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19/06/2018 UFCD 4564 – Gestão da Manutenção - introdução Formadora: Isabel Castelo Branco Instituto de Emprego e Formação Profissional , I. P. Serviço de Formação de Coimbra Objetivos Definir manutenção e os vários tipos de manutenção. Reconhecer os custos diretos e indiretos da manutenção. Planear trabalhos com todos elementos necessários. Estabelecer prioridades nas ordens de trabalho. Interpretar ordens de trabalho e elaborar relatórios de trabalho. Elaborar o arquivo técnico. Classificar os DMM (Dispositivos de Monitorização e Medição) e reconhecer a importância da calibração. Relacionar qualidade e manutenção. Definir TPM (Manutenção Produtiva Total). Utilizar software específico para gestão da manutenção. Descodificar o sistema organizacional da empresa e contribuir para o seu melhoramento e otimização. 2 Conteúdos programáticos Introdução à manutenção (conceitos, campo de ação, custo/benefício) Tipos de manutenção Custos da manutenção (icebergue de custos) Grau de criticidade dos equipamentos, prioridades Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) Organização do parque de equipamentos; do arquivo técnico; da codificação e normalização; do histórico de avarias e intervenções…… Planeamento e programação (objetivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Relatórios de intervenção e registo histórico Filosofias utilizadas na gestão da manutenção Software utilizado na gestão da manutenção – aplicações 3 Introdução à manutenção 4 Manutenção Segundo a norma EN 13306:2001, versão portuguesa, a manutenção é definida da seguinte forma: “Combinação de todas as ações técnicas, administrativas e de gestão, durante o ciclo de vida de um bem, destinadas a mantê-lo ou repô-lo num estado em que ele pode desempenhar a função requerida.” É ao feito de assegurar estas condições com um custo global mínimo que se pode designar como boa manutenção. Manutenção Começa na fase de projeto/conceção ; Participa na instalação/início de funcionamento dos equipamentos ou fábricas. Função da manutenção é de vigilância, permanente ou periódica, desenvolvimento de ações corretivas (reparações) ou ações preventivas. Primeiro… Depois… Monitorização constante, recolha e tratamento de dados 19/06/2018 História da Manutenção A conservação de instrumentos e ferramentas sempre foi uma preocupação do HOMEM desde os primórdios da civilização. Foi apenas aquando da revolução industrial, em meados do século XVIII e com o aparecimento das primeiras máquinas têxteis a vapor, que a função manutenção emergiu efetivamente. História da Manutenção Naquela época o projetista da máquina, treinava as pessoas a operarem e repararem a mesma em caso de necessidade, e só intervinha ele próprio apenas em casos mais complexos, o operador era então o encarregado pelo funcionamento e conservação da máquina. Desde a Revolução Industrial e até à atualidade, podemos dizer que a manutenção passou por três grandes períodos. História da Manutenção 1ª Geração Até à 2ª guerra mundial, a indústria era pouco mecanizada, os equipamentos eram simples e fiáveis e devido à reduzida pressão por parte do mercado a produtividade não era fator prioritário. Não era necessária uma manutenção sistematizada; apenas serviços de limpeza, lubrificação e reparação após a avaria. Era dado pouco ênfase ao tempo e custos. A manutenção era, fundamentalmente, corretiva. História da Manutenção 2ª Geração A partir da 2ª guerra e até aos anos 60, houve uma pressão por produção e, com pouca disponibilidade de mão-de-obra para a indústria, houve uma crescente dependência na mecanização e posteriormente na automação. A forte mecanização e a complexidade crescente das unidades industriais, exigiu uma maior fiabilidade e disponibilidade das máquinas para a produção, no sentido de evitarem falhas. a indústria estava bastante dependente do bom funcionamento das máquinas. História da Manutenção 2ª Geração Surgiu então a manutenção preventiva, com intervenções programadas e em intervalos pré-definidos. Os custos de manutenção também aumentaram pois tornou-se necessário um maior investimento em peças de reposição, obrigando as empresas a um rigor crescente nas suas programações, criaram-se então os sistemas de planeamento e controle de manutenção. História da Manutenção 2ª Geração A produção em massa atinge a maturidade, começa-se a dar mais importância aos fatores custo e tempo de produção e a indústria começa a tomar consciência que os tempos de paragem de equipamentos têm influência negativa no seu desempenho. 19/06/2018 História da Manutenção 3ª Geração A partir da década de 70, as paragens de produção começaram a ter consequências indesejáveis, afetando a produção e tendo repercussão nos seus custos finais. Na manufatura, os efeitos dos períodos de paralisação foram agravando-se pela tendência mundial de utilizar sistemas “just- in-time”, onde stocks reduzidos para a produção em andamento significavam que pequenas pausas na produção/entrega naquele momento poderiam paralisar a fábrica. História da Manutenção 3ª Geração O crescimento da automação e da mecanização passou a indicar que a confiabilidade e disponibilidade se tornariam pontos-chave em setores tão distintos quanto a saúde, processamento de dados, telecomunicações e gestão de edifícios. Maior automação também significa que falhas cada vez mais frequentes afetam a nossa capacidade de manter os padrões de qualidade estabelecidos. História da Manutenção 3ª Geração Começaram a ser aplicadas as intervenções preventivas sistemáticas com paragens programadas para revisões, o que nem sempre se adaptava ao processo industrial e tinham sempre custos elevados. Surgiu então a Manutenção sob Condição ou também chamada Manutenção Preditiva, em que se controlava o estado de funcionamento do equipamento e se avaliava deste modo uma possível intervenção técnica neste. História da Manutenção Manutenção “Manutenção é a combinação de todas as ações técnicas e administrativas, incluindo as de supervisão, destinadas a manter ou recolocar um equipamento ou instalação num estado em que este possa desempenhar a função requerida. A manutenção pode incluir uma modificação de um item ou equipamento”. A razão de ser da manutenção está em gerar condições operacionais para que equipamentos, instalações e serviços funcionem adequadamente, visando atingir objetivos e metas da empresa proporcionando assim ao cliente o mais baixo custo e a melhor qualidade. Manutenção - Objetivos O objetivo da Manutenção é a redução do número de intervenções, só assim é possível atingir-se a Produtividade total. Para tal os técnicos terão de atuar preventivamente, para tal é necessário fazer um bom planeamento dos seguintes itens: Históricos atualizados dos equipamentos; Formação específica do pessoal técnico; Criação de uma estrutura de análise de ocorrências dos equipamentos; 19/06/2018 Manutenção - Objetivos Controle de custo por manutenção em equipamento; Padronizar processos da execução das diversas atividades; Formação de higiene e segurança no trabalho; Análise no índice de obsolescência de equipamentos; Indicadores de desempenho (KPI´s); Histórico e análise da manutenção preventiva e corretiva dos equipamentos Desempenho x Manutenção Degradação Objetivos da manutenção Redução dos custos Evitar paragem com perda de produção Diminuir tempos de imobilização Reduzir tempos de intervenção através de uma boa preparação do trabalho. Reduzir emergências e número de avarias Melhorar qualidade de produção Aumentar a segurança Aumentar o output da produção Aumentar o tempo de vida das máquinas Problema Início da manutenção Plano de manutenção Melhoria contínua Escalonamento da manutenção Operação de manutenção Análise de resultados Armazenamento de resultados Plano de produção Coordenador deprodução Coordenador de produção Informações técnicas Tipos de manutenção Manutenção Manutenção Planeada Preventiva Sistémica Condicionada Preditiva Detetiva TPM Manutenção não-planeada Corretiva Ocasional Tipos de manutenção Manutenção corretiva Manutenção conduzida de forma a reparar os materiais e a repô-los no estado de bom funcionamento. Engloba as gama-tipo e as intervenções para melhoria do estado do material mesmo sem avaria. 19/06/2018 Tipos de manutenção Manutenção corretiva Substituição de peças ou componentes que se desgastaram ou falharam e que levaram a máquina ou o equipamento a parar por falha num ou mais componentes. É o conjunto de serviços executados nos equipamento com falha. Tipos de manutenção Manutenção corretiva Reparações são executadas sem planeamento e em caráter de emergência. As horas extras do pessoal de manutenção são grandes, contribuindo para um desgaste físico e mental, com condições de trabalho desfavoráveis. Os índices de acidentes também são altos, devido ao trabalho sob pressão por causa do tempo e da necessidade de colocar a máquina em condições de produção. Tipos de manutenção Manutenção corretiva Consiste em: Analisar o estado geral dos equipamentos Estudar as avarias repetitivas Estudar os pontos críticos Agrupar as avarias por causa Elaboração das gamas-tipo (que contêm a sequência de operações para cada tipo de intervenção) Tipos de manutenção Manutenção Planeada – Manutenção organizada com antecedência e controlada pelo uso de planos. O Planeamento envolve a preparação e a programação. Efetuada segundo critérios pré-determinados, conduzida com o fim de reduzir a probabilidade de um material entrar em rutura. A manutenção preventiva pode ser sistemática ou condicionada. Tipos de manutenção Manutenção preventiva Manutenção efetuada com a intenção de reduzir a probabilidade de falha de uma máquina ou equipamento, ou ainda a degradação de um serviço prestado. É uma intervenção prevista, preparada e programada antes da data provável do aparecimento de uma falha, ou seja, é o conjunto de serviços de inspeções sistemáticas, ajustes, conservação e eliminação de defeitos, visando a evitar falhas. É realizada em conformidade com um cronograma ou com índices de funcionamento da máquina. 19/06/2018 Tipos de manutenção Manutenção preventiva sistemática Visita e inspeção periódica (controlo visual da máquina e regulação). Reparação preventiva (substituição de peças gastas, controlo de máquinas e regulações várias), em função do tempo ou número de unidades de utilização. Revisões periódicas (assenta principalmente em métodos baseados na previsão à rutura em função do grau de utilização). Tipos de manutenção Manutenção preventiva sistemática A aplicação da manutenção sistemática não evita completamente a rutura. apresenta um custo elevado, pois normalmente são substituídos componentes que não atingiram nem a metade da sua vida potencial. Este custo assume uma maior expressão quando a substituição de peças implica a desmontagem parcial ou total do equipamento, com consequente paragem da produção. Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada Subordinada à medição de parâmetros pré-determinados que revelarão o estado de funcionamento e de degradação de um determinado equipamento. Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada Os parâmetros de controlo mais comuns são: Espectro em frequência do nível de vibrações do equipamento (aplicável principalmente a equipamentos com órgãos rotativos, ou outros que sejam sujeitos a esforços dinâmicos). O espectro funciona como um check-up completo do equipamento, o qual, tratado devidamente por computador, permite indicações precisas sobre o estado de todos os órgãos que constituem o equipamento. Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada Os parâmetros de controlo mais comuns são: Análise de óleos. Permite testar a aptidão do lubrificante e estimar o estado de degradação dos orgãos lubrificados mediante a análise das partículas em suspensão (aplicável principalmente a equipamentos transmissores de potência mecânica: redutores, diferenciais, etc.). Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada Os parâmetros de controlo mais comuns são: Exame do estado de superfícies. Exame da estrutura de materiais. Exames de dissipação de energia. ... 19/06/2018 Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada A implementação inicial de um sistema de manutenção condicionada apresenta os seguintes custos: Determinação dos pontos de controlo e fixação do parâmetro e limites relevantes. Seleção e compra dos equipamentos. Formação dos operários e dos engenheiros. Tipos de manutenção Manutenção preventiva condicionada Vantagens: Aumento do tempo médio entre duas revisões (produtividade superior e redução do custo de manutenção). Eliminação do efeito provocado pelas ruturas imprevisíveis. Eliminação das substituições de peças em bom estado de funcionamento. Redução do stock de peças de substituição. Redução das paragens da produção. Tipos de manutenção Manutenção Preditiva Conjunto de programas especiais (Análise e Medição de Vibrações, Termografia, Análise de Óleo, etc.) orientados para a monitorização de máquinas e equipamentos em serviço. A sua finalidade é predizer falhas e detetar mudanças no estado físico que exijam serviços de manutenção, com a antecedência necessária para evitar quebras ou estragos maiores. Tipos de manutenção Manutenção Preditiva Os principais objetivos da manutenção preditiva são: Reduzir os impactos dos procedimentos preventivos no resultado da operação; Eliminar desmontagens e remontagens para inspeção; Impedir propagação dos danos; Maximizar a vida útil total dos componentes de um equipamento. Tipos de manutenção Manutenção Preditiva Determinar, antecipadamente, a necessidade de serviços de manutenção numa peça específica de um equipamento Eliminar desmontagens desnecessárias para inspeção Aumentar o tempo de disponibilidade dos equipamentos Reduzir o trabalho de emergência não planeado Impedir o aumento dos danos Aproveitar a vida útil total dos componentes e de um equipamento Tipos de manutenção Manutenção melhorativa Manutenção Melhorativa ou Reprojetos consiste na modificação ou mudança das condições originais do equipamento ou instalação. Prevê melhorias no projeto ou equipamento, fazendo neste melhorias, adição ou mudanças de funcionalidades Não é tarefa de manutenção propriamente dita, ainda que realizada pela manutenção. 19/06/2018 https://www.industriahoje.com.br/o-que-e- manutencao-industrial-de-maquinas-e- equipamentos Custos da manutenção Custos da manutenção Custos diretos: Custo de mão de obra do pessoal direto Custo de materiais (peças de reserva, materiais, entre outros) Custo de manutenção do próprio material Amortização do equipamento de manutenção Custo de mão de obra do pessoal administrativo ligado à manutenção Subcontratação Custos da manutenção Custos indiretos: Custos gerais de organização imputados ao serviço de manutenção na percentagem em que este serviço se serve deles (% do salário do pessoal administrativo, % do custo dos serviços informáticos, % do telefone, etc.) Custos da manutenção Custos Especiais: Custos de posse de stocks de materiais e componentes Custo de rutura da produção Custo de produção diminuída por as máquinas não trabalharem a 100% Custo de excessiva deterioração de que resulta o abate prematuro (sobre-detrioração de equioamentos) Custo do ciclo de vida – custo total de um material durante a sua vida, desde o seu custo inicial até ao seu custo de abate. Custo de capital – estudo e design, maquinaria, instalação, componentes, etc. Custo de operação – mão de obra, energia, água, etc. Custos da manutenção Custos Especiais: Custode manutenção – mão de obra, componentes, subcontratação, etc. Qualidade da produção Custo de ruturas – percas de produção, desgaste de materiais… Custo de abate – remoção do equipamento. Os custos de manutenção aumentam com a industrialização, com a mecanização, com o aumento de produção. Assim, os custos só poderão ser reduzidos para uma dada situação estável, pois a um aumento de dimensão ou a uma automatização corresponderá a um aumento de custo de manutenção (a par de uma diminuição do custo de produção unitária). 19/06/2018 Custos de manutenção Custos de manutenção Corretiva: quanto mais ocorrências, maiores custos, relação proporcional. Preventiva: quanto mais ocorrências, menor custo, atingindo-se um estado de estabilidade (stocks, paragens programada,...). •Preditiva: Inicialmente, um custo elevado, por questões de investimentos. A tendência é quanto mais ocorrências, menores custos. A ação é dada na hora e no ponto certo. Grau de criticidade dos equipamentos, prioridades A análise da criticidade dos equipamentos é uma metodologia que permite determinar quais equipamentos tem o maior impacto potencial no cumprimento das metas de negócio, tendo em consideração aspetos importantes como: segurança, meio ambiente, custo, etc. Podemos dizer: "Equipamentos críticos são os equipamentos cuja falha tem o maior impacto potencial sobre os objetivos de negócio da empresa.“ Grau de criticidade dos equipamentos, prioridades A relação entre a falha do equipamento e o desempenho empresarial é um fator importante para decidir onde e quando os recursos devem ser aplicados para manter ou melhorar a confiabilidade do equipamento. Para manter o desempenho do equipamento confiável exige-se uma execução rápida de trabalhos de manutenção para identificar proativamente causas da falha do equipamento. Grau de criticidade dos equipamentos, prioridades Um equipamento pode ser classificado como: A (equipamento crítico), B (equipamento importante) ou C (equipamento auxiliar). Grau de criticidade dos equipamentos, prioridades A criticidade dos equipamentos A, B ou C define qual a estratégia a aplicar, visando principalmente o tipo de manutenção a ser aplicado e atuação das equipas de manutenção em cada equipamento. O objetivo é orientar a abordagem de manutenção adotada, assim permitindo a focalização do esforço de manutenção, e a hierarquização das prioridades de atendimento. 19/06/2018 DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CRITICIDADE Documentação técnica – caso a documentação técnica (manuais, desenhos, croquis, entre outros) esteja desatualizada ou inexistente, a manutenção terá dificuldades em elaborar procedimentos de trabalho. Esta situação pode trazer riscos de segurança patrimonial e operacional, bem como, possibilidade de aumento de custos de produção e manutenção. Origem do equipamento – caso um equipamento seja de fabrico nacional a manutenção terá mais facilidade em planear a compra de peças de reposição e em relação aos equipamentos importados. Adicionalmente, o tempo de chegada do material de reposição será mais curto e a formação das pessoas será facilitada. DEFINIÇÃO DOS CRITÉRIOS DE CRITICIDADE Mão de obra – caso a manutenção de um equipamento possa ser realizada pela equipa de manutenção interna da empresa haverá maior rapidez no atendimento de uma ocorrência, o conhecimento manter-se-á dentro da empresa e os custos tenderão a ser menores. Idade do equipamento – quanto mais antigo for o equipamento, maiores serão as dificuldades em conseguir peças de reposição e mão de obra qualificada para executar as reparações Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) Indicadores são medidas ou dados numéricos estabelecidos sobre os processos que queremos controlar. A manutenção é vista atualmente, pelas empresas que têm as melhores práticas, como uma atividade que deve proporcionar redução nos custos de produção ou serviços. Para tal, a manutenção deve estar ciente: 1 - da importância seu papel 2 - do que a organização necessita dela 3 - do desempenho dessa atividade nos concorrentes Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) Dirigindo o foco para a função manutenção, podemos afirmar que os indicadores de performance nos permitirão realizar a gestão da manutenção de modo eficaz, sintonizada com os objetivos estratégicos da empresa. Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) Dirigindo o foco para a função manutenção, podemos afirmar que os indicadores de performance nos permitirão realizar a gestão da manutenção de modo eficaz, sintonizada com os objetivos estratégicos da empresa. Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) MTTR e MTBF são dois indicadores como pontos de referência para a tomada de decisões. O MTBF é uma medida básica da confiabilidade de um sistema, enquanto o MTTR indica a eficiência na ação corretiva de um processo 19/06/2018 Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) MTBF - ou tempo médio entre falhas, é uma métrica que diz respeito à média de tempo decorrido entre uma falha e a próxima vez que ela ocorrerá. MTTR - ou tempo médio para reparação, é média de tempo que se leva para executar uma reparação após a ocorrência da falha. Ou seja, é o tempo gasto durante a intervenção num determinado processo. Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) A taxa de avarias, l, exprime o número de avarias por unidade de utilização, por exemplo número de avarias por hora ou número de avarias por Km, etc. Nav = número de avarias por período de análise TF = tempo total de funcionamento no período Nav = número de avarias por período de análise Km = total de quilómetros realizados no período Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) MTBF Tempo médio entre falhas ( Mean Time Between Failures) TFi = tempos de funcionamento no período Nav = número de avarias no período Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) MTTR Tempo médio de reparação (Mean Time To Repair) TRi = tempos utilizados nas reparações no período Nav = número de avarias no período Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) DISPONIBILIDADE Aptidão de um bem para estar em estado de cumprir uma função requerida em condições determinadas, num dado instante ou num determinado intervalo de tempo TFi = tempos de funcionamento no período TRi = tempos utilizados nas reparações no período TEi = tempos de espera no período Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) DISPONIBILIDADE Prática Facto de os tempos de reparação e de espera (TR + TE) invadirem, ou não, o tempo requerido de operação da máquina. TFi = tempos de funcionamento no período TIAi = tempos de reparação de avarias que inoperacionalizaram o equipamento durante o período requerido 19/06/2018 Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) MWT Tempo médio de espera (Mean WaitingTime) MWT = tempo médio de espera TEi = tempos de espera no período Nav = número de avarias no período Indicadores de produtividade (MTBF, MTTR e disponibilidade) DISPONIBILIDADE MTBF = tempo médio entre avarias MTTR = tempo médio de reparação MWT = tempo médio de esperaMWT Eficiência em manutenção Exercício A Um equipamento opera 24 horas. Num dia ocorreram 3 paralisações de duração 1 hora, 2 horas e 30 minutos (0, 5 horas). Calcule o MTBF e o MTTR MTBF = [24 – (1 + 2 + 0,5)] / 3 = 6,8333 horas ou 410 minutos MTTR = (1 + 2 + 0,5) / 3 = 1,1666 horas ou 70 minutos Quanto menor o MTTR, mais eficiente é a equipa de manutenção. Exercício B Um sistema deveria funcionar durante 36 horas. Nesse período, o sistema teve 4 falhas, totalizando 24 horas de paragem. Determine a disponibilidade. Disponibilidade = MTBF/(MTBF + MTTR) Exercício B - resolução A. Tempo em que o sistema deveria trabalhar: 36 horas B. Tempo total em que o sistemanão está a funcionar: 24 horas C. Tempo em que o sistema esteve disponível: 12 horas D. Ocorreram 4 falhas no sistema D = 33% 19/06/2018 Exercício 1 1 – Calcule o MTBF por recurso ao historial do equipamento tendo em consideração os dados da tabela. Exercício 1 Uma forma expedita de calcular o Tempo Médio de Bom Funcionamento (MTBF) de um equipamento é proceder à análise do seu historial e relacionar as avarias que sofreu com a altura, no tempo, em que essas avarias aconteceram. É, pois, necessário definir um contador e registar para que valores desse contador aconteceram as avarias e, finalmente, calcular, nas mesmas unidades do contador, quais as durações dos períodos sem avarias ou, por outras palavras, os Tempos de Bom Funcionamento - TBF. Numa terceira fase, calcula-se a média aritmética dos TBF encontrados, pois o MTBF é igual ao somatório de todos os TBF ocorridos entre as paragens por avaria, dividido pelo número total de avarias. Exercício 2 Tomando como referência o exercício anterior, determine a taxa de avarias verificada e relacione-a com o MTBF. A Taxa de Avarias - l, relaciona diretamente o número de avarias com o valor do contador. Exercício 2 Valor muito próximo do calculado pelo processo anterior. A diferença de resultados justifica-se com os métodos de cálculo que utilizam os valores discretos obtidos em vez da função de distribuição de avarias, processo matematicamente mais correto mas muito mais exigente em termos de conhecimentos matemáticos. Exercício 3 Considere a seguinte representação do MTBF de uma máquina que tem um tempo de operação total diário de 10h/dia. Certo dia, a máquina apresentou 4 falhas sendo necessária a intervenção da manutenção. Para cada falha foi aberta uma OS (Ordem de serviço) corretiva. Para a correção da ordem de serviço(OS) nº 1 foi contabilizado 50min, na OS nº 2, 1 hora, na OS nº 3, 1 hora e na OS nº 4, 2 horas. Totalizando 4 horas e 50 minutos de máquina parada. Analise a situação. 19/06/2018 Exercício 3 Tempo de Operação Total, tempo que a máquina "Deveria Trabalhar" : 10 Horas Número de Falhas: 4 Tempo Total de Máquina Parada = 50 min + 1 h+1 h+ 2h= 4 h e 50 min = 290 min Tempo Médio entre Falhas = (600 – 290 ) / 4 = 77,10 min = 1 h e 17 min A cada 1h e 17 min de operação Temos uma Falha! (MTBF) Exercício 3 MTTR = 290 / 4 = 72, 5 min = 1h e 13min Disponibilidade = 77,10 + (77,10+72,5) = 77,10 / 149,6 = 0,515 = = 0,52 = 52 % Organização do parque de equipamentos; do arquivo técnico; da codificação e normalização; do histórico de avarias e intervenções A organização deve ter compilada informação relativa ao seu parque de equipamentos. Os equipamentos devem estar claramente identificados segundo código específico. Deve existir um “caderno de máquina” Organização do parque de equipamentos; do arquivo técnico; da codificação e normalização; do histórico de avarias e intervenções Caderno de máquina – compilação dos documentos referentes a um dado equipamento ou a um conjunto de equipamentos semelhantes A documentação pode ser de carácter: técnico geral (formulários, livros técnicos, revistas…) técnica específica (catálogos, cadernos de máquina, desenhos gerais ou específicos, …) Organização do parque de equipamentos; do arquivo técnico; da codificação e normalização; do histórico de avarias e intervenções Exemplo de documentação 19/06/2018 Exemplo de documentação Planeamento e programação (objectivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Planeamento e programação (objectivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Passo 1: Levantamento dos equipamentos: Identificar todos as máquinas da empresa e documentar todas as informações possíveis, como modelos, números de série, etc; Passo 2: Classificação quanto à criticidade: Os equipamentos da fábrica devem ser classificadas em relação a sua criticidade. Esta classificação pode ser feita segundo critérios de segurança, custo, necessidade e frequência de falhas. Planeamento e programação (objectivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Passo 3: Definir o tipo de manutenção para cada equipamento. Sabendo a criticidade e as informações dos equipamentos, deve-se definir qual tipo de manutenção será aplicada a cada um: Manutenção Preventiva, Preditiva, Corretiva ou simples Inspeções Visuais. Planeamento e programação (objectivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Passo 4: Estruturação do plano: O plano de manutenção é um documento que além das informações dos passos anteriores, deve conter também: Periodicidade de manutenção de cada equipamento(elaboração de cronograma); Estimativa de tempo de manutenção para cada equipamento; Necessidade ou não de se agendar paragens programadas para cada máquina; Recursos humanos necessários para manutenção de cada máquina; Ferramentas necessárias bem como instruções. Planeamento e programação (objectivos, fases e técnicas), aplicada à manutenção Passo 5: Acompanhamento do plano de manutenção: O acompanhamento diz respeito à utilização de checklists para garantir que os procedimentos programados foram executados. E além disso, à avaliação de KPIs. Os passos 1 e 2 dizem respeito à elaboração de um inventário das máquinas da empresa. O passo 3 é a escolha do tipo de manutenção adequado para cada máquina. O passo 4 é a elaboração do cronograma e compilação de todos os dados em um documento. Por fim, o passo 5 é a escolha dos indicadores para acompanhar o plano de manutenção. 19/06/2018 Métodos de programação A programação consiste num conjunto de decisões que estão a cargo do chefe ou do responsável pelo planning e refere-se às diferentes operações a realizar para levar a bom termo um projeto. Estes métodos podem reagrupar-se em duas famílias, conforme o princípio de base que utilizem: os métodos de tipo diagrama; os métodos por caminho crítico. GANTT Gráfico utilizado para ilustrar o avanço das diferentes etapas de um projeto. Os intervalos de tempos representam o início e o fim de cada fase aparecendo como barras coloridas sobre o eixo horizontal. GANTT Esta técnica consiste em encontrar a melhor maneira possível de posicionar as diferentes tarefas de um projeto a executar num período determinado, em função: das durações de cada uma das tarefas; das relações de precedência entre as diferentes tarefas; dos prazos a respeitar; das capacidades disponíveis (que podem aumentar em função de horas suplementares, de investimentos). GANTT Operações a realizar: Atividade A: duração: 3 horas Atividade B: duração: 6 horas Atividade C. duração: 6 horas Atividade D: duração: 7 horas Atividade E; duração: 5 horas Ligações entre as diferentes operações: Realizar B e D depois de A; Realizar C depois de B; Realizar E depois de D GANTT – exercício A manutenção programa de um veículo é constituída por várias atividades realizadas de acordo com os seguintes dados. a) Construa o diagrama de Gantt e indique o tempo mínimo de paragem do veículo. Atividade Act. Precedente Duração (horas) A --- 2 B A 3 C --- 4 D B, C 3 E A 3 F E 4 PERT Técnica para gerir a calendarização de um projeto. Consiste em representar, graficamente uma rede de tarefas nas quais o seu encadeamento permite alcançar os objetivos de um determinado projeto. PERT empenha-se, sobretudo, em evidenciar as ligações existentes entre as diferentes tarefas de um projecto e, também, em definir o caminho dito “crítico”. 19/06/2018 PERT Na Fig.1 apresentasse um exemplo de projecto, em que as actividades são representadas através de setas. Uma rede PERT é composta pelos seguintes elementos: Tarefa - representada por uma seta ou flecha. A cada tarefa corresponde um código e uma duração. Etapa - início e fim de uma tarefa. As etapas são geralmente numeradas e representadas por um círculo. Tarefa fictícia - representada por uma flecha ponteada, permite indicar os limitesna cadeia entre certas etapas. 19/06/2018 TPM Total Produtive Maintenance Manutenção Produtiva Total Sistema desenvolvido no Japão a fim de eliminar perdas, reduzir paragens, garantir a qualidade e diminuir custos nas empresas com processos contínuos TPM Melhorar a eficácia dos equipamentos Realizar manutenção autónoma, permitir que o pessoal que opera ou usa os equipamentos da produção assuma a responsabilidade por pelo menos algumas das tarefas de manutenção Planear a manutenção Envolvimento e participação de todos, da direção até aos operadores O sucesso está diretamente relacionado com a perfeita ligação entre operação e manutenção TPM É o tipo de manutenção que está relacionado com quem a faz. A operação tem uma visão horizontal e capacitada, assume algumas atividades simples de manutenção. O fato de um parafuso da máquina estar solto ou da máquina precisar de lubrificação, não significa que deverá ser acionada a equipa de manutenção. O sucesso da Manutenção Autónoma está diretamente relacionado com o entrosamento perfeito entre Operação e Manutenção. Lema: “Do meu equipamento cuido eu”. TPM A visão da TPM é muito ampla, podemos dizer que é uma das ferramentas-conceitos mais abrangentes e generalistas. Exemplo de aplicação de TPM: Verificação: O motorista verifica que um pneu tem pressão baixa; Ação: O motorista dirige-se ao equipamento e enche o pneu; Ganho: Se fosse requisitada ajuda à manutenção, um operador (mecânico) perderia muito tempo com uma tarefa simples Investimento: Formação sobre calibração e verificação da pressão do pneu, bem como utilização do equipamento Lema: “Do meu equipamento cuido eu”. TPM O Programa TPM é sustentado por 8 Pilares Básicos: 1. Melhorias Específicas 5. Controle Inicial 2. Manutenção Autónoma 6. Formação e treino 3. Manutenção Planeada 7. Áreas Administrativas 4. Manutenção da Qualidade 8. Segurança e Meio Ambiente 19/06/2018 TPM Ou seja… 1) Melhoria individual dos equipamentos para elevar a eficiência; 2) Estruturação da manutenção autónoma do operador; 3) Estruturação da manutenção planeada do departamento de manutenção; 4) Formação para melhoria das habilidades do operador e do técnico de manutenção; 5) Elaboração de uma estrutura de controlo inicial de equipamento; 6) Manutenção da qualidade dos processos e produtos; 7) Aumento da eficiência das áreas administrativas e indiretas; 8) Segurança, higiene e meio-ambiente. TPM Fontes essenciais de diminuição do rendimento nas instalações industriais 1. Perda por falha do equipamento – Este fator contribui com a maior parcela na diminuição de rendimento dos equipamentos. Podem ser relativos à quebra propriamente dita, ou seja um fenómeno repentino; ou quebra precedida de degeneração gradual do desempenho, tornando o equipamento inadequado para utilização. 2. Perdas por ajustes nas preparações – Este tipo de perda acontece ao efetuarmos a mudança da linha, com a interrupção do ciclo para a preparação do produto subsequente. TPM Fontes essenciais de diminuição do rendimento nas instalações industriais 3. Perda por paragem temporária – não é constituído por uma quebra, mas por uma interrupção momentânea, resultante de um problema. Em geral, são situações em que basta um reset à máquina para se ter a continuidade da operação; 4. Perda por queda da velocidade da produção – A queda da velocidade da produção ocorre por problemas relativos à qualidade, problemas mecânicos, etc. TPM Fontes essenciais de diminuição do rendimento nas instalações industriais 5. Perda por produção de produto defeituoso e devido ao retrabalho – Todas as operações relativas a retrabalho (rework) ou mesmo à eliminação dos produtos defeituosos constituem perdas, pois tudo o que é feito além do previsto para produzir deve ser incluído e computado como perda; TPM Fontes essenciais de diminuição do rendimento nas instalações industriais 6. Perda decorrente da entrada em regime de produção – Existem diversos fatores que atrasam a estabilização do processo, como instabilidade da própria operação, ferramentas inadequadas ou mal utilizadas, falta de domínio do processo, falta de manutenção, ajustes próprios das máquinas, etc. TPM ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO TPM 1. Comprometimento da gestão: a direção toma a decisão de adotar o método. Não deve apenas se envolver, mas deve comprometer-se na sua realização; 2. Difusão do método: cursos de TPM para todos os executivos da organização; 3. Estabelecimento de uma coordenação de TPM: a coordenação assume de forma global a condução do programa; 19/06/2018 TPM ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO TPM 4. Estabelecimento de uma linha piloto: a linha piloto é necessária para depurar o método e melhorar a aprendizagem; 5. Treino de chefias e supervisores: é necessário dominar os conceitos de TPM; 6. Preparação dos instrutores: os instrutores serão responsáveis pelo treino dos operadores, mecânicos, etc.; TPM ETAPAS PARA IMPLANTAÇÃO DO TPM 8. Treino dos operadores: introdução ao TPM por meio de treino rigoroso; 9. Implantação efetiva do TPM: áreas da fábrica passam a utilizar a TPM; 10. Medir resultados: parâmetros para acompanhar a influência do TPM nos resultados das áreas que a utilizam; 11. Auditoria: desenvolvimento de um sistema de auditoria para introduzir os ajustes do TPM EXEMPLOS DO EFEITO DO TPM Produtividade (P):aumento de produtividade em termos de valor agregado: 1,5 vezes; redução no número de ocorrências de quebra/falha repentina: 1/10 a 1/250; aumento do índice operacional de equipamento; 1,5 a 2 vezes; Qualidade (Q): redução do índice de defeito no processo de produção: 1/10; redução das reclamações por partes dos clientes: 1/4; EXEMPLOS DO EFEITO DO TPM Custos (C): redução de 30% no custo de fabrico; Stock (E): redução de 50% no stock de produto acabado e inacabado; Segurança (S): acidentes com afastamento: zero poluição zero; Moral (M): aumento da quantidade de sugestões para melhorias: 5 a 10 vezes. TPM Indicadores PQCDSM. P – produtividade; Q – qualidade / ambiente; C – custo / participação; D – prazo/entrega; S – segurança, higiene e meio; M – moral, motivação integração.
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