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Cactáceas Palma forrageira: A princípio era destinada à criação de uma Cochonilha (Dactylopius coccus) capaz de produzir o corante carmim muito utilizado em tecidos, cosméticos e nos alimentos, como por exemplo, na salsicha, no sorvete, no biscoito recheado e em muitos outros. Porém, adaptou-se bem ao semiárido nordestino por apresentar aspectos fisiológicos que permitem seu pleno desenvolvimento em condições adversas. Miúda: uma cactácea que possui uma grande produtividade por hectare, podendo ser plantada de forma adensada. É resistente à uma praga chamada Cochonilha. Possui entorno de 12% de matéria seca, o que equivale à 88% de água, é pobre em proteína (cerca de 4%) e em fibra (cerca de 10%), porém é rica em energia. Essas características as limitam no uso para alimentação animal, pois seu alto teor de água aliado ao alto teor de açúcares e baixo teor de fibra, faz com que acima de 50% dela na dieta, provoque diarreia nos animais. Gigante: seus valores nutritivos são semelhantes ao da palma miúda, seu diferencial é que produz menos por hectare, e é menos resistente à praga, quando comparada com a miúda. Desidratada: sobe para cerca de 20% de proteína. Mandacaru: Possui cerca de 8% de proteína, o que mantém a atividade microbiana do rúmen (o mínimo é 7%). O que dificulta sua oferta aos animais são os acúleos (folhas modificadas, popularmente chamados de espinhos). Uma alternativa para isso, é queimar a quantidade que será fornecida aos animais, possibilitando assim, a ingestão do mandacaru. Outras alternativas parecidas são: facheiro, xique-xique, coroa de frade e outros. Lenhosas Árvores da caatinga ou litoral que podem servir de alimento para os animais. A vantagem é que podemos maneja-las para que não virem árvores, cortando seu meristema apical, fazendo com que elas perfilhem para a lateral, fechando a área com galhos finos e cheios de folhas (local dos nutrientes), aumentando a produção de massa verde. Por possuírem muita fibra, é destinado principalmente para ruminantes, produzindo feno e silagem, por exemplo, ou ofertada in natura. Exemplo de forrageiras lenhosas: leucena, algaroba, gliricídia, erva-sal, camaratuba, flor de seda, nim, entre outras. Fatores anti-nutricionais Compostos cianogênicos: encontrado em plantas cianogênicas, aquelas que contém o princípio ativo do ácido cianídrico. São altamente ligados aos carboidratos, e por isso recebem o nome de glicosídeos cianogênicos. Linamarina e lotaustralina são encontradas em euforbiáceas, como na mandioca brava e maniçoba. Quanto mais nova forem as plantas, maior será a concentração desses glicosídeos, pois localizam- se nos vacúolos das células, sendo liberados quando essas células vegetais são quebradas (na mastigação do animal, por exemplo). Identificação de alimentos No citoplasma há uma enzima chamada beta- glicosidase e quando ocorre a quebra da célula, os glicosídeos entram em contato com essa enzima, gerando o ácido cianídrico, tóxico para os animais. Um ponto positivo é que esse ácido é volátil, então basta deixar o alimento exposto ao sol durante algumas horas e após isso, já é possível ofertar aos animais. Caso ofertado de maneira errada e de forma acumulativa, pode afetar o sistema nervoso central, causar tremores musculares, sérias lesões no fígado, falta de oxigênio sanguíneo, degeneração cerebral. Para tratar no início dos sintomas, é necessário utilizar uma solução aquosa de tiossulfato de sódio à 20%, com dosagem de 50ml para cada 100kg de peso vivo e aplicação endovenosa. Lembrando que se for feito feno ou a silagem a partir de plantas que possuem o ácido cianídrico, não há perigo de intoxicação, pois será ofertado ao animal após o processo de confecção (do feno ou dá silagem). O problema é os animais consumirem uma grande quantidade in natura. Tanino: encontradas na maioria das leguminosas, é uma proteção natural das plantas, contra animais, fungos e bactérias. É um composto fenólico, com elevada capacidade de complexação com proteínas (através das pontes de hidrogênio) e carboidratos (principalmente com a celulose, m-celulose e pectina, encontrados nas paredes celulares dos vegetais), que diminuem a degradação desses componentes, diminui também o aproveitamento dos compostos celulares (amido e açúcar), de tal forma que se agrupa com os componentes da parede celular, impedindo a digestão desses amidos e açúcares. Não é um composto tóxico e sim antinutricional, ao invés de fazer mal diretamente ao hospedeiro, impede o aproveitamento dos nutrientes ingeridos pelo hospedeiro. Na silagem, plantas com alto teor de tanino são indesejáveis, pois os microrganismos desejáveis em uma silagem são os lactobacilos, responsáveis por conservar os nutrientes através da fermentação lática. O substrato (alimento) dessas bactérias são os amidos e principalmente os açúcares, e com a presença do tanino esses componentes ficam retidos nas células, impedindo que os lactobacilos se alimentem e se desenvolvam, e não se desenvolvendo, não há a geração de ácido lático, sem ácido lático o pH não diminui de 5 (abaixo de 5 somente as bactérias láticas sobrevivem, por isso é ideal para conservar a silagem), deixando um ambiente propício para os organismos deterioradores da silagem se desenvolverem e estragarem a silagem. Sojina: proteína com princípio tóxico, encontrado na soja crua, que causa sérios problemas para não ruminantes. No caso de ruminantes, as bactérias proteolíticas conseguem desativar essa proteína, por isso que não há problema para esses animais. Porém, mesmo não tendo problema com a proteína, os ruminantes não podem consumir à vontade, devido a quantidade de óleo, pois para ruminantes há um limite de cerca de 8% de gordura, acima disso provoca a morte da maioria das bactérias do rúmen e também impede a degradação dos alimentos, devido a dificuldade da bactéria em se fixar nos alimentos e digeri-los. O principal alvo dessa toxina é o pâncreas, causando hipertrofia pancreática, ou seja, ele expande. Isso acontece porque a sojina é inibidora da tripicina, uma enzima secretada pelo pâncreas e responsável por digerir proteínas. Quando há presença de sojina, quanto mais o pâncreas produz enzimas proteolíticas, mais ela inibe, causando a hipertrofia. Para utilizar o grão da soja na alimentação de não ruminantes, é necessário tostar o alimento, antes de ofertar aos animais.
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