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Oncologia (24/04/2020) Câncer do canal anal - O canal anal tem 4 cm. Podemos ver câncer na margem ou no canal anal. Epidemiologia: - É o menos prevalente de todos do TGI. - 1-2% das malignidades do TGI. Observa-se mais em pacientes HIV +. - Maior frequência em homens afroamericanos e em mulheres brancas que em habitantes de origem asiática. - Está muito relacionado com as práticas sexuais anais. - Com as microfissuras que são causadas pelo sexo anal, cria um ambiente para que o HPV se encruste e comece a insertar seu material genético (lembrando que os vírus fazem mutação por inserção). Então, começa o processo de carcinogênese. Etiologia e fatores de risco: - A incidência de CA anal está diretamente relacionada com o aumento da incidência de DSTs. - Nota-se que vem aumentando a incidência de câncer do canal anal. - Para ter câncer de ânus precisa ter pratica sexual sem proteção. - Atividade sexual: · ≥10 parceiros sexuais na vida · Ser receptor de sexo anal <30 anos · Antecedentes de gonorreia, sífilis, clamídia ou herpes genital · Câncer de cérvix Vírus do papiloma humano: - >93% dos casos de carcinoma escamoso ou epidermoide do canal anal (é o tipo histológico mais comum). - Mulheres são mais predisponentes. - 90% devido a HPV 16 (75%) e 18 (10%). - 15 vezes mais frequente em homossexuais que em heterossexuais. - Mulheres com displasia cervical ou vulvar de alto grau são mais suscetíveis. Infecção por HIV: - Tem o dobro de risco. - Maior recorrência e menor sobrevivência. Outros: - Idade >55 anos (67%). - Tabagismo. - Imunossupressão (6 vezes mais risco em pacientes transplantados). Screening: - Não existe uma guia para a detecção precoce na população geral. - Se realiza em pacientes com fatores de alto risco (citologia anal). - AIN (neoplasia intraepitelial anal) ou SIL são as lesões precursoras, portanto, o ideal é detectar nessa etapa, ou seja, na etapa precoce: · 1º: frotis de secreção anal (citologia anal) · 2º: anoscopia de alta resolução · 3º: biópsia AIN: - Condiloma e AIN grau 1: hiperplasia celular e leve displasia. - AIN grau 2: displasia moderada. - AIN grau 3: displasia severa/ carcinoma in situ. Tipos histológicos: - Carcinoma escamoso ou epidermoide (85%): · Basiloide · Transicional · Mucoepidermoide · Verrucoso - Adenocarcinoma - Melanoma - Células pequenas - Linfoma - Sarcoma Obs.: dentro dos epidermoides os mais comuns são os verrucoso e o basaloide. Clínica: · Sangramento retal (quando faz cocô): 45% · Sensação de massa: 30% · Mudanças no hábito defecatório (constipação) · Dor severa · Prurido · Tenesmo · Adenomegalia inguinal · Assintomáticos: 20% Obs.: hoje em dia já conseguimos fazer tratamento conservador do esfíncter anal, dessa forma o paciente consegue continuar defecando pelo ânus. Diagnóstico: · Identificar a população de risco · Laboratório (HIV, HPV, CD4) · Tato retal (caracterização do tumor) · Examinar linfonodos inguinais · Proctoscopia · Ecografia endoanal · Radiografia de tórax · TC e RMN adominopelviana · PET-CT scan Obs.: sim ou sim temos que fazer o exame físico (toque retal), pedir biópsia, RMN e raio-x de tórax. Obs.: T podemos avaliar com tato retal, o N e o M precisamos de RMN. Fatores prognósticos: · Tamanho tumoral (até T3 pode curar) · Linfonodos comprometidos (podemos curar com quimio) · Metástase · Carga viral de HIV alta e reconto baixo de CD4+ · Hemoglobina <10 g/dL · Sexo masculino · HPV p16+ · Ulceração em lesão primária Obs.: no câncer de ânus, ao contrário do câncer de cólon, não existe predisposição genética. Tem a ver unicamente com a prática sexual desprotegida.
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