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VIVÊNCIAS EDUCATIVAS: a importância da ludicidade no contexto da Educação Infantil RESUMO A presente pesquisa visa identificar o uso do lúdico em sala de aula com recurso para garantir e ajudar o aluno a construir o próprio conhecimento. Nesse sentido, buscou, especificamente, refletir a relação intrínseca que há entre o lúdico e a aprendizagem e como o indivíduo constrói seu conhecimento e externa as manifestações psíquicas ao entrar em contato com ferramentas educativas. A orientação teórica-metodológica está amparada em uma pesquisa de campo realizada na Escola Municipal de Educação Infantil ___________, com aplicação de um questionário. Além disso, encontra-se aliada em uma pesquisa liográfica a partir de textos acadêmicos de Simão e Poletto (2019); Niemann e Brandoli (2012); Piana (2009); Treinta (2014); Gil (2008); Passos (2007); Arantes e Barbosa (2017); Dallabona e Mendes (2004) e também a Base Nacional Comum Curricular, dos quais foi possível realizar leituras pertinentes quanto à temática em estudo e, consequentemente, fichamentos. Após toda essa construção, constatou-se a importância da ludicidade para o contexto da educação infantil. Contudo, os resultados mostraram que é preciso uma contínua formação docente como meio para garantir a aprendizagem do sujeito. Palavras-chave: Educação infantil. Ludicidade. Aprendizagem. Formação docente. 1. INTRODUÇÃO A educação infantil é a primeira etapa da educação básica. Como tal, é imprescindível reconhecer a importância de uma aprendizagem significativa para o educando. Nessa perspectiva, os campos epistemológicos devem ser trabalhados, permitindo ao aluno o conhecimento e ao professor à ação pedagógica. O estudo tem como finalidade analisar reflexivamente a importância da ludicidade para a educação infantil, de modo a entender como o professor potencializa o conhecimento de seu aluno. Pelo critério específico, empreende nessa investigação que é preciso avaliar e refletir a relação intrínseca que há entre o lúdico e o processo de construção da aprendizagem e como o indivíduo constrói seu conhecimento e externa as manifestações psíquicas ao entrar em contato com ferramentas educativas. Mediante isso, o trabalho se delineia em uma pesquisa bibliográfica aliada a uma pesquisa de campo, tendo como atores envolvidos professores que atuam na Escola Municipal de Educação Infantil ____________, os quais apresentarão seu entendimento e seu conhecimento sobre a importância do brincar. 2 Para a reflexão do tema, utilizou-se os autores bases como Simão e Poletto (2019); Niemann e Brandoli (2012); Piana (2009); Treinta (2014); Gil (2008) ); Passos (2007); Arantes e Barbosa (2017); Dallabona e Mendes (2004) e também a Base Nacional Comum Curricular. Para tanto, leituras e fichamentos dos artigos acadêmicos desses autores supracitados e do documento normativo são úteis para refletir acerca da importância da ludicidade para a educação infantil, e também analisar como o ato de brincar permite e potencializa a aparição de um universo de possibilidades para a interação, manifestação dos sentimentos, curiosidades e criatividade do aluno, considerados essenciais para a formação do aspecto social, cognitivo e afetivo do sujeito. A investigação proposta foi motivada pela necessidade em conhecer esses aspectos inerentes ao campo da educação infantil, enfatizando, sobretudo, experiências com o instrumento didático. É indiscutível que esse trabalho se acrescenta aos estudos já desenvolvidos com esta mesma inclinação, embora apresente, em cada novo estudo, um olhar mais exclusivo e uma nova descoberta. O que será apresentado aqui evidenciará uma dimensão recreativa ligada à didática, pois comumente é discutido o conceito de ludicidade, mas será que há uma vivência constante das atividades lúdicas no ensino brasileiro? 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA As discussões acerca das questões lúdicas permeiam o campo da educação, pois a referida ferramenta oferece uma série de benefícios aos sujeitos envolvidos, colocando-os diante de condições para vivenciar situações-problemas. É importante salientar que a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) considera que os eixos estruturais das práticas pedagógicas da Educação Infantil são as interações e brincadeiras. Empreendemos que a construção da aprendizagem se dá por meio das experiências com os outros indivíduos. Assim é apresentado na BNCC: A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a regulação das emoções. (BRASIL, 2017, p. 37). A ludicidade permite ao indivíduo construir o conhecimento, à medida que entra em contato com algo que despertará sua imaginação, curiosidade e emoção. Além disso, o ato de brincar o possibilita socializar, interagir e partilhar com o outro, desmistificando a ideia de centralidade. Isso (re)constrói o conhecimento e ajuda ao professor a trabalhar os saberes epistemológicos, além de diagnosticar alguma problemática. 3 Simão e Poletto (2019) consideram que as crianças entram em contado com um universo cheio de magia e sonho por meio da ludicidade, facilitando a aprendizagem da criança, fenômeno este construído com o agir e interagir na relação sujeito-objeto. Além disso, é válido apresentar que a aprendizagem é contínua, uma vez que o indivíduo aprende não apenas no contexto de sala de aula, mas também nas vivências em sociedade e, especialmente, com sua família. Neste direcionamento, é importante compreender os postulados da teoria epistemológica de Jean Piaget. Niemann e Brandoli (2012) exemplificam que os principais pressupostos da teoria de Piaget revolucionaram o pensamento da época no sentido de entender o desenvolvimento humano. Com isso, o sujeito passa a ser visto como capaz de construir o conhecimento na interação com o meio no qual está inserido. Dessa maneira, a teoria construtivista propõe ao indivíduo participar ativamente do próprio aprendizado. A partir daí, o professor deve adotar a postura para mediar o conhecimento em sala, criando condições para que os momentos lúdicos produzam significados ao educando. Ao entrar em contato com as situações lúdicas, a criança é estimulada para desenvolver competências e habilidades. O professor precisa permitir e valorizar a potencialização e conhecimento de mundo do aluno. Fazendo isso, conseguirá entender as dificuldades, o medo de cada aluno e aplicará métodos pedagógicos eficazes para trabalhar as especificidades examinadas. Conforme sinalizam Niemann e Brandoli (2012, p. 160): Trabalhar em grupos de forma prazerosa faz com que o aluno sinta o contentamento de ir à escola, de frequentar a sala de aula e ser gentil com o corpo docente e colegas. Caso contrário, o desentendimento do aluno com o professor, com o ambiente em que está inserido ou com o modo em que é tratada faz com que a criança se limite a aprender e a ser criança, prejudicando seu desenvolvimento de forma que o não reconhecimento das mudanças podem ocasionar sérios problemas. Tecidas essas considerações, fica notório que a instituição, o corpo docente e a família devem se unir para identificar algum déficit para que, apoiados na ludicidade, consigam levar o conhecimento ao aluno. Diante disso, entendemos que a ludicidade é uma ferramenta necessária para auxiliar o professor para que atinja os objetivos propostos, impedindo a adesão aos conceitos e práticas tradicionalistas. O professor, ao partir de algo que está inserido no cotidiano infantil, como jogos e o brincar, facilita a autoconfiançado aluno, formação de criticidade, manifestações de sentimentos pelo semelhante e, sobretudo, a formação enquanto cidadão. 3-METODOLOGIA 4 A abordagem qualitativa de pesquisa parece-nos mais adequada para a constituição e o tratamento dos dados coletados. Pelo ponto de vista da sua natureza. Quanto aos procedimentos técnicos, buscamos apoio na pesquisa de campo e bibliográfica. Segundo Gonsalves (2001, p.67 apud PIANA, 2009 p. 169), a “a pesquisa de campo é o tipo de pesquisa que pretende buscar a informação diretamente com a população pesquisada. [...]. Nesse caso, o pesquisador precisa ir ao espaço onde o fenômeno ocorre, ou ocorreu e reunir um conjunto de informações a serem documentadas [...]”. Como ferramenta para a coleta dos dados aplicamos um questionário com os professores da escola ______________________. Quanto à pesquisa bibliográfica, Treinta et al (2014) sinalizam que hoje há uma considerável publicação de trabalhos acadêmicos. Em virtude disso, o pesquisador deve avaliar essas publicações e categorizar àquelas que serão usadas para seu trabalho. Portanto, esse procedimento é realizado a partir de algum material já existente. Os instrumentos usados nessa etapa para atender as especificidades da pesquisa são levantamento bibliográfico pertinentes, leituras dos textos de Simão e Poletto (2019); Niemann e Brandoli (2012), Piana (2009), Treinta (2014), Gil (2008), Passos (2007), Arantes e Barbosa (2017), Dallabona e Mendes (2004), fichamentos e, finalmente, a organização do assunto pesquisado. 3.1 Aplicação de questionário: como proceder? O questionário é uma técnica de pesquisa de campo muito usada pelos pesquisadores para obtenção de dados de forma autêntica. Conforme Gil (2008), o questionário é uma “técnica de investigação composta por um conjunto de questões que são submetidas a pessoas com o propósito de obter informações sobre conhecimentos, crenças, sentimentos [...]”. Considerando o momento de pandemia mundial, o questionário foi elaborado pela equipe e enviado via correio eletrônico (e-mail) ou pelas redes sociais para a professora da escola supramencionada, ou seja, o lócus de pesquisa. Portanto, a formulação do questionário especifica os objetivos propostos, garantindo o anonimato do informante/colaborador da pesquisa. Diante disso, percebemos que o questionário atinge os objetivos almejados na produção desse trabalho. 4- RESULTADOS E DISCUSSÕES Esta seção visa apresentar os resultados da pesquisa elaborada com as professoras da Escola Municipal de Educação Infantil ____________________ e, consequentemente, discussões pertinentes acerca da ludicidade no contexto escolar. Diante disso, formulamos um questionário que 5 foi aplicado a duas professoras que foram nossas colaboradoras. Para efeito de anonimato, identificamos as respectivas docentes como D1 e D2, isto é, docente 1 (um) e docente 2(dois). Neste sentido, as professoras informaram que: D1-Informou que a fase da Educação Infantil é muito importante para a vida de criança e o professor desempenha um papel de formador. Dessa forma, se identifica com a área e se sente bem e encantada ao trabalhar nessa fase inicial do percurso escolar. D2-também é a área na qual se identifica e gosta do oficio de ensinar. Partindo dessas considerações, reconhecemos que ambas professoras desempenham e se apresentam com o papel de professoras formadoras. Sobre isso, Passos (2007, p. 108) expõe que “compreender o trabalho do professor formador implica compreender a docência como um processo de constituição e identificação profissional [...]”. O segundo questionamento feito com as professoras sobre aquilo que elas entendem sobre ludicidade. D2-Ludicidade está relacionada à espontaneidade, liberdade e à autonomia da criança, ela se manifesta através de atividades que despertam na criança o prazer, a imaginação, a percepção enfim, atividades que são ressignificadas pela criança”. D1-Discorre que atividades lúdicas não se restringem apenas aos jogos e brincadeiras. Em virtude disso, enfatiza a importância dos resultados que esses momentos proporcionam aos indivíduos, isto é, os saberes. As professoras apresentaram que o lúdico é importante pois: Para a D2, o trabalho do lúdico em sala de aula “proporciona à criança criar, recriar, inventar e usar sua própria imaginação, tornando o espaço escolar atrativo, seguro e a aprendizagem fica mais prazerosa”. Para a informante D1, a ludicidade faz parte do mundo do indivíduo. Nesse sentido, a professora D1 explana que “ao colocar a criança diante de jogos e brincadeiras podemos trabalhar o lúdico como um elo entre os aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais, contribuindo para uma vida saudável, física e mental”. Essas considerações das professoras demonstram a importância de trabalhar o lúdico em contexto escolar. Diante desse debate, Dallabona e Mendes (2004, p. 02) explicam que o “lúdico 6 permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade [...]”. Dessa forma, é perceptível que o professor deva buscar apoio nesse método, o lúdico, como meio para promover e estimular a aprendizagem dos sujeitos. Ao questionar de que forma é trabalhado com o lúdico em sala, às professoras pontuaram: A professora D2 respondeu que percebe que por meio dos jogos e brincadeiras os alunos se sentem mais à vontade e conseguem aprender de forma mais rápida. Ainda afirmou que “as atividades quando feito através do lúdico é bem melhor e mais de compreensão, pois são feitas através de regras possibilitando a exploração do ambiente a sua volta”. Quanto à professora D1, contudo, explora o lúdico em sala por meio dos “jogos, imagens, músicas, histórias”. Por meio desses mecanismos de aprendizagem, a criança expressa seus sentimentos e permite a socialização com outro sem que haja conflitos. Essa experiência possibilita desenvolver, de acordo com a professora, a linguagem, pensamento e concentração. Em conformidade com o posicionamento posto pelas informantes, Arantes e Barbosa exemplificam que “a criança deve ser explorada ao máximo em suas atividades, principalmente quando está brincando e interagindo com os colegas de classe e o ambiente em que se encontra e, de fato, cabe ao professor tal tarefa, explorando essas atividades, o desenvolvimento e espontaneidade das crianças e mediando o conhecimento”. (ARANTES, BARBOSA, 2017, p. 112). O lúdico, ao ser bem trabalho, será um colaborador da formação social, pois os momentos de interação garantem ao indivíduo manifestar emoções, criatividade, ou seja, permite criar um universo cheio de aspectos indispensáveis para a manutenção de uma aprendizagem significativa. É importante saber se os resultados obtidos por meio do lúdico são sempre satisfatórios. Para as informantes: Para a D1, trabalhar com o lúdico não é tão fácil como se imagina. A colaboradora pontua que “muitas crianças tem dificuldades de interação, de expressar-se entre o outros, nesse sentido alguns trabalhos passam a ser insatisfatórios”. A informante D2 salienta para a importância de uma boa formação docente para os resultados serem satisfatórios. Portanto, há necessidade de haver um planejamento adequado e antecipado, pois pode acontecer dos resultados não serem os esperados. Assim, empreendemos o quanto uma formação continuada no campo da docência é necessária para colaborar com a formação do sujeito. Nesta 7 perspectiva, é necessário o professor procurar sempre se qualificar profissionalmente, uma vez que é função do professor promover, articular e mediar as perspectivas dos alunos. 5- CONCLUSÃO Tecidas essas considerações, fica notórioas contribuições do lúdico para garantir a aprendizagem do educando na educação infantil. Assim sendo, o presente estudo, de caráter bibliográfico e aliada a uma pesquisa de campo, permitiu reflexões plausíveis relacionados à temática em estudo. Essas considerações elencadas permitiram refletir sobre as características peculiares da ludicidade como recurso para estimular o desenvolvimento da criança em sala, sobretudo quando analisamos os dados coletados com as professoras. Sinalizamos que a ludicidade para ser trabalhada em contexto escolar deve ser utilizada com bastante cautela, fato este que engloba desde uma formação continuada na docência com a aplicabilidade de uma metodologia ativa até o planejamento das aulas. No decorrer desse trabalho, buscamos refletir sobre diversas situações que estão inseridas no contexto da educação infantil, dentre elas: o papel do professor formador, as técnicas lúdicas usadas para facilitar a concentração, reflexão e, concomitantemente, saberes e como os professores observam e trabalham com os resultados e especificidades de seus alunos. Portanto, a pesquisa contribuiu com a ampliação de reflexões teórico-metodológicas, mais especificamente a apropriação da ludicidade como recurso que ajuda no caráter formativo de cada indivíduo, preparando-o e constituindo o caráter identitário mediante processo de formação. REFERÊNCIAS ARANTES Adriana Rocha Vilela; BARBOSA Jéssica Thaynara da Silva. O lúdico na educação infantil. Revista online De Magistro de Filosofia, Ano X, no. 21, 1º. Semestre de 2017. BRASIL, Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Educação é a Base. Brasília, MEC/CONSED/UNDIME, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCCpublicação. Acesso em 28 de maio de 2020. DALLABONA, Sandra Regina; MENDES, Sueli Maria Schimit. O lúdico na educação infantil: jogar, brincar, uma forma de educar. Revista de divulgação técnico-científica do ICPG, v. 1, n. 4, p. 107- 112, 2004. GIL, Antonio Carlos. 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SIMÃO, Jéssica Helen Moura Neves; POLETTO, Lizandro. A importância do lúdico no desenvolvimento do ensino-aprendizagem e motor da criança nos anos iniciais do ensino fundamental. Revista Acadêmica Educação e Cultura em Debate. V 5, N. 1, jan-dez. 2019. TREINTA, F. T. et al. Metodologia de pesquisa bibliográfica com a utilização de método multicritério de apoio à decisão. Production, v. 24, n. 3, p. 508-520, July/Sept. 2014. https://www.metodista.br/revistas/revistas-ims/index.php/EL/article/view/159/169
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