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Nutrição e Dietética UNIP - 2º semestre Dietética é a ciência de alimentar corretamente indivíduos e coletividades sadias. Consiste na aplicação da ciência da nutrição no planejamento e preparação e avaliação de refeições adequadas às características biológicas, socioeconômicas, culturais e psicológicas dos indivíduos. * Quando a dietética cuida da alimentação de indivíduos ou coletividades enfermas, chamamos dietoterapia. Pirâmide alimentar brasileira A nova pirâmide alimentar propôs a diminuição de calorias (de 2.500 para 2.000 calorias diárias) e diminuição do tempo entre as refeições e ainda inclui o encorajamento à realização de 30 minutos diários de atividade física. - carboidratos: 6 porções - verduras e legumes: 3 porções - frutas: 3 porções - leite e derivados: 3 porções - carne e ovos: uma porção - leguminosas e oleaginosas: 1 porção - óleos e gorduras: 1 porção - açucares e doces: consumo moderado limitado a uma porção diária -Em 1999 foi homologada e integrada à Política Nacional de Saúde a Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN), As diretrizes alimentares oficiais para nossa população do PNAN estão incorporadas no Guia alimentar para a população brasileira. 1 Macronutrientes Os macronutrientes, compostos por carboidratos, proteínas e gorduras, são aqueles que nos fornecem energia. Micronutrientes Os micronutrientes, compostos por vitaminas e minerais, são essenciais para o perfeito funcionamento e manutenção do nosso organismo. Metabolismo - Metabolismo é o conjunto de reações químicas responsáveis pelos processos de síntese das células, que lhes permitem se manterem vivas, crescerem e se dividirem, e de degradação dos nutrientes nas células. - todos os processos bioquímicos de construção e quebra de moléculas que ocorrem nos organismos. - O catabolismo é um conjunto de reações enzimáticas de degradação de compostos grandes ou de alto peso molecular, em unidades pequenas, fazendo que libere energia, sendo a maior parte na forma de moléculas de alta energia (ATP), para utilização pelo organismo. Um exemplo de catabolismo é a quebra da glicose e de proteínas para gerar força física. - O anabolismo é um conjunto de reações enzimáticas de síntese de compostos orgânicos de peso molecular mais alto a partir de moléculas simples. Nesse processo, há consumo de energia que está armazenada na molécula de ATP. Como exemplo, temos a síntese de proteínas a partir dos aminoácidos. Necessidades nutricionais -As necessidades nutricionais são as quantidades de energia e de nutrientes biodisponíveis nos alimentos que o indivíduo deve ingerir para satisfazer todas as suas necessidades. - Biodisponibilidade do nutriente é a proporção do nutriente contido em um alimento passível de ser digerido, absorvido e utilizado pelo organismo. Calorias - Caloria é a quantidade de calor que o alimento fornece após ser digerido e metabolizado pelo nosso organismo. - A energia de um alimento é representada na forma de calorias (kcal). A caloria é definida como a quantidade de energia necessária para elevar a temperatura de 1 grama de água de 14,5 °C para 15,5 °C. - A caloria de um alimento é medida com uma bomba calorimétrica, que é um equipamento específico que consiste em um recipiente fechado onde coloca-se uma amostra de alimento, já com sua massa medida, inflamada com uma centelha elétrica, que é queimada em uma atmosfera oxigenada. O recipiente é imerso em um volume de água, e o aumento da temperatura da água, após a comida ser inflamada, é utilizado para calcular a energia térmica gerada. - A energia bruta do alimento, obtida pelo calor de combustão no calorímetro, é de: - 4,10 kcal/g para carboidratos - 9,45 kcal/g para gorduras - 5,65 kcal/g para proteínas - 7,10 kcal/g para o álcool. A energia digestível, que é a energia do alimento absorvida após o processo de digestão, é 2 de: - 4,0 kcal/g para carboidratos - 9,0 kcal/g para gorduras - 5,20 kcal/g para proteínas - 7,10 kcal/g para álcool. A energia metabolizável, que representa a diferença entre a energia bruta do alimento e a energia bruta das fezes, urina e gases oriundos da digestão, é de - 4,0 kcal/g para carboidratos - 9,0 kcal/g para gorduras - 4,0 kcal/g para proteínas - 7,0 kcal/g para álcool. Leis da alimentação ou leis de Escudero - A primeira lei é a da quantidade, que corresponde ao total de calorias e de nutrientes consumidos e que deve suprir as necessidades do indivíduo. Orienta atentar para excessos e restrições alimentares, pois ambas as situações são prejudiciais ao organismo. - A lei da qualidade trata dos nutrientes necessários ao indivíduo. Uma alimentação completa inclui todos as substâncias para a formação e manutenção do organismo. As refeições devem ser variadas, para o bom funcionamento do corpo, contemplando todos os grupos de nutrientes. - A lei da harmonia é representada pela proporção e distribuição entre os nutrientes, resultando no equilíbrio entre eles. Estes devem se encontrar em proporções adequadamente equilibradas nas refeições para que o nosso organismo consiga aproveitá- los, uma vez que as substâncias não agem sozinhas, e sim em conjunto. - E, por fim, a lei da adequação sugere que a alimentação deve se adequar às necessidades do organismo de cada indivíduo e às particularidades e especificidades de quem está consumindo. Fatores que resultam em diferentes necessidades nutricionais, como diferentes ciclos da vida, estado fisiológic e de saúde, hábitos alimentares e condições socioeconômicas e culturais, devem ser considerados. Ingestão dietética de referência (dietary reference intakes/DRI) - As DRIs vêm sendo publicadas desde 1997 por comitês de especialistas organizados entre o Institute of Medicine, norte-americano, e a agência Health Canada, na forma de relatórios parciais que são formados pela revisão dos valores de recomendação de ingestão de nutrientes e energia adotados pelos Estados Unidos e Canadá. - Essas publicações substituem as versões anteriores da RDA. - Esse conjunto de publicações apresenta um novo sistema de aplicação das quatro categorias de valores de referência para avaliação e planejamento de consumo, rotulagem e fortificação de alimentos. - Os novos conceitos de referências foram elaborados a partir da preocupação sobre o aumento do risco de desenvolvimento de doenças crônicas não transmissíveis, provocado pela alimentação inadequada, seja por excessos ou por carências de nutrientes. - As DRIs surgiram para atender às preocupações em relação ao uso indiscriminado e inadequado de suplementos nutricionais e pela crescente prática de fortificação dos 3 alimentos. - Essas recomendacoes foram estabelecidas para as populacoes dos Estados Unidos e do Canada. Para sua aplicacao na populacao brasileira deve-se considerar os dados de ingestao dietetica com seu erro associado. Ingestão dietética recomendada (recommended dietary allowance/RDA) A RDA é a média de ingestão do nutriente estimada para atender a necessidade de 97%-98% de indivíduos de um grupo de determinada faixa etária e gênero. Necessidade média estimada (estimated average requirement/EAR) Esse valor de referência é a necessidade média estimada de ingestão diária de um nutriente do qual se espera atender as necessidades de 50% dos indivíduos de um grupo de faixa etária e sexo. Ingestão adequada (adequate intake/AI) A AI é o valor de consumo recomendável ou ingestão adequada de um determinado nutriente baseado em estimativas de ingestão de nutrientes para grupos de pessoas sadias. É utilizado para estabelecer quantidades de nutrientes que parecem reduzir o risco de doenças. Deve ser usada como meta de consumo de nutrientes na prescrição da dieta para indivíduos saudáveis. Limite superior tolerável de ingestão (tolerable upper intake level/UL) A UL é o nível mais alto de ingestão diária de nutrientes isento de riscos de efeitos adversos à saúde em quase todos os indivíduos de um estágio de vida ou sexo. Resumo: - os valoresde RDA e AI podem ser considerados metas de ingestão de um determinado nutriente - os valores de EAR e UL são utilizados para avaliação de dietas. Se a ingestão alimentar estiver abaixo de EAR e acima de UL, há grande probabilidade de inadequação e de efeitos colaterais. - O consumo de nutrientes por indivíduos saudáveis, em níveis superiores às RDAs ou AIs, não traz benefícios à saúde. Necessidade energética É a quantidade de energia, na forma de calorias (kcal), necessária para o crescimento e a manutenção das funções vitais de um indivíduo de acordo com sua idade, sexo, massa corporal,estatura e grau de atividade física. Os três componentes que formam o gasto energético total (GET) diário de uma pessoa são: - o gasto energético basal (GEB) ou taxa de metabolismo basal (TMB), - o efeito térmico do alimento (ETA) e a - termogênese por atividade (TA). O GEB corresponde à quantidade de energia (calorias) que seu organismo gasta em repouso para manter as funções vitais em 24 horas, O ETA é o gasto energético associado a consumo, digestão e absorção de alimentos e é responsável por aproximadamente 10% do GET. 4 A TA é a energia gasta durante as atividades da vida cotidiana, e também a energia gasta durante a prática de esportes ou exercícios de preparo físico. Estimativa do GEB Equações de Harris Benedict Homens: 66 + (13,7 × peso) + (5 × estatura) - (6,8 × idade) Mulheres: 655 + (9,6 × peso) + (1,8 × estatura) - (4,7 × idade) Onde: • peso = kg; • estatura = centímetros; • idade = anos. Equações de Mifflin-St. Jeor Homens: kcal/dia = 10 (massa corporal) + 6,25 (estatura) - 5 (idade) + 5 Mulheres: kcal/dia = 10 (massa corporal) + 6,25 (estatura) - 5 (idade) + 161 Onde: • massa corporal = massa corporal real do corpo em quilogramas; • estatura = centímetros; • idade = anos. IMC – Índice de massa corporal; NEE – necessidade energética estimada; AF – atividade física; GAF – grau de atividade física; GET – gasto total de energia. O NEE é a ingestão dietética média prevista para manter o equilíbrio energético em um adulto saudável de determinada idade, sexo, massa corporal, estatura e grau de atividade física compatível com uma boa saúde. GAF é o grau de atividade física que é a razão entre o gasto energético total e o gasto energético basal. GET é a soma do gasto energético em repouso, a energia gasta em atividades físicas e o efeito térmico do alimento. IMC é determinado dividindo a massa corporal (em quilogramas) pelo quadrado da estatura (em metros). Equivalentes metabólicos (METs) são unidades de medida que correspondem ao gasto metabólico de um indivíduo durante atividades físicas de intensidades variadas e que são expressas como múltiplos do GEB. Exemplo: um adulto que pesa 89 kg e caminha moderadamente a um passo de 6,4 km/h (que equivale a um valor de MET de 4,5) gastaria 400 calorias em 1 hora (4,5 kcal × 89 kg × 1 = 400). Resumo feito por: Carolina Flores Quintanilha, estudante de Nutrição na UNIP Instagram: @ca.estudantedenutri 5
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