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Pneumonia Adquirida na Comunidade na Pediatria

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Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
PAC na Pediatria 
EPIDEMIOLOGIA 
• Infecções respiratórias agudas (IRA) correspondem a ¼ 
de todas as doenças e mortes entre crianças nos países 
em desenvolvimento. 
• 2 a 3% das IRA evoluem para infecção do parênquima 
pulmonar → 10 a 20% evoluirão para óbito por não terem 
tido acesso ao tratamento adequado em tempo 
habitual ou durante internação hospitalar (atraso no 
diagnóstico). 
• No Brasil, é a primeira causa de internação e a segunda 
causa de óbito em crianças menores de 5 anos. 
• Fatores de risco para IRA: 
o Desnutrição → Fator de risco para qualquer 
processo infeccioso. 
o Baixa idade → Quanto menor, maior a chance de 
desenvolver IRA. 
o Comorbidades → Seja asma, broncodisplasia, artrite 
sibilante, anemia falciforme, ou qualquer 
comorbidade que possa facilitar a infecção. 
o Baixo peso ao nascer → Pelo risco de uma resposta 
imune não tão adequada. 
o Permanência em creche → Higienização e contato 
com outras crianças. 
o Episódios prévios de sibilos e pneumonia 
o Ausência de aleitamento materno → Por conta da 
parte nutritiva e imunológica. 
o Vacinação incompleta 
o Variáveis socioeconômicas e variáveis ambientais 
→ lavagem das mãos, saneamento básico, 
aglomeração, etc, que favorecem a disseminação 
de qualquer doença infectocontagiosa. 
As crianças têm um alto risco para infecção pelo 
pneumococo → por isso a pneumo10 faz parte do 
calendário de vacinação no SUS e pneumo13 no particular, 
fora as outras vacinas. 
Obs: A maioria das pneumonias não tem indicação de 
internamento, e sim de acompanhamento ambulatorial. 
ETIOLOGIA: 
• O principal agente etiológico a partir dos 5 meses vão 
ser os vírus (principais agentes de pneumonia em 
crianças menores de 5 anos). 
o VSR, seguido dos vírus influenza, parainfluenza, 
adenovírus, rinovírus. 
o Menos frequentemente: Varicela-zóster, 
coronavírus, enterovírus, CMV, EBV, herpes 
simplex, vírus da caxumba e do sarampo e 
hantavírus. 
o Mais recentemente, o metapneumovírus 
humano (HMPV), o bocavírus e um coronavírus 
mutante – associado a SARS – têm sido 
associados à PAC. 
• Até 90% das pneumonias no 1º ano de vida são de 
etiologia viral. Quando chega na fase escolar, passa a 
ser 50% vírus e 50% bactérias. 
• Os agentes bacterianos são responsáveis pela maior 
gravidade e mortalidade por pneumonia na infância 
(Streptococcus pneumoniae, Haemophilus influenzae e 
Staphylococcus aureus). 
Obs: Tem vacina contra o pneumococo e H. influenzae 
(HIB), mas não tem contra S. aureus. 
• Coinfecção de vírus e bactérias em crianças com PAC 
– 23 a 32% (pode abrir com quadro viral e apresentar 
infecção bacteriana por cima). 
• Atenção: M. tuberculosis no Brasil → pneumonias de 
curso arrastado, sempre pensar em TB, principalmente 
se tiver história de algum contactante, história familiar 
positiva tratada ou não. 
 
Até 2 meses, vai pensar muito nas bactérias de canal de 
parto → o estreptococo do grupo B veio diminuindo a 
incidência devido à testagem com o swab anal nas 
gestantes para saber se está colonizada ou não. Se estiver, 
já faz logo o antibiótico na hora do parto para reduzir a 
contaminação. 
De 2 a 6 meses vai ter principalmente a clamídia, que é uma 
bactéria que pode ainda estar relacionada com o canal de 
parto, e ela permanece por mais tempo. A partir dos 2 
meses os vírus já ganham um destaque maior. 
Obs: Bordetella pertussis é o agente etiológico da 
coqueluche, então toda criança que tiver a tosse 
coqueluchoide característica (a criança faz tosse, tosse, 
tosse, tosse, guincho e volta a respirar, podendo fazer rubor 
facial e as vezes cianose) tem que pensar em coqueluche. 
De 7 meses a 5 anos o primeiro agente vai ser o vírus, e 
depois seguido das bactérias. 
Quando passa dos 5 anos, os germes atípicos já passam a 
ter prevalência. 
LIVRO: É difícil estabelecer o diagnóstico etiológico das PAC. 
Seu curso clínico costuma ser muito semelhante para os 
diversos agentes, as técnicas diagnósticas são, em geral, de 
baixa sensibilidade ou de custo elevado e de difícil acesso 
à maioria dos serviços. Dependendo do número de testes 
diagnósticos utilizados, o diagnóstico etiológico das PAC 
pode ser identificado em cerca de 24 a 85% dos casos. 
QUADRO CLÍNICO: 
 
Vai depender de vários fatores, como idade, estado 
nutricional, doença de base e o agente etiológico, mas de 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
fato existem três sinais e sintomas mais importantes, que são 
a febre, tosse e taquipneia. 
Taquipneia para os pacientes menores de 2 meses é FR 
maior ou igual a 60 ipm. Entre 2 e 11 meses é FR maior ou 
igual que 50 ipm e de 1 a 4 anos é considerado quando 
maior ou igual a 40 ipm. 
Em pacientes menores, pode ter só febre e ainda assim ser 
pneumonia (lembrar da febre sem sinais localozatórios). 
A depender do agente etiológico, pode ou não ter febre, 
pode ter quadros de sibilância mais exuberantes do que 
outros, tendo um quadro clínico muito variável. 
Quadro clínico em relação a outros sintomas: 
 
Pode ou não ter abrangência. Se é um quadro de vias 
aéreas, pode ter sintomas gripais (iniciar com IVAS e evoluir 
para pneumonia). 
A depender do agente, da resposta inflamatória e da 
condição clínica do paciente, pode ter dispneia de 
intensidade variável. É comum associação com otite e se for 
uma pneumonia de base pode ter dor abdominal reflexa. 
Pode ou não ter alteração da ausculta respiratória (não é 
obrigatório ter). Pode ocorrer redução do FTV 
(principalmente em casos de derrame pleural). 
CLASSIFICAÇÃO: 
• Pneumonia grave: PAC e tiragem subcostal. 
• Pneumonia muito grave: PAC + recusa de líquidos, 
convulsões, sonolência excessiva, estridor em repouso, 
desnutrição grave, aleteo nasal e cianose. 
• < 2 meses → sinais de doença muito grave: Recusa 
alimentar, convulsões, sonolência excessiva, estridor 
em repouso, febre ou hipotermia, além da tiragem 
subcostal grave. 
Obs: Se tem uma pneumonia simples, com febre, tosse e 
taquipneia, não precisa internar o paciente. Se tiver tiragem 
subcostal, interna em enfermaria, e caso tenha uma 
pneumonia muito grave, interna em UTI. 
Obs: Bebês com menos de 2 meses tem uma fragilidade no 
sistema imunológico, de modo que vão ser internados 
independente de ter ou não sinais de gravidade. 
INVESTIGAÇÃO: 
• Identificar doenças de base (cardiopatias, síndromes 
aspirativas, pneumopatias crônicas, imunodeficiências, 
doenças neuromusculares) → Todo paciente que tem 
uma comorbidade pode ter uma descompensação 
dessa doença de base em vigência da PAC. 
Obs: Pacientes com doenças neuromusculares dificilmente 
conseguirão sustentar a taquipneia para compensar, eles 
vão rapidamente evoluir para falência respiratória. 
• Pneumonia afebril (quadro mais atípico) 
o História de conjuntivite e parto vaginal sugerem 
infecção por C. trachomatis → Pensar em 
pneumonia afebril quando chega um RN com 
essa história; 
o Tosse coqueluchoide → faz muito mais a tosse do 
que a febre, apesar de que também pode fazer 
febre. 
o História de contato com quadro semelhante em 
maiores de 5 anos reforçam a suspeita de M. 
pneumoniae; 
o Piodermites e/ou lesões osteoarticulares podem 
ocorrer na pneumonia estafilocócica → pode 
fazer uma infecção de pele mais importante, uma 
celulite, uma osteomielite, etc, e com isso pode ter 
disseminação hematogênica dessa bactéria, 
podendo causar PAC. 
 
Todas as crianças menores que 2 meses devem ser 
internadas (a taquipneia > 60 já é um fator de gravidade). 
Em maiores de 2 meses vai internar se houver alteração do 
nível de consciência ou letargia, sonolência, convulsão, 
desconforto respiratório (tiragem subcostal ou estridor em 
repouso), paciente que vomita tudo o que ingere (risco de 
desidratação, pode complicar o quadro infeccioso, e 
principalmente pela dificuldade de administrar 
medicamentos via oral) e recusa de líquidos (pacientedoente faz anorexia, por isso tem que atentar para recusa 
de LÍQUIDOS). 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
Pensar em tudo o que causa tosse, taquipneia e sibilância 
(asma, bronquiolite, fibrose cística, tuberculose...). O que vai 
ajudar a diferenciar é a sibilância. 
Na asma vai ter tosse, taquipneia e sibilância, mas vai ter 
uma história clínica que favorece a isso (quadro habitual). 
Se não tem história clínica, pode fazer o teste com 
broncodilatador, e caso a sibilância melhore com o 
broncodilatador, tem uma probabilidade muito grande de 
ser asma. 
Obs: A constrição da asma é feita por edema, e quando faz 
o broncodilatador, ele atua reduzindo o edema, abrindo a 
via aérea. Se o caso for de pneumonia, a sibilância vai ser 
pela presença de líquido na luz, e a passagem do som faz o 
sibilo, por isso não vai responder ao broncodilatador. No 
caso da pneumonia, quando tosse pode ter a 
movimentação desse líquido, enquanto na asma a tosse 
não muda o quadro da sibilância. 
Na bronquiolite tem sibilância, tosse, taquipneia, é frequente 
e não tem história pregressa de dispneia e cansaço (isso já 
ajuda a diferenciar da asma, além de que não vai 
responder ao broncodilatador → se a suspeita for 
bronquiolite, não faz sentido receitar broncodilatador). 
Na aspiração de corpo estranho, o objeto pode parar na 
carina e fazer uma sibilância bilateral ou pode descer para 
um dos pulmões (geralmente direito) e fazer uma sibilância 
unilateral. Essa sibilância não vai modificar com a tosse, é de 
início agudo e geralmente tem história de engasgo. 
Broncodilatador não melhora o quadro. 
Na tuberculose, o mecanismo vai ser por compressão – os 
gânglios infartados obstruem as vias aéreas e fazem a 
sibilância. Não é tão frequente, mas pode ocorrer e é um 
diagnóstico diferencial, porque tem tosse, taquipneia e 
pode fazer a sibilância. 
Pneumonia aspirativa acontece principalmente em 
pacientes menores que tem algum grau de refluxo ou em 
pacientes neuropatas que também tem algum grau de 
refluxo. Faz sibilância, mas não responde a broncodilatador. 
Na fibrose cística, a tosse é mais produtiva, apesar de ter 
sibilância (diferente da asma, que tem tosse seca). Alguns 
podem responder a broncodilatadores e outros não, mas 
em geral respondem mais a corticoides do que ao 
broncodilatador. 
RADIOGRAFIA: 
• Recomendada nos casos graves que demandam 
internação. → Não precisa pedir para todos os 
pacientes, pois o diagnóstico de pneumonia é clínico. 
o Pneumonia com hipoxemia, desconforto 
respiratório, entre outros sinais de gravidade. 
Obs: Solicitar sempre que for internar o paciente, para 
avaliar se tem alguma complicação que justifique os sinais 
de gravidade. 
• Solicitar também em caso de falha de resposta ao 
tratamento em 48h a 72h ou se piora progressiva (não 
necessariamente paciente com quadro grave). 
• Precisa solicitar em PA e perfil, e tem que ter um raio x 
com uma boa qualidade técnica. 
 
Caso haja dúvida entre bacteriana e viral, a radiografia 
pode auxiliar. Presença de consolidações alveolares, 
pneumatoceles, derrame pleural e abcessos sempre vão 
remeter a uma infecção bacteriana. Se a imagem for mais 
difusa, mais intersticiais, deve pensar nos vírus, Mycoplasma 
ou clamídia. 
Obs: Lembrar que toda doença tem início, meio e fim. Se 
radiografar o paciente muito no início da doença, mesmo 
tendo o quadro clínico típico, pode não ter as alterações 
radiográficas típicas, mas se tem febre, tosse e taquipneia, 
pode iniciar o tratamento. 
Não pode usar a radiografia como critério para cura, pois 
vai demorar para cicatrizar mesmo depois do tratamento. 
 
Um raio x de boa qualidade técnica é aquele que vai ter os 
campos pulmonares todos dentro da radiografia (pega 
desde cima até embaixo). Além disso, deve avaliar a 
posição do paciente (clavículas alinhadas, não puxadas 
para cima). 
Para saber se está com o pulmão hiperinsuflado, conta 
quantos espaços intercostais tem (normalmente são 7). 
Observa a cúpula para saber se está em inspiração ou 
expiração. O ideal é que esteja em inspiração. → em 
inspiração a cúpula vai fazer um platô, se estiver para cima, 
mais curva, é porque está na expiração (vê menos o 
parênquima pulmonar). 
Avaliar penetração (o tanto de radiação que joga). Pouca 
radiação vê muito a coluna, e muita radiação vê muito a 
região retroesternal, e nenhuma é adequada. Para saber o 
nível certo de penetração, é quando vê a coluna, mas tem 
o desenho dos discos vertebrais até 2 vértebras abaixo da 
clavícula. Consegue ver a traqueia, carina, arco aórtico, hilo 
da artéria pulmonar, átrios, cúpulas. 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
A bulha gástrica é facilmente visível se o paciente tiver em 
pé (deitado o ar espalha). 
Em raio x de criança, deve ter cuidado pois o timo pode ter 
tamanho variável e podem confundir com uma 
condensação. 
No pulmão direito, tem a divisão em lobo superior, médio e 
inferior, logo tem 2 cisuras, a oblíqua (divide lobo inferior do 
superior e médio) e a horizontal (divide o lobo superior do 
lobo médio). No pulmão esquerdo só vai ter o lobo superior 
e inferior, divididos pela cisura oblíqua. 
 
O mais comum de aparecer no raio x de PAC são as 
consolidações, que acontecem por conta da presença de 
secreção dentro do parênquima pulmonar. No raio x, vai ser 
representado por uma mancha branca. 
 
No padrão difuso, tem desenho de linhas acometendo o 
pulmão – não consegue diferenciar qual área do pulmão 
está boa ou não. Já quando é consolidação, dá pra ver o 
lugar onde o pulmão foi acometido. 
Na primeira imagem é consolidação, na segunda é o 
padrão intersticial. 
 
Na primeira imagem tem uma consolidação, mas chama 
atenção uma cisurite (uma demarcação da cisura). 
A segunda imagem mostra uma delimitação da cisura, 
tendo uma pneumonia lobar (acometeu todo o lobo 
superior). 
 
Mostra o raio x de um RN logo que foi feita a suspeita de 
PAC. Apresenta uma região de condensação e um 
abscesso. 
Obs: O que vai diferenciar um abscesso de pneumatocele 
é a espessura da parede, que no abscesso é mais espessa. 
 
Depois do tratamento, o paciente apresentou uma melhora 
nas consolidações, mas o abscesso continua lá. Ele 
provavelmente fez uma taquipneia e aerofagia (pode ver a 
grande quantidade dde ar no estômago). 
 
Aos 36 dias de vida foi feita uma nova radiografia e a 
“cicatriz” do abscesso ainda estava lá, ainda está 
ocorrendo o processo de melhora do quadro pulmonar, por 
isso a ocorrência anterior de pneumonia favorece um novo 
quadro, pois pode estar ainda em cicatrização do 
parênquima. Já não tem mais a infecção, mas tem a 
“cicatriz”. 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
 
Nessa imagem, não está adequado o posicionamento do 
braço. Mas é possível observar a presença de um abscesso 
com nível líquido. É possível observar a borda espessa e bem 
delimitada. 
O paciente precisa ficar internado para fazer antibiótico por 
via venosa. 
 
Nesse raio x tem uma pneumatocele, que diferente do 
abscesso, tem uma parece mais fina que não consegue 
definir. É basicamente uma bolha de ar, não tem processo 
inflamatório e não tem cápsula. 
 
A imagem acima mostra um derrame pleural. Os seios 
costofrênicos não estão livres e fez uma parábola, inverteu 
a curvatura. Qualquer dúvida, solicitar USG. 
Como é líquido, o líquido se move, então para ter certeza, 
pode realizar o exame com a criança deitada lateralmente, 
pois assim o líquido vai aparecer como uma linha (se ele for 
fluido), permitindo a confirmação que isso é um derrame 
pleural e não uma consolidação. 
 
Raio x com pneumonia com padrão intersticial (“raio x sujo”) 
OUTROS EXAMES: 
 
Pode pedir hemograma para avaliar o leucograma. Se tiver 
predomínio de segmentados, pensa mais em bactérias 
encapsuladas. Mas se tiver uns linfócitos aumentados, não 
faz um aumento de leucócitose nem leucopenia, pode 
pensar em germes atípicos bactérias não encapsuladas ou 
até mesmo vírus. 
Proteína C reativa e pró-calcitonina são marcadores de 
resposta inflamatória aguda. A PAC bacteriana poderia ser 
suspeitada quando a proteína C reativa (PCR) for ≥ 40 a 100 
mg ou quando houver níveis maiores que 2 ng/mL de 
procalcitonina. 
A hemocultura pode ser utilizada para definir qual o perfil 
epidemiológico das pneumonias naquela comunidade, vai 
ajudar a escolher o tratamento para a comunidade. 
Se tiver líquido pleural, deve ser analisado. A cultura de 
escarro não é muito utilizada na prática, pois como pega 
toda a secreção de vias aéreas, não da pra diferenciar o 
que é infecção e o que é colonização, mas pode fazer 
quando tem suspeita de tuberculose e a baciloscopia for 
negativa. 
 
Lembrando do COVID na sorologia, mas como demora um 
pouco para produção de anticorpos, não ajuda muito a 
estabelecer tratamento, e o que faz mesmo é o PCR ou 
detecção do vírus. 
LIVRO: Os métodos sorológicos são úteis no diagnóstico das 
infecções por Mycoplasma pneumoniae, Chlamydia 
trachomatis e Chlamydia pneumoniae, quando houver 
elevação da IgM ou elevação de 4 vezes nos títulos da IgG, 
na fase aguda e na convalescência, respectivamente. 
Alguns vírus, como o VSR, adenovírus, parainfluenza e 
influenza, também podem ser diagnosticados pelo 
aumento de 4 vezes ou mais nos níveis de IgG, com intervalo 
de cerca de 2 semanas. 
A reação em cadeia da polimerase em tempo real (PCR-RT) 
pode auxiliar no diagnóstico de M. pneumoniae, C. 
pneumoniae, C. trachomatis, L. pneumophila, S. aureus, vírus 
respiratórios, B. pertussis, M. tuberculosis e S. pneumoniae. 
São métodos caros, mais utilizados em pesquisas e não 
recomendados nos casos não complicados. 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
Os métodos invasivos são reservados para pacientes que 
não estão respondendo ao tratamento antimicrobiano, 
então precisa saber qual o agente etiológico. Pode fazer 
broncoscopia com lavado alveolar (olha o pulmão, infunde 
líquido e aspira, e manda esse líquido para a cultura) ou a 
biópsia pulmonar a céu aberto (faz a toracotomia, por isso 
é muito difícil de ser indicada, só em pacientes que 
realmente não estão respondendo ao tratamento. 
QUANDO INTERNAR: 
• Menores de 2 meses → não tem boa resposta 
imunológica, vai internar independente do quadro 
clínico. 
• Em maiores de 2 meses, internar em caso de tiragem 
subcostal, convulsões, sonolência excessiva, estridor 
em repouso, desnutrição grave, ausência de ingestão 
de líquidos, sinais de hipoxemia, presença de 
comorbidades (anemia, cardiopatias, pneumopatias), 
problemas sociais (não tem condições de comprar o 
antibiótico ou que a mãe não tem grau de 
compreensão para realizar o tratamento correto), falha 
na terapêutica ambulatorial, complicações 
radiológicas (derrame pleural, pneumatocele, 
abscesso pulmonar). 
Quando internar na UTI: 
• Insuficiência respiratória 
• Sepse 
• Incapacidade de manter SpO2 > 92% com fração 
inspirada de O2 (FiO2) > 0,6 → precisou colocar 
máscara reinalante, é igual a UTI. 
• Aumento da taquipneia/taquicardia com dificuldade 
respiratória grave 
• Fadiga respiratória 
• Apneia ou respiração irregular 
TRATAMENTO 
Ambulatorial: 
• Amoxicilina → 50 mg/kg/dia de 8 em 8h ou de 12 em 
12h, por 7 dias 
• Em crianças maiores de 5 anos → possibilidade de M. 
pneumoniae, pode optar por introduzir macrolídeos 
(pneumonia atípica) 
• Reavaliação agendada 48 a 72h do início do 
tratamento ou a qualquer momento se houver piora 
clínica 
• Se a criança estiver pior ou inalterada, cabe avaliar 
internação hospitalar 
Se tiver o quadro típico de febre, tosse e dispneia, sem sinais 
de gravidade, vai tratar com uma penicilina, sendo 
amoxicilina a primeira escolha. 
Em maiores de 5 anos, que a incidência é maior de atípicos, 
usa macrolídeos no lugar da amoxicilina. Pode ser 
eritromicina, azitromicina ou claritromicina. 
Hospitalar: 
• De 2 meses a 5 anos: 
o Pneumonia sem tiragem subcostal → Amoxicilina 
oral 50mg/kg/dia duas ou três vezes ao dia, 
durante 7 dias (se o paciente não tem 
contraindicações ao uso oral, continua oral, a 
internação é por conta do quadro mais grave, 
mas não necessariamente contraindica VO). 
o Pneumonia grave → ampicilina parenteral 
50mg/kg/dia de 6 em 6h ou penicilina cristalina 
200000U/Kg/dia a cada 6h 
▪ Gentamicina 7,5mg/kg/dia de 12 em 12h 
deve ser associada nos menores de 2 meses 
(pensar que os germes são do canal de 
parto) 
o Associação de amoxicilina com inibidores de 
beta-lactamase, como o clavulanato ou o 
sulbactam ou a cefuroxima podem ser usados 
como segunda opção. 
o Pneumonia atípica recomenda-se azitromicina 
10mg/kg/dia 1 vez ao dia por 5 dias ou 
claritromicina 7,5mg/kg/dia de 12 em 12h por 10 
dias. 
COMPLICAÇÕES: 
Derrame pleural: 
• Dor torácica, dor abdominal ou vômitos 
• Estado geral geralmente mais acometido 
• Posição antálgica 
• Cianose devido ao comprometimento da função 
pulmonar 
• Diminuição da expansibilidade 
• Sinais unilaterais de diminuição da expansibilidade 
torácica, FTV abolido e hiperestesia 
• Macicez à percussão 
• Diminuição ou ausência de murmúrios vesiculares 
Outras complicações: 
• Necrose pulmonar 
• Pneumatoceles 
• Abscesso pulmonar 
• Pneumotórax 
• Atelectasia 
• Fístula broncopleural 
• Hemoptise 
• Septicemia 
• Bronquiectasia 
• Infecções associadas (otite, sinusite, conjuntivite, 
meningite, osteomielite). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Luíza Barreto – Medicina 2021.1 
 
FLUXOGRAMA: 
 
 
 
1. Lembrar que quadro de taquipneia, tosse, dispneia, 
tem que pensar em pneumonia. Assim que pensa 
em pneumonia, lembrar que precisa tratar. 
2. Pensar nos fatores de risco, e lembrar ainda mais do 
tratamento 
3. Iniciar o tratamento 
4. Incentivar a prevenção orientando lavagem das 
mãos, evitar aglomerações, evitar ir para as creches 
doente, etc. 
 
Stop pneumonia é uma iniciativa da OMS para incentivar a 
vacinação contra o pneumococo, Hib, coqueluche e 
sarampo, além de implementação de saneamento básico, 
água e higiene e redução da poluição do ar em ambientes 
fechados (como por exemplo proibir fumar em ambientes 
fechados). 
LIVRO: Atualmente, o Brasil dispõe das vacinas 
pneumocócicas 13-valente (7 sorotipos + 1, 5, 7F, 3, 6A, 19A) 
e 10-valente (7 sorotipos + 1, 5, 7F), sendo a última disponível 
na rede pública de saúde. Estudos nacionais identificaram 
que 1 ano após a introdução da vacina 10-valente na rede, 
houve redução das hospitalizações de crianças por 
pneumonia no Brasil. Em contra- partida, as internações por 
outras causas não diminuíram. Quanto ao impacto da 
vacinação anti-Haemophilus influenzae tipo B na 
comunidade, há evidências de proteção contra a PAC na 
infância.

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