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Interações medicamentosas Temos medicamentos inibidores da Monoaminoxidase, como por exemplo a Tranilcipromina (parnate) e Fenelzina (Nardil), tendo ainda Moclobemida (Aurorix) e um ainda não vendido no Brasil, que é o Pirlindol (Lifril). Mas esses medicamentos têm interações medicamentosas fatais, por exemplo uma garota ingeriu diversos alimentos contendo tiramina, que inibia a MAO, por essa amina ser vasoconstrictora, ela desenvolveu pressão alta, e chegou à morte. Com os exames não foi encontrado nenhuma causa que pudesse comprovar esse óbito, e na época a fenelzida já era conhecida, portanto, associaram e a partir daí começaram os estudos sobre interações medicamentosas. Portanto sempre devemos nos preocupar com a veracidade dos conceitos. A interação medicamentosa é quando uso associações de medicamentos com outro que pode ser, fitoterápico, chá e outros. De forma que essa associação tenha um desfecho negativo para o paciente, em seu organismo, por exemplo em algum órgão. Potencialização: Quando eu uso dois coquetéis por exemplo, associados, para agirem em um vírus por exemplo, potencializando o efeito dos mesmos, isso portanto não é interação medicamentosa pois atua destruindo o vírus, não afetando nada no organismo humano. O mesmo acontece com antibióticos, quando uso uma associação de antibióticos para potencializar o efeito contra determinada doença, isso não é uma interação. Resistência viral: posso fazer uma associação de medicamentos onde tento tratar uma tuberculose e acaba o vírus tendo uma resistência viral, sendo o desfecho voltado para o paciente, prejudicando o organismo, sendo assim uma interação medicamentosa indireta. Cuidados principais: devemos ter alguns cuidados principais para evitar essas interações: • Administrar simultaneamente medicamentos (evitar o máximo medicamentos juntos) e alimentos; EX: o captopril quando administrado juntamente com alimentos podemos perder cerca de 20% de sua disponibilidade, também sendo necessário evitar administrar o medicamento em jejum. • Evitar subdoses e sobredoses, causadores de efeitos adversos. • Alterações em exames clínicos laboratoriais, podendo os resultados de exames não baterem com a clínica do paciente, então estaríamos tratando o exame e não o paciente, causando diversos efeitos indesejáveis. • A interação medicamentosa pode comprometer o estado nutricional do paciente. • A incidência das interações depende de diversos fatores, como doenças de base, comorbidades, e seu organismo. Além de polifarmácia (mais de 5 medicamentos). • Precisamos investigar as interações e interferências de alimentos, bebidas, suplementos dietéticos, plantas medicinais, fitoterápicos, além de medicamentos prescritos ou automedicados. • A dieta e estilo de vida podem produzir diversos impactos significativos nos efeitos dos medicamentos, portanto precisamos ter muito cuidado. Exemplos de interações medicamentosas: • Fármaco + fármaco • Fármaco + alimento • Fármaco + suplemento • Fármaco + fitoterápico • Fármaco + plantas medicinais • Fármaco + condição biológica Interações entre fármacos - fármacos: é a mudança do nosso organismo ocasionado pelo efeito do fármaco: • Surgimento de efeitos adversos • Aumentar ação das drogas • Diminuir ação das drogas O mesmo acontece para interações entre fármacos e comidas, além de outros tipos de alimentos ou chás. O ideal para administração de medicamentos é água, nunca com sucos, pois podem inibir a ação dos fármacos. Atual padrão de interações nas mídias de internet: 1. Índice de confiabilidade: observar a quantidade e natureza da documentação. 2. Índice de risco (A, B, C, D e X): onde a interação “A” é insignificante, “B” é uma mínima interação, “C” já tem um risco de interação moderado (grande maioria), “D” já é um risco alto, podendo ser evitado e “X” é um efeito fatal, que deve ser totalmente evitado. De acordo com o tipo de ação a ser tomada, diversos riscos devem ser levados em conta, como os efeitos das dosagens, observar constantemente, por exemplo um anti- hipertensivo, onde devemos observar a pressão quando se começa a utilizar os mesmos, observando a pressão. 3. Índice de gravidade: relatos de efeitos ou potenciais. Categorias de interações medicamentosas: • Farmacocinéticas • Farmacodinâmicas: por exemplo o uso de um medicamento e de um antagonista. Alterações no metabolismo: • Fase I: hidrólise, oxidação e redução. • Fase II: glicuronidação, sulfatação, conjugação com glutationa, acetilação e metilação. Reações de oxidação: principalmente a DHB (diidroxibergamotina) • A DHB está presente nos sucos de frutas ácidas e é um potente inibidor da CYP intestinal. • 75% dos todos os medicamentos utilizados são metabolizados pela via do CYP. Principalmente a CYP3A4 (50%), CYP2D6 (25%) E CYP2C8/9 (15%), sendo a primeira a mais importante, pois está responsável por 50% dos metabolismos de fármacos. • Quando uma molécula tem afinidade por muitas subfamílias do CYP, o pesquisador geralmente abandona a pesquisa, pois vai causar interferência no metabolismo de 75% dos medicamentos usados na prática clínica. Temos indutores enzimáticos e substratos do CYP: • Indutores: eles estimulam o metabolismo de diversas enzimas do CYP, por exemplo a carbamazepina, fenobarbital e rifampicina. • Substratos do CYP: são medicamentos que são metabolizados por enzimas do CYP, são as “vitimas” do CYP. Por exemplo a teofilina, fluoxetina, nifedipino e Diazepam. Nesse exemplo, por exemplo, se eu administro a carbamazepina juntamente com o erlotinibe, provavelmente vai diminuir o efeito desse medicamento, pois um induz o efeito da enzima e o outro é substrato dessa mesma enzima. Caso clínico: Um paciente se encontra com pirose (azia) e náuseas. Com esses sintomas foi prescrito domperidona (10mg) – 1 comprimido 3 vezes ao dia. Ranitidina (300mg) – 1 comprimido a noite por dia. Foi constatado a interação, pois a ranitidina inibia a CYP que metabolizava a domperidona, causando aumento nos efeitos, onde diminuía a reabsorção de vitamina B12, que causou uma anemia devido a essa deficiência. Caso clínico 2: Uma mulher com 55 anos de idade, constatou infecção urinária (cistite), com temperatura 39°C e alta quantidade de plaquetas. Foi prescrito ciprofloxacino (500mg) 1 vez ao dia e AAS (325mg) 1 vez ao dia. Foram observadas manchas no corpo da paciente, hematomas. O ciprofloxacino destrói a flora produtora de vitamina K, e ela administrava 1 colher de sobremesa de chia 2x ao dia, portanto essas manchas acontecem devido ao uso de um antiagregante plaquetário, e ainda a ingestão de chia, que gera essa interação entre medicamento-alimento.
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