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4 COLEGIADO DO CURSO DE PSICOLOGIA RENATA BEATRIZ SOUSA DOS SANTOS RELATÓRIO PARCIAL DO ESTÁGIO ESPECÍFICO I REALIZADO NA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE ITABUNA ILHÉUS – BA 2020 COLEGIADO DO CURSO DE PSICOLOGIA RENATA BEATRIZ SOUZA DOS SANTOS RELATÓRIO PARCIAL DO ESTÁGIO ESPECÍFICO I REALIZADO NA SANTA CASA DE MISERICORDIA DE ITABUNA Relatório de estágio elaborado como requisito avaliativo do Estágio Especifico I na santa casa de Misericórdia de Itabuna apresentado pela discente Renata Beatriz Sousa dos Santos do curso de Psicologia – 9º semestre sob orientação da Docente Carol Peixoto. ILHÉUS – BA 2021 SUMÁRIO 1. REFERENCIAL TEÓRICO....................................................................... 4 REFERÊNCIAS......................................................................................... 9 1. REFERENCIAL TEÓRICO No século XIX se iniciaram as práticas psicológicas no Brasil com a inauguração do Hospício Pedro II no Rio de Janeiro em 1842. Nesse hospício as práticas eram baseadas nas concepções de Pinel e Esquirol, onde eram guiadas “pelos princípios de isolamento, vigilância, distribuição e organização do tempo dos internos”, que visavam à repressão, ao controle e à individualização (ANTUNES, 2005, p. 30). A ideia era isolar o “louco” da família e da sociedade, ou seja, afastá-lo do que se supunha ser a causa de sua loucura. Esse tipo de tratamento, embora fosse visto como terapêutico, era aplicado somente aos internos pobres. Com a regulamentação da profissão de psicólogo, com o reconhecimento de suas funções e com a elaboração de seu Código de Ética profissional, a Psicologia conseguiu, até meados de 1970, todos os requisitos necessários para ser considerada uma profissão. Desde então, houve grande crescimento no número de profissionais de Psicologia devido à expansão dos cursos universitários particulares e ao aumento da demanda da população por serviços psicológicos (PEREIRA; PEREIRA NETO, 2003). Segundo Simonetti 2014, a psicologia hospitalar não trata apenas das doenças com causas psíquicas, classicamente denominadas “psicossomáticas”, mas sim dos aspectos psicológicos de toda e qualquer doença, uma vez que é factível que "toda doença encontra-se repleta de subjetividade, e por isso pode se beneficiar do trabalho da psicologia hospitalar”. Embora o foco da psicologia hospitalar seja o aspecto psicológico em torno do adoecimento, é sensato aceitar que aspectos psicológicos não existem soltos. Entre tantas importantes características da psicologia hospitalar, uma delas, de extrema relevância é a de que "ela não estabelece uma meta ideal para o paciente alcançar, mas simplesmente aciona um processo de elaboração simbólica do adoecimento." (Simonetti, 2004, p. 19). Segundo Mota; Martins e Véras (2006) no âmbito hospitalar o movimento de humanização é voltado para um processo de educação e treinamento dos profissionais da saúde para tornar a experiência da hospitalização algo mais confortável para o usuário, desmistificando toda aquela dor que a internação trás a ele, visa melhorar o atendimento ao usuário e as condições do ambiente de trabalho para os profissionais da saúde. O psicólogo passa a ser bem visto no contexto hospitalar, nas enfermarias e nos ambulatórios quando sua atenção voltou-se para a humanização, fazendo compreender a relação dos profissionais da saúde com o paciente e com os familiares. Estudos apontam que buscar informações sobre a historia do paciente é algo indispensável em sua atuação, pois é o psicólogo quem pode oferecer uma escuta, uma ajuda psicológica e oferecer a oportunidade de confronto do paciente com sua angústia e sofrimento na fase da hospitalização, fase esta que gera muitas crises (MOTA, MARTINS e VÉRAS, 2006) Um aspecto importante em relação ao papel dos profissionais da psicologia no hospital é que este profissional deve estar pautado nos aspectos do adoecer, das crenças e das fragilidades dos pacientes e de seus familiares, assim para os autores o psicólogo deve promover a diminuição da angústia e da tensão para então mudar a impressão que as pessoas têm sobre o hospital, em contrapartida fazendo os usuários perceberem o hospital como um lugar que tenta oferecer condições para uma manutenção ou recuperação da saúde, ficando claro que a atuação do psicólogo hospitalar consiste de uma rápida capacidade de ação emergencial e para a construção de uma política qualificada em relação à saúde (MOTA, MARTINS e VÉRAS, 2006). Considerando que o hospital é uma instituição marcada pela luta constante entre a vida e a morte. Um dos princípios significativos da psicologia no contexto hospitalar é a atuação conjunta do psicólogo e as equipes de saúdes, onde o objetivo é maximizar nos pacientes a esperança de melhora, cura e minimização ou suspensão do sofrimento em si, já que a maioria das pessoas tem uma imagem negativa relacionada ao ambiente hospitalar, marcada por mortes e sofrimentos, sendo um local onde excita uma batalha constante diante das condutas terapêuticas. Portanto, a atuação do psicólogo requer uma maturidade que passa pelo exame detalhado de sua posição diante da morte e do morrer, sendo de suma importância o profissional elaborar o medo e a negação em relação a essa problemática, diagnosticar em si as dificuldades de enfrentamento e elaboração da própria negação da morte para então entender a negação da própria instituição, do paciente e dos familiares, sendo que muitas vezes trabalhar com o sofrimento ou perda de significado da existência pelo paciente pode despertar nos profissionais as mesmas vivências (CHIATTONE, 2003). Sendo assim, para Chiattone (2003), a tarefa do psicólogo se define pela capacidade de apoio, compreensão e direcionamento humanizado das diferentes situações pelas quais passam esses pacientes e seus familiares, e culminar para que todo programa terapêutico eficaz e humano deva incluir apoio psicológico para o enfrentamento de todo o processo de doença e possibilidade de morte, pois o manejo de pacientes hospitalizados inclui a adaptação fisiológica e medica e a adaptação psicológica e existencial frente a situação traumática em si. REFERÊNCIAS ANTUNES, Mitsuko A. M. A Psicologia no Brasil: leitura histórica sobre sua constituição. 4 ed. São Paulo: Unimarco /Educ, 2005, 129 p. CHIATTONE. H. B. de C. Prática Hospitalar. In: Encontro Nacional de Psicólogos da Área Hospitalar. São Paulo: Associação Brasileira de Psicologia da Saúde e Hospitalar, 2003, p. 20 – 32. MOTA, Roberta Araújo; MARTINS, Cileide Guedes de Melo; VERAS, Renata Meira. Papel dos profissionais de saúde na política de humanização hospitalar. Psicol. estud., Maringá , v. 11, n. 2, Aug. 2006. PEREIRA, Fernanda M.; PEREIRA NETO, André. O psicólogo no Brasil: notas sobre seu processo de profissionalização. Psicologia em Estudo. Maringá, v.8, n.2, p. 19-27, 2003. Simonetti, A. (2004). Manual de Psicologia Hospitalar. São Paulo: Casa do Psicólogo.
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