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1 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Considerações iniciais Outras denominações: Neurolépticos, drogas antiesquizofrenia, tranquilizantes maiores; Usos: Principalmente no tratamento das psicoses, em especial a esquizofrenia. Psicoses Características: Alterações de pensamento, comportamento, presença de alucinações, delírios; Causas orgânicas: Estados confusionais induzidos por drogas; Doenças do SNC (tumores, traumas, epilepsia, reações alérgicas, demências, etc). Causas não orgânicas: Afetivas – depressão e mania; Esquizofrênicas; Outras. Uso clínico dos antipsicóticos Esquizofrenia; Episódios de mania, estados mistos maníaco- depressivos, depressões psicóticas; Comportamento de violência impulsiva; Distúrbios de comportamento em doenças de alzheimer, parkinson, psicoses orgânicas. Esquizofrenia Principal transtorno PSICÓTICO; Frequente: afeta cerca de 1% da população geral; Causas permanecem desconhecidas; Efeitos devastadores: Desde adolescência ou início idade adulta; Diminuição acentuada qualidade de vida / produtividade; Necessidade de tratamento medicamentoso a longo prazo – 10% morrem por suicídio; Sobrecarga para família e sociedade / Grandes custos humanos e financeiros. Sintomas: Sintomas positivos: Relacionados à excitabilidade neuronal (hiperestimulação); Sintomas negativos: Ocorre uma hipoestimulação, sem excitabilidade neuronal. Sintomas positivos Agitação, insônia; Alucinações (olfativas, visuais, auditivas); Delírios (perseguições, conspiração); Transtornos do pensamento (bloqueio, fragmentação, associação frouxa); Desorganização dos discurso (conclusões ilógicas); Desorganização do comportamento (comportamento social inapropriado, isolamento, antipatia, agressividade), ambivalência. 2 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Sintomas negativos Afastamento do contato social; Embotamento afetivo: Emoção reduzida, voz, mótona e mímica facial empobrecida; Falta de iniciativa; Pobreza de linguagem. Tipos de esquizofrenia Catatônica: Rigidez, excitação, posturas bizarras, maneirismo; Hebefrênica: Incoerência, desagregação dos pensamentos, afetos incongruente, discurso desorganizado, afeto embotado; Paranóide: Delírios de perseguição, alucinações auditivas, violência, ansiedade, alterações nas relações pessoais; Residual: Afastamento social, inadequação afetiva, comportamento excêntrico; Indiferenciada: Quando preenche mais um critério. Teorias da esquizofrenia Teoria/abordagem neuroanatômica Aumento do tamanho ventricular; Diminuição do córtex pré-frontal e hipocampo –diminuição do tamanho do neurônio; Cérebros de esquizofrênicos: 30- 50% de diminuição na expressão de mielina no córtex pré-frontal e hipocampo. Teoria/ abordagem dopaminérgica É a mais aceita; Aumento da atividade dopaminérgica agrava esquizofrenia (anfetaminas, levodopa); Densidade de receptores dopaminérgicos está aumentada em cérebros de esquizofrênicos não tratados; Antipsicóticos bloqueiam receptores D2. Vias dopaminérgicas Nigroestriatal: Via dopaminérgica que liga a substância negra ao estriato. Relacionado ao controle motor. Mesolímbica: Via dopaminérgica que liga a área ventricular ao sistema límbico. Relacionado ao controle motor; Relacionado aos sintomas positivos da esquizofrenia; Tem mais receptor D2 (hiperestimulação –excesso de ação da dopamina). Mesocortical: Via dopaminérgica que liga a área ventricular ao cortéx pré-frontal. Relacionada à motivação, emoção e recompensa; Relacionada com sintomas cognitivos e negativos da esquizofrenia; 3 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Tem mais receptor de D1 e D2 (hipoestimulação –pouca ação da dopamina). Tuberoinfundibular: Via dopaminérgica que liga o hipotálamo à hipófise. Relacionada à cognição, emoções e afetividade; Relacionado à liberação de prolactina (quando a dopamina se liga a esses receptores na hipófise, a liberação da prolactina é inibida); Receptores dopaminérgicos: D1, D2, D3, D4 e D5; 1 geração (antipsicóticos típicos): Altera todas essas vias. Tem mais afinidade pelos receptores dopaminérgicos do que por receptores serotoninérgicos. Abordagem serotoninérgicas Aumento da atividade serotoninérgica agrava a esquizofrenia; Efeitos alucinógenos do LSD (agonista parcial de receptores 5-HT2A); Antipsicóticos atípicos: Bloqueio 5-HT2a > D2 (tem mais afinidade por receptores serotoninérgicos do que receptores dopaminérgicos). Abordagem glutamatérgica Diminuição da atividade glutamatérgica agrava a esquizofrenia; Fenciclidina: Antagonista NMDA induz psicoses semelhantes à esquizofrenia; Estudos pós mortem: Diminuição da concentração de glutamato no córtex frontal e hipocampo; Antagonista NMDA: Aumenta DA no córtex pré-frontal e estruturas subcorticais. Antipsicóticos Bloqueiam outros tipos de receptores, por isso geram muitos efeitos adversos. Antipsicóticos de primeira geração/ típicos São chamados de neurolépticos típicos; Benéfico no tratamento dos sintomas positivos (pensamento desordenado, alucinações, delírios) 4 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO por bloqueio dos receptores dopaminérgicos D2 na via mesolímbica; Bloqueiam a via mesocortical, consequentemente, tem o agravo dos sintomas negativos; Atuam na melhora dos sintomas positivos da esquizofrenia (consequentemente agravam os negativos); Produzem efeito extrapiramidal: Bloqueios de receptores D2 na via nigroestriatal (dopamina inibe essa via, reduzindo a liberação de acetilcolina) Acatisia: Síndrome das pernas inquitas; Distonia: Espasmos nos músculos da língua, face e pescoço; Parkinson farmacológico: Rigidez muscular, bradicinesia e tremores. Discinesia tardia: Mastigação constante, protusão da língua e caretas; Hiperprolactinemia: Dopamina produz efeito inibitório na hipófise (via túberoinfundibular) reduzindo a liberação de prolactina Exemplos: Clopromazima; Tioxantenos; Butirofenonas; Fenotiazínicos Reações adversas Anticolinérgicos (se ligam a receptores muscarínico): Levomepromazina, Clorpromazina e Tioridazina; Perda da acomodação visual; Boca seca; Constipação e dificuldade de urinar. Bloqueio alfa 1 adrenérgico: Levomepromazina, Clorpromazina e Tioridazina; Hipotensão ortostática; Disfunção erétil e retardo na ejaculação. Bloqueio H1 histaminérgico: Sedação; Ganho de peso. Antipsicóticos de segunda geração São chamados de antipsicóticos atípicos; São antagonistas dos receptores: Serotoninérgicos 5-HT2A; Dopaminérgicos D1 e D2; Colinérgicos muscarínicos; Adrenérgicos alfa1 e alfa2; Histaminérgico H1. Bloqueio de receptores serotoninérgicos 5HT2A e dopaminérgicos D2; Efeitos farmacológicos: São mais eficazes no alívio dos sintomas negativos; Também são eficazes no alívio dos sintomas positivos; 5 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Pequeno propensão em produzir efeitos extrapiramidais; Eficazes em pacientes resistentes aos antipsicóticos típicos. Baixa incidência de SEP; Melhoram a função cognitiva; Eficazes nos sintomas negativos; Não produzem discinesias tardias; Eficazes quando não respondem aos típicos; Exemplos: Olanzapina; Quetiapina; Risperidona; Clozapina. Comparativos entre os antipsicóticos Resumo Antipsicóticos: Não curam a esquizofrenia; 6 GIOVANA NUNES DE ASSUNÇÃO Duas classes: Típicos/primeira geração (Clopromazina, Haloperidol): Efeitos extrapiramidais, discinesia tardia. Atípicos/segunda geração (Clozapina, Risperidona): Eficácia contra sintomas negativos; Menor incidência de efeitos extrapiramidais; Agranulocitose/ distúrbios metabólicos. OBS: Ambos bloqueiam outros receptores.
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