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Nutrição Humana Aula 5: Vitaminas lipossolúveis: A, D, E e K Apresentação Recordaremos as funções biológicas, as pró-vitaminas e as fontes alimentares biodisponíveis desse grupo de vitaminas. Vamos descrever o papel da digestão das gorduras na disponibilidade desses nutrientes, além de identi�car o processo de absorção, transporte e metabolismo, esclarecendo a forma de ativação das pró-vitaminas. Por �m, iremos relacionar as enfermidades com a ingestão inadequada tanto na de�ciência como na toxicidade. Objetivos Recordar as funções, estruturas e fontes alimentares das vitaminas; Identi�car o processo de absorção, metabólico e excreção das vitaminas; Explicar que o consumo insu�ciente ou excessivo pode levar ao aparecimento de sinas e sintomas. O que caracteriza esses nutrientes e por que são chamados assim? Muitas pessoas se preocupam apenas com a ingestão dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídios) e esquecem a dos micronutrientes, como são conhecidos as vitaminas e os minerais. Porém, eles são de extrema importância por atuarem regulando as funções vitais do organismo. Por muitos não apresentarem reserva, sua ingestão deve ser diária, respeitando as necessidades de cada indivíduo. Para iniciarmos vamos falar das vitaminas lipossolúveis. As vitaminas D, E, K e A (DEKA) são substâncias orgânicas, sem valor energético que por não serem sintetizados pelo organismo (ou ser em baixa quantidade) necessitam de ingestão diária em pequenas doses, o que justi�ca o nome de micronutrientes. São chamadas de lipossolúveis, por não se solubilizarem em água, e sim em solventes orgânicos (éter, clorofórmio) como os lipídios. Fonte: Shutterstock Em geral, o processo de absorção dessas vitaminas depende de gorduras e proteínas que vão ser utilizados como transportadores. Se consumidas em altas quantidades apresentam risco de toxicidades sendo sua eliminação por via fecal. Quanto deve ser a ingestão diária de cada vitamina para que ela realize suas funções no organismo? As necessidades nutricionais dos micronutrientes vão de acordo com as Dietary Reference Intakes (DRI) ou, no português, Ingestão Dietética de Referência (IDR). A IDR envolve quatro valores de referência que correspondem a estimativas quantitativas de ingestão de nutrientes que são estabelecidos e usados para o planejamento e avaliação de dietas de indivíduos saudáveis em determinado grupo. Elas são ajustadas segundo estágio de vida e gênero. 1 EAR - Necessidade Média Estimada quantidade mínima que o indivíduo pode consumir para não gerar de�ciência. 2 RDA - Ingestão Dietética Recomendada quantidade ideal que o indivíduo deve consumir para ter uma ingestão segura. 3 AI - Ingestão adequada utilizada como referência na ausência de EAR e RDA garantindo ingestão segura. 4 UL - Limite Superior Tolerável de Ingestão quantidade máxima de ingestão para não desenvolver sintomas de toxicidade. Em nossa prática diária, devemos utilizar a EAR para ver se o indivíduo corre risco de de�ciência. Já no planejamento, devemos propor um plano alimentar que atenda a RDA, garantindo que a ingestão será adequada e segura. Fonte: schoolbag.info Sabendo disso, agora vamos conhecer o papel, forma de absorção transporte e utilização das vitaminas lipossolúveis no nosso organismo. Vitamina A Pertencente ao grupo de substâncias retinoicas, a vitamina A desempenha importantes funções no organismo humano: Clique nos botões para ver as informações. javascript:void(0); Por participar junto à opsina da formação da rodopsina, pigmento visual dos bastonetes da retina, a vitamina A atua na regeneração permitindo a passagem do feixe de luz. Participa do processo visual Por estar associada à multiplicação de novas células, mantém a integridade dos tecidos epiteliais. Além disso, ela garante a produção de muco. Manutenção da pele e das mucosas Atua regulando a diferenciação e proliferação celular e a regulação gênica, modulando dessa forma o crescimento. Crescimento e reprodução sexual Estudos mostram que altas concentrações dessa vitamina estão associadas à ativação do sistema imune inato, com aumento das células T e natural killer. Sistema imunológico A depender da função desenvolvida no organismo, a vitamina A pode aparecer de três formas: Retinol (álcool) - Transporte e armazenamento da vitamina; Função reprodutora. Retinoalaldeido (aldeído) - Ciclo visual (rodopsina) e reprodução. Ácido retinoico (ácido) - Diferenciação celular envolvida no crescimento. Fonte: cdn.estuda.com Onde encontramos vitamina A nos alimentos? As fontes alimentares podem ser de origem animal e vegetal. Vegetal javascript:void(0); Encontramos um grupo de substâncias denominadas carotenoides que se comportam como precursores de vitamina A. Eles fazem parte de um grupo de pigmento lipossolúveis, de cor amarela, alaranjada ou vermelha, sendo encontrados em frutas e vegetais que contêm essas cores. Dessa forma, as fontes vegetais de vitamina A são frutas e vegetais amarelos, alaranjados e verde-escuros dos quais devem ser consumidos de 4 a 5 porções por dia. Fonte: scielo.br javascript:void(0); Mas todo carotenoide tem função de pró-vitamina A? A resposta é não. Do grupo dos 600 carotenoides, apenas o alfa (α), beta (β) e o gama (γ) caroteno têm essa função. Fonte: cromatografialiquida.com Animal Os alimentos de origem animal oferecem a forma ativa da vitamina A chamada retinol sendo encontrado na forma de palmitato de retinila. São encontrados em produtos como: leite integral e derivados, queijos, peixes, ovos, fígado, óleo de fígado de bacalhau, dendê e de buriti. Para realizar todas as funções no organismo, é necessário que a vitamina A seja absorvida e metabolizada. Como ocorrem esses processos? Absorção: javascript:void(0); Antes de ser absorvida, é necessário liberar a vitamina A da matriz alimentar. A liberação ocorre por meio da ação enzimática na boca, no estômago e no intestino delgado. Os carotenoides e ésteres de retinila liberados serão emulsi�cados por meio dos sais biliares que permitem a ligação com a lipase pancreática, responsável por realizar a hidrólise dos ésteres de retinila em retinol no intestino. Agora o retinol está pronto para ser absorvido, por difusão facilitada sem transportador reconhecido. Em caso de suplementação, a difusão é simples, por sair do meio mais para o menos concentrado. Ao chegar no intestino, o retinol se liga ao transportador cellular retinol binding protein type-II (CRBP-II) e é reesteri�cado em éster de retinila, sendo liberado na circulação linfática como quilomícrons. Esses ésteres de retinila quilomícrons chegam ao fígado onde serão metabolizados ou armazenados em células estreladas ou de Ito como palmitato de retinila. Fonte: med.libretexts.org Apenas metade da quantidade de β-caroteno ingerida é absorvida. Os carotenoides que não são absorvidos são armazenados no tecido adiposo causando carotenodermia, coloração amarela nas mãos, por exemplo. Metabolismo, De�ciência e Toxicidade Clique no botão acima. Metabolismo, De�ciência e Toxicidade Metabolismo O fígado é o principal centro metabólico da vitamina A e armazena cerca de 50 a 80% da quantidade disponível no organismo. javascript:void(0); Para utilização no organismo, é necessário realizar hidrólise do palmitato de retinila que se encontra nas células de Ito ou estreladas em retinol que se liga a proteína ligadora do retinol (RBP) e a transtirretina (TTR) ou pré- albumina formando o complexo retinol-RBP4-TTR sendo então transportado pelo organismo. A depender da função desenvolvida, o retinol pode ser oxidado em retinaldeído que pode ser oxidado em ácido retinoico. De�ciência O que acontece se a ingestão de vitamina A for menor que a necessidade diária? Pode ocorrer a hipovitaminose A, que acontece quando os níveis séricos ou plasmáticos estão abaixo dos valores estabelecidos para normalidade. Mas atenção! A de�ciência não ocorre somente pela baixa ingestão. Existemoutros fatores que in�uenciam na biodisponibilidade desse nutriente como: Gordura - necessária para o transporte durante a absorção; Proteínas - transporta retinol para o fígado, onde será metabolizado; Zinco - mobiliza vitamina A da reserva hepática por meio das proteínas transportadoras; Matriz alimentar - o local onde o carotenoide está armazenado. Os alimentos que têm vitamina A no cromoplastos, como a cenoura, são mais fáceis de terem sua membrana rompida do que o espinafre (cloroplastos); Tipo de preparo - cocção favorece o rompimento da matriz aumentando a quantidade de carotenoides liberados no organismo; 15-15’-monoxigenase (BCMO1) - responsável pela conversão de β-caroteno em retinol. De acordo com a Pesquisa Nacional de Demogra�a e Saúde da Criança e da Mulher (PNDS, 2006), a hipovitaminose A é um problema de saúde pública estando presente em 17,4% das crianças no Brasil. É a principal causa mais comum de cegueira que pode ser prevenida em crianças. Além disso, tem sido associada à alta taxa de mortalidade infantil. Os sinais da de�ciência são: Cegueira noturna ou nictalopia - devido a não regeneração da rodopsina o que impede a passagem do feixe de luz; Hiperceratose folicular; Xerose conjuntival - perda do brilho, transparência �cando mais espessa e endurecida; Manchas de Bitot - material espumoso resultante de células epiteliais descamadas; Xeroftalmia - córnea ressecada, enrugada e espessa (reversível); Xerose corneal - de�ciência crônica, reversível com administração da vitamina); Ceratomalácea - cegueira irreversível causada pela córnea seca e opaca que evolui rapidamente para cegueira irreversível. Fonte: slideplayer.com.br Fonte: slideplayer.com.br javascript:void(0); javascript:void(0); A prevenção é realizada por meio da educação alimentar e nutricional, incentivando o consumo de alimentos fontes e alimentos forti�cados. Além disso, o Brasil instituiu em 2002 o Programa Nacional de Suplementação de Vitamina A, o Vitamina A+, que suplementa crianças de 6 a 59 meses de idade. Crianças de 6-11 meses recebem 100.000 UI a cada 6 meses, e de 12 a 59 meses recebem 200.000UI. Toxicidade O consumo excessivo ou uso de suplementação causa hipervitaminose A. Não pode ser ocasionada por alimentos fontes de carotenoides, pois a conversão não é rápida, o que evita altos níveis. Os sinais são: Carotenodermia Queda de cabelo, secura da pele e mucosas e unhas quebradiças; Inibição da formação óssea, por estimular a reabsorção; Anormalidades hepáticas; Anormalidade no sistema nervoso central - má formação incluindo hidrocefalia, espinha bí�da, fenda palatina; Anormalidades congênitas – teratogênese. Fonte: slideplayer.com.br javascript:void(0); A teratogênese, má formação fetal, pode estar associada ao excesso de vitamina A em gestante. Por isso, a ingestão de fígado deve ser limitada. Fonte: slideplayer.com.br Fonte: navolne.life Vitamina D javascript:void(0); javascript:void(0); A vitamina D tem sido palco de grandes discussões na literatura cientí�ca, sendo muitas vezes suplementada. Mas será que ela é tão importante a ponto de termos de suplementar? Vamos então conhecer as suas funções dessa vitamina que é também um hormônio. Devido a sua função na regulação óssea, a vitamina D é conhecida também como antirraquítica. Na natureza, temos 2 formas de pré-Vitamina D: Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Ergocalciferol (D2) - origem vegetal (ergosterol + sol) e alimentos forti�cados; Colecalciferol (D3) - origem animal por meio da transformação do 7-deidrocolesterol existente na pele por meio dos raios ultravioleta Fonte: ncbi.nlm.nih.gov Qual das duas formas vitaminas é a sua forma ativa? A resposta é nenhuma das duas. Eles precisam ser convertidos a 1,25 hidroxivitamina D3. Vamos conhecer como isso acontece. Para ser absorvida, a vitamina D segue o mesmo caminho da vitamina A, ou seja, ela é incorporada aos quilomícrons e vai ser distribuída para os tecidos onde for necessária, inclusive para o fígado (centro metabólico) por meio da proteína transportadora de vitamina D (DBP). A ativação da vitamina D ocorre no fígado e nos rins em 3 etapas: 1 Após serem consumidas, a pré-vitamina D3 nas formas de ergocalciferol ou colecalciferol vão sofrer a incidência dos raios solares se transformando na vitamina D3 inativa. 2 Esta segue para o fígado, onde será hidroxilada em 25- hidroxivitamina (hidroxicolecalciferol) D3, conhecida como 25(OH)VD. 3 javascript:void(0); 3. A 25(OH)VD segue para os rins, onde sofrerá outra hidroxilação por meio da enzima 1-alfa-hidroxilase, formando a 1,25-hidroxivitamina D3 [1,25-(OH2) VD] ou calcitriol, forma ativa da vitamina que exerce suas funções, sejam elas associadas ao metabolismo do cálcio ou em outros órgãos. Fonte: fosamaxd.com.br Funções, De�ciência e Toxicidade Clique no botão acima. Funções, De�ciência e Toxicidade Funções Mas quais são as funções da 1,25-(OH2) VD (calcitriol) no nosso organismo? Estimular a absorção do cálcio (30-40%) e do potássio (80%) pelo intestino delgado em baixas concentrações; Facilitar a mineralização óssea, sobretudo na fase do crescimento; javascript:void(0); Auxiliar a reabsorção de cálcio e fósforo dos túbulos renais e reduzir a perda urinária de cálcio via paratormônio (PTH). Estimular a diferenciação celular e o sistema imune; In�uenciar na função muscular e na síntese e secreção de insulina; Como a vitamina D in�uencia a absorção de cálcio? No processo de homeostase do cálcio, a participação da vitamina D se dá pela ativação das calbidinas, proteínas que são responsáveis por transportar cálcio em baixas concentrações e que contêm receptores de vitamina D (VDR). Fonte: onlinelibrary.wiley.com javascript:void(0); Fonte: upload.wikimedia.org javascript:void(0); Muito se fala da ativação da vitamina D pela exposição solar. A literatura fala que esta deve ser antes das 10h e depois das 16h. É isso mesmo? Quantas vezes e quanto tempo devemos �car expostos ao sol? A exposição ao sol deve ser realizada de 5 a 10 minutos durante 2 a 3 vezes por semana. Já a pele negra, devido a melanina, necessita de um tempo maior: 30 minutos 3 vezes na semana. O melhor horário de exposição é entre 10 e 15h quando os raios solares são mais incidentes e não se deve fazer uso de protetor solar. Porém, devemos ter cuidado para não prolongar a exposição devido ao risco de câncer de pele. Pessoas que vivem em países de clima temperado sofrem com a falta de vitamina D devido a menor incidência de sol e o frio que faz com que elas utilizem agasalhos, impedindo o contato do sol com a pele. Nesse caso, deve- se utilizar alimentos forti�cados ou suplementação. Onde encontramos vitamina D nos alimentos? Entre as fontes alimentares destacam-se: Fonte: vitaminad.nositio.eu Queijos Leite forti�cado Manteiga Ovos Vísceras javascript:void(0); De�ciência O que acontece se a ingestão desse nutriente for abaixo do recomendado? Ocorre a hipovitaminose D, que tem como sinais: Alterações na estrutura óssea e fraqueza muscular � raquitismo, osteomalácia e osteoporose; Raquitismo: mineralização inadequada do osso em crescimento; Osteomalácia: enfraquecimento dos ossos maduros (ossos moles); Osteoporose: desmineralização óssea (perda de cálcio no osso); Peixes gordos (arenque, cavala) Óleo de fígado de bacalhau Margarina forti�cada Fonte: naturalcura.com.br Fonte: drrocha.com.br javascript:void(0); javascript:void(0); Doenças in�amatórias e infecciosas - redução do sistema imune por aumento das citocinas in�amatórias; Perda de dente - baixa absorção de cálcio; Câncer - tem efeitos autócrino e parácrinos no controle da apoptose, proliferação e diferenciação celular; DM; HAS; Obesidade - resistência à insulina e acúmulo de tecido adiposo. A de�ciência pode ocorrer não só pela baixa ingestão de vitamina D. Mas também pela: Baixa ingestão de gordura; Alta ingestão de �bras - perda de saisbiliares impedindo a emulsi�cação e absorção da vitamina D; Pancreatites, hepatopatias, alterações renais - impedem a ativação da vitamina D Idade - redução do precursor de vitamina D; Baixa exposição ao sol. Para avaliar a de�ciência, deve-se solicitar a dosagem sérica da 25-(OH)D . Fonte: i.ytimg.com 3 javascript:void(0); Toxicidade Já o excesso de vitamina D causa a hipervitaminose D quando os níveis séricos estão acima de 372 nmol/L. A sintomatologia é ligada à suplementação, sendo reversível em estágios iniciais. Os sinais são: Hipercalcemia Hipercalciúria Anorexia, náuseas, vômitos Fraqueza, letargia Constipação intestinal Dores articulares A hipervitaminose D pode resultar em calci�cação irreversível dos tecidos moles, principalmente, rins, pulmões e coração. Fonte: www.scielo.br Vitamina E A vitamina E foi descoberta em 1922 e é assim chamada por isso ter acontecido após a vitamina D. Sua atividade de vitamina é realizada por isômeros de dois grupos diferentes: Tocoferol: anéis hidroxilados com cadeia lateral saturada; javascript:void(0); Tocotrienol: anéis hidroxilados com cadeia insaturada. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online TOCOFEROL α - tocoferol β - tocoferol γ - tocoferol δ - tocoferol TOCOTRIENOL α - tocotrienol β - tocotrienol γ - tocotrienol δ - tocotrienol Apesar da forma gama (γ-tocoferol) ser encontrada em maior quantidade na dieta, a alfa (α-tocoferol) é mais encontrada no plasma e apresenta maior atividade vitamínica. Os tocotrienois tem baixa biodisponibilidade após ingestão oral. Porém eles têm e�cácia antioxidante maior que os tocoferóis. Fonte: researchgate.net Função, De�ciência e Toxicidade Clique no botão acima. Função, De�ciência e Toxicidade Função: A principal função da vitamina E é ser um potente antioxidante biológico e a partir daí é essencial para: Evitar a peroxidação das membranas - mantendo a integridade das membranas celulares que contêm ácidos graxos poli-insaturados (AGPI) que são vulneráveis ao ataque de radicais livres devido à presença do grupo metil e da dupla ligação; Retardar o envelhecimento - inibe o ataque de radicais livres; Previne doenças crônicas não transmissíveis - diminui o estresse oxidativo e a resistência à insulina; Atuar na manutenção do tecido epitelial e na síntese de prostaciclinas - aumenta a vasodilatação e inibe a agregação plaquetária inibindo a formação de placas; javascript:void(0); Inibir a síntese de proteína quinase C (PCK) e citocinas pró-in�amatórias - controle da in�amação e evita processos como agregação plaquetária. Onde encontramos vitamina E nos alimentos? Abacate, óleos vegetais, sementes; Oleaginosas, gérmen de trigo, alimentos forti�cados; Manteiga, fígado e gema de ovo em pequenas quantidades. A vitamina E e o poder antioxidante: O estresse oxidativo se dá ao ataque de radicais livres que são estruturas instáveis que atacam outras moléculas para “roubar” seu elétron e se estabilizar. Como as gorduras poli-insaturadas têm duas ligações, elas acabam sendo vulneráveis ao ataque dessas substâncias. O papel da vitamina E é doar esse elétron criando estabilidade na molécula e, assim, aumentar o sistema imune, prevenir o envelhecimento, e as doenças cardiovasculares, Alzheimer e câncer. Exemplo Fonte: oliveirasdoseival.com.br javascript:void(0); Quando o α-tocoferol doa elétron para um radical peroxil, este se transforma em peroxido de hidrogênio, e a vitamina E se converte no radical α-tocoferil. Esse pode ser regenerado por substâncias solúveis em água como a vitamina C (ascorbato), que doa e se converte em radical ascorbato, sendo regenerado posteriormente pela glutationa peroxidase, que doa e estabiliza a molécula. Por isso, a importância de se consumir não apenas vitamina E, mas também selênio e vitamina C. Para exercer essa função, é necessário que a vitamina E seja absorvida e metabolizada. Absorção Apenas 20 a 40% do α-tocoferol ingerido será absorvido. Ocorre no intestino delgado por difusão passiva dependendo dos sais biliares de enzimas pancreáticas, com formação de micelas e quilomícrons, da mesma forma das outras vitaminas lipossolúveis. Já nas células intestinais, a vitamina E se combina com os quilomícrons e partem para circulação porta-hepática para chegar ao fígado, onde ocorrerá o metabolismo. Na corrente sanguínea, os quilomícrons sofrem ação da lipase lipoproteica, formando os quilomícrons remanescentes que chegarão ao fígado. A outra parte se une a HDL e outras lipoproteínas circulantes e são captadas pelos tecidos. Agora no fígado, o α-tocoferol, por apresentar uma a�nidade maior com a proteína de transferência do α-tocoferol (a-TTP), se incorpora a VLDL indo para outros tecidos. Fonte: genomics.unl.edu javascript:void(0); Fonte: researchgate.net javascript:void(0); Seu órgão armazenador é o tecido adiposo (90%), e a excreção é realizada junto a bile pelas fezes. De�ciência O que ocorre se a ingestão de vitamina E for menor que o recomendado? Disfunções neurológicas; Neuropatia periférica; Ataxia espinocerebral (semelhante à labirintite); Miopatia esquelética; Retinopatia pigmentada; Anemia hemolítica. Fonte: nap.edu javascript:void(0); Fonte: institutodonato.com.br javascript:void(0); A de�ciência não ocorre apenas pela baixa ingestão de alimentos fontes, mas também pela: De�ciência de gordura; Anormalidades genéticas da α- TTP; Desnutrição energético proteica. Toxicidade: Não há toxicidade pela ingestão alimentar. Ocorre normalmente por suplementação de 1.000 UI de vitamina E. Coagulopatias; Dor de cabeça; Fadiga; Náuseas; Visão dupla, Fraqueza muscular; Desconforto gastrointestinal. Após suspensão da suplementação - desaparecimento de sintomas Fonte: 4.bp.blogspot.com Fonte: i1.wp.com javascript:void(0); javascript:void(0); Vitamina K A vitamina K pertence ao grupo de substância com funções anti-hemorrágicas e aparecem na natureza em duas formas: Vitamina K1 - �loquinona - presente nos vegetais verdes, como nas crucíferas, e óleos vegetais; Vitamina K2 - menaquinona - alimentos de origem animal (carnes, ovos e queijos) produzida pelas bactérias; Vitamina K3 - menadiona - é a forma sintética e não encontrada na natureza. Fonte: infoescola.com Apesar da ingestão alimentar, a principal fonte de vitamina K para o organismo humano é a produção das bactérias intestinais (K2). Quando se menciona vitamina K, pensamos logo em coagulação sanguínea. Será que ela só tem essa função no nosso organismo? A resposta é não. Além da coagulação sanguínea, a vitamina K está envolvida na saúde óssea e cardiovascular. 1. Coagulação sanguínea javascript:void(0); A vitamina K é cofator enzimático para carboxilação do ácido glutâmico (Glu) em gamma carboxiglutamato (Gla). O caminho metabólico se inicia com a vitamina K epóxi, que é convertida na forma quinonica (K1) pela vitamina K epoxi redutase. Em seguida, está é convertida, pela vitamina K redutase, na sua forma hidroquinona (KH ), forma que converte o ácido glutâmico em gama carboxiglutamato e estimula a coagulação. A partir daí ocorre a ligação entre o cálcio e as proteínas de coagulação desencadeando a cascata, com interação entre fosfolipídios, plaquetas e células endoteliais. A varfarina, medicamento anticoagulante, age inibindo a enzima vitamina K epóxi redutase, inibindo a formação da (KH ) e consequentemente da coagulação. 2 2 Fonte: encrypted-tbn0.gstatic.com 2. Saúde óssea Está associada à carboxilação das proteínas chamadas de osteocalcinas, envolvida na mineralização e responsáveis pela maturação óssea. 3. Saúde cardiovascular Evita o enrijecimento dos vasos sanguíneos. Absorção, Metabolismo e Toxicidade Clique no botão acima. Absorção, Metabolismo e Toxicidade javascript:void(0); Absorção e metabolismo: A absorção da K1 e K2 ocorre no intestino delgado e depende de secreções biliares e do suco pancreático para formação das micelas e dosquilomícrons remanescentes, que serão absorvidos por processo passivo. A e�ciência de absorção é de 40 a 80% da ingestão, e sua excreção é realizada principalmente pelas fezes (40 a 50%) e urina (20%). O que acontece quando a ingestão é abaixo da recomendação? É comum em recém-nascidos, uma vez que eles ainda não apresentam produção pela mucosa intestinal. Causa hemorragia e morte. Outros sinais são: Sangramento em mucosas (gengiva, nariz, vagina e pele); Desordem esqueléticas - raquitismo, osteoporose e osteomalácia; Equimose (mancha de sangue na pele), melena (sangue nas fezes), hematúria (urina vermelha) e hematêmese (vômito com sangue). Pode ocorrer também por: Má absorção de lipídeos; Destruição da �ora intestinal por uma terapia crônica de antibióticos e; Doença hepática. Toxicidade Não existe relatos, pois não tem chances de hipercoagulação por alimentos, já que ocorre saturação da enzima da carboxilação do ácido glutâmico. Suplementar vitamina K com cautela - excesso pode induzir agregação plaquetária e favorecer a formação de trombos. Atenção! Aqui existe uma videoaula, acesso pelo conteúdo online Atividade 1. Sobre as funções vitaminas lipossolúveis, marque a alternativa VERDADEIRA: a) A vitamina D tem participa da proliferação celular, crescimento, reprodução e tem como principal função atuação no ciclo da visão. b) A função de antioxidante biológico e proteção da membrana celular é realizada por meio da vitamina K. c) Cabe a vitamina A auxiliar na absorção dos minerais cálcio e fosfato no intestino delgado, bem como participar da síntese e secreção de insulina. d) A vitamina C faz parte das vitaminas lipossolúveis e tem função antioxidante. e) Além da coagulação sanguínea, a vitamina K também desempenha função na mineralização óssea e previne as doenças cardiovasculares. 2. Em relação às vitaminas lipossolúveis: I. A forma da Vitamina A encontrada em vegetais e frutas amarelo alaranjado, necessitam ser convertidas em palmitato de retinol. Ela é transportada pela proteína ligadora de retinol (RBP) ou transtirretina (TTR) até o fígado, onde será metabolizada. II. A vitamina D é ativada pela incidência de raios solares e pela reação de hidroxilação que ocorre no fígado. Daí, ela já está pronta para ser utilizada. III. A vitamina K precisa ser convertida da forma quinonica (K1), pela vitamina K redutase, para a forma hidroquinona (KH ), convertendo o ácido glutâmico em gama carboxiglutamato e estimulando a coagulação. IV. O papel da vitamina E na ação antioxidante é doar o elétron criando estabilidade na molécula de radical livre, prevenindo o envelhecimento, as doenças cardiovasculares, Alzheimer e câncer. Marque a opção CORRETA 2 a) Nenhuma das alternativas está correta. b) Estão corretas as alternativas I, III e IV. c) Estão corretas as alternativas II e III. d) Estão corretas as alternativas I e IV. e) Todas as alternativas estão corretas. 3. Considerando as diferentes vitaminas e associando as três colunas a seguir, assinale a alternativa que corresponde à associação correta: A sequência correta é: Vitaminas Deficiência Fontes 1 (A) Retinol ( ) Raquitismo ( ) Óleo de fígado de bacalhau 2 (B) Vitamina K ( ) Disfunção neurológica ( ) Vegetais amarelados 3 (C) Vitamina D ( ) Xeroftalmia ( ) Flora intestinal 4 (D) Vitamina E ( ) Hemorragias ( ) Oleaginosas a) 1- A-C-D; 2-B-D-A; 3- C-A-B 4; D-B-D b) 1- A-D-A; 2- B-B-D; 3- C-D-E; 4- D-C-A c) 1- A-B-D; 2-B-C-D; 3- C-B-A; 4- D-A-C d) 1- A-D-C; 2- B-D-A; 3- C-B-D; 4- D-D-A e) 1- A-D-A; 2-B-C-D; 3- C-D-E; 4; D-B-D 4. Sobre a forma ativa das vitaminas, marque a alternativa CORRETA: a) A deficiência de vitamina E pode ser causada pela baixa concentração da sua forma ativa, a α-tocoferol. b) As formas fisiologicamente ativas da vitamina D são: menadiona e D3-colecalciferol. c) O alfa-tocoferol é a substância que apresenta a maior atividade biológica de vitamina K, por ser sua forma ativa. d) A forma ativa da vitamina A é o α e β- caroteno, precisando o retinol ser convertido neles antes da sua absorção. e) A forma ativa da Vitamina D é o 25-dihidroxivitamina D3, conhecida como calcitriol. 5. Sobre a biodisponibilidade das vitaminas lipossolúveis, marque a alternativa correta: a) As deficiências das vitaminas lipossolúveis estão associadas apenas à baixa ingestão alimentar. Assim, ao restabelecer a ingestão, os sintomas desaparecem. b) A baixa ingestão de gorduras não está associada à deficiência dessas vitaminas, uma vez que eles não participam do processo de absorção. c) Se o paciente apresentar deficiência de zinco, proteína e gordura, ele pode ter os sinais carências da vitamina A. d) Ao utilizar antibiótico, o indivíduo pode ter os sinais carências da vitamina D, já que essa vitamina é produzida pelas bactérias intestinais. e) As vitaminas lipossolúveis não apresentam deficiência, pois o nosso organismo produz as quantidades necessárias. Referências CARDOSO, M.A. Nutrição e metabolismo – Nutrição Humana. Porto Alegre: Guanabara Koogan, 2010. COZZOLINO, S.M.F; COMINETTI, C. Bases bioquímicas e �siológica da nutrição: Nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. São Paulo: Manole, 2013. MAHAN, L.K, ESCOTT-STUMP, S. Alimentos, Nutrição e Dietoterapia. 11. ed. Rio de Janeiro: Roca, 2005. WHITNEY, E. & ROLFES, S. R. Nutrição volume 1: Entendendo os nutrientes. Tradução da 10. ed. norte-americana. São Paulo: Cengage Learning, 2008. Próxima aula Funções, estruturas e fontes alimentares das vitaminas hidrossolúveis; Processo de absorção e transporte no organismo; Processo de absorção e transporte no organismo; Explore mais Vitamina A + � Programa Nacional de Combate a de�ciência de Vitamina A <//bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_condutas_suplementacao_vitamina_a.pdf> . Vitamina D–importância da avaliação laboratorial <https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S1646343913000084? token=8D6B9A33D0E93495220D8115BB5E52E686BD35C6F20FEF8975187F84678243F80C0EFAEDC2ABA68DE8DCD8C4C4CB3473> . https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/manual_condutas_suplementacao_vitamina_a.pdf https://reader.elsevier.com/reader/sd/pii/S1646343913000084?token=8D6B9A33D0E93495220D8115BB5E52E686BD35C6F20FEF8975187F84678243F80C0EFAEDC2ABA68DE8DCD8C4C4CB3473
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