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Alfabetização 
em tempos 
de pandemia
INTRODUÇÃO
A alfabetização é um período importantíssimo para o desenvolvimento do 
estudante nas demais fases de sua vida escolar. Segundo especialistas da 
Educação Infantil, é inegável a relevância das vivências da criança na escola 
durante essa etapa de aprendizado. Contudo, em um contexto tão inesperado 
para a educação em função da pandemia de Covid-19, os desafios para 
trabalhar a alfabetização demandam um novo e cuidadoso olhar. 
Como assegurar o processo de alfabetização em tempos de pandemia? De 
que maneira a interação com o educador, tão importante para essa etapa de 
escolarização, pode acontecer em um contexto tão diverso? Como oferecer 
condições que motivem o desenvolvimento das crianças? Como estruturar os 
processos pedagógicos de alfabetização em cenários familiares tão dispares no 
país? É sobre isso que vamos falar neste e-book. 
Reunimos neste material as dicas de três especialistas em educação sobre 
estratégias possíveis para que escolas e professores possam seguir com o 
processo de alfabetização dos seus alunos. A partir dos diálogos entre Cibele 
Mendanha, Fabrício Vieira e Francisca Paris, elencamos algumas práticas para 
fazer com que os alunos sejam alfabetizados mesmo em contexto de pandemia. 
Para isso, o convite é pensar a alfabetização a partir de três cenários: dos 
alunos que possuem acesso à tecnologia, das atividades possíveis para o 
modelo híbrido de ensino e dos alunos que não tem acesso à tecnologia. 
Vamos conhecer juntos essas possibilidades de alfabetização? 
boa leitura!
Conheça os especialistas: 
Cibele Mendanha 
 Pedagoga, Consultora da SOMOS Educação, mestranda em educação 
e autora da Coleção Descobertas. Especialista em Educação Infantil e 
alfabetização. Membro do Grupo de estudos Pedagogias da Infância.
Fabrício Vieira
Professor, Doutor em Educação para Ciência e Diretor Pedagógico da 
SOMOS Educação.
Francisca Paris 
Pedagoga, Mestre em educação e Assessora Educacional da SOMOS 
Educação.
Possibilidades de alfabetização 
para alunos com acesso à 
tecnologia 
Com a pandemia, grande parte das escolas migraram suas práticas de 
ensino para modelo remoto. Essa adaptação aconteceu inclusive com 
educadores que trabalham com turmas de alfabetização. 
O distanciamento social exigiu que a rotina fosse ajustada e os alunos 
com acesso à tecnologia puderam prosseguir, com o apoio das famílias, 
com aulas à distância e a realização de atividades em casa. 
Para esse momento de alfabetização remota, algumas questões 
precisam ser observadas para organizar e estruturar os processos 
pedagógicos. Além de disponibilizar o acesso à plataforma de ensino 
para que a criança estude pelo celular ou computador, é preciso 
assegurar uma rotatividade de atividades e buscar maneiras de 
evolver as crianças, tudo isso alinhado aos objetivos pedagógicos 
da alfabetização através da escola digital. Dentre os pontos a serem 
observados, estão: 
Formação de comportamentos 
necessários para a alfabetização 
A primeira reflexão do educador nesse cenário de alfabetização 
remota é pensar o que é necessário e quais habilidades contribuem 
efetivamente com esse processo. A partir daí, desdobram-se ações para 
buscar envolver os alfabetizandos e levar até a casa desses alunos as 
possibilidades de se criar ambientes alfabetizadores. O ponto principal 
dessa reflexão é potencializar estratégias que despertem a curiosidade 
das crianças, através de interações mesmo que de forma remota. 
Imersão na leitura e na escrita 
O prazer pela leitura deve ser estimulado mesmo antes da criança ter a 
habilidade de decodificação dos textos. Para seu sucesso, essa prática 
deve ser estimulada a partir de modelos de leitores. Dessa maneira, 
pais e professores são tidos como referências para o prazer da leitura. 
Por isso a importância de se trabalhar a literatura, seja enviando livros 
para as casas dos estudantes ou até mesmo fazendo lives de leituras 
coletivas. O convite é para que os alunos explorem com constância o 
universo das letras e das palavras. 
Fomento à criação de ambientes alfabetizadores 
Nas escolas já existe um cuidado em garantir o espaço ideal para 
a alfabetização. Com a prática remota de ensino, é preciso que a 
criação desses espaços também aconteça nas casas dos estudantes. A 
ambientação deve fazer parte da estratégia pedagógica do educador, e, 
dessa maneira, é preciso orientar as famílias e as crianças para criarem 
ambientes adequados para tornar o processo de alfabetização mais 
dinâmico e atraente. 
A proposta pode ser montar em um cantinho da sala de estar ou do 
quarto um espaço com livros, jornais, revistas e tudo que é convidado 
para a leitura. Mas, para além do espaço físico, outra boa estratégia é 
orientar as famílias para que envolvam as crianças nas atividades da 
casa. Elas podem ser convidadas a contribuir na elaboração das listas 
de compras, por exemplo. Dessa maneira, a criança estará exposta a 
práticas de leitura e escrita com significado, alinhado à concepção de 
letramento. 
Qual currículo deve ser proposto? 
Em práticas remotas de ensino, é comum que os educadores precisem 
adequar os currículos. O que é possível ser trabalhado agora? Qual a 
melhor maneira de fazê-lo? 
 
A dica para essa ação é observar os objetivos do currículo e adequá-
los aos ambientes virtuais e da casa do aluno, tendo como premissa a 
importância de pensar primeiro qual é a proposta de aprendizagem 
para, então, pensar os recursos e ferramentas possíveis para realizá-la. 
Feito isso, apresente o planejamento para sua equipe escolar e 
principalmente para as famílias dos alunos. Além disso, preocupe-
se sempre em registrar as evidências de aprendizagem. Escrever, 
conversar e observar, por exemplo, são formas possíveis de avaliação 
nesse contexto. 
Possibilidades de alfabetização
para práticas híbridas de ensino 
As práticas híbridas de ensino, que acontecem com um grupo 
de alunos em casa e outro na escola, também são conhecidas 
como modelo HOT (do inglês, here or there, ou seja, aqui e lá). 
Essa modalidade tem sido a estratégia planejada e aplicada por 
muitas instituições de ensino para o retorno gradual das atividades 
presenciais nas escolas. 
Esse modelo de ensino é tido como relevante para que as crianças 
reconheçam as diferenças entre os espaços sociais. Entretanto, é 
preciso ter atenção para oferecer atividades participativas tanto 
para o grupo de alunos que está no ambiente escolar quanto para os 
estudantes que estão em casa. 
Dessa maneira, para pensar a prática efetiva desse modelo de aula, 
é fundamental que o professor trabalhe a comunicação. É preciso 
que a didática hibrida garanta que estão todos alinhados e em 
sinergia, tanto a turma que está presente fisicamente e a que está 
participando de maneira online. 
Uma dica para que isso aconteça com sucesso é investir na 
comunicação explicita. É preciso atrair a atenção dos alunos pela fala, 
buscando, durante todo o período da atividade, manter o foco tanto 
dos alunos presentes quanto dos que estão virtualmente realizando 
as atividades. 
Possibilidades de alfabetização para 
alunos sem acesso a tecnologias 
Em um país com contextos sociais tão diversos quanto o Brasil, é sabido que os desafios 
não afetam a todos igualmente. Assim, um ponto de atenção e um grande desafio para os 
alfabetizadores é planejar as práticas de ensino para as crianças que têm acesso limitado 
ou inexistente à tecnologia, considerando que essa tem sido a realidade de milhares de 
estudantes brasileiros. 
É preciso observar as possibilidades das famílias. Muitos não têm acesso à internet, ou 
compartilham um único equipamento eletrônico entre todos os parentes. Há também que se 
considerar o cansaço das crianças frente às telas. Assim, cabe às escolas e aos educadores 
avaliarem os recursos possíveis de se alfabetizar sem a mediação da tecnologia. 
Para suprir essa demanda, algumas escolas optaram por encaminhar atividades impressaspara as casas dos alunos, e esse processo acontece sem momentos síncronos com o educador. 
Por isso, para planejar atividades sem a mediação tecnológica, é fundamental que aconteça 
uma seleção criteriosa dos conteúdos, a organização quanto ao uso do tempo para a 
realização de cada atividade e a oferta de fontes variadas de pesquisa, tudo sempre dentro 
de uma sequência contextualizada de atividades. 
É importante coletar e registrar todas as atividades, e isso deve acontecer de forma 
documental. Por isso, assegure-se de que as famílias estão guardando as atividades para que 
sejam entregues ao professor ou na escola assim que for possível. Esse registro é também 
conhecido como portfólio e já pode ser previsto no momento em que o educador for 
planejar a atividade, prevendo uma sequência organizada de tarefas vinculadas às habilidades 
e objetivos de aprendizagem e sua forma de atestação. 
A parceria da família no 
processo de alfabetização 
Para que a alfabetização das crianças possa seguir em tempos 
de pandemia, a parceria da família com a escola precisa ser 
ainda mais fortalecida. Orientados pelos educadores, pais 
e responsáveis estão sendo os condutores do processo de 
ensino-aprendizagem. 
No entanto, é preciso elucidar que as famílias não têm os 
recursos didáticos pedagógicos da escola, e que as estratégias 
e planejamentos de alfabetização são competências dos 
educadores. Assim, cabe às instituições de ensino fornecer 
às famílias toda a ajuda e orientação necessárias quanto a 
condução das atividades possíveis e cabíveis para o momento. 
É fundamental que as escolas orientem as famílias sobre as 
formas de apoiar a rotina de estudos e dê sugestões sobre 
tempos e espaços físicos para que a criança se dedique as 
atividades escolares. Destaca-se também a importância de 
alimentar pais e responsáveis com recurso e atividades simples 
e claras, tendo sensibilidade e atenção quanto aos diversos 
perfis e situações das famílias. 
Estreitar laços e manter uma boa conexão escola-família é um 
estímulo essencial durante a fase de alfabetização. Quanto 
maior o envolvimento dos pais e responsáveis nessa etapa da 
Educação Infantil, mais habilidades e competências a criança 
vai adquirir. 
“O Mundo e as palavras” e uma 
proposta de alfabetização pela TV 
É unanime entre os alfabetizadores a percepção do valor da interação 
entre crianças e professores. Esse vínculo fomenta as condições 
que motivam o desenvolvimento dos alunos. Além disso, a estrutura 
pedagógica, a dedicação do educador e o ambiente alfabetizador 
são fundamentais para assegurar ao aluno a construção de sua base 
alfabética. 
Com a pandemia, os espaços e contatos físicos precisaram ser 
extrapolados. Atento ao desafio de atender as dificuldades de se 
realizar atividades com as crianças menores por meio da tecnologia 
e, mais ainda, alcançar os estudantes que não têm acesso a outros 
recursos digitais além da televisão, o Maxi criou um programa de TV. 
“O Mundo e as palavras” foi desenvolvido com o propósito de 
conectar a televisão com a linguagem da escola, convidando as 
crianças a se sentirem dentro da sala de aula. Para isso, os quadros 
foram construídos a partir de dois pilares: a alfabetização, por meio da 
metodologia fonética e a Pedagogia Afetiva, elementos constitutivos 
do Sistema Maxi de Ensino. Confira a entrevista exclusiva com Fabrício 
Vieira e fique ligado em todos os detalhes do programa.
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