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→ Introdução Os carboidratos e seus derivados, conhecidos como glicídios, açúcares ou hidratos de carbonos, são as moléculas orgânicas mais predominantes, com uma grande variedade de funções de teor energético, informativo e estrutural. ❖ São caracterizados como poli- hidroxialdeídos (várias hidroxilas e 1 carbonila aldeídica) ou poli-hidroxicetonas (várias hidroxilas e 1 carbonila cetônica). ❖ O tipo de ligação é conhecido como O- glicosídica. → Funções ❖ Reserva energética ❖ Composição dos ácidos nucleicos ❖ Componentes estruturais de muitos organismos ❖ Proteção ❖ Sinais de localização celular ❖ Lubrificação de juntas esqueléticas ❖ Adesão intercelular → Fórmula empírica ❖ Cn(H2O)n > só monossacarídeos se encaixam ❖ Alguns podem apresentar: N, P, S → Classificação ❖ Monossacarídeos ❖ Dissacarídeos ❖ Oligossacarídeos ❖ Polissacarídeos → Monossacarídeos ❖ Açúcares simples ❖ Simples não ramificados ❖ Não hidrossolúveis ❖ Não hidrolisáveis ❖ Com ligações simples → De acordo com seu número de átomos de carbono, podem ser designados: ❖ Trioses ❖ Tetroses ❖ Pentoses ❖ Hexoses → Monossacarídeos simples ❖ Gliceraldeído (aldotriose) ❖ Diidroxiacetona (cetose) ❖ Gliceraldeído: apresenta um carbono assimétrico dando origem a dois isômeros D e L Bioquímica Carboidratos Diuliane T. Pereira ❖ Os biologicamente importantes apresentam configuração D Obs: cetotriose=ceto+numeral → Destaque: ❖ Aldo-hexose - D-glicose ❖ Ceto-hexose - D-frutose ❖ Açúcares de: ❖ 6 carbonos: mais abundantes na natureza ❖ 5 carbonos: ribose e desoxirribose ❖ 4 e 7 carbonos: vias metabólicas → Isomeria óptica Todos os monossacarídeos (exceto as cetotrioses), contêm um ou mais carbonos quirais e, portanto, ocorrem formas isoméricas opticamente ativas, os enantiômeros. ❖ A partir do carbono quiral ❖ Estereoisômeros = Isômeros ópticos que são diferentes entre si pela sua configuração (arranjo tridimensional) ❖ Enantiômeros: estereoisômeros de imagem especular (espelho) e não são superponíveis (mesmo composto) entre si ❖ Configuração: arranjo tridimensional dos grupos em volta de um carbono quiral. ❖ Destrógiro (D): hidroxila à direita do C* ❖ Levógiro (L): hidroxila à esquerda do C* ❖ O carboidrato mais simples a tê-la é o gliceraldeído, este tendo duas formas isoméricas ❖ Diastereoisômeros: estereoisômeros que não são de imagem especular e que não são superponíveis entre si (tem 2 carbonos quirais) (ex: L-treose é diasteroisômero da L e D-eritrose) ❖ Epímeros: diastereoisômeros que diferem entre si por só um carbono quiral (ex: D- eritrose e L-treose) → Projeção de Fischer ❖ Carbono mais oxidado (grupo aldeído ou cetona) o mais no topo possível ❖ Linhas verticais: representam as ligações para trás ❖ Linhas horizontais: representam as ligações para frente ❖ Numeração: os carbonos são numerados de cima pra baixo ❖ Designação: de L ou D se define pelo carbono quiral de maior número → Projeção de Haworth ❖ Estruturas cíclicas em formas de anéis planares ❖ Ligações mais grossas: são as mais próximas da tela ❖ Furanose: anel de 5 membros ❖ Piranose: anel de 6 membros São isômeros funcionais Diasterisômeros: ❖ Grupo escrito abaixo do plano: direita na de Fischer; acima do plano: esquerda na de Fischer → Ciclização Resultado da interação de grupos funcionais de carbonos distantes. Exemplos: Hemiacetais (aldeído + álcool): interação C-1 + C-5 em aldo-hexoses Hemicetal (cetona + álcool): interação C- 2 + C-5 em ceto-hexoses ❖ O carbono carbonílico (C=O) torna-se um novo centro quiral chamado centro anomérico ❖ Anômeros: duas formas do açúcar cíclico que podem se inconverter (mutarrotação) por carbonilas livres: α (OH à direita do carbono anomérico, geralmente para baixo) e β (à esquerda) → Reações de monossacarídeos Oxidação dos açúcares ❖ Fornece energia; ❖ o rendimento mais alto em processos aeróbios (completamente oxidados em CO2 e H2O) ❖ Oposto é a redução do CO2 e H2O para formar açúcares > fotossíntese ❖ Aldeídos quando oxidados geram grupo carboxila (característico de ácidos) > teste para verificar a presença de aldoses. ❖ As aldoses são chamados de açúcar redutores (têm um grupo carbonila livre para oxidar-liberar elétron) por esse tipo de reação; as cetoses podem ser redutoras porque isomerizam aldoses ❖ Na forma cíclica, a oxidação de uma aldose gera uma lactona (éster cíclico). Ex: vitamina C. → Detectar a presença de açúcares redutores: ❖ Reagente de Tollens: utiliza íon prata com amônia > se houver açúcar redutor o íon Ag+ se reduz a prata livre Figura: aldose cíclica --oxidação→ lactona → Enzima glicose oxidase ❖ Alditóis (poli-hidroxialcoóis): quando o grupo carbonila do açúcar é reduzido à hidroxila. (Ex: xilitol e sorbitol) → Esterificação dos açúcares ❖ Grupos hidroxilas (álcool) dos açúcares reagem com ácidos e derivados para forma éster ❖ Ésteres de fosfato: intermediários na degradação de carboidratos para fornecer energia: formados pela transferência de um grupo fosfato a partir de ATP para gerar o açúcar fosforilado e ADP → Glicosídeos ❖ São considerados acetais completos ❖ Ocorrem quando a hidroxila de um carbono anomérico (de hemicetal ou hemiacetal) reage com outra hidroxila para formar uma ligação glicosídica, que não é um éter, visto que pode ser hidrolisado na forma original ❖ Os glicosídeos de furanoses são furanosídeos e os de piranoses são piranosídeos Exemplos notação: α(1 → 4) e β, β(1 → 1) - sendo os números dos carbonos ❖ Carbonos anoméricos internos em oligossacarídeos não estão livres para testar açúcares redutores, só ocorrendo nos casos em que o resíduo final é um hemiacetal livre. ❖ Aminoaçúcares: a hidroxila do açúcar parental é trocada por um grupo amina (- NH2) ou derivados. Ex: componentes de paredes celulares bacterianas: N-acetil-β- D-glicosamina e derivado N-acetil- βmurâmico → Oligossacarídeos ❖ São carboidratos constituídos por um pequeno número de moléculas de monossacarídeos unidas por ligações glicosídicas. ❖ Dissacarídeos: consistem em dois monossacarídeos unidos covalentemente por uma ligação glicosídica. ❖ Os três mais importantes (lactose, sacarose e maltose) → Sacarose ❖ Unidades monossacarídicas: α-D-glicose (aldo-hexose; piranose) e β-D-frutose (ceto-hexose; furanose) com notação α, β (1 → 2) ❖ Não é açúcar redutor pois os dois carbonos anoméricos estão envolvidos na ligação glicosídica; a glicose e a frutose sozinhas são redutores ❖ Sucralose: é um adoçante derivado da sacarose, não é metabolizado, portanto, não fornece calorias: substitui três hidroxilas por três átomos de cloro e inverte a configuração do átomo de carbono 4 do anel piranose da glicose → Lactose ❖ Unidades monossacarídicas: β-D- galactose e D-glicose com notação β (1 → 4) Obs: a galactose é um epímero C- 4 da glicose ❖ Como o carbono anomérico da glicose não está envolvido na lig. glicosídica, ele pode estar na forma α e β e é um açúcar redutor → Maltose ❖ Unidades monossacarídicas: duas D- glicose com notação α (1 → 4) ❖ Difere da celobiose (dissacarídeo obtido da hidrólise da celulose) pois a celobiose tem duas D-glicose ligadas por β (1 → 4) → Polissacarídeos (glicanos) ❖ Geralmente formados por poucos tipos de monossacarídeos → homopolissacarídeo ou heteropolissacarídeo (glicose sendo o monossacarídeo mais comum) ❖ Caracterização completa: monômeros, sequência e tipo de ligação glicosídica especificados ❖ A natureza da lig. glicosídica determina a função Ex: ligações β-glicosídicas: função estrutural→ celulose e quitina ligações α- glicosídicas: função de armazenamento → amido e glicogênio → Celulose ❖ Principal componente estrutural dos vegetais ❖ Homopolissacarídeo linear de β-D-glicose com notação β (1 → 4) ❖ Cadeias individuais ligadas por ligações de hidrogênio que permite a força mecânica nas fibras dos vegetais ❖ Celulases: enzimas que atacam as ligações β entre as glicoses: encontradas em determinadas bactérias (ex: trato digestivo de insetos e animais de pasto) → Amido ❖ Homopolissacarídeo de α-D-glicose ❖ Tem dois tipos: amilose a amilopectina ❖ Amilose: linear, todos os resíduos unidos por ligações α (1 → 4); conformação mais comum é uma hélice com seis resíduos em volta ❖ Amilopectina: ramificada, ramificações iniciam-se em α (1 → 6) ao longo da cadeia de ligações do tipo α (1 → 4) ❖ Enzimas desramificadoras: degradam as ligações de ramificação ❖ α e β-amilases: enzimas que atacam as ligações de cadeia dos tipos específicos ❖ Exoglicosidase: cliva a partir do final não redutor do polímero (ex: β-amilase \ produto: maltose) ❖ Endoglicosidase: hidrolisa a ligação glicosídica em qualquer local (ex: α- amilases \ produtos: glicose e maltose) → Glicogênio ❖ Homopolissacarídeo ramificado de α-D- glicose, com ligações α (1 → 4) na cadeia e α (1 → 6) nos pontos de ramificação ❖ Diferença da amilopectina: o glicogênio tem muito mais ramificações ❖ Por ser mais ramificado, é mais solúvel em água e mais fácil de ser atacado pelas enzimas desramificadoras (como a glicogênio fosforilase) permitindo uma mobilização rápida da glicose ❖ Doença de armazenamento: caracterizada por nível escasso de enzimas ramificadoras, os produtos do glicogênio assemelham-se ao amido e saem da solução, formando cristais de glicogênio nos músculos e fígado → Quitina ❖ Homopolissacarídeo linear de N-acetil-β- D-glicosamina com notação β (1 → 4) Obs: este só difere da glicose pela substituição de uma hidroxila pela N- acetilamina(-NH-CO-CH31) ❖ Filamentos individuais com ligações de hidrogênio > força mecânica Ex: paredes celulares de algas e fungos, exoesqueleto de invertebrados ❖ Parede celular →Bacterianas (procarionte): principalmente de heteropolissacarídeos com ligações β (1 → 4) e apresentam ligações cruzadas com peptídeos que forma o peptideoglicano Ex: N-acetil-D- glicosamina na quitina e ácido N- acetilmurâmico → Vegetais (eucariontes): basicamente celulose Outro polissacarídico é a pectina, polímero de ácido D-galacturônico (derivado da galactose, mas -OH do C-6 foi oxidada a carboxila) → Glicosaminoglicano ❖ polissacarídeo de um dissacarídeo repetitivo com um aminoaçúcar e um carga negativa (com sulfato ou carboxila) ❖ Ex: Heparina (anticoagulante natural); Ácido hialurônico(componente do humor vítreo dos olhos e um fluido lubrificante das juntas); Sulfatos de condroitina e ceratano (componentes do tecido conjuntivo) → Glicoproteínas ❖ Contêm resíduos de carboidratos além da cadeia polipeptídica ❖ Os carboidratos importantes como determinantes antigênicos (a parte dos antígenos que os anticorpos reconhecem como “estranhas” as quais se ligam.) ❖ Sistema ABO: as distinções entre os tipos são determinadas pelas porções de oligossacarídeos das glicoproteínas nas superfícies dos eritrócitos; Obs: em todos os tipos o açúcar L-fucose (desoxiaçúcar) está presente → Grupo A: a N-acetilgalactosamina fica no final não redutor do oligossacarídeo → Grupo B: a α-D-galactose substitui a N- acetilgalactosamina → Grupo O: nenhum deles está presente → Grupo AB: os dois estão presentes ❖ Proteoglicanos: glicoproteínas com alto teor de carboidratos destinadas à superfície celular > eles são constantemente sintetizados e decompostos Vitamina C (Ácido ascórbico) ❖ Lactona insaturada com anel de 5 elementos ❖ Cada carbono ligado a uma hidroxila, exceto o carbono do grupo estér cíclico ❖ Oxidação pelo ar + hidrólise da ligação éster > perda da atividade como vitamina ❖ Deficiência leva ao escorbuto: ácido ascórbico é necessária para a atividade da prolil hidroxilase : esta converte os resíduos de prolina (está no colágeno) em hidroxiprolina : esta é necessária para a estabilidade do colágeno (por causa das ligações de hidrogênio entre as fibras dele).
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