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Trauma abdominal Emergências cirúrgicas – Prof. Felipe Gois Aula 7 – 15/04/2021 Divisões do abdome: Abdome anterior: epigastro + mesogastro + hipogastro • Região de transição toracoabdominal: da linha mamilar até o 4º EIC medialmente, até o 6º EIC anteriormente, e até o 8º EIC posteriormente, e as lesões nessa área estão relacionadas a processos patológicos específicos, como rotura diafragmática. Abdome posterior: abaixo da transição toracoabdominal, a partir do 7º EIC até a região sacral, é uma região importante porque está logo acima do retroperitônio, contendo os órgãos retroperitoneais. Flancos: região lateral entre as linhas axilares anterior e posterior, logo acima da espinha ilíaca Espaços: • Intraperitoneal: peritônio + todos os órgãos intraperitoneais + pelve • Retroperitoneal: pâncreas, 2ª porção do duodeno, rins e grandes vasos Abordagem inicial ao politraumatizado Atendimento inicial pré-hospitalar Desobstrução de vias aéreas; Administração de oxigênio em alto fluxo; Elevação de MMII (posição de choque); Medicina UniFTC – 8º semestre Mª Manuela Ribeiro • Pacientes com evidências de choque (sinais de má perfusão, TEC, palidez cutâneo-mucosa, taquicardia) e sem evidência de fraturas (deformidade aparente, assimetria de membros, hematoma, equimose). Aquecer vítima, evitando hipotermia; Controle de hemorragias externas; Estabilização → Transporte → Atendimento secundário (história AMPLA + exame físico) Procura por lesão de visceras Exame clínico: busca por sinais de peritonite e de alteração hemodinâmica; • Sinais de peritonite: dor abdominal difusa à palpação, espasmos musculares involuntários, descompressão dolorosa; é um processo inflmatório que compromete o peritônio parietal e, por contiguidade, será transmitido para a parede abdominal, quando a região é comprimida e descomprimida bruscamente, ocorre a dor. • Instabilidade hemodinâmica: choque hemorrágico (PA e volemia) • Fratura de costelas inferiores • Equimose de parede abdominal • Ferimentos na parede abdominal, dorso e tórax • Sangramento pela uretra, vagina ou reto (porções terminais dos tratos geniturinário e digestório, que podem conduzir sangramentos): lesões de bexiga, próstata e rins pode evoluir com sangramento uretral. Conduta cirúrgica ou não cirúrgica Trauma abdominal fechado: não há solução de continuidade com o meio externo; Trauma aberto: há solução de continuidade com o meio externo, pode ser causado por uma arma branca ou por uma arma de fogo; Trauma abdominal aberto Lesão por arma de fogo: no momento em que o projétil é lançado pela arma, ela conduz calor, então, além do traumatismo mecânico, ela pode causar uma lesão térmica. Lesão por arma de fogo = Abordagem cirúrgica Lesão por arma branca: trajetória mais previsível e não há transmissão de energia cinética que um projétil causaria. Trauma abdominal Aberto Arma branca Arma de fogo Fechado Lesão por arma branca Região anterior Da grande curvatura gastrica parte o omento menor e do cólon transverso o omento maior, atrás do omento existem as cavidades omentais, o omento protege os órgãos abdominais e como ele não cobre o fígado, as lesões por arma branca (facada) acabam penetrando mais esse órgão. Atrás do estômago tem o forame pilórico, onde os vasos passam. As lesões por facada não costumam matar, já o tiro lesiona mecânica e termicamente. Região posterior Na região dorsal há a presença do retroperitônio, que contém as lojas renais (rins e grandes vasos), os rins estão revestidos pelos musculos transversos do abdome, quadrado, lombar e psoas maior, além de estar envelopado pela gordura peri- renal e para-renal, nesse caso, há uma grande camada protetora dos órgão retroperitoneais. Se o paciente estiver com sinais francos de instabilidade hemodinâmica frente a qualquer lesão, ele deve ser explorado, caso o paciente esteja estável, ele deve ser submetido a TC visando a pesquisa de todos os órgãos que estão atrá do peritônio, nessa situação o duodeno é o órgão mais acometido. Duodeno Dividido em 4 partes: • Superior: intraperitoneal Lesão por arma branca em região anterior e/ou lateral Anestesia local + Exploração digital Sem penetração do Peritônio Observação Atravessou o peritônio Laparotomia exploradora Região anterior Fígado Intestino Delgado Diafragma Cólon Lesão por arma branca em região posterior Paciente instável Laparotomia exploradora Paciente estável TC de triplo contraste (oral, retal e venoso) Pesquisa de lesão de retroperitônio Região posterior Duodeno Rim Cólon asc/desc Trato urinário • Circular: retroperitoneal (contato com a cabeça do pâncreas) • Transversa: intraperitoneal • Descendente: intraperitoneal Região toracoabdominal Compreende o trato digestório superior, órgão retroperitoneais e órgãos intratoracicos. O órgão mais acometido é o fígado, oque ele ocupa a maior parte dessa região. Uma lesão diafragmática pode gerar o extravasamento de conteúdo intra-abdominal para o tórax, causando uma hérnia, mas provavelmente não vai matar. A videolaparoscopia é melhor por causar uma menor REMIT. Transição toracoabdominal Fígado Baço Diafragma Pulmão Ferida na transição toracoabdominal Diafragma: é lesado em até 47% dos casos Conduta: videolaparoscopia Se houver lesão de estruturas intra abdominais Se houver, é feita a rafia da lesão diafragmática prevenindo contra a hérnia diafragmática Lesão/Localização SEM sinais de choque, peritonite e evisceração COM sinais de choque, peritonite e evisceração Arma branca: região anterior/ transição toracoabdominal Anestesia + Exploração digital Laparotomia exploradora Arma branca: Posterior/Flanco TC triplo contraste Laparotomia exploradora Arma de fogo: região anterior/ transição toracoabdominal Exploração Laparotomia exploradora Arma de fogo: Posterior/Flanco Videolaparoscopia Laparotomia exploradora Lesão por arma de fogo Transferência de energia por cavitação e por evaporação de líquidos teciduais; Formação de projéteis secundários por fragmentação; Além da lesão primária (mecânica), levam a uma lesão térmica secundária; Trauma abdominal → Laparotomia exploradora Trauma abdominal fechado O principal tipo de trauma é a colisão com o volante do carro durante a frenagem, que faz com que ocorra a transmissão de energia cinética, levando ao trauma fechado. Definição Contusão Transmissão de energia cinética através da parede abdominal para os órgão internos com lesão dos mesmos; Choque ou compressão contra anteparos Volante e painel de carro; Cinto de segurança abdominal; Desportos; Ondas de choque das explosões; Choque por desaceleração Quedas de andaime/telhado/ elevador Em crianças Bicicletas; Brinquedos de recreação; Ex1.: Acidente de carro • Lesão APENAS no abdome • Alerta e Estável • Sem sinais de irritação peritoneal Observação Clínica Os carros de hoje são feitos para que numa colisão, eles absorvam a energia do impacto e impeçam quem essa energia chegue ao condutor, o que é a mesma lógica do airbag. Ex2.: Acidente de carro • Lesão APENAS no abdome • Instável • COM sinais de irritação peritoneal Sinais de irritação peritoneal Inspeção: Abdome abaulado ou distendido (perfuração de víscera oca) Palpação: dor a descompressão Percussão: hipertimpânico (perfuração de víscera oca) ou som maciço (hemoperitônio) Ausculta: ausência de ruídos hidroaéreos Ex3.: Acidente de carro • Politrauma (TCE/tórax) • Hipotensão • Rebaixamento de consciência • Exame físico pouco valioso De onde vêm o sangramento? • Sangue no chão e em 4 locais (tórax, abdome, retroperitônio e pelve) Investigação diagnóstica Lavado peritoneal 1. Incisão infraumbilical + cateter de diálise 2. 1000ml de soro (líquido efluente) 3. Aspirar 100-200ml 4. 20mlde sangue/ 100.000 hemácias/ 500 leucócitos/ Amilase >17,5/ Bile e/ou restos alimentares → LAVADO POSITIVO USG FAST: Serve apenas para identificar focos de sangramento (zonas acústicas – imagem branca) Existe líquido na cavidade? • Sangue • Contéudo intraluminal de víscera oca Investigação diagnóstica Laparotomia exploradora Busca de líquido e locais examinados • Linha axilar média entre 11º ou 12º EID: Espaço de Morrison (recesso hepatorrenal) • Entre 9º e 10º EIE: Espaço esplenorrenal • À 4 cm da sínfise púbica: fundo de saco de Douglas Problemas • Observador dependente • Falso negativo, quando o conteúdo intraluminal é pequeno (< 500ml) • Não avalia retroperitôneo As lesões retroperitoneais não aparecem no USG FAST; Lavado + ou FAST+ Estável TC de abdome Quais órgãos? Grau de lesão Laparotomia Instabilidade hemodinâmica Laparotomia imediata
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