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Nicoly Ferreira - P4 Estímulos sensoriais após o nascimento geram memória. Em um evento traumático, o momento após o acontecimento é de extrema importância em relação às consequências psíquicas na faixa etária pediátrica. Aspectos psicossociais: dor, medo, estresse → Estudos mostram que crianças ou irmãos de crianças vítimas de traumas multissistêmicos se tornam adultos incapazes de tomar grandes decisões Fisiologia infantil: - Esqueleto não completamente calcificado, garante certa “elasticidade” e menor índice de fraturas - Incapacidade de absorver forças cinéticas - Distúrbios internos com lesões externa mínimas - Crianças demoram maior faixa de tempo para descompensar - A qualidade do atendimento é primordial na determinação do desfecho - O exame primário (ABCDE) permite a identificação de lesões potencialmente fatais Principais causas do óbito: 1. Hipóxia - Pulmão em desenvolvimento e metabolismo superior ao adulto) - Garantir permeabilidade das vias aéreas - A permeabilidade não exclui a necessidade de oxigênio suplementar e ventilação assistida (deve ser oferecida a todo paciente de trauma) - Deterioração rápida: taquipnéia → fadiga muscular → apneia - Ventilação superficial → volume corrente inferior ao que preenche o espaço morto anatômico → hipóxia celular 2. Hemorragia maciça (apesar da maior estabilidade hemodinâmica) 3. TCE Outras considerações: - Menor calibre do sistema vascular (acessos venosos). Catecolaminas liberadas no trauma fisiologicamente já irão causar vasoconstrição - Características anatômicas das vias aéreas - Equipamentos de tamanhos adequados A (via aérea) - Estabelecer via aérea pérvia - A falta de oxigenação é a causa mais comum de PCR o público infantil Anatomia infantil Quanto menor a idade, maior a desproporção entre tamanho do crânio e da face, de modo que ao serem colocadas em pranchas, crianças podem estabelecer flexão passiva cervical e prejudicar permeabilidade da via aérea. Assim, antes do rolamento, deve-se posicionar na prancha um coxim da largura dos ombros que se estende até o quadril (3-5 cm de espessura). Posiciona-se a cabeça para fora do coxim e assim permanece em mesmo plano com corpo (neutro) Cuidado: hiperflexão de C5-C6 e hiperextensão C1-C2 B (vias aéreas) Vias aéreas superiores - Bebês têm respiração predominantemente nasal, de modo que uma obstrução pode ser fatal - Glote é mais alta em crianças - Ubula e epiglote são mais próximas Obs: abaixo de 10 anos a intubação é feita com mecanismos sem Cuff (balonete) A laringe adulta é cilíndrica, ao passo que a laringe de crianças tem formato de cone (funil) e a anatomia por si posiciona o tubo, de modo que a região mais estreita é a região subglótica, onde se realiza cricotireoidostomia A região subglótica também justifica o porque não realizar circo cirúrgica em crianças menores de 10 anos, devendo ser realizada a crico por punção por 30-40 minutos e após esse tempo realizar uma traqueostomia Outros sinais em crianças com dificuldade de ventilação: - Balanço da cabeça - Respiração difícil e grunhido Nicoly Ferreira - P4 - Batimento de asa de nariz - Estridor ou ronco - Tiragem intercostal - Uso de musculatura acessória - Distensão abdominal quando tórax retrai - Cianose como sinal tardio da insuficiência respiratória - Diminuição da frequência ventilatória (fadiga muscular e exaustão) - Utilizar oxímetro de pulso como auxílio (saturação deve ser >95%) Cuidado: - Natureza frágil da árvore traqueo-brônquica - Imaturidade alveolar - Máscara pediátrica → limita a pressão na via aérea (força exercida pode ativar reflexo óculo cardíaco e consequente bradipneia, além de distensão gástrica) Pneumotórax hipertensivo na criança - Condutas de diagnóstico e tratamento são iguais as impostas no adulto - Distensão de veias jugulares e desvio de traqueia podem ser sinais tardios escondidos pelo colar cervical - Descompressão por agulha: jelco 14 no 5º espaço intercostal na linha axilar média - A descompressão é mais rapidamente efetiva na criança do que no adulto Frequência respiratória ● RN - 6 semanas: 30/40 irpm ● 7 semanas - 6 anos: 20/30 irpm ● 6 anos - 16 anos: 12/20 irpm C (circulação) O trauma geralmente causa perdas sanguíneas significativas, como a criança tem mecanismos fisiológicos para hemostasia bem desenvolvidos, sinais vitais podem permanecer inalterados mesmo em situação de choque - Taquicardia e má perfusão de pele: sinais precoces de hipovolemia - Presença de sinais de choque: uma única aferição da PA e da FC não reflete estabilidade fisiológica (necessidade de monitoramento) → Verificação dos sinais vitais pediátricos (estimação) - Peso: 8 + 2x idade (em anos) - PAS: 70 mmHg + 2x idade (em anos) - VES (volume estimado de sangue): 80ml x peso (em kg) Causas mais comuns de hipotensão na criança: - Sangramento externo - Ferimento torácico - Lesão intra-abdominal - Deve-se monitorar cuidadosamente FC, FV e nível de consciência - Sinais de choque após perda de 30% do sangue total - Compensação do choque: aumento da RVP, aumento do enchimento capilar, pele pálida, redução do pulso e da temperatura das extremidades Acesso venoso - Idealmente, deve ser obtido dentro da ambulância em direção ao hospital apropriado mais próximo - Após duas tentativas falhas de acesso venoso periférico, realizar punção intraóssea Veia central (subclávia ou jugular interna) só é realizada em ambiente intra hospitalar Reanimação volêmica - Soluções a 39ºC - Realizar 20ml/kg de solução salina cristalóide aquecida - Pode ser necessário repetir três vezes a infusão (regra de 3:1 e ⅔ após a primeira hora passa para o espaço intersticial) - Após 3 infusões de soro sem melhora concisa, considerar centração de hemácias → Cuidado em hiperidratação iatrogênica que pode causar, por exemplo, edema cerebral D (avaliação neurológica) - Prognóstico melhor que em adultos (fontanelas abertas suportam, por exemplo, melhor condições de edema cerebral e TCE) - Crianças em idade inferior a três anos podem apresentar prognóstico pior - Mais susceptíveis aos efeitos das lesões secundárias (hipovolemia, hipóxia, convulsões, hipertermia) - Hipovolemia associada a hipoxemia é devastadora para o cérebro - Lactente (menos de 1 ano): hipovolemia por hematoma subgaleal ou epidural causa potencial risco de morte por descompensação - Escores na ECG - Reação pupilar - Resposta a estímulo sensitivo - Função motora Obs: abaixo de 4 anos de idade a resposta verbal sofre alterações na pontuação: Nicoly Ferreira - P4 - Fontanelas abertas tornam o lactente mais tolerante a lesões cranianas expansivas, o que torna o quadro mascarado e pode levar à descompensação sem causa aparente - Fontanela abaulada ou diástase (afastamento) de linha de sutura indicam lesão grave - Intervalo lúcido prolongado Trauma raquimedular - Analisar história e cinética do trauma - Estabilização manual + colocação de colar cervical de tamanho apropriado + imobilização em prancha rígida - Colocação de coxim sob o tronco em crianças com desproporção entre crânio e face - Acolchoamento lateral para evitar movimentações pós imobilização em prancha - A imobilização de crianças pode ser feita n o bebe-conforto do carro E (exposição/ambiente) - Procurar por outras lesões escondidas -Crianças são mais propensas a hipotermia (fazer aquecimento) - Termogênese sem tremor abaixo de 2 anos de idade, já que se utiliza da gordura marrom - Gordura marrom corresponde a 2% do peso do RN (principal mecanismo de produção de calor até os 2 anos de vida) - Tremor muscular por frio (principal produtor de calor acima de 2 anos) → tremores musculares aumentam o consumo de oxigênio em até 600% - Crianças são mais susceptíveis a hipotermia do que adultos A hipotermia deve ser combatida, tendo em vista que: - Altera coagulação (desnaturação de proteínas) - Aumento do consumo de O2 - Alteração das funções cardíacas Traumas de extremidades - Crianças suportam mais forças deformantes - Lesões primárias de articulações são incomuns - Lesão em placas de crescimento tem repercussõesmais graves - Considerar lesões vasculares na ausência de pulso distal - Não se distrair com deformidades (retira a atenção de lesões com risco de morte) - Hemorragias não controladas são a única condição ameaçadora associadas a lesões de trauma de extremidades Tratamento da dor - Tratar no pré-hospitalar - Indicações de analgesia: lesão de membro isolado e suspeita de fratura de coluna vertebral - Pequenas doses de morfina ou fentanil IV - Monitorar para evitar depressão respiratória - Contraindicação para benzodiazepínicos para tratar dor (sedativos) Paciente agressivo e não colaborativo ● 1º hipótese: hipóxia ● 2º hipótese: dor Transporte em traumas pediátricos - Após uma triagem devidamente bem executada - 80% das mortes acontecem no momento do transporte e a grande maioria é evitável - Deve-se realizar um transporte rápido - Caso o centro de trauma pediátrico seja a uma distância muito grande, deve-se direcionar o paciente ao centro de trauma adulto para primeiro atendimento (estabilização) - Transporte aéreo deve ser considerado a depender da avaliação primária
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