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CONCEITOS E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES

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CONCEITOS E PRÁTICAS NA EDUCAÇÃO DE ALUNOS COM ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD)
RESUMO
Frente à necessidade de identificar e propiciar atendimento especializado a crianças que apresentam potencial elevado, o objetivo desta pesquisa é descrever as características apresentadas por alunos com Altas Habilidades/Superdotação, assim como explorar práticas pedagógicas a serem desenvolvidas em sala de aula para esses alunos, a fim de colaborar com a identificação dos mesmos. Por meio de pesquisa bibliográfica, também são elencados os principais conceitos de superdotação e alguns mitos que rodeiam alunos superdotados. Espera-se que este trabalho possa contribuir para a reflexão de estudantes da área de educação e principalmente, educadores, que por vezes deixam de atender as necessidades especiais educacionais de alunos talentosos devido ao fato de desconhecê-las.
Palavras- chave: Identificação; Características; Altas habilidades/ Superdotação.
1.INTRODUÇÃO
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), Nº. 9.394/96, em seu artigo 5º, inciso III, considera que alunos com necessidades educacionais especiais (NEE) são também aqueles que apresentam, durante seu processo educacional, “altas habilidades/superdotação, grande facilidade de aprendizagem que os levem a dominar rapidamente conceitos, procedimentos e atitudes” (BRASIL, 2001, p. 02). No artigo 8, inciso IX, consta que as escolas da rede regular de ensino devem organizar as classes comuns, com
atividades que favoreçam, ao aluno que apresente altas habilidades/superdotação, o aprofundamento e enriquecimento de aspectos curriculares, mediante desafios suplementares nas classes comuns, em sala de recursos ou em outros espaços definidos pelos sistemas de ensino, inclusive para conclusão, em menor tempo, da série ou etapa escolar nos termos do Artigo 24, V, “c”, da Lei 9.394/96. (BRASIL, 2001, p. 03).
No entanto, embora a legislação assegure o atendimento educacional especializado (AEE) aos alunos com altas habilidades/superdotação (AH/SD), são poucas as iniciativas voltadas à garantia 
1-Nome dos acadêmicos
2-Nome do professor tutor externo
Centro Universitário Leonardo da Vinci-UNIASSELVI-Licenciatura em Pedagogia (PED2464) – Prática Interdisciplinar Oficinas Pedagógicas -26/06/2021
desse direito. Segundo Maia-Pinto e Fleith (2004), são oferecidas poucas oportunidades para que aqueles alunos que se destacam por suas potencialidades possam desenvolver tais habilidades. Neste sentido, Cupertino (2008) ressalta que a educação desses alunos não pode ser deixada ao acaso, uma vez que deve ser condizente com suas características, além de exigir sistematização e coerência. “Sem estímulo, essa pessoa pode desprezar seu potencial elevado e apresentar frustração e inadequação ao meio” (CUPERTINO, 2008, p. 13). A autora faz referências a Landau (2002) que afirma que a criança com AH/SD é como qualquer outra, tendo o seu talento como o único diferencial.
É um engano pensarmos que esses indivíduos têm recursos suficientes para sempre desenvolverem sozinhos suas habilidades. Alunos com altas habilidades/superdotação necessitam de uma variedade de experiências de aprendizagem enriquecedoras que estimulem seu potencial (CUPERTINO, 2008, p. 51).
Contudo, é imprescindível que o professor saiba reconhecer as características do aluno com AH/SD para então, pensar em um ensino ajustado às suas capacidades.
Diante do exposto lançamos a seguinte questão: Quais são as características de alunos com altas habilidades/superdotação e como trabalhar com esses estudantes dentro da sala de aula para potencializar suas habilidades?
A primeira seção deste artigo, refere-se a alguns conceitos sobre as Altas Habilidades e Superdotação no contexto educacional. Na segunda, as principais características de comportamento e aprendizagem de estudantes com AH/SD, sendo que na mesma seção apresentam-se também características que podem ser consideradas implicações das AH/SD.
A terceira seção, está voltada para algumas estratégias a serem desenvolvidas e trabalhadas em sala de aula com alunos superdotados. Já na quarta seção, destacou-se os principais mitos sobre as Altas Habilidades e Superdotação, encerrando com as considerações finais sobre o estudo.
2.FUNDAMENTAÇÃO TÉORICA
Para a construção desse trabalho foram abordados vários estudos referentes as Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), fundamentada em diversos autores que falam a respeito desse tema, destacam-se em nosso artigo alguns deles como Guenther (2011), Virgolim (2007), Fleith (2001), Winner (1998), Severino (2007), Júnior (2013), além de destacarmos também a importância desse tema segundo alguns registros como a Lei de Diretrizes e Bases (LDB/96), para assim dar um melhor embasamento teórico ao trabalho. 
2.1. CONCEITO DE ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD)
Pessoas com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD) são consideradas, de acordo com as crenças de grande parte da população, como geniais, precoces, sobrenaturais, capazes de saber muito sobre tudo etc. Nos primeiros estudos sobre o tema, o termo mais utilizado era “gênio”, remetendo a uma extraordinária potência intelectual e baseando-se em resultados de testes de inteligência para obter tais avaliações. Atualmente, estima-se que 3 a 5% da população apresenta potencial acima da média (GUENTHER, 2011). 
As Altas Habilidades são múltiplas, plurissignificativas e as características apresentadas pela pessoa superdotada irá variar dependendo da sua área de habilidade, dos estímulos, do contexto familiar e escolar que essa pessoa está inserida, entre outros fatores. Contudo, existem três características em comum que representam a Superdotação:
 FIGURA 1: Ilustração da Teoria dos Três Anéis
Como mostra a ilustração, os anéis estão interligados se relacionando, porém de modos diferentes; cabe lembrar que a interação está relacionada com fatores externos, como: família, amigos e escola. 
Os anéis indicam: 
Habilidade acima da média: Quando consideramos esse fator devemos pontuar que a pessoa superdotada apresenta habilidades acima da média escolar em relação ao contexto social/escolar que está inserida, ou seja, ele estará acima da média em relação aos colegas de sua escola. Suas habilidades se expressarão de duas maneiras. A primeira se expressará de forma geral, com aptidão de processar informações que possam resultar em respostas a novas situações; já a segunda maneira se expressará de forma específica, onde o aluno superdotado consegue compreender conhecimentos e técnicas para atender uma necessidade de atuação em alguma área específica do conhecimento. 
Envolvimento com a tarefa: Motivação empregada ao desenvolver atividades na área de sua habilidade. No envolvimento com a tarefa aparecem com destaque a dedicação, a persistência e o esforço.
Criatividade: Um dos fatores essenciais, está relacionado diretamente com o conceito de inteligência adotada nessa perspectiva teórica; a criatividade é o fator que possibilita a criação de um novo produto para atender a necessidades de alguma cultura, essa criação deve conter alguns princípios, por exemplo, originalidade, curiosidade, coragem, etc. 
Ainda sobre a Criatividade:
As pessoas que marcaram a história por suas contribuições ao conhecimento e à cultura não são lembradas pelas notas que obtiveram na escola ou pela quantidade de informações que conseguiam memorizar, mas sim pela qualidade de suas produções criativas, expressas em concertos, ensaios, filmes, descobertas científicas, etc. (RENZULLI; REIS, 1985 apud VIRGOLIM, 2007, p.39).
A pessoa com Altas Habilidades se expressará na sociedade de duas maneiras: acadêmica ou produtivo-criativa, ou ainda, das duas formas. Na forma acadêmica, a mais valorizada pelo sistema de ensino tradicional, estão relacionadas, de modo geral, às habilidades cognitivas e a inteligência linguística e lógico-matemática. A forma acadêmica está ligada à capacidade da pessoa em processar, armazenar informações e aprender dedutivamente. Pessoas superdotadas que se expressamde maneira acadêmica costumam ter destaque no âmbito universitário e em produções acadêmicas ou científicas. Na maneira produtivo-criativa, o superdotado usará suas habilidades e conhecimentos para criar novos produtos, ideias, práticas, métodos artísticos, entre outros. No meio escolar os alunos superdotados, geralmente, são aqueles questionadores, imaginativos, fantasiosos e artísticos.
2.2.CRIANÇAS SUPERDOTADAS E OS TIPOS DE HABILIDADES QUE ELAS APRESENTAM
De acordo com a Política Nacional de Educação Especial (1994) os educandos que se encaixam nessa definição são o que apresentam desempenho notável nos seguintes aspectos (de forma isolada ou combinados): capacidade intelectual geral; capacidade de liderança; pensamento criativo ou produtivo; aptidão acadêmica específica; talento especial para artes e capacidade psicomotora.
Tipo intelectual: Características mais comuns são rapidez, flexibilidade e fluência do pensamento, excelente memória e capacidade de resolver problemas.
Tipo criativo ou de pensamento criativo: Suas principais características são a forma diferente e inovadora de resolver problemas, a imaginação e a originalidade.
Tipo acadêmico: Esse tipo mostra uma aptidão específica, concentração, rapidez de aprendizagem, gosto pelas matérias acadêmicas de interesse, alta habilidade para sintetizar e organizar o conhecimento.
Tipo social: Tem grande capacidade de liderança e demonstra sensibilidade interpessoal, atitude de colaboração, capacidade para resolver situações complexas, empatia e alto poder de influência e persuasão em um grupo.
Tipo talento especial: Este tipo destaca-se por apresentar alto desempenho nas áreas musicais, das artes plásticas, literárias e cênicas.
Tipo psicomotor: Apresenta interesse e grande habilidade por atividades psicomotoras. Tem alto desempenho, considerado até fora do comum, em agilidade, movimento, velocidade, resistência, força e coordenação motora.
2.2.1. CARACTERÍSTICAS DE COMPORTAMENTO E APRENDIZAGEM DE ESTUDANTES COM AH/SD
Embora seja um grupo de alunos heterogêneo, é importante considerar que nem todos os alunos vão apresentar todas as características aqui listadas, sendo algumas mais típicas de uma área do que de outras, conforme ressaltam Alencar e Fleith (2001).
Características comportamentais: Necessidades de definição própria; capacidade de desenvolver interesses; aborrecimento fácil com a rotina; busca de originalidade e autenticidade; desejo pelo aperfeiçoamento pessoal; rejeição de autoridade excessiva; fraco interesse por regulamentos; senso de humor altamente desenvolvido; descuido na escrita; impaciência com detalhes.
Características de aprendizagem: Podem apresentar poder de observação, exibir uma percepção clara do que é significativo e ser especialmente atencioso; podem ler bastante independência, mostrando preferência por livros e revistas escritos para crianças mais velhas; frequentemente demonstram grande prazer na atividade intelectual; apresentam capacidades bem desenvolvidas de abstração, de conceituação e de síntese; podem rapidamente perceber semelhanças, diferenças e anomalias; frequentemente abordam um material complexo, dividindo-o em seus componentes e analisando-os sistematicamente.
As características descritas anteriormente podem se manifestar de forma construtiva, favorecendo a aprendizagem e boas socializações interpessoais, como podem se manifestar de forma dificultadora, delimitando as relações interpessoais e sendo, difíceis e dolorosas. Ocorrendo intolerância, e falta de compreensão por parte dos colegas bem como o aluno ser considerado “diferente” pelos professores. Tais situações pode levar o aluno para o isolamento e posteriormente exclusão do grupo social.
2.2.2. CARACTERISTICAS QUE PODEM SER CONSIDERADAS IMPLICAÇÕES DAS AH/SD
Interação social: Alguns podem demostrar problemas de sociabilidade, devido aos seus interesses incomuns para suas idades, e com isso, ocorre a dificuldade de se relacionar com pessoas da mesma faixa etária.
Baixo desempenho escolar: Para alguns alunos(as) superdotados(as) o ambiente escolar não é interessante, muitos estão à frente do modelo tradicional de educação; sem motivações para realizarem as atividades escolares acabam tendo baixo desempenho escolar.
Centro das atenções ou isolamento: São dois extremos que algumas pessoas superdotadas enfrentam no ambiente escolar. Há aquelas que são consideradas o “centro das atenções” pelos colegas e professores(a), devido ao seu destaque e inteligência em sua área de habilidade, por outro lado, há aqueles que são tidos como “estranhos” devido a seus interesses e sua forma de aprendizado, em consequência, por não serem compreendidos acabam isolados. 
Assincronia: Ocorre quando há um desequilíbrio entre os ritmos do desenvolvimento intelectual, emocional ou motor no indivíduo, uma dessas capacidades pode se devolver de forma precoce e as demais não. Por exemplo: um(a) aluno(a) com intelecto avançado e com capacidade emocional pouco desenvolvida.
 "Aluno(a) problema": Algumas pessoas superdotadas consideram o ambiente escolar “chato” e, por isso, muitas vezes acabam por “atrapalhar” o andamento da turma; nas disciplinas de seus interesses costumam finalizar as atividades rápido demais e para ocupar o tempo vago passam a “atrapalhar” os(as) colegas e professores(as). 
Alguns docentes se sentem desafiados por alunos(as) com AH/SD, quando esses(as) alunos(as) os questionam demais sobre certos assuntos ou exigem muito tempo para explicações. Todas essas questões retratam o estereótipo do “aluno(a) problema” que alguns superdotados carregam.
2.3. COMO SE TRABALHAR COM ESTUDANTES COM AH/SD
Sem sombra de dúvida, os alunos mais difíceis para um professor lidar são aqueles que acabam as atividades em menos de cinco minutos e requerem nossa constante atenção. Porém, o que fazer para que alunos superdotados (alto desempenho escolar) fiquem ocupados, porém não entediados, e que seu potencial seja aproveitado ao máximo. Citaremos algumas estratégias a serem desenvolvidas com esses alunos.
1. Conheça o potencial de seus alunos: O ideal é que você dê uma pré-avaliação com partes de todo o conteúdo que será dado durante o ano. Diga a todos eles que a nota em si não é importante, mas que você apenas deseja conhecê-los melhor. Certamente por meio deste teste, será possível detectar alunos com alto desempenho. Uma vez identificados, será mais fácil trabalhar com eles durante o ano letivo.
2. Dê mais difícil em primeiro lugar: Ao dar um determinado tópico, dê aos seus alunos de altas habilidades os exercícios mais desafiadores primeiro. Se eles não conseguirem executá-los, não há problema algum. Você poderá dar outros menos complexos. Se eles conseguirem resolvê-los, deixe-os livres para optarem por atividades que sejam do interesse deles, como leitura, projetos, ou alguma outra atividade que não perturbe os demais alunos.
3. Diferencie, mas não acrescente: Os conteúdos dos currículos escolares podem ser adaptados para melhor atenderem aos alunos superdotados. Desafie estes alunos com perguntas usando as palavras: como, por que ou deveria. Descubra seus interesses pessoais e peça que eles desenvolvam projetos que utilizem estes temas. Não é justo dar mais exercícios, sobretudo repetitivos, para alunos que terminam as atividades primeiro.
4. Use e abuse da variedade: Você pode dar a eles várias escolhas. Ao dar determinada atividade, dê opções diversificadas para demonstrar que eles compreenderam. Eles podem, por exemplo, escrever um panfleto, criar uma dramatização. Use meios não tradicionais.
5. Mude a abordagem: Ao invés de dar informações a seus alunos com alto desempenho, seja um professor facilitador. Deixe que eles descubram as informações. Mantenha-os focados, por meio de atividades desafiadoras.
6. Ofereça oportunidade para pensamentos de alto nível: Utilize palavras e frases que induzam ao pensamento crítico e introduza conceitos e termos, tais como: possibilidades futuras, tendências, presumir, finalidades e analogias. Discuta com eles temas globaise incite-os a pensar. Enriqueça o vocabulário deles com termos mais rebuscados.
7. Estipule atividades em pares: Um erro comum que cometemos, enquanto professores, é fazer com que os alunos mais habilidosos ajudem os demais. Como estes alunos pensam diferentemente dos demais, isso causa desconforto e frustração de ambos os lados. Ao invés disso, você poderá estipular atividades em pares, contanto que sejam pares com o mesmo nível de conhecimento e de pensamento. Desta forma, poderão surgir ideias muito interessantes.
8. Conheça os pais de seus alunos superdotados: Por meio dos pais, é possível obter preciosas informações sobre os interesses de seus alunos, bem como suas habilidades. Compartilhar ideias e fazer com que os pais se sintam parte do progresso educacional de seus filhos é muito gratificante.
Às vezes, há a necessidade de se criar um currículo individual adaptado, voltado para alunos com inteligência acima da média. O que não se pode, em hipótese alguma, é fazer com que tais alunos se sintam entediados. Desafio e criatividade são as palavras-chave para manter alunos com alta habilidade motivado. Deixá-lo alçar voo, sem, entretanto, exigir o que ele não pode nos dar, é a função de um educador consciente. 
2.4. PRINCIPAIS MITOS SOBRE AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO (AH/SD)
Para finalizarmos, segue abaixo alguns mitos que rodeiam a Superdotação, existem muitos outros, apresentamos estes apenas como exemplos para pontuar a importância de superar tais equívocos, e que desse modo, o professor(a) possa fazer o encaminhamento do(a) aluno(a) com indícios de superdotação. Para isso acontecer é necessário entender, de forma geral, as Altas Habilidades sem esses mitos que se tornam obstáculos para a identificação e guardam uma visão estereotipada das pessoas superdotadas.
É ótimo aluno e tem sempre as melhores notas; 
Quociente Intelectual alto é uma característica das crianças superdotadas;
São estranhas, pequenas, franzinas e usam óculos com lentes grossas; 
São hiperativas e possuem cérebro com mais neurônios;
É sempre o melhor em tudo que faz; 
São de classes sociais mais favorecidas economicamente; 
Não necessitam de ajuda, pois já que são tão talentosos podem conduzir-se sozinhos, sem precisar de estímulos;
O desenvolvimento social e emocional dos superdotados está no mesmo nível que seu desenvolvimento intelectual e acadêmico.
Além destes mitos, outros são claramente descritos por Winner (1998). Para esta autora, “Mitos e mal entendimentos podem ser identificados em qualquer área de estudo, e o tópico da superdotação não é exceção” (p. 14). Winner (1998) defende a existência de alguns mitos que são:
Superdotação Global: Mito da capacidade global, ou seja, “o rótulo superdotado é mais frequentemente reservado para crianças com habilidades acadêmicas” (WINNER, 1998, p. 15)
Talentosas, mas não superdotadas: Mito de que apenas são superdotadas as crianças que apresentam alto desempenho nas áreas acadêmicas, sendo que as demais áreas como a artística, corporal, entre outras seriam apenas para pessoas talentosas;
QI Excepcional: Mito de que o Coeficiente de Inteligência – QI – deve ser alto para todas as áreas da superdotação. É mito visto que o teste de QI não abrange todas as áreas do saber; ao longo da vida, ficar com seus potenciais “adormecidos”. Isto ocorre pela falta de reconhecimento. Ser superdotado não é fator predominante para que um indivíduo se torne um adulto eminente.
 Biologia versus Ambiente: Mito de que “a superdotação é inteiramente inata. Este mito folclórico ignora a influência sobre o desenvolvimento de aptidões” (WINNER, 1998, p.16); 
O Pai Condutor: Mito de que crianças superdotadas são “fabricadas” por pais e familiares que cobram e zelam excessivamente pelo aprendizado de seus filhos;
 Esbanjando Saúde Psicológica: Mito de que estas crianças não apresentam problemas de relacionamento, de comportamento ou dificuldades de aprendizagem; 
Todas as Crianças são superdotadas: Mito de que não existe superdotação baseado no fato de que todas as crianças apresentam áreas de interesse e habilidades em alguma área. Este é mito em função de que não releva o fator da habilidade acima da média. 
As Crianças Superdotadas se tornam adultos eminentes: é mito visto que dependendo dos fatores sociais, de oportunidades e estímulos, estas crianças podem, ao longo da vida, ficar com seus potenciais “adormecidos”. Isto ocorre pela falta de reconhecimento. Ser superdotado não é fator predominante para que um indivíduo se torne um adulto eminente.
Estes são alguns mitos que a sociedade em geral apresenta com relação à temática das Altas Habilidades/Superdotação. Estas concepções equivocadas a respeito da temática dificultam o reconhecimento das potencialidades e, principalmente, das necessidades específicas de aprendizagem dos alunos com características de AH/SD. Além disso, favorecem a rotulação através de apelidos que podem ser maldosos como NERDs, CDFs, entre outros, ocasionando a exclusão e a violência.
3. METODOLOGIA
Este trabalho, é uma pesquisa bibliográfica que analisou aspectos relevantes em relação ao conceito e práticas na educação de alunos com Altas Habilidades e Superdotação (AH/SD), embasada em vários autores que falam a respeito do tema proposto. A pesquisa bibliográfica tem por objetivo conhecer as diferentes contribuições científicas disponíveis. Conforme Severino (2007):
A pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos impressos, como livros, artigos, teses, etc. Utiliza-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhados por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados. O pesquisador trabalha a partir das contribuições dos autores dos estudos analíticos constantes nos textos (p. 122) (grifo do autor).
Contudo, o referido artigo tem por finalidade pesquisar sobre os conceitos e práticas na educação de alunos com Altas Habilidades/Superdotação (AH/SD), tendo como problemática “Quais são as características de alunos com AH/SD e como trabalhar com esses estudantes dentro da sala de aula para potencializar suas habilidades”. O principal objetivo é justamente enfatizar alguns conceitos referidos ao tema e quais as melhores estratégias pedagógicas a serem utilizadas para manter esses alunos motivados dentro do ambiente escolar.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os indivíduos com Altas Habilidades/ Superdotação, se diferem dos demais integrantes do grupo, demonstram habilidades demasiadamente em alguma ou várias áreas da atividade e do conhecimento humano, detém um nível elevado, estilos pessoais em realizar conceitos, constroem técnicas próprias para desenvolver seus talentos. (VIRGOLIM, 2007).
Ter uma habilidade acima da esperada ou acima da média como comumente é citado na Literatura, diz respeito não somente a destacar sobre outros indivíduos. Está relacionado às ações originais intermediadas pelas suas técnicas especiais, destreza, e o bem fazer. Notoriamente, se faz necessário o incentivo aos estímulos, a capacidade criadora proporcionada a partir de fatores externos, de convívio, comunicação, observações.
Para João Júnior (2013, p.31):
Ser superdotado nada mais é do que possuir habilidades acima da média em uma ou mais áreas do conhecimento, fato este, que muitas vezes leva as pessoas a acreditarem que existem poucos superdotados, colocando-os como simplesmente, alunos inteligentes.
 
Neste âmbito apesar da Superdotação ser um assunto mais frequente do que antes, ainda existem os enfrentamentos com relação às diferenças entre indivíduo inteligente; e indivíduo com habilidades específicas. Nesse sentido, o processo para identificar é imprescindível.
Vários conceitos permeiam de forma equivocada sobre as pessoas com altas habilidades, levando à ideia de personificação do corpo, de forças ou atitudes distanciadas de um ser humano normal, em decorrência disso, muitos adjetivos são empregados como gênios, talentosos, pequeno prodígio. Sobre issoVirgolim (2007. p.27) discorre:
Em contrapartida, os termos “pessoa com altas habilidades” e “superdotado” são mais apropriados para designar aquela criança ou adolescente que demonstra sinais ou indicações de habilidade superior em alguma área do conhecimento, quando comparado a seus pares. Não há necessidade de ser uma habilidade excepcional para que este aluno seja identificado. Essa distinção se torna importante, uma vez que a palavra “superdotado, vem carregada de conotações que nos remetem erroneamente ao super-herói, ao indivíduo com capacidades excepcionais e, portanto, as habilidades raras inexistentes no ser humano comum”. É por esta razão que muitos pesquisadores preferem o uso de termos alternativos, como “talento” ou “altas habilidades”.
São diversas as definições sobre o tema Altas Habilidades/Superdotação. Contudo, as definições possuem diferentes redações, no entanto, são sinônimos, pois, os vários conceitos se fundamentam no fato de as AH/SD serem características individuais as quais ultrapassam os níveis de inteligências ditos comuns.
5.CONSIDERAÇÕES FINAIS
Alunos com características de AH/SD necessitam de apoio para desenvolver suas potencialidades, o que exige o oferecimento de oportunidades para expressar e aprimorar as habilidades. Dentre as várias características que podem ser apresentadas pelos alunos, a superdotação depende da interação entre os seguintes fatores: habilidade acima da média, manifesta precocemente; criatividade que os leva a encontrar novas formas para resolver problemas em sua área de domínio e a insistir por fazer as coisas a seu modo; e motivação intrínseca para dominar sua área de interesse, resultando em uma dedicação extrema. 
Entretanto, essas habilidades não podem se perder durante o processo de escolarização, ao contrário, devem ser enriquecidas, potencializadas, favorecendo ao aluno, mas também ao desenvolvimento do país. Estratégias pedagógicas diversificas, motivadoras, criativas, desafiadoras e instigantes são exigências mínimas para estudantes com AH/SD; porém, cabe ao(s) professor (es) avaliar e planejar atividades condizentes com as habilidades de cada aluno; por este motivo, parceria e colaboração são necessárias para atingir os objetivos.
Sendo assim, para atender as necessidades educacionais destes indivíduos, o professor precisa ser capaz de identificar tais características. Neste sentido, fica claro que a formação docente se faz necessária, contudo, não suficiente, pois existe ainda a demanda por um olhar atento, que leve o professor a conhecer seu aluno, considerar seu contexto e livrar-se das imagens estereotipadas.
Portanto, novas propostas podem ser elucidadas para confirmar o papel do superdotado, pessoas extremamente importantes no âmbito social que contribuem de forma criativa e desafiadora, se lhes forem dadas as ferramentas e suportes adequados.
REFERÊNCIAS
BRASIL. LEI n.º 9394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional.
CUPERTINO, C. M. B. (org.). Um olhar para as altas habilidades: construindo caminhos/Secretaria da Educação. São Paulo: FDE, 2008.
FLEITH, D. de S. (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 1: orientação a professores. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007a.
FLEITH, D. de S. (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação: volume 2: atividades de estimulação de alunos. Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2007b.
GUENTHER, Z. C. Caminhos para desenvolver potencial e talento. Lavras: Ed. UFLA, 2011.
JÚNIOR, João Bezerra da Silva. Descobrindo e desenvolvendo talentos. São Paulo:Allprint,2013.
MAIA-PINTO, R. R; FLETH, D. S. Avaliação das práticas educacionais de um programa de atendimento a alunos superdotados e talentosos. Psicologia Escolar e Educacional. Campinas, SP: ABRAPEE, v. 8, nº. 1, p. 55-66, 2004.
PANCHINIACK, A. R. A. (Org.). Altas habilidades/superdotação: rompendo as barreiras do anonimato. São José: FCEE, 2011
SEVERINO, A. J. Metodologia do Trabalho Científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.
VIRGOLIM, Ângela M. R. Altas Habilidades/Superdotação: encorajando potenciais. Brasília: Ministério da Educação, Secretária de Educação Especial, 2007.
WINNER, Ellen. Crianças Superdotadas: mitos e realidades. Trad. Sandra Costa. Porto Alegre: Artes Médicas, 1998.

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