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ALIMENTAÇÃO DA CRIANÇA NOS PRIMEIROS ANOS DE VIDA

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ALIMENTAÇÃO DA 
CRIANÇA NOS PRIMEIROS 
ANOS DE VIDA
A infância é um período em que se desenvolve 
grande parte das potencialidades humanas. Os 
distúrbios que incidem nessa época são 
responsáveis por graves consequências para 
indivíduos e comunidades.
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Aleitamento materno
◦ Segundo o Ministério da Saúde 
“o aleitamento materno é a mais 
sábia estratégia natural de 
vínculo, afeto, proteção e 
nutrição para a criança e constitui 
a mais sensível, econômica e
◦ eficaz intervenção para redução 
da morbimortalidade infantil”.
24/11/2020
24/11/2020
◦ A amamentação traz outros 
benefícios, além de nutrir a criança. 
É um processo que envolve 
interação profunda entre mãe e 
filho, com repercussões no estado 
nutricional da criança, em sua 
habilidade de se defender de 
infecções, em sua fisiologia e no 
seu desenvolvimento cognitivo e 
emocional, além de ter
◦ implicações na saúde física e 
psíquica da mãe.
24/11/2020
◦ O enfermeiro é o profissional adequado para 
realizar essas orientações e incentivar o 
aleitamento materno, pois está à frente no 
atendimento à mulher, seja durante todo o 
pré-natal, na maternidade e depois, durante a 
puericultura, no acompanhamento do crescimento 
e desenvolvimento da criança.
◦ Apesar de a alimentação variar enormemente 
entre as pessoas, o leite materno, 
surpreendentemente, apresenta composição 
semelhante para todas as mulheres que 
amamentam no mundo. Apenas as com 
desnutrição grave podem ter o seu leite afetado 
na qualidade e quantidade.
◦ Nos primeiros dias, o leite materno é chamado colostro, que contém 
mais proteínas e menos gorduras do que o leite maduro, ou seja, o 
leite secretado a partir do sétimo ao décimo dia pós-parto.
◦ O leite de mães de recém-nascidos prematuros é diferente do de 
mães de bebês a termo. A tabela a seguir demonstra a composição 
do colostro e do leite materno maduro de mães de crianças a termo 
e pré-termo e do leite de vaca, comparativamente:
24/11/2020
24/11/2020
Nutriente Colostro 
(3 a 5 dias)
Leite maduro Leite de 
vaca
A termo Pre-termo A termo Pre-termo
Calorias 
(kcal/dl
48 58 62 70 69
Lipdios
(g/dl)
1,8 3,0 3,0 4,1 3,7
Prote.nas
(g/dl)
1,9 2,1 1,3 1,4 3,3
Lactose 
(g/dl)
5,1 5,0 6,5 6,0 4,8
24/11/2020
É muito importante conhecer e utilizar as definições de aleitamento 
materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e 
reconhecidas no mundo inteiro. Assim, o aleitamento materno
◦ costuma ser classificado em: 
◦Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente
◦ leite materno, direto da mama ou ordenhado, ou leite humano de
◦ outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos, com exceção de gotas
◦ ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, 
suplementos minerais ou medicamentos.
◦ Aleitamento materno 
predominante – quando a 
criança recebe, além do leite 
materno, água ou bebidas à 
base de água (água 
adocicada, chás, infusões), 
sucos de frutas e fluidos 
rituais. 
24/11/2020
24/11/2020
Aleitamento materno – quando a criança recebe leite materno (direto da 
mama ou ordenhado), independentemente de receber ou não outros 
alimentos. 
Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe,
além do leite materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com
a finalidade de complementá-lo, e não de substituí-lo.
Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite 
materno e outros tipos de leite. 
24/11/2020
O aleitamento materno é recomendado, por várias instituições de 
referência, nacionais e internacionais, para ser mantido por dois anos ou 
mais, sendo exclusivo nos primeiros seis meses. Não há vantagens em 
iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses, podendo, 
inclusive, haver prejuízos à saúde da criança, pois a introdução precoce 
de outros alimentos está associada a: 
▪Maior número de episódios de diarreia.
▪Maior número de hospitalizações por doença respiratória.
▪Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente 
inferiores ao leite materno, como, por exemplo, quando as fórmulas lácteas 
são muito diluídas.
▪Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e 
o zinco.
▪Menor eficácia da amamentação como método anticoncepcional.
▪Menor duração do aleitamento materno
24/11/2020
Sendo assim, podemos apontar inúmeras vantagens da amamentação:
◦ Prevenção de mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico, principalmente 
relacionadas à diarreia
◦ Proteção contra infecções respiratórias
◦ Diminuição da gravidade dos episódios de infecção respiratória
◦ Diminuição do risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros 
tipos de alergias
◦ Beneficia, em longo prazo, doenças crônicas como hipertensão, colesterol total e menores 
riscos de apresentar diabetes tipo 2. 
◦ Vantagens exclusivas à saúde da criança
É importante salientar sobre as questões favoráveis quanto à 
praticidade, às condições de higiene, à disponibilidade e ao custo. A 
criança amamentada possui um melhor desenvolvimento cognitivo
24/11/2020
◦ O enfermeiro deve 
orientar a mãe 
sobre como deve 
ser a pega da 
mama adequada 
pelo RN, observar
◦ e corrigir se 
houver falhas, 
evitando as 
complicações 
mamárias, como 
ingurgitamentos, 
fissuras mamilares, 
mastite, entre 
outras. 
Uma iniciativa da OMS, do Fundo das Nações Unidas para a Infância 
(Unicef) e do Ministério da Saúde, concede o título de Hospital Amigo 
da Criança a maternidades que atendem aos “Dez Passos para o 
Sucesso do Aleitamento Materno”. São eles:
1. Ter uma norma escrita sobre aleitamento, que deveria ser rotineiramente 
transmitida a toda a equipe de cuidados de saúde.
2. Treinar toda a equipe de cuidados de saúde, capacitando-a para implementar 
esta norma.
3. Informar todas as gestantes sobre as vantagens e o manejo do aleitamento.
4. Ajudar as mães a iniciar o aleitamento na primeira meia hora após o nascimento.
5. Mostrar às mães como amamentar e como manter a lactação, mesmo se
vierem a ser separadas de seus filhos.
24/11/2020
24/11/2020
6 Não dar a recém-nascidos nenhum outro alimento ou bebida além 
do leite materno, a não ser que tal procedimento seja indicado pelo 
médico.
7 Praticar o alojamento conjunto – permitir que mães e bebês 
permaneçam juntos – 24 horas por dia.
8. Encorajar o aleitamento sob livre demanda.
9. Não dar bicos artificiais ou chupetas a crianças amamentadas ao 
seio.
10. Encorajar o estabelecimento de grupos de apoio ao aleitamento, 
para onde as mães deverão ser encaminhadas por ocasião da alta, no 
hospital ou ambulatório
Alimentação da criança do 6º mês até o 1º ano de vida
◦ De acordo com os princípios de uma 
alimentação saudável, todos os 
grupos de alimentos devem compor 
a dieta diária. A alimentação 
saudável deve fornecer água, 
carboidratos, proteínas, lipídios, 
vitaminas, fibras e minerais, os quais 
são insubstituíveis e indispensáveis
◦ ao bom funcionamento do 
organismo.
24/11/2020
24/11/2020
◦ A garantia do suprimento adequado de nutrientes para o crescimento e 
desenvolvimento da criança após os seis meses de vida depende da 
disponibilidade de nutrientes provenientes do leite materno e da alimentação 
complementar. 
◦ A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve 
levar em consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e 
as necessidades nutricionais. Por volta dos quatro a seis meses de vida, a 
aceitação e a tolerância da alimentação pastosa melhoram sensivelmente não 
só em função do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como 
também pela maturação das funções gastrointestinal e renal e também do 
desenvolvimento neuromuscular.Características do lactente que
favorecem a introdução de alimentos complementares
Características do lactente
Reflexos necessários para a deglutição desenvolvidos.
Reflexo lingual.
Manifesta excitação a visão do alimento.
Sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por colher.
Inicio da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na mastigação.
Desenvolve ainda mais o paladar e, consequentemente, começa a estabelecer preferências 
alimentares.
24/11/2020
24/11/2020
◦ A formação dos hábitos alimentares 
se processa de modo gradual, 
principalmente durante a primeira 
infância. É necessário que as 
mudanças de hábitos inadequados 
sejam alcançadas no tempo 
adequado, sob orientação correta. 
Não se deve esquecer que nesse 
processo também estão envolvidos 
valores culturais, sociais, 
afetivos/emocionais e 
comportamentais, que precisam ser 
cuidadosamente integrados às 
propostas de mudança 
24/11/2020
◦ Após os seis meses, a criança amamentada deve 
receber três refeições ao dia (duas papas de fruta e 
uma salgada/comida de panela). Após completar
◦ sete meses de vida, respeitando-se a evolução da 
criança, a segunda papa salgada/comida de panela 
pode ser introduzida (arroz, feijão, carne, legumes e 
verduras). Entre os seis e 12 meses de vida, a criança 
necessita se adaptar aos novos alimentos, cujos 
sabores, texturas e consistências são muito diferentes 
do leite materno. Com 12 meses a criança já deve 
receber, no mínimo, cinco refeições ao dia
Orientação de cardápio para a transição e introdução de novos 
alimentos aos 6 meses de idade, aos 7 meses de idade e dos 12 meses 
aos 2 anos de idade
Aos 6 meses de idade Ao completar 7 meses de 
idade
Dos 12 meses aos 2 anos 
de idade
Leite materno (livre 
demanda)
Leite materno (livre 
demanda)
Leite materno (livre 
demanda)
Fruta (raspada ou amassada)
+
Refeição almoço 
(amassada)*
+
Fruta (raspada ou amassada)
Fruta (raspada ou amassada)
+
Refeição almoço (amassada) 
–
almoço*
+
Refeição almoço (amassada) 
–
jantar*
Fruta ou cereal ou tuberculo
+
Frutas aos pedaços
+
Refeição da família 
(almoço)*
+
Frutas aos pedaços
+
Refeição da família (jantar)*
DOENÇAS NA INFÂNCIA DECORRENTES DE PRIVAÇÃO 
NUTRICIONAL
◦ A nutrição adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para 
o crescimento e o desenvolvimento saudáveis. Inadequações no 
consumo de nutrientes podem comprometer o estado nutricional e
◦ levar ao desenvolvimento de carências ou excessos nutricionais. As 
doenças carenciais aumentam a suscetibilidade das crianças a 
diarreias e infecções, além de poder comprometer a maturação do 
sistema nervoso, visual, mental e intelectual
24/11/2020
Deficiência de vitamina A
A vitamina A é um importante nutriente, destacando-se por sua função 
na integridade cutânea, proteção de estruturas e funções oculares, 
sistema imunológico e redução da morbimortalidade por
doenças infecciosas, como diarreia, sarampo e malária. 
Algumas crianças com deficiência de vitamina A podem apresentar 
manifestações clínicas oculares, como cegueira noturna, xerose 
conjuntival, xerose corneana ou ulceração de córnea ou ainda o
amolecimento da córnea (queratomalácia) e têm alto risco de cegueira 
permanente
24/11/2020
◦ O enfermeiro, mediante suspeita, deve solicitar o exame laboratorial, 
comprobatório e encaminhar a criança para avaliação médica.
◦ O tratamento é a administração da vitamina A, preferencialmente pela 
via oral usando a preparação de base oleosa. No caso de não poder 
usar a via oral, porque a criança está com vômito, inconsciente ou em 
anorexia intensa, pode ser administrada por via intramuscular em 
solução aquosa em dosagens específicas para a idade
24/11/2020
Anemia ferropriva
◦ Uma implicação clínica associada à desnutrição são as anemias, uma vez que 
com a ingestão insuficiente de macro e micromoléculas, podem ocorrer 
distúrbios metabólicos a médio ou longo prazo.
◦ A anemia é definida como processo patológico no qual a concentração de 
hemoglobina (Hb), contida nos glóbulos vermelhos, encontra-se 
anormalmente baixa, respeitando-se as variações segundo idade, sexo e 
altitude em relação ao nível do mar, em consequência de várias situações, 
como infecções crônicas, problemas hereditários sanguíneos ou carência de 
um ou mais nutrientes essenciais necessários na formação da hemoglobina, 
como ácido fólico, vitaminas B12, B6 e C e proteínas. Entretanto, não resta 
dúvida de que a deficiência de ferro é a responsável pela maior parte das 
anemias encontradas, sendo denominada de anemia ferropriva.
As principais consequências da deficiência de ferro são:
✓Comprometimento do sistema imune, com aumento da 
predisposição a infecções.
✓Aumento do risco de doenças e mortalidade perinatal para mães e 
recém-nascidos.
✓Aumento da mortalidade materna e infantil. 
✓Redução da função cognitiva, do crescimento e desenvolvimento 
neuropsicomotor de crianças com repercussões em outros ciclos 
vitais.
✓Diminuição da capacidade de aprendizagem em crianças escolares.
24/11/2020
24/11/2020
Alimentos fontes de ferro : carnes 
vermelhas, principalmente 
vísceras (fígado e miúdos), carnes 
de aves, suínos, peixes e 
mariscos.
São alimentos fontes de ferro não 
heme: hortaliças folhosas
verde-escuras e leguminosas, 
como o feijão e a lentilha.
Recomendações do Ministério da Saúde de como avaliar,
classificar e tratar a anemia ferropriva em crianças
Avaliar Classificar Tratar
Palidez palmar leve ou Hb de 5 
g/dl
Anemia grave Referir URGENTEMENTE ao hospital.
Palidez palmar leve ou Hb de 5 
g/dl a 10,9 g/dl
Anemia Realizar tratamento com ferro.
Realizar teste de malária em área de risco.
Tratar com anti-helmíntico se a criança tiver um ano 
de idade ou mais e não tiver tomado nenhuma dose 
nos últimos 6 meses.
Avaliar a alimentação da criança e orientar a mãe/ 
pessoa significativa sobre alimentos ricos em ferro.
Marcar retorno apos 14 dias.
A DOENÇA NA INFÂNCIA
24/11/2020
Diarreia
◦ Diarreia é a alteração do conteúdo líquido das fezes, devido à disfunção 
intestinal, com perdas excessivas de nutrientes, principalmente água e 
eletrólitos, traduzindo um desequilíbrio entre os processos de absorção e 
secreção do intestino. Dessa forma, pode-se dizer que geralmente é 
acompanhada de aumento da frequência, aumento do volume e 
diminuição da consistência das fezes. Algumas variáveis poderão estar 
presentes, dependendo da causa, como o vômito, dor abdominal, febre, 
presença de sangue, muco ou pus, podendo levar à desidratação e, 
consequentemente, à morte.
24/11/2020
◦ A diarreia é um dos principais causadores de mortalidade infantil, 
representando aproximadamente 8% de todas as mortes de crianças 
menores de 5 anos em todo o mundo em 2016, a maioria delas
◦ vive em países de baixa e média renda. Isso se traduz em mais de 
1.300 crianças morrendo a cada dia, ou cerca de 480.000 crianças 
por ano, apesar da disponibilidade de tratamento. A maioria das 
mortes por diarreia ocorre entre crianças com menos de 2 anos de 
idade que vivem no sul da Ásia e na África subsaariana.
24/11/2020
24/11/2020
◦ O fim das mortes evitáveis de crianças pode ser alcançado com o 
aleitamento materno imediato e exclusivo, melhorando o acesso a 
profissionais de saúde para assistência pré-natal, nascimento e
◦ pós-natal, melhorando o acesso à nutrição e micronutrientes, 
promovendo o conhecimento dos sinais de perigo entre os membros 
da família e melhorando o acesso à água (BRASIL, 2012a). Muitas 
dessas intervenções, que podem parecer simples, e de fato são, 
encontram-se muito distantes da realidade de diversas comunidades.
24/11/2020
◦O enfermeiro, diante do atendimento da criança com diarreia, deverá 
realizar uma abordagem clínica, coletando dados importantes na 
anamnese, tais como: 
◦ Identificar o início do quadro (em horas/ em dias).
◦ Verificar o número de evacuações: nas últimas 4 horas e operfil desse número 
nos últimos dias.
◦ Perguntar ao cuidador se existe presença de muco ou sangue nas fezes.
◦ Verificar se ocorreu/ocorre febre, náuseas e vômitos (quanto tempo, número de 
episódios diários e nas últimas 4 horas).
◦ Perguntar se os amiguinhos da escola (se frequentar), se alguém da família, ou 
conhecidos próximos, que mantiveram contato com a criança estão com os 
mesmos sintomas.
◦ Investigar hábitos e condições de higiene e de saneamento básico da família.
◦ Verificar se as vacinas estão em dia, com o calendário de vacinação
Tipos Duração dos sintomas Principais causas e agentes Características
Aguda Quadro de sintomas
autolimitado
Duração menor que 14 dias
Principal causa é infecciosa.
Agentes virais: rotavírus, Norwalk.
Bactérias: Vibrio cholerae, Escherichia coli, 
Clostridium difficile, Salmonella, Shigella.
Protozoários: Entamoeba hystolitica, Giardia
lamblia e Criptosporidium sp.
Pode ocorrer também pela ingestão de toxinas: 
estafilocócicas,do Baccilus cereus
e Clostridium perfingens nas intoxicações 
alimentares.
Geralmente na forma
aquosa, com secreção ativa
de água e eletrólitos.
Persistente Duração maior ou igual a 14 
dias. Infecção continuada de 
um agente, danificando as
vilosidades, e/ou uma 
regeneração inadequada
dos eritrócitos.
Ocorre geralmente em crianças
desnutridas pelas mesmas causas
da diarreia aguda, mas podem ser
decorrentes de infecções por:
Giardia lamblia, Cryptosporidium,
Escherichia coli enteropatogênica clássica, 
Escherichia coli enteroagregativa.
Pode apresentar-se sob a forma 
de diarreia aquosa ou 
disenteria. Maior causa de 
desidratação que evolui para 
óbito. O enfermeiro deverá 
avaliar o estado nutricional da 
criança.
Crônica Duração maior que 30 dias Inflamações crônicas, alergia a alimentos,
cólon irritável, parasitoses intestinais
não tratadas ou resistentes, tuberculose,
intolerância alimentar (enteropatia por
glúten e/ou lactose).
24/11/2020
24/11/2020
◦ Se a criança estiver apresentando diarreia, porém estiver hidratada, sem 
desidratação e for eutrófica, o Ministério da Saúde recomenda o tratamento 
denominado de Plano A (veja o quadro a seguir).
◦ As crianças com desidratação precisam ser reidratadas com o Plano B ou com 
o Plano C, e, posteriormente, tratadas com o Plano A. Os planos de 
tratamento da criança com quadro diarreico e desidratação (Planos B e C), 
serão demonstrados posteriormente.
◦ O tratamento das crianças com diarreia e não desidratadas, devem seguir o 
Plano A e o tratamento é realizado em casa, pela mãe, baseando-se em 
orientação e vigilância para a criança não evoluir para a desidratação e 
manter-se hidratada. Basicamente, trata-se da Terapia de Reidratação Oral 
(TRO), com Solução de Reidratação Oral (SRO).
24/11/2020
◦ A TRO tem por objetivo corrigir o desequilíbrio hidroeletrolítico pela 
reidratação, buscando restabelecer os níveis apropriados de água e 
eletrólitos que foram reduzidos durante a diarreia, assim como manter e 
recuperar o estado nutricional. O SRO possui em sua fórmula componentes 
em concentrações adequadas para evitar a desidratação, ou tratá-la quando 
inicialmente instalada, evitando a gravidade dos casos e também a 
mortalidade em consequência da diarreia.
O tratamento da diarreia em crianças sem desidratação, consiste em 
basicamente:
• Administrar líquidos adicionais.
• Continuar a alimentar.
• Orientar quanto aos sinais de piora e quanto ao retorno.
Complicações da diarreia
◦ Dentre as diversas complicações da diarreia, encontram-se: a 
desidratação, as diarreias agudas de repetição (que espoliam tanto 
quanto as persistentes), desnutrição crônica e o retardo do 
desenvolvimento do peso e estatura e a morte. 
24/11/2020
Diarreia aguda de repetição
◦ As diarreias agudas são autolimitadas, tendo um início e fim, durante
◦ aproximadamente sete dias. Dessa forma, se a criança for acompanhada e 
tratada, se recuperará bem.
◦ Porém, pode acontecer o que chamamos de diarreia aguda de repetição, 
quando a criança manifesta, em curtos períodos de tempo, diversos 
quadros diarreicos agudos.
24/11/2020
24/11/2020
◦ Essa criança terá uma espoliação de oferta de nutrientes tão significativos 
como a que ocorre em uma criança com diarreia persistente ou crônica, 
levando-a à perda de peso em curto prazo. Porém, com a espoliação de 
nutrientes de forma rotineira, pode levar a estágios mais graves, como a 
diminuição do seu potencial de crescimento, com ênfase tanto no sistema 
físico quanto no mental, levando à apatia, depressão, retardo do 
desenvolvimento psicomotor, alterações metabólicas e imunológicas, devido 
à desnutrição.
24/11/2020
◦O enfermeiro deverá investigar o histórico dessa criança, 
verificando registros dessas ocorrências no prontuário e 
perguntando ao responsável se a criança já foi atendida em 
outro local recentemente com a mesma queixa, há quanto tempo 
e qual foi o tratamento realizado. As diarreias de repetição 
devem ter suas causas muito bem avaliadas pelo profissional da 
saúde para serem imediatamente interrompidas e a investigação 
deve ser integrativa e não meramente pontual.
24/11/2020
Realizar a leitura do quadro 
18 – Principais sinais para 
avaliação do grau de
desidratação na infância, da 
criança com diarreia. Pag
11 unid 4
Doenças respiratórias
◦ As infecções de vias aéreas respiratórias são descritas de acordo com 
a localização anatômica afetada.
24/11/2020
24/11/2020
◦ As infecções do trato respiratório são responsáveis pela maioria das 
doenças agudas em crianças.
◦ A etiologia e o curso dessas infecções são influenciados pela idade, 
estação do ano, condições socioeconômicas, e problemas de saúde 
pré-existentes. 
A lavagem de mãos por todas as 
pessoas que têm contato com o bebê 
deve ser orientada em todas
as visitas de puericultura, com o 
objetivo de evitar a propagação de 
vírus causadores de doenças
Rinofaringite aguda
◦ Esse termo abrange quadros como o do resfriado comum e ainda outros 
englobados sob a denominação de rinite viral aguda. É a doença 
infecciosa de vias aéreas superiores mais comum da infância. Crianças 
menores de cinco anos podem ter de cinco a oito episódios por ano. Essa 
situação é causada quase que exclusivamente por vírus. Entre as centenas 
deles, os mais frequentes são rinovírus, coronavírus, vírus sincicial 
respiratório (VSR), parainfluenza, influenza, coxsackie, adenovírus e outros
◦ mais raros.
24/11/2020
Pelo processo inflamatório da mucosa nasal, pode ocorrer obstrução dos 
óstios dos seios paranasais e tubária, permitindo, por vezes, a instalação 
de infecção bacteriana secundária (sinusite e otite média aguda). Alguns 
agentes etiológicos, como o VSR (Sincicial) e o adenovírus, podem estar 
associados à evolução para infecção de vias aéreas inferiores.
24/11/2020
24/11/2020
◦ O tratamento, para as rinofaringites, em geral, consiste em repouso, 
hidratação e dieta conforme aceitação, propiciando a higiene e a 
desobstrução nasal. O lactente menor de seis meses de idade pode
◦ apresentar muito desconforto com a obstrução nasal, portanto, esse 
cuidado é especialmente importante nesses lactentes, antes das mamadas e 
durante o sono. A umidificação do ambiente e o uso de medicamentos 
recomendados, como antitérmico e analgésicos, de acordo com os 
sintomas e a critério dos protocolos de saúde e médicos. O 
descongestionante nasal tópico pode ser usado com moderação em 
crianças maiores e com indicação médica.
24/11/2020
◦ As faringotonsilites ou 
faringoamigdalites agudas são 
definidas como qualquer 
processo inflamatório e/ou 
infeccioso agudo da mucosa 
faríngea. Elas manifestam-se 
tipicamente por dor de
◦ garganta, odinofagia, febre, 
otalgia reflexa, astenia, dores 
musculares, cefaleia, artralgia e 
aumento de linfonodos cervicais.
As diferenças entre faringotonsilites virais e 
bacterianas são:
◦ Faringotonsilite viral: mais comum na faixaetária até 4 anos de idade. O 
início é gradual, com sinais iniciais inespecíficos de febre, mal-estar e 
anorexia com dor de garganta moderada. No palato, podem se formar 
pequenas úlceras ou exsudatos em tonsilas. Sinais como aumento 
doloroso dos linfonodos cervicais, conjuntivite, rinite, tosse, rouquidão, 
coriza, estomatite, exantema micropapular e diarreia podem aparecer. 
24/11/2020
24/11/2020
◦ A faringotonsilite aguda é incomum em crianças abaixo de 1 ano. A 
incidência aumenta até um pico entre 4 e 7 anos de idade, mas 
continua por toda a infância e idade adulta. São causadas, em geral, 
por vírus. 
◦ O tratamento das faringotonsilites virais são: paliativos, como o 
repouso, avaliação da dor e da febre, com administração de 
analgésicos e antitérmicos, estimulando a ingestão de líquidos não 
ácidos e não gaseificados e de alimentos pastosos, de preferência 
frios.
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◦ Faringotonsilite bacteriana: pode ser causada por Streptococcus 
pyogenes, Haemophilus influenzae, Staphylococcus aureus e Moraxella
catarrhalis. A faringotonsilite estreptocócica é mais comum na faixa etária 
acima de 4 anos de idade. O início é abrupto, com febre alta de até 40 °C, 
dor de garganta com dificuldade à deglutição, linfonodomegalia cervical 
lateral, frequentemente dolorosa. A febre pode persistir por 1 a 4 dias. 
◦ As possíveis complicações da amigdalite estreptocócica são: febre 
reumática, glomerulonefrite difusa aguda, linfadenite cervical e abscesso 
peritonsilar.
◦ O tratamento das faringotonsilite aguda estreptocócica, são, além dos 
descritos na de causa viral (o repouso, avaliação da dor e da febre, com 
administração de analgésicos e antitérmicos, estimulando a ingestão de 
líquidos não ácidos e não gaseificados e de alimentos pastosos, de 
preferência frios), a administração de antibióticos, pois encurtam a fase 
aguda e reduzem as complicações. 
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Otite média aguda
◦ A otite média aguda (OMA) é definida como uma inflamação de 
qualquer estrutura da orelha média e mastoide de qualquer etiologia. 
◦ Trata-se de uma situação comum em crianças até 3 anos de idade. A 
fisiopatologia envolve a inflamação do mucoperiósteo (revestimento 
interno) da orelha média, associada ao acúmulo de secreção. A faixa 
etária entre seis e 24 meses e entre os quatro e sete anos são as idades 
com maior incidência. A justificativa desse fato apoia-se na imaturidade 
do sistema imune e início nas escolas e creches, respectivamente. 
Estudos epidemiológicos também evidenciam que o grupo masculino 
é o mais afetado
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◦ O tratamento clínico é o mais indicado, com uso de sintomáticos 
(analgésicos e antitérmicos), limpeza nasal e, se necessário, 
antibioticoterapia. Quando há opacidade e hiperemia, se a
◦ criança puder ser reavaliada, deve-se acompanhar e orientar os 
cuidadores sobre sinais de piora e complicações. O uso de antibióticos 
deve ser indicado quando, na otoscopia, identificam-se
◦ abaulamento de membrana timpânica ou secreção purulenta.
antibiótico de primeira linha é a 
Amoxacilina
(50 mg/kg/dia), em duas ou três 
doses diárias, por 7 a 10 dias

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