julgados entendem que o advogado, desde que empregado, possa 
atuar como causídico e como preposto do reclamado. Isso não parece ser 
válido, tendo em vista que o advogado está obrigado manter sigilo 
profissional com o seu cliente, o que torna incompatível o acúmulo das 
duas funções. 
▪ Esse entendimento é também respaldado pelo art. 23 do Código de Ética 
e Disciplina da OAB, que proíbe a atuação conjunta do advogado como 
patrono e preposto. 
 
IMPORTANTE! 
Também importante ressaltar mais uma vez que se o reclamado não comparecer, 
mesmo estando presente o seu advogado munido de procuração, o juiz não receberá a 
defesa e haverá a revelia, salvo se apresentar atestado médico comprovando a 
impossibilidade de locomoção. Súmula 122, TST: 
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Súmula nº 122 do TST 
A reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que 
presente seu advogado munido de procuração, podendo ser ilidida a revelia mediante 
a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a 
impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência. 
 
▪ Caso o reclamado esteja ausente à audiência de instrução na qual fora 
intimado para prestar depoimento, incorrerá em confissão ficta, 
aplicando-se a Súmula 74, I, TST, como no caso do reclamante. 
 
NÃO COMPARECIMENTO SIMULTÂNEO DAS PARTES: 
▪ Situação interessante tratada neste tópico ocorre quando ambas as 
partes faltam à audiência. 
▪ Caso seja una audiência uma ou inaugural, deverá o juiz determinar o 
arquivamento do processo, extinguindo sem resolução do mérito. 
▪ Caso seja uma audiência em prosseguimento, deverá o juiz aplicar a pena 
de confissão para ambas as partes, julgando o processo na forma da 
distribuição do ônus da prova, prevista no artigo 818, da CLT e artigo 373 
do CPC. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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DAS PROVAS 
 
Como é sabido, as alegações feitas em juízo prejuízos ser comprovadas para 
facilitar a formação do convencimento do magistrado, o destinatário das 
provas. 
Provas são os instrumentos processuais considerados pelo ordenamento 
jurídico como aptos para a demonstração da veracidade dos fatos alegados em 
juízo. 
 
OBJETO DE PROVA: 
Em suma, apenas os fatos dependem de prova, havendo uma presunção legal e 
absoluta de que o juiz conhece o direito. 
Os fatos que não dependem de prova estão elencados no art. 334, do CPC. 
 
ÔNUS DA PROVA 
O ônus da prova é a incumbência que a parte tem de provar os fatos alegados 
em juízo. No processo do trabalho, a distribuição do ônus da prova é feita com 
base nos artigos 818 da CLT e 333 do CPC, cabendo: 
• Ao autor, o ônus da prova do fato constitutivo do seu direito; 
• Ao réu, o ônus da prova do extintivo, modificativo e extintivo do direito do 
autor; 
 
Em face do princípio da proteção ao trabalhador, a parte hipossuficiente na 
relação de emprego, em alguns casos, o ordenamento jurídico, admite a 
inversão do ônus da prova, como exemplo: 
a) os cartões de ponto que demonstram horário de entrada e de saída 
uniformes (cartões de ponto britânicos) são inválidos como meio de prova, 
invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do 
empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir 
(inciso III da Súmula 338 do TST). 
b) ônus de provar o término do contrato de trabalho, quando negados a 
prestação de serviço e o despedimento, é do empregador, pois o princípio da 
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continuidade da relação de emprego constitui presunção favorável ao 
empregado (Súmula 212 do TST). 
 
Antigamente, a simples negativa de da parte excluía da parte o ônus de prova-
lo. Todavia, o entendimento atual é que, quando a negativa resulta de uma 
afirmação que se pretende obter por via de uma declaração negativa, impõe-se 
a parte que nega o ônus de prova-lo. 
Art. 818. O ônus da prova incumbe: 
I - ao reclamante, quanto ao fato constitutivo de seu direito; 
II - ao reclamado, quanto à existência de fato impeditivo, modificativo ou 
extintivo do direito do reclamante. 
 
▪ Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa 
relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o 
encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova 
do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, 
desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte 
a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído. 
▪ A decisão não pode gerar situação em que a desincumbência do encargo 
pela parte seja impossível ou excessivamente difícil. 
▪ Trata-se da possibilidade de o juiz atribuir o ônus da prova àquele possui 
melhores condições de produzi-la. Vale frisar, neste sentido, que o juiz é o 
diretor processual (art. 765 CLT), sendo portanto, o destinatário da provas a 
serem produzidas. Ocorre que, por vezes, a parte não possui condições 
favoráveis de produzir a prova relacionada a determinado fato. Nestes 
casos, o juiz pode atribuir o encargo a quem possa produzir a prova com 
maior facilidade. 
 
A TEORIA DINÂMICA DO ÔNUS DA PROVA PODE SER APLICADA ENTÃO NAS 
SEGUINTES HIPÓTESES: 
a) Excessiva dificuldade probatória de quem detém o ônus da prova 
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b) Maior facilidade de produção de prova pela parte que não detém o ônus 
probatório. 
 
▪ De outro lado, não se deve confundir a teoria dinâmica do ônus da prova, 
coma inversão do ônus probatório. Isso porque, a inversão do ônus da prova 
pressupõe a presença dos critérios previstos na lei e que exista uma regra 
pré-fixada. Já a teoria dinâmica funda-se no princípio da aptidão da prova, 
não necessitando a presença da verossimilhança na alegação da parte. 
▪ Por fim, frise que, diferentemente do processo civil, não cabe no processo 
do trabalho a distribuição do ônus da prova por convenção das partes, por 
ser incompatível com o processo do trabalho. 
 
MEIOS DE PROVA 
Os meios de prova se dividem em: 
• Depoimento pessoal e interrogatório das partes 
• Prova documental 
• Prova pericial 
• Inspeção judicial 
 
Depoimento Pessoal x Interrogatório das Partes 
• O interrogatório das partes é determinado de ofício pelo juiz, enquanto 
que o depoimento pessoal é requerido pelas partes. 
• O juiz pode, a qualquer tempo interrogar as partes, enquanto que o 
depoimento pessoal é único e deverá sempre ocorrer na audiência de 
instrução. 
• O interrogatório tem a finalidade de obter esclarecimentos sobre os 
fatos, enquanto a principal finalidade do depoimento pessoal é a obtenção 
da confissão real, embora não despreze os esclarecimentos. 
• Caso a parte seja intimada para comparecer em audiência com o fim de 
prestar depoimento, e não compareça, será aplicada a pena de confissão, 
nos termos da Súmula 74, do TST. Sendo-lhe aplicada a mesma pena, 
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caso compareça e não queira responder alguma questão que lhe seja 
submetida. 
 
PROVA TESTEMUNHAL 
• Consiste no meio de prova pelo qual busca-se a elucidação dos fatos 
através do depoimento de pessoa física a chamada a depor em juízo 
sobre um fato relevante para o processo do qual tenha conhecimento. 
• Em face do princípio da primazia da realidade sobre a forma, que rege o 
processo do trabalho, a testemunha assume elevada importância na 
busca da verdade real, constituindo, muitas vezes, o único meio de prova 
da parte. 
• Todavia, a testemunha somente não é obrigada a depor sobre os fatos 
que lhe acarretem danos graves ou a seus parentes até terceiro grau, ou 
sobre fatos que deva legalmente guardar segredo. 
• Não podem depor como testemunhas as pessoas elencadas nos artigos 
829, da CLT e 447, §§§1º, 2º e 3º do CPC. 
 
IMPORTANTE! 
O TST firmou entendimento, através da Súmula 357, no sentido de que não torna 
suspeita a testemunha, o simples fato de litigar ou ter litigado contra o mesmo 
empregador. 
Súmula nº 357 do TST – Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar 
litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. 
 
LIMITE DE TESTEMUNHAS: 
• No procedimento ordinário: 3 
• No procedimento sumaríssimo: 2 
• No inquérito judicial para apuração de falta grave: 6 
 
Em casos de não comparecimento espontâneo da testemunha em audiência, é 
que o juiz poderá, de ofício, ou a requerimento da parte, intimá-la, e inclusive, 
conduzi-la coercitivamente para depor em juízo, sob pena do pagamento da 
multa prevista no art. 730 da CLT. 
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DA CONTRADITA: 
• É facultado à parte contraditar a testemunha, alegando incapacidade, 
suspeição ou impedimento. 
• O momento processual oportuno para apresentar a contradita é após a 
qualificação da testemunha, antes de prestar o compromisso de dizer a 
verdade do que souber acerca do que lhe for perguntado. 
• A qualificação da testemunha pode ser conceituada como o ato formal 
em que ela informa os dados concernentes à sua identificação: nome, 
nacionalidade, profissão, idade, residência, estado civil, se trabalhou ou 
trabalha para o empregador e há quanto tempo. 
• Caso a testemunha negue os fatos que lhes são imputados, a parte 
poderá provar a contradita com documentos ou testemunhas, até o 
número de três, apresentadas no ato e inquiridas em separado. 
• Sendo provados ou confessados os fatos, o juiz dispensará a testemunha, 
ou lhe tomará o depoimento sem o compromisso, na qualidade de 
informante, atribuindo o valor que possa merecer. 
 
DA PROVA DOCUMENTAL 
• Documento é o meio probatório utilizado no processo para a prova 
material da existência de um fato. Exemplos: escritos, fotografias, vídeos, 
desenhos, gráficos, gravações etc. 
• A CLT tem uma previsão minguada acerca da prova documental, devendo 
aplicar-se o CPC subsidiariamente, observados os princípios e 
peculiaridades do processo do trabalho. 
• Os documentos devem ser juntados com a petição inicial e com a defesa, 
podendo ser juntados até o encerramento da instrução processual. 
 
IMPORTANTE! 
Em relação à juntada de documentos na fase recursal, deve ser aplicado o 
entendimento consubstanciado na Súmula nº 8 do TST, in verbis: 
SUM-8 JUNTADA DE DOCUMENTO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003. A 
juntada de documentos na fase recursal só se justifica quando provado o justo 
impedimento para sua oportuna apresentação ou se referir a fato posterior à sentença. 
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• No processo do trabalho, os documentos constituem importante meio de 
prova, contudo, na valoração da prova, o juiz deverá primar pela primazia 
da realidade sobrepondo sobre a forma dos documentos. 
• Importante destaque para o art. 830, da CLT, que traz ao advogado a 
faculdade de declaração de autenticidade das cópias dos documentos 
juntados com a petição inicial e com a defesa. 
• Impugnada a autenticidade da cópia, a parte que a produziu será intimada 
para apresentar cópias devidamente autenticadas ou o original, cabendo 
ao serventuário competente proceder à conferência e certificar a 
conformidade entre esses documentos. 
• Os documentos juntados pela parte adversa deverão ser impugnados 
especificamente. Caso não sejam impugnados, ou sejam impugnados de 
forma genérica, serão considerados como hábeis como meio de prova a 
que pretendem. 
• Importantes espécies de prova documental: Contrato de trabalho, recibos 
de pagamento, registros de jornada, anotação na CTPS. 
• Quanto à anotação na CTPS, constitui presunção juris tantum em relação 
ao empregado e júri et de júri em relação ao empregador, salvo se este 
comprovar erro material. 
 
DA PROVA PERICIAL 
• Quando a prova de determinados fatos depender de conhecimento 
técnico ou científico, o juiz poderá designar um perito, que é considerado 
auxiliar da justiça. 
• O perito deverá fazer exame, vistoria ou avaliação e elaborar um laudo 
elucidando os fatos para o favorecimento da formação da convicção do 
juiz. Todavia o juiz não está adstrito ao laudo pericial, podendo formar o 
seu convencimento com base em outros meios de prova (art. 464, CPC). 
• Não há mais a necessidade dos peritos prestarem o compromisso, uma 
vez que podem ser substituídos nas hipóteses previstas em lei. 
• Os peritos estão sujeitos às causas de impedimento e suspeição 
aplicadas aos juízes. Contudo, não há que se falar em impedimento ou 
suspeição dos assistentes técnicos, porquanto a sua indicação é 
faculdade das partes. 
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• Quanto ao indeferimento da prova pericial: conforme prevê o art. 464, §1º 
da CLT, o juiz indeferirá a perícia quando: 
Quando a prova do fato não depender do conhecimento especial de 
técnico; 
Quando for desnecessária em vista de outras provas produzidas; 
Quando a verificação for impraticável. 
 
DOS HONORÁRIOS PERICIAIS 
• A responsabilidade pelo pagamento dos honorários periciais é da parte 
sucumbente na pretensão objeto da perícia, ainda que beneficiária da 
justiça gratuita. 
• Ao fixar o valor dos honorários periciais, o juízo deverá respeitar o limite 
máximo estabelecido pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho. 
• O juízo poderá deferir parcelamento dos honorários periciais. 
• O juízo não poderá exigir adiantamento de valores para realização de 
perícias. 
• Somente no caso em que o beneficiárioda justiça gratuita não tenha 
obtido em juízo créditos capazes de suportar a despesa referida, ainda 
que em outro processo, a União responderá pelo encargo. 
 
INSPEÇÃO JUDICIAL 
• A inspeção judicial consiste na investigação feita pelo magistrado em 
pessoas, coisas, lugares, etc., a fim de elucidar fato relevante a decisão 
da lide (art. 481 do CPC). 
• O juiz lavrará o auto de inspeção com as suas observações sobre a 
inspeção, podendo mencionar e anexar fotos, desenhos, gráficos, etc. 
 
 
 
 
 
 
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ATOS, TERMOS E PRAZOS PROCESSUAIS 
Art. 770 - Os atos processuais serão públicos salvo quando o contrário 
determinar o interesse social, e realizar-se-ão nos dias úteis das 6 (seis) às 20 
(vinte) horas. 
 
Art. 772 - Os atos e termos processuais, que devam ser assinados pelas partes 
interessadas, quando estas, por motivo justificado, não possam fazê-lo, serão 
firmados a rogo, na presença de 2 (duas) testemunhas, sempre que não houver 
procurador legalmente constituído. 
 
Observação: A penhora poderá realizar-se em domingo ou dia feriado, mediante 
autorização expressa do juiz ou presidente. 
 
PRAZOS PROCESSUAIS: 
Os prazos estabelecidos neste Título serão contados em dias úteis, com 
exclusão do dia do começo e inclusão do dia do vencimento. 
Os prazos podem ser prorrogados, pelo tempo estritamente necessário, nas 
seguintes hipóteses: 
I - quando o juízo entender necessário; 
II - em virtude de força maior, devidamente comprovada. 
Ao juízo incumbe dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção 
dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a 
conferir maior efetividade à tutela do direito. 
 
Art. 775-A. Suspende-se o curso do prazo processual nos dias compreendidos 
entre 20 de dezembro e 20 de janeiro, inclusive. 
 
Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências e nem sessões de 
julgamento. 
O vencimento dos prazos será certificado nos processos pelos escrivães ou 
secretários. 
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Caso a intimação tiver lugar na sexta-feira, ou a publicação com efeito de 
intimação for feita nesse dia, o prazo judicial será contado da segunda-feira 
imediata, inclusive, salvo se não houver expediente, caso em que fluirá no dia 
útil que se seguir. 
 
Art. 777 - Os requerimentos e documentos apresentados, os atos e termos 
processuais, as petições ou razões de recursos e quaisquer outros papéis 
referentes aos feitos formarão os autos dos processos, os quais ficarão sob a 
responsabilidade dos escrivães ou secretários. 
 
Art. 778 - Os autos dos processos da Justiça do Trabalho, não poderão sair dos 
cartórios ou secretarias, salvo se solicitados por advogados regularmente 
constituído por qualquer das partes, ou quando tiverem de ser remetidos aos 
órgãos competentes, em caso de recurso ou requisição. 
 
Art. 779 - As partes, ou seus procuradores, poderão consultar, com ampla 
liberdade, os processos nos cartórios ou secretarias. 
 
Art. 780 - Os documentos juntos aos autos poderão ser desentranhados 
somente depois de findo o processo, ficando traslado. 
 
Art. 781 - As partes poderão requerer certidões dos processos em curso ou 
arquivados, as quais serão lavradas pelos escrivães ou secretários. 
 
Parágrafo único - As certidões dos processos que correrem em segredo de 
justiça dependerão de despacho do juiz ou presidente. 
 
Art. 782 - São isentos de selo as reclamações, representações, requerimentos. 
atos e processos relativos à Justiça do Trabalho. 
 
DA RESPONSABILIDADE POR DANO PROCESSUAL 
Art. 793-A. Responde por perdas e danos aquele que litigar de má-fé como 
reclamante, reclamado ou interveniente. 
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Art. 793-B. Considera-se litigante de má-fé aquele que: 
I - deduzir pretensão ou defesa contra texto expresso de lei ou fato 
incontroverso; 
II - alterar a verdade dos fatos; 
III - usar do processo para conseguir objetivo ilegal; 
IV - opuser resistência injustificada ao andamento do processo; 
V - proceder de modo temerário em qualquer incidente ou ato do 
processo; 
VI - provocar incidente manifestamente infundado; 
VII - interpuser recurso com intuito manifestamente protelatório. 
 
Art. 793-C. De ofício ou a requerimento, o juízo condenará o litigante de má-fé 
a pagar multa, que deverá ser superior a 1% (um por cento) e inferior a 10% (dez 
por cento) do valor corrigido da causa, a indenizar a parte contrária pelos 
prejuízos que esta sofreu e a arcar com os honorários advocatícios e com todas 
as despesas que efetuou. 
 
• Quando forem dois ou mais os litigantes de má-fé, o juízo condenará cada 
um na proporção de seu respectivo interesse na causa ou solidariamente 
aqueles que se coligaram para lesar a parte contrária. 
• Quando o valor da causa for irrisório ou inestimável, a multa poderá ser 
fixada em até duas vezes o limite máximo dos benefícios do Regime Geral 
de Previdência Social. 
• O valor da indenização será fixado pelo juízo ou, caso não seja possível 
mensurá-lo, liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum, 
nos próprios autos. 
 
Art. 793-D. Aplica-se a multa prevista no art. 793-C desta Consolidação à 
testemunha que intencionalmente alterar a verdade dos fatos ou omitir fatos 
essenciais ao julgamento da causa. 
Parágrafo único. A execução da multa prevista neste artigo dar-se-á nos 
mesmos autos. 
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DA FASE DECISÓRIA 
• Os juízes podem, no exercício da atividade jurisdicional, praticar os 
seguintes atos decisórios (despachos, decisões interlocutórias, 
sentenças e acórdãos). 
• Despacho: aqueles que apenas impulsionam o processo sem cunho 
decisório, como determinação de remessa dos autos ao calculista da 
vara. 
• Decisões interlocutórias: São as que no curso do processo, resolvem 
questão incidente, por exemplo, concessão de liminares. 
• Sentença: é o ato do juiz que implica alguma das situações previstas nos 
arts. 485 e 487, do CPC. 
 
CLASSIFICAÇÃO DA SENTENÇA: 
Quanto ao seu conteúdo, as sentenças se classificam em: 
• Sentenças Declaratórias - o juiz se limita à declaração da existência ou 
inexistência da relação jurídica, vínculo empregatício, ou da autenticidade 
ou falsidade do documento; 
• Sentenças Constitutivas - o juiz cria, modifica ou extingue uma relação 
jurídica, com eficácia ex nunc, ou seja, desde então; 
• Sentenças Condenatórias - o juiz profere um comando condenatório ao 
réu, traduzindo uma obrigação de fazer, de não fazer, de entregar a coisa 
ou de pagar quantia (mais comuns na Justiça do Trabalho); 
 
QUANTO AO RESULTADO DA LIDE, SE CLASSIFICAM EM: 
• Terminativa - não aprecia o mérito, e permite interposição de nova ação, 
nos termos do art. 485 do CPC. Geralmente se dá quando falta uma das 
condições da ação ou um dos pressupostos processuais. Esta sentença 
soluciona o processo de conhecimento no primeiro grau de jurisdição, 
mas não soluciona o litígio. 
• Definitiva - aprecia o mérito, e não permite interposição de outra ação, 
sob pena da parte incorrer em litispendência ou coisa julgada, nos 
termos do art. 487 do CPC. 
 
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REQUISITOS DA SENTENÇA - ART. 489 DO CPC: 
I - o relatório, que conterá os nomes das partes, a identificação do caso, 
com a suma do pedido e da contestação, e o registro das principais 
ocorrências havidas no andamento do processo; 
II - os fundamentos, em que o juiz analisará as questões de fato e de 
direito; 
III - o dispositivo, em que o juiz resolverá as questões principais que as 
partes lhe submeterem. 
 
O art. 832 da CLT, por sua vez, também traz os requisitos essenciais da 
sentença, ao dispor que da decisão deverão constar: 
• o nome das partes e o resumo do pedido e da defesa – equivalendo ao 
relatório; 
• a apreciação das provas e os fundamentos

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