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Anatomia e Fisiologia do Sistema Digestorio

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Anatomia e Fisiologia 
do Sistema Digestorio 
O sistema digestório é um sistema tubular que 
se estende da boca ao anus e possui intima 
relação com o sistema cardiovascular. Sendo 
este sistema composto por 2 grupos: 
 Canal alimentar: boca, faringe, 
estômago, esôfago, intestino grosso e 
intestino delgado. 
 Órgãos acessórios: dentes, língua, 
glândulas salivares, fígado, vesícula 
biliar e o pâncreas. 
FUNÇÕES DO SISTEMA DIGESTÓRIO 
1. Ingestão 
2. Secreção 
3. Mistura e propulsão (contração muscular) 
4. Digestão 
5. Absorção (sangue e linfa) 
6. Defecação 
 
Os órgãos que liberam enzimas digestórias 
são: glândulas salivares, língua, estômago, 
pâncreas e intestino grosso. A maioria das 
substâncias necessitam dessas enzimas para 
serem absorvidas, exceto água, colesterol, íons 
e vitaminas. 
PAREDE DO CANAL ALIMENTAR 
Da parte inferior do esôfago até o ânus o canal 
alimentar possui o mesmo arranjo de tecidos, 
da profunda para a superficial: túnica mucosa, 
tela submucosa, muscular e a túnica 
serosa/adventícia. 
*esôfago não possui túnica serosa, apenas 
túnica adventícia. 
 TÚNICA MUCOSA: revestimento interno 
do canal alimentar composta por: 
epitélio, lâmina própria (absorção de 
nutrientes – muitos vasos sanguíneos e 
linfático e linfonodos MALT) e fina 
camada de músculo liso (forma pregas 
que aumenta superfície de contato). 
 Na boca, faringe, esôfago e canal 
anal tem-se o epitélio escamoso 
estratificado queratinizado que 
tem função protetora. 
 No estômago e instestinos o 
epitélio é colunar simples que 
atua na secreção e absorção. 
Tem mais MALT nas tonsilas, intestino 
delgado, apêndice e intestino grosso. 
 TELA SUBMUCOSA: é um tecido que liga 
a túnica mucosa a muscular. É rica em 
vasos sanguíneos e linfáticos 
participando assim da absorção das 
moléculas. Nela também está o plexo 
submucoso. 
 TÚNICA MUSCULAR: 
 Na boca, faringe, parte superior 
e média do esôfago, e esfíncter 
externo do ânus são compostos 
de músculo esquelético que 
possibilitada a contração 
voluntária. 
 O restante, contém músculo liso 
permitindo a contração 
involuntária. Essa túnica é 
dividida em duas lâminas: 
camada interna de fibras 
circulares e externa de fibras 
longitudinais. Entre essas 
camadas fica o plexo 
mientérico. 
 TÚNICA SEROSA (PERITÔNIO 
VISCERAL): formada por tecido 
conjuntivo areolar (túnica adventícia) e 
epitélio escamoso simples. Reveste 
externamente o órgão. 
 
 
SISTEMA NERVOSO ENTÉRICO 
Organizado em 2 plexos: 
1. Plexo mioentérico (Plexo de Auerbach): 
controla motilidade do canal alimentar 
(frequência e força da contração). 
2. Plexo submucosa: controla a secreção. 
O sistema nervoso entérico contém dois tipos 
de receptores no tecido do canal: 
1. Quimiorreceptores: respondem a 
produtos químicos dos alimentos. 
2. Mecanorreceptores: responde a ações 
de estiramento (alimente distende) 
Ainda, o SNE possui regulação de neurônio 
do sistema nervoso autônomo (simpático e 
parassimpático) principalmente pelo nervo 
vago (NC X): 
 Neurônios simpáticos: causam 
diminuição na secreção e motilidade GI 
por meio da inibição dos neurônios do 
SNE. 
 Neurônios parassimpáticos: aumenta a 
secreção e motilidade. 
PERITÔNIO 
É a maior túnica serosa do corpo, sendo 
dividido em: 
 Peritônio visceral: reveste alguns órgãos 
da cavidade. 
 Peritônio parietal: reveste a parede da 
cavidade abdominal. 
Entre os dois peritônios existe uma cavidade 
(cavidade peritoneal) que possui um líquido 
seroso lubrificante. 
 
 
 
 
 
 
 
Existem órgãos que só são revestidos 
anteriormente pelo peritônio (estão fora da 
cavidade peritoneal) sendo eles 
RETROPERITONEAIS: rins, colos ascendentes e 
descendentes do intestino grosso, duodeno e 
pâncreas. 
Há 5 PREGAS PERITONEAIS: omento maior, 
ligamento falciforme, omento menor, 
mesentério e mesocolo: 
 OMENTO MAIOR: é rico de tecido 
adiposo, reveste o colo transverso e as 
serpentinas do intestino delgado. 
 LIGAMENTO FALCIFORME: liga o Fígado 
à parede abdominal anterior e 
diafragma. 
 OMENTO MENOR: conecta o estômago 
e duodeno ao fígado (caminho dos 
vasos sanguíneos). 
 MESENTÉRIO: liga o jejuno e íleo à 
parede posterior do abdominal. 
 MESOCOLO: liga o colo transverso e o 
colo sigmoide à parede posterior do 
abdome. 
BOCA – CAVIDADE ORAL 
Formada pelas bochechas, palatos duro e 
mole, e língua. 
 
 
 
 
 
 
GLANDULAS SALIVARES 
A saliva lubrifica e dissolve os alimentos e 
começa a decomposição química de 
carboidratos e lipídios. Glândulas maiores: 
glândulas parótidas, glândulas 
submandibulares, glândulas sublinguais. 
 
DENTES 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NA BOCA 
Na boca, ocorre digestão mecânica, através dos 
músculos e dentes, e também a digestão 
química devido a presença de duas enzimas: a 
amilase salivar que inicia a quebra dos 
carboidratos e a lipase lingual que fica ativa no 
estômago (ambiente ácido) e auxilia na quebra 
dos triglicerídeos. 
FARINGE 
A faringe é um tubo afunilado que vai dos 
cóanos ao esôfago posteriormente e 
anteriormente à laringe. Contrações 
musculares nessa região auxiliam na deglutição 
do bolo alimentar para o esôfago. 
ESÔFAGO 
Perfura o diafragma através de uma abertura 
chamada de hiato esofágico. A túnica muscular 
do 1/3 superior é músculo esquelético, 1/3 
médio músculo esquelético e liso e 1/3 
inferior de músculo liso. Nas extremidades 
existem dois esfíncteres: o EESuperior controla 
a movimentação do alimento do esôfago para 
a faringe e o ESInferior controla o movimento 
do alimento entre o esôfago e o estômago. 
É uma estrutura que secreta muco e transporta 
os alimentos para o estômago, não produzindo 
enzimas nem realiza absorção. O muco 
produzido pelas glândulas esofágicas lubrifica 
o bolo alimentar e reduz o atrito. 
DEGLUTIÇÃO 
A deglutição ocorre em 3 fases: 
1. FASE VOLUNTÁRIA: bolo alimentar é 
passado para a parte oral da faringe. 
2. FASE FARÍNGEA: passagem involuntária 
do bolo alimentar pala faringe até o 
esôfago. 
3. FASE ESOFÁGICA: passagem 
involuntária do bolo alimentar através 
do esôfago até o estômago. 
 
 
KKKK 
 
 
 
 
 
ESÔFAGO 
Funciona como uma câmera de mistura e 
reservatório de retenção. Na lâmina própria as 
células epiteliais formam glândulas gástricas 
que se abrem nos canais chamados de criptas 
gástricas. 
 
FUNÇÕES DO ESTÔMAGO 
1. Mistura a saliva, os alimentos e o suco gástrico 
para formar o quimo. 
2. Serve como reservatório para o alimento antes 
da liberação para o intestino delgado. 
3. Secreta suco gástrico, que contém HCl (mata 
bactérias e desnatura proteínas), pepsina 
(começa a digestão de proteínas), fator 
intrínseco (auxilia na absorção de vitamina 
B12) e lipase gástrica (auxilia na digestão de 
triglicerídios). 
4. Secreta gastrina no sangue 
 
 
 
 
As glândulas gástricas possuem alguns tipos de 
células: 
1. Células mucosas do colo: secretam 
muco. 
2. Células principais gástricas: secretam 
pepsinogênio e lípase gástrica. 
3. Células parietais: produzem fator 
intrínseco e ácido clorídrico. 
4. Célula secretora de gastrina: localizada 
mais no antro pilórico e secreta gastrina 
na circulação. 
DIGESTÃO MECÂNICA E QUÍMICA NO 
ESTÔMAGO 
 Ondas de peristaltismo (propulsão - 
retropulsão). 
 Forma-se o quimo. 
 Após as partículas ficarem em um 
tamanho pequeno possível de passagem 
no piloro, ocorre o esvaziamento 
gástrico (processo lento); 
 Apesar das células parietais liberarem 
H+ e Cl- separadamente existe uma 
bomba de prótons que unem esses íons 
formando o HCL. 
 Quem estimula a liberação de HCL? 
Acetilcolina (SN), histamina e gastrina. 
O HCL consegue desnaturar parcialmente as 
proteína e libera enzimas que excita a liberação 
do suco pancreático e promovem o fluxo da 
bile (no duodeno).A única enzima que digere 
proteína no estômago é a pepsina. A lípase 
gástrica também ajuda a clivar os triglicerídeos 
em ácido graxos e monoglicerídeos. 
 Apenas uma PEQUENA parte de 
nutrientes é absorvida no estômago, 
porque suas células, em maior parte, 
são impermeáveis as substâncias. 
 A presença de gordura retarda ainda 
mais o esvaziamento gástrico. Tempo 
de esvaziamento: gordura > proteína > 
carboidrato. 
 
PÂNCREAS 
A digestão química no intestino delgado 
depende da atividade do pâncreas, do fígado e 
da vesícula biliar. 
O pâncreas é uma glândula retroperitoneal que 
está posterior à curvatura maior do estômago. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Está ligado ao duodeno por 2 ductos. 
 
*Esfíncter de Oddi. 
COMPOSIÇÃO E FUNÇÃO DO SUCO 
PANCREÁTICO 
O suco pancreático é composto de água, alguns 
sais, bicarbonato de sódio e várias enzimas. O 
bicarbonato deixa o suco básico, o que 
tampona o suco gástrico no quimo, interrompe 
a ação da pepsina e cria o pH adequado para 
ação das enzimas. As enzimas são: amilase 
pancreática, tripsina, quimotripsina, 
carboxipeptidase, elastase, lípase pancreática, 
ribonuclease e desoxirribonuclease. Essas 
enzimas aparecem no intestino na forma 
inativada, para que não digiram o pâncreas. 
Logo, a tripsina chega como tripsinogênico que 
em contato com a enteroquinase se torna 
tripsina e essa tripsina vai agir sobre as outras 
enzimas ativando-as. 
FÍGADO E VESÍCULA BILIAR 
Ocupa a maior parte do hipocôndrio direito. O 
fígado é dividido, pelo ligamento falciforme, 
em dois lobos principais: 
 Lobo hepático direito grande: Embora 
muitos anatomistas considerem que o 
lobo direito inclui o lobo quadrado 
inferior e o lobo caudado posterior, de 
acordo com a morfologia interna 
(principalmente a distribuição dos vasos 
sanguíneos), os lobos quadrado e 
caudado mais apropriadamente 
pertencem ao lobo hepático esquerdo. 
 Lobo hepático esquerdo menor. 
 
 
Histologicamente o fígado é composto por: 
 Hepatócitos: produzem e secretam a 
bile para os canalículos. 
 Canalículos de bile: dos canalículos a 
bile passa para os dúctulos biliares e 
logo para os ductos biliares. Os ductos 
biliares formam o ductos hepáticos 
esquerdo e direito que saem do fígado 
como ducto hepático comum. Este se 
junta ao ducto cístico para formar o 
ducto colédoco. Por este a bile entra no 
duodeno. 
 Sinusoides hepáticos: são capilares 
sanguíneo que entregam o sangue a veis 
hepáticas que drenam para veia cava 
inferior. 
 
Juntos, o ducto biliar, um ramo da artéria 
hepática e um ramo da veia hepática são 
chamados TRÍADE PORTAL. 
 No sinusóides hepáticos, os hepatócitos 
absorvem oxigênio, nutrientes e algumas 
substâncias tóxicas. 
 
As funções da vesícula biliar são armazenar e 
concentrar a bile produzida pelo fígado até 
que o intestino delgado necessite. 
A bile é um produto de excreção e uma 
secreção digestória. Os sais biliares: sais de 
sódio e de potássio agem emulsificando 
grandes particular de lipídios. 
O principal pigmento da bile é a bilirrubina que 
é originada da degradação de hemácias 
envelhecidas (heme). A bilirrubina é secretada 
na bile e decomposta no intestino formando, 
dentre outros, a estercobilina que dá as fezes 
sua coloração marrom normal. 
OUTRAS FUNÇÕES DO FÍGADO 
 Metabolismo de carboidratos: regula 
glicose sanguínea. 
 Metabolismo de lipídeos: armazena 
triglicerídeos, utiliza colesterol para 
produzir sais biliares. 
 Metabolismo de proteínas: desaminam 
os aminoácidos, permitindo que eles 
participem da formação de ATP ou 
sejam convertidos em carbo ou 
gordura. 
 Processa fármacos e hormônios. 
 Excreta bilirrubina. 
 Síntese de sais biliares. 
 Armazenamento de vitaminas, 
minerais, ativação de vit. D. 
 
INTESTINO DELGADO 
Local onde ocorre a maior parte da digestão e 
absorção de nutrientes. Logo, para que ocorra 
esses mecanismos, o tecido é adaptado a isso 
tendo muita pregas, vilosidade e 
microvilosidades. 
Ele é dividido em 3 regiões: duodeno, jejuno e 
íleo. O duodeno é a parte mais curta e 
retroperitoneal. O íleo é a ultima região e a 
maior e se junta ao intestino grosso por meio 
de um esfíncter de músculo liso chamado óstio 
ileal. 
FUNÇÕES 
1. As segmentações misturam o quimo com os 
sucos digestórios e colocam a comida em 
contato com a túnica mucosa para a absorção; 
o peristaltismo impulsiona o quimo ao longo 
do intestino delgado. 
2. Completa a digestão de carboidratos, 
proteínas e lipídios; inicia e completa a 
digestão de ácidos nucleicos. 
3. Absorve aproximadamente 90% da água e dos 
nutrientes que passam pelo sistema 
digestório. 
 
 
A camada epitelial do intestino é do tipo 
colunar simples e contém muitos tipos de 
células: 
 Células absortivas – liberam enzimas e 
possuem microvilosidades. 
 Células caliciformes – secretam muco. 
 Criptas de Lieberkühn: secretam muco 
intestinal e formam glândulas 
intestinais. 
 Células de Paneth: secretam lisozima, 
enzima bactericida, que realiza 
fagocitose. 
 Células enteroendócrinas: 
 Células S: secretam secretina; 
 Células CCK: secretam 
colecistocinina (CCK); 
 Células K: polipeptídio inibidor 
gástrico (PIG). 
A tela submucosa possui glândulas endócrinas 
que secretam muco alcalino que ajuda a 
neutralizar a acidez do quimo. 
As microvilosidades do intestino delgado 
contêm várias enzimas da borda em escova 
que ajudam a digerir os nutrientes 
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PAPEL DO SUCO INTESTINAL E DAS ENZIMAS 
DA BORDA EM ESCOVA 
O suco intestinal é composto de água e muco 
alcalinho. As células absortivas sintetizam 
enzima digestórias (enzimas da borda em 
escova) que se inserem nas microvilosidades. 
Entre as enzimas da borda em escova estão 
quatro enzimas que digerem carboidratos 
chamadas α-dextrinase, maltase, sacarase e 
lactase; enzimas que digerem proteínas 
chamadas peptidases (aminopeptidase e 
dipeptidase); e dois tipos de enzimas 
nucleotídeos, nucleosidades e fofatases. 
DIGESTÃO MECÂNICA NO DELGADO 
Os dois tipos de movimentos do intestino 
delgado – segmentações (são contrações 
localizadas de mistura - elas não empurram o 
conteúdo intestinal ao longo do canal 
alimentar) e um tipo de peristaltismo 
chamado complexo mioelétrico migratório – 
são controlados principalmente pelo plexo 
mioentérico. 
Depois de a maior parte de uma refeição ter 
sido absorvida, o que diminui a distensão da 
parede do intestino delgado, a segmentação 
para e o peristaltismo começa. O tipo de 
peristaltismo que ocorre no intestino delgado, 
denominado complexo mioelétrico migratório 
(CMM), inicia-se na parte inferior do 
estômago e empurra o quimo para a frente ao 
longo de um trecho curto do intestino delgado 
antes de cessar. 
DIGESTÃO QUÍMICA NO DELGADO 
Na boca, a amilase salivar converte o amido 
em maltose, maltotriose, e α-dextrina. 
No estômago, a pepsina converte as proteínas 
em peptídios, e as lipases lingual e gástrica 
convertem alguns triglicerídios em ácidos 
graxos, diglicerídios e monoglicerídios. Assim, o 
quimo que entra no intestino delgado contém 
carboidratos, proteínas e lipídios parcialmente 
digeridos. A conclusão da digestão dos 
carboidratos, proteínas e lipídios é um esforço 
coletivo do suco pancreático, bile e suco 
intestinal no intestino delgado. 
 DIGESTÃO DE CARBOIDRATOS 
A amilase pancreática quebra o restante dos 
carboidratos que já foram fragmentados pela 
amilase salivar. Após ação da amilase, uma 
enzima da borda em escova alfa-dextrinase 
age desencaixando uma unidade de glicose por 
vez. Outras enzimas como sacarase, lactase e 
maltase (TAMBÉM DA BORDA EM ESCOVA) vão 
quebrar a sacarose, lactose e maltose 
ingeridas. 
 DIGESTÃO DAS PROTEÍNAS 
Começa no estômago, mas enzimas do suco 
pancreático (tripsina, quimiotripsina, 
carboxipeptidases e elastase) continuamclivando em peptídeos no delgado. Quem 
completa a digestão das proteínas são duas 
enzimas da borda em escova: aminopeptidases 
e a dipeptidase. 
 DIGESTÃO DE LIPÍDIOS 
Embora parte da digestão de lipídios ocorra no 
estômago pela ação das lipases gástrica e 
lingual, a maior parte da digestão ocorre no 
intestino delgado pela ação da lipase 
pancreática. Os triglicerídios são fragmentados 
pela lipase pancreática em ácidos graxos e 
monoglicerídios. Lembrar que antes de ocorrer 
a digestão, os lipídeos são emulsificados pelos 
sais biliares. 
 DIGESTÃO DOS ÁCIDOS NUCLEICOS 
São digeridos pela ribonuclease e a 
desoxirribonuclease. Os nucleotídios que 
resultam da ação das duas nucleases são 
adicionalmente digeridos por enzimas da 
borda em escova chamadas nucleosidases e 
fosfatase em pentoses, fosfatos e bases 
nitrogenadas. Estes produtos são absorvidos 
via transporte ativo. 
ABSORÇÃO NO DELGADO 
Aproximadamente 90% de toda a absorção de 
nutrientes ocorre no intestino delgado; os 
outros 10% ocorrem no estômago e no 
intestino grosso. 
ABSORÇÃO DE MONOSSACARÍDEOS 
Todos os carboidratos são absorvidos em 
forma de monossacarídeos. Passam do lúmen 
através da membrana apical por difusão 
facilitada ou transporte ativo. A glicose 
depende de dois íons de sódio. Após serem 
absorvidos, entram nos capilares das 
vilosidades. 
ABSORÇÃO DE AMINOÁCIDOS, DIPEPTÍDEOS E 
TRIPEPTÍDEOS 
A maior parte das proteínas é absorvida como 
aminoácidos por meio de um processo de 
transporte ativo que ocorre principalmente no 
duodeno e no jejuno. Tanto os 
monossacarídios quanto os aminoácidos são 
transportados do sangue para o fígado por 
meio do sistema porta hepático. Se não forem 
removidos pelos hepatócitos, eles entram na 
circulação geral. 
ABSORÇÃO DE LIPÍDIOS E SAIS BILIARES 
Todos os lipídios da dieta são absorvidos por 
difusão simples. Através da ação dos sais 
biliares os lipídios são fragmentados e formam 
micelas que se movem do interior do lúmen do 
intestino delgado para a borda em escova das 
células absortivas. 
Uma vez nas células absortivas, os ácidos 
graxos de cadeia longa e monoglicerídios são 
recombinados para formar triglicerídios, que 
se agregam em glóbulos juntamente com os 
fosfolipídios e o colesterol e tornam-se 
revestidos com proteínas (quilomícrons). 
Esses quilomicrons vão deixar as células 
absortivas por meio de exocitose. Por serem 
muito grandes, não conseguem entrar nos 
capilares sanguíneos, logo, entram pelos 
vasos lactíferos e destes vão para o ducto 
torácico por meio da linfa e entram na junção 
entre as veis jugular interna esquerda e 
subclávia esquerda. Durante a passagem nos 
tecidos, esses quilomicrons vão distribuindo 
os triglicerídeos EM FORMA DE ÁCIDOS 
GRAXOS E GLICEROL através da lipoproteína 
lípase. Os ácidos graxos se difundem para os 
hepatócitos e células adiposas e se combinam 
ao glicerol durante a ressíntese dos 
triglicerídios. 
Depois de participar na emulsificação e 
absorção de lipídios, a maior parte dos sais 
biliares é reabsorvida por transporte ativo no 
segmento final do intestino delgado (íleo) e 
devolvida pelo sangue ao fígado pelo sistema 
porta hepático para reciclagem. Este ciclo de 
secreção de sais biliares pelos hepatócitos na 
bile, reabsorção pelo íleo e secreção na bile é 
chamado circulação êntero-hepática. 
ABSORÇÃO DE ELETRÓLITOS 
Muitos dos eletrólitos absorvidos pelo 
intestino delgado são provenientes das 
secreções gastrintestinais, e alguns são parte 
dos alimentos e líquidos ingeridos. A maioria 
dos eletrólitos/íons são absorvidos via 
mecanismos de transporte ativo. 
ABSORÇÃO DE VITAMINAS 
Como você acabou de ver, as vitaminas 
lipossolúveis A, D, E e K são incluídas nas 
micelas com os lipídios dietéticos ingeridos, e 
são absorvidas por difusão simples. A vitamina 
B12, no entanto, combina-se ao fator 
intrínseco produzido pelo estômago, e esta 
combinação é absorvida no íleo por meio de 
um mecanismo de transporte ativo. 
ABSORÇÃO DE ÁGUA 
Toda a absorção de água no canal alimentar 
ocorre via osmose do lúmen dos intestinos . 
Como a água pode atravessar a túnica mucosa 
intestinal em ambos os sentidos, a absorção de 
água a partir do intestino delgado depende da 
absorção de eletrólitos e nutrientes para 
manter um equilíbrio osmótico com o sangue. 
 
 
INTESTINO GROSSO 
Se estende do íleo ao ânus. Sendo dividido em 
4 principais regiões: ceco, colo, reto e canal 
anal. 
FUNÇÕES DO INTESTINO GROSSO 
1. A agitação das saculações do colo, o 
peristaltismo e o peristaltismo da massa 
movem o conteúdo do colo para o reto. 
2. As bactérias do intestino grosso convertem as 
proteínas em aminoácidos, clivam os 
aminoácidos e produzem algumas vitaminas B 
e vitamina K. 
3. Absorção de um pouco de água, íons e 
vitaminas. 
4. Formação das fezes. Defecação (esvaziamento 
do reto). 
 
 
O colo é dividido em: colo ascendente, 
transverso, descendente e sigmóide. O colo 
ascendente e descendente são 
retroperitoneais. O colo ascendente ao dobrar 
forma a flexura direita do colo (flexura cólica/ 
flexura hepática) e o descendente forma a 
flexura esquerda do colo (flexura esplênica). 
O epitélio contém principalmente células 
caliciformes (secretam muco – lubrificação) e 
absortivas (absorve água). 
A parte muscular do intestino grosso contém 
músculo liso longitudinal e circular. A parte 
muscular longitudinal forma 3 bandas 
chamadas de tênias. As contrações tônicas das 
bandas unem o colo em várias bolsas 
chamadas saculações do colo, que dão ao colo 
uma aparência enrugada. Pequenas bolsas de 
peritônio visceral cheias de gordura estão 
associadas às tênias do colo e são chamadas 
apêndices omentais do colo. 
DIGESTÃO MECÂNICA NO INTESTINO GROSSO 
 A passagem do quimo do íleo para o ceco é 
controlada pela ação do óstio ileal; 
 Após uma refeição, o reflexo gastroileal 
intensifica o peristaltismo e força o quimo em 
direção ao ceco. 
Um movimento característico do intestino grosso é a 
agitação das saculações do colo. Neste processo, as 
saculações do colo permanecem relaxadas e são 
distendidas enquanto se enchem. Quando a distensão 
alcança um determinado ponto, as paredes se 
contraem e espremem o conteúdo para a próxima 
saculação do colo. Um último tipo de movimento é o 
peristaltismo em massa, uma forte onda peristáltica 
que começa aproximadamente na metade do colo 
transverso e leva rapidamente o conteúdo do colo para 
o reto. Como os alimentos no estômago iniciam esse 
reflexo gastrocólico no colo, o peristaltismo em massa 
geralmente ocorre 3 ou 4 vezes/dia, durante ou 
imediatamente após uma refeição. 
DIGESTÃO QUÍMICA NO INTESTINO GROSSO 
O final da digestão ocorre no colo por meio das 
bactérias, pois elas fermentam quaisquer carboidrato 
restantes e liberam hidrogênio, CO2 e gás metano. 
Além disso elas decompõem a bilirrubina em 
estercobilina (cor das fezes). 
Embora 90% de toda a absorção de água ocorra no 
intestino delgado, o intestino grosso absorve o 
suficiente para torná-lo um órgão importante na 
manutenção de equilíbrio hídrico do corpo. O intestino 
grosso também é capaz de absorver íons como sódio e 
cloreto e algumas vitaminas (B e K). 
O reflexo da defecação ocorre devido a ativação neural 
em resposta a distensão da parede retal. 
FASES DA DIGESTÃO 
 
FASE CEFÁLICA 
Ver, sentir o cheio ou pensar em alguma comida faz 
com que sejam ativados centros neurais no córtex 
cerebral, no hipotálamo e no tronco encefálico. O 
tronco encefálico então ativa os nervos facial (NC VII), 
glossofaríngeo (NC IX) e vago (NC X). Os nervos facial e 
glossofaríngeo estimulam as glândulas salivares a 
secretar saliva, enquanto o nervo vago estimula as 
glândulas gástricas a secretar suco gástrico. 
 
FASE GÁSTRICA 
O alimento chegou no estômago. Quando chega ele 
provoca DISTENSÃO do estômago, o que estimulaos 
receptores de estiramento das paredes (aumento do 
pH também estimula). Desses receptores, os impulsos 
vão para o plexo submucoso, onde ativam neurônio 
que resultam em ondas de peristaltismo e estimulam o 
fluxo do suco gástrico. Quando parte do quimio passa 
para o duodeno e o pH do quimo cai faz com que a 
distensão das paredes diminua e seja suprimida a 
secreção de suco gástrico. 
Além disso, em resposta a DISTENSÃO e AUMENTO DE 
PH, cafeína, acetilcolina é liberado GASTRINA que 
estimula a secreção de suco gástrico. Ainda, ela reforça 
a contração do EEI para impedir refluxo gástrico, 
aumenta a motilidade do estômago e relaxa o esfíncter 
pilórico, o que promove esvaziamento gástrica. Ela é 
inibida quando o pH cai. 
 
 
 
FASE INTESTINAL 
Os reflexos que ocorrem durante a fase intestinal têm 
efeitos inibitórios que retardam a saída do quimo do 
estômago. Isso impede que o duodeno seja 
sobrecarregado com o quimo e também que a 
absorção ocorra de modo satisfatório. 
A distensão do duodeno causa o reflexo 
enterogástrico. Os receptores de estiramento da 
parede duodenal enviam impulsos nervosos para o 
bulbo que fazem com que a motilidade gástrica seja 
inibida e haja um aumento na contração do músculo 
esfíncter do piloro, o que diminui o esvaziamento 
gástrico. 
Dois hormônios mediam a fase intestinal: secretina e 
colecistocinina (CCK). A CCK é secretada pelas células 
CCK das glândulas do intestino em resposta ao quimo 
com aminoácido de proteínas parcialmente digeridas e 
ácidos graxos de triglicerídeos parcialmente digeridos. 
A CCK estimula a secreção de suco pancreático e 
provoca a contração da parede da vesícula biliar, que 
comprime a bile armazenada na vesícula biliar para o 
ducto cístico e ao longo do ducto colédoco. Além disso, 
a CCK provoca o relaxamento do esfíncter da ampola 
hepatopancreática, que possibilita que o suco 
pancreático e a bile fluam para o duodeno. A CCK 
também retarda o esvaziamento gástrico por meio da 
promoção da contração do músculo esfíncter do 
piloro, produz saciedade pela ativação do hipotálamo 
no encéfalo, promove o crescimento normal e 
manutenção do pâncreas, e incrementa os efeitos da 
secretina. O quimo ácido que entra no duodeno 
estimula a liberação de secretina pelas células S das 
glândulas intestinais no intestino delgado. Por sua vez, 
a secretina estimula o fluxo de suco pancreático que é 
rico em íons bicarbonato (HCO3 – ) para tamponar o 
quimo ácido que entra no duodeno a partir do 
estômago. Em adição a este importante efeito, a 
secretina inibe a secreção de suco gástrico, promove 
o crescimento normal e a manutenção do pâncreas, e 
incrementa os efeitos da CCK. De modo geral, a 
secretina causa o tamponamento do ácido do quimo 
que chega ao duodeno e diminui a produção de ácido 
no estômago. 
 
Além da gastrina, CCK e secretina, pelo menos 10 
outros hormônios ditos intestinais são secretados e 
têm efeitos sobre o canal alimentar. Eles incluem 
motilina, substância P e bombesina, que estimulam a 
motilidade dos intestinos; o polipeptídio intestinal 
vasoativo (PIV), que estimula a secreção de íons e 
água pelos intestinos e inibe a secreção de ácido 
gástrico; o peptídio liberador de gastrina, que 
estimula a liberação de gastrina; e a somatostatina, 
que inibe a liberação de gastrina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VASCULARIZAÇÃO DO TGI 
A irrigação do sistema digestório provém da parte 
abdominal da aorta. Os três principais ramos da aorta 
que irrigam o intestino são o tronco celíaco e as 
artérias mesentéricas superior e inferior. 
A veia porta é formada pela união das veias 
mesentérica superior e esplênica. É o principal canal do 
sistema venoso porta, que recebe sangue da parte 
abdominal do sistema digestório, pâncreas, baço e da 
maior parte da vesícula biliar, e o conduz ao fígado. 
 
 
 
ESÔFAGO 
A irrigação arterial da parte abdominal do esôfago é 
feita pela artéria gástrica esquerda, um ramo do tronco 
celíaco, e pela artéria frênica inferior esquerda. 
A drenagem venosa das veias submucosas dessa parte 
do esôfago se faz para o sistema venoso porta, através 
da veia gástrica esquerda, e para o sistema venoso 
sistêmico, pelas veias esofágicas que entram na veia 
ázigo. 
A drenagem linfática da parte abdominal do esôfago se 
faz para os linfonodos gástricos esquerdos; os vasos 
linfáticos eferentes desses linfonodos drenam 
principalmente para os linfonodos celíacos. 
INVERVAÇÃO: inervado pelo plexo esofágico, formado 
pelos troncos vagais (que se tornam os ramos gástricos 
anteriores e posterior) e pelos troncos simpáticos 
torácicos por meio dos nervos esplâncnicos 
(abdominopélvicos) maiores e plexos periarteriais ao 
redor das artérias gástrica esquerda e frênica inferior. 
ESTÔMAGO 
A maior parte do sangue provém de anastomoses 
formadas ao longo da curvatura menor pelas artérias 
gástricas direita e esquerda, e ao longo da curvatura 
maior pelas artérias gastromentais direita e esquerda. 
O fundo gástrico e a parte superior do corpo gástrico 
recebem sangue das artérias gástricas curtas e 
posteriores. As veias gástricas acompanham as artérias 
em relação à posição e ao trajeto. 
As veias gástricas direita e esquerda drenam para a 
veia porta; as veias gástricas curtas e as veias 
gastromentais esquerdas drenam para a veia 
esplênica, que se une à veia mesentérica superior 
(VMS) para formar a veia porta. A veia gastromental 
direita drena para a VMS. Uma veia pré-pilórica ascende 
sobre o piloro até a veia gástrica direita. Como essa 
veia é facilmente visível em pessoas vivas, os 
cirurgiões a utilizam para identificação do piloro. 
Os vasos linfáticos gástricos acompanham as artérias ao 
longo das curvaturas maior e menor do estômago. A linfa 
dos dois terços superiores do estômago drena ao longo dos 
vasos gástricos direito e esquerdo para os linfonodos 
gástricos; a linfa do fundo gástrico e da parte superior do 
corpo gástrico também drena ao longo das artérias gástricas 
curtas e dos vasos gastromentais esquerdos para os 
linfonodos pancreaticoesplênicos A linfa dos dois terços 
direitos do terço inferior do estômago drena ao longo dos 
vasos gastromentais direitos até os linfonodos pilóricos A 
linfa do terço esquerdo da curvatura maior drena para os 
linfonodos pancreaticoduodenais, que estão situados ao 
longo dos vasos gástricos curtos e esplênicos. 
INERVAÇÃO: A inervação parassimpática do estômago 
provém dos troncos vagais anterior e posterior e de 
seus ramos, que entram no abdome através do hiato 
esofágico. O tronco vagal anterior, derivado 
principalmente do nervo vago (NC X) esquerdo, 
geralmente entra no abdome como um ramo isolado 
situado na face anterior do esôfago. Segue em direção à 
curvatura menor do estômago, onde emite ramos 
hepáticos e duodenais, que se separam do estômago no 
ligamento hepatoduodenal. O restante do tronco vagal 
anterior continua ao longo da curvatura menor, dando 
origem aos ramos gástricos anteriores. O tronco vagal 
posterior, maior, derivado principalmente do nervo 
vago direito, entra no abdome na face posterior do 
esôfago e segue em direção à curvatura menor do 
estômago. O tronco vagal posterior envia ramos para as 
faces anterior e posterior do estômago. Emite um ramo 
celíaco, que segue para o plexo celíaco, e depois 
continua ao longo da curvatura menor, dando origem 
aos ramos gástricos posteriores. 
 
 
A inervação simpática do estômago, proveniente dos 
segmentos T6 a T9 da medula espinal, segue para o 
plexo celíaco por intermédio do nervo esplâcnico maior 
e é distribuída pelos plexos ao redor das artérias 
gástricas e gastromentais. 
 
INTESTINO DELGADO 
As artérias do duodeno originam-se do tronco celíaco e 
da artéria mesentérica superior. O tronco celíaco, por 
intermédio da artéria gastroduodenale seu ramo, a 
artéria pancreaticoduodenal superior, supre a parte do 
duodeno proximal à entrada do ducto colédoco na 
parte descendente do duodeno. 
A artéria mesentérica superior, por meio de seu ramo, a 
artéria pancreaticoduodenal inferior, supre o duodeno 
distal à entrada do ducto colédoco. As artérias 
pancreaticoduodenais situam-se na curvatura entre o 
duodeno e a cabeça do pâncreas e irrigam as duas 
estruturas. A anastomose das artérias 
pancreaticoduodenais superior e inferior (i. e., entre o 
tronco celíaco e a artéria mesentérica superior) ocorre 
entre a entrada do ducto biliar (colédoco) e a junção 
das partes descendente e inferior do duodeno. 
Aqui ocorre uma importante transição na irrigação do 
sistema digestório: na parte proximal, estendendo-se 
oralmente (em direção à boca) até inclusive a parte 
abdominal do esôfago, o sistema digestório é irrigado 
pelo tronco celíaco; na região distal, estendendo-se 
aboralmente (afastando-se da boca) até a flexura 
esquerda do colo, o sangue provém da AMS. 
As veias do duodeno acompanham as artérias e drenam 
para a veia porta pelas veias mesentérica superior e 
esplênica. 
Os vasos linfáticos do duodeno acompanham as 
artérias. 
Os nervos do duodeno derivam do nervo vago e dos 
nervos esplâncnicos (abdominopélvicos) maior e 
menor por meio dos plexos celíaco e mesentérico 
superior. 
 
 
JEJUNO E ÍLEO 
A artéria mesentérica superior (AMS) irriga o jejuno e o 
íleo via artérias jejunais e ileais. A veia mesentérica 
superior drena o jejuno e o íleo . A VMS termina 
posteriormente ao colo do pâncreas, onde se une à veia 
esplênica para formar a veia. 
Os vasos linfáticos especializados nas vilosidades 
intestinais (pequenas projeções da túnica mucosa) que 
absorvem gordura são denominados lactíferos. Eles 
drenam seu líquido leitoso para os plexos linfáticos nas 
paredes do jejuno e do íleo. Por sua vez, os vasos 
lactíferos drenam para os vasos linfáticos entre as 
camadas do mesentério. 
A AMS e seus ramos são circundados por um plexo 
nervoso periarterial por meio do qual os nervos são 
conduzidos até as partes do intestino irrigadas por essa 
artéria. 
As fibras simpáticas nos nervos para o jejuno e o íleo 
originam-se nos segmentos T8 a T10 da medula espinal 
e chegam ao plexo mesentérico superior por 
intermédio dos troncos simpáticos e nervos 
esplâncnicos (maior, menor e imo) torácicos 
abdominopélvicos. As fibras parassimpáticas nos nervos 
para o jejuno e íleo provêm dos troncos vagais 
posteriores. 
 
 
O intestino é insensível à maioria dos estímulos 
dolorosos, inclusive incisão e queimadura; entretanto, é 
sensível à distensão que é percebida como cólica (dor 
abdominal espasmódica). 
INTESTINO GROSSO 
CECO 
A irrigação arterial do ceco é realizada pela artéria 
ileocólica, o ramo terminal da MAS. A artéria 
apendicular, um ramo da artéria ileocólica, irriga o 
apêndice vermiforme. 
A drenagem venosa do ceco e do apêndice vermiforme 
segue por uma tributária da VMS, a veia ileocólica. 
A drenagem linfática do ceco e do apêndice vermiforme 
segue até os linfonodos no mesoapêndice e até os 
linfonodos ileocólicos situados ao longo da artéria 
ileocólica. Os vasos linfáticos eferentes seguem até os 
linfonodos mesentéricos superiores. 
A inervação do ceco e do apêndice vermiforme provém 
dos nervos simpáticos e parassimpáticos do plexo 
mesentérico superior. 
COLO 
A irrigação arterial do colo ascendente e da flexura 
direita do colo provém de ramos da AMS, as artérias 
ileocólica e cólica direita. Essas artérias anastomosam-
se entre si e com o ramo direito da artéria cólica média, 
o primeiro de uma série de arcos anastomóticos que é 
continuado pelas artérias cólica esquerda e sigmóidea 
para formar um canal arterial contínuo, o arco 
justacólico (artéria marginal). Essa artéria é paralela ao 
colo e acompanha todo seu comprimento perto de sua 
margem mesentérica. 
A drenagem venosa do colo ascendente segue por meio 
de tributárias da VMS, as veias cólica direita e ileocólica. 
A drenagem linfática segue primeiro até os linfonodos 
epicólicos e paracólicos, perto dos linfonodos cólicos 
direitos intermediários e ileocólicos, e daí para os 
linfonodos mesentéricos superiores. A inervação do 
colo ascendente é derivada do plexo mesentérico 
superior. 
 
A irrigação arterial do colo transverso provém 
principalmente da artéria cólica média, um ramo da 
AMS. Entretanto, o colo transverso também pode 
receber sangue arterial das artérias cólicas direita e 
esquerda por meio de anastomoses, parte da série de 
arcos anastomóticos que coletivamente formam o arco 
justacólico (artéria marginal). 
A drenagem venosa do colo transverso é feita pela 
VMS. A drenagem linfática do colo transverso se dá 
para os linfonodos cólicos médios, que, por sua vez, 
drenam para os linfonodos mesentéricos superiores. 
A inervação do colo transverso provém do plexo 
mesentérico superior via plexos periarteriais das 
artérias cólicas direita e média. 
A irrigação arterial do colo descendente e do colo 
sigmoide provém das artérias cólica esquerda e 
sigmóidea, ramos da artéria mesentérica inferior. 
A drenagem venosa do colo descendente e do colo 
sigmoide é feita pela veia mesentérica inferior, 
geralmente fluindo para a veia esplênica e, depois, 
para a veia porta em seu trajeto até o fígado. 
A drenagem linfática do colo descendente e do colo 
sigmoide é conduzida por vasos que seguem até os 
linfonodos epicólicos e paracólicos e depois através dos 
linfonodos cólicos intermediários ao longo da artéria 
cólica esquerda 
 
PÂNCREAS 
 
A irrigação arterial do pâncreas provém principalmente 
dos ramos da artéria esplênica, que é muito tortuosa. 
Várias artérias pancreáticas formam diversos arcos com 
ramos pancreáticos das artérias gastroduodenal e 
mesentérica superior. 
A drenagem venosa do pâncreas é feita por meio das 
veias pancreáticas correspondentes, tributárias das 
partes esplênica e mesentérica superior da veia porta; 
a maioria delas drena para a veia esplênica 
Os nervos do pâncreas são derivados dos nervos vago e 
esplâncnico abdominopélvico que atravessam o 
diafragma. 
FÍGADO 
O fígado, como os pulmões, tem irrigação dupla (vasos 
aferentes): uma venosa dominante e uma arterial 
menor. A veia porta traz 75 a 80% do sangue para o 
fígado. O sangue porta, que contém aproximadamente 
40% mais oxigênio do que o sangue que retorna ao 
coração pelo circuito sistêmico, sustenta o parênquima 
hepático (células hepáticas ou hepatócitos). 
A veia porta conduz praticamente todos os nutrientes 
absorvidos pelo sistema digestório para os sinusoides 
hepáticos. A exceção são os lipídios, que são absorvidos 
pelo sistema linfático e passam ao largo do fígado. O 
sangue da artéria hepática, que representa apenas 20 a 
25% do sangue recebido pelo fígado, é distribuído 
inicialmente para estruturas não parenquimatosas, 
sobretudo os ductos biliares intra-hepáticos. 
A veia porta, curta e larga, é formada pela união das 
veias mesentérica superior e esplênica, posteriormente 
ao colo do pâncreas. Ascende anteriormente à VCI 
como parte da tríade portal no ligamento 
hepatoduodenal. A artéria hepática, um ramo do tronco 
celíaco, pode ser dividida em artéria hepática comum, 
do tronco celíaco até a origem da artéria 
gastroduodenal, e artéria hepática própria, da origem 
da artéria gastroduodenal até a bifurcação da artéria 
hepática. 
Na porta do fígado, ou perto dela, a artéria hepática e a 
veia porta terminam dividindo-se em ramos direito e 
esquerdo; esses ramos primários suprem as partes 
direita e esquerda do fígado, respectivamente. Nas 
partes direita e esquerda do fígado, as ramificações 
secundárias simultâneas da veia porta e da artéria 
hepática suprem as divisões medial e lateral das partes 
direita e esquerda do fígado, com três dos quatro ramossecundários sofrendo ramificações adicionais 
(terciárias) para suprirem independentemente sete dos 
oito segmentos hepáticos. 
 
Entre as divisões estão as veias hepáticas direita, 
intermédia e esquerda, que são intersegmentares em 
sua distribuição e função, drenando partes dos 
segmentos adjacentes. As veias hepáticas, formadas 
pela união das veias coletoras que, por sua vez, drenam 
as veias centrais do parênquima hepático, abrem-se na 
VCI logo abaixo do diafragma. A fixação dessas veias à 
VCI ajuda a manter o fígado em posição. 
O fígado é um importante órgão produtor de linfa. 
Entre um quarto e metade da linfa recebida pelo ducto 
torácico provém do fígado. A maior parte da linfa é 
formada nos espaços perissinusoidais (de Disse) e drena 
para os linfáticos profundos nas tríades portais 
intralobulares adjacentes. 
Os nervos do fígado são derivados do plexo hepático, o 
maior derivado do plexo celíaco. O plexo hepático 
acompanha os ramos da artéria hepática e da veia porta 
até o fígado. Esse plexo é formado por fibras simpáticas 
do plexo celíaco e fibras parassimpáticas dos troncos 
vagais anterior e posterior. As fibras nervosas 
acompanham os vasos e os ductos biliares da tríade 
portal. Além da vasoconstrição, sua função não é clara. 
DUCTOR COLÉDOCO 
A irrigação arterial do ducto colédoco provém de: 
Artéria cística: que irriga a parte proximal do ducto 
Artéria hepática direita: que irriga a parte média do 
ducto Artéria pancreaticoduodenal superior posterior e 
artéria gastroduodenal: que irrigam a parte 
retroduodenal do ducto. 
A drenagem venosa da parte proximal do ducto 
colédoco e dos ductos hepáticos geralmente entra 
diretamente no fígado. A veia pancreaticoduodenal 
superior posterior drena a parte distal do ducto 
colédoco e esvazia-se na veia porta ou em uma de suas 
tributárias. Os vasos linfáticos do ducto colédoco 
seguem até os linfonodos císticos perto do colo da 
vesícula biliar, o linfonodo do forame omental e os 
linfonodos hepáticos. Os vasos linfáticos eferentes do 
ducto colédoco seguem até os linfonodos celíacos. 
VESÍCULA BILIAR 
A irrigação arterial da vesícula biliar e do ducto cístico 
provém principalmente da artéria cística. A artéria 
cística normalmente origina-se da artéria hepática 
direita no triângulo entre o ducto hepático comum, o 
ducto cístico e a face visceral do fígado, o trígono cisto-
hepático (triângulo de Calot). Há variações na origem e 
no trajeto da artéria cística. A drenagem venosa do colo 
da vesícula biliar e do ducto cístico flui pelas veias 
císticas. Essas veias pequenas, em geral múltiplas, 
entram diretamente no fígado ou drenam através da 
veia porta para o fígado, depois de se unirem às veias 
que drenam os ductos hepáticos e a parte proximal do 
ducto colédoco. As veias do fundo e do corpo da 
vesícula biliar seguem diretamente até a face visceral 
do fígado e drenam para os sinusoides hepáticos. Como 
essa drenagem se faz de um leito capilar (sinusoidal) 
para outro, constitui um sistema porta adicional 
(paralelo). 
 
A drenagem linfática da vesícula biliar se faz para os 
linfonodos hepáticos, frequentemente através dos 
linfonodos císticos localizados perto do colo da vesícula 
biliar. Os vasos linfáticos eferentes desses linfonodos 
seguem até os linfonodos celíacos. Os nervos para a 
vesícula biliar e ducto cístico seguem ao longo da 
artéria cística a partir do plexo nervoso celíaco (fibras 
[de dor] aferentes viscerais e simpáticas), nervo vago 
(parassimpático) e nervo frênico direito (na verdade, 
fibras aferentes somáticas). A estimulação 
parassimpática causa contrações da vesícula biliar e 
relaxamento dos esfíncteres na ampola 
hepatopancreática. Entretanto, essas respostas 
geralmente são estimuladas pelo hormônio 
colecistocinina (CCK), produzido pelas paredes 
duodenais (em resposta à chegada de alimentos 
gordurosos) e que circula na corrente sanguínea. 
INERVAÇÃO DAS VÍSCERAS ABDOMINAIS 
INERVAÇÃO DAS VÍSCERAS ABDOMINAIS Inervação 
simpática: As fibras nervosas simpáticas pré-
ganglionares participantes da inervação das vísceras 
abdominais originam-se de corpos celulares nos dois 
terços inferiores do núcleo IML (níveis medulares de 
T5–T6 a L2–L3) e seguem via nervos espinais, ramos 
anteriores e ramos comunicantes brancos até os 
troncos simpáticos. 
♦ As fibras atravessam os gânglios paravertebrais dos 
troncos sem fazer sinapse, continuando como 
componentes dos nervos esplâncnicos 
abdominopélvicos. Esses nervos as conduzem até o 
plexo aórtico abdominal, onde recebem fibras 
parassimpáticas préganglionares emitidas pelo nervo 
vago. 
♦ As fibras simpáticas seguem até os gânglios pré-
vertebrais, a maioria dos quais é agrupada ao redor dos 
principais ramos da parte abdominal da aorta. Após a 
sinapse nos gânglios, as fibras simpáticas 
pósganglionares unem-se às fibras parassimpáticas pré-
ganglionares, seguindo através de plexos periarteriais 
ao redor dos ramos da parte abdominal da aorta para 
chegar às vísceras. 
♦ Uma continuação do plexo aórtico abdominal inferior 
à bifurcação aórtica (os plexos hipogástricos superior e 
inferior) conduz a inervação simpática para a maioria 
das vísceras pélvicas. As fibras simpáticas inervam 
principalmente os vasos sanguíneos das vísceras 
abdominais e inibem a estimulação parassimpática. 
♦ As fibras parassimpáticas fazem sinapse sobre as 
paredes das vísceras (ou dentro das paredes) com 
neurônios parassimpáticos pós-ganglionares 
intrínsecos, que terminam no músculo liso ou nas 
glândulas das vísceras. Inervação parassimpática: Os 
nervos vagos enviam fibras parassimpáticas para o 
sistema digestório desde o esôfago até o colo 
transverso. 
♦ Os nervos esplâncnicos pélvicos suprem o colo 
descendente e sigmoide e o reto. 
♦ A estimulação parassimpática promove peristalse e 
secreção (embora grande parte desta última 
geralmente seja controlada por hormônios). Inervação 
sensitiva: As fibras aferentes viscerais seguem as fibras 
autônomas retrogradamente até os gânglios sensitivos 
de nervos espinais. 
♦ As fibras aferentes que conduzem a dor das vísceras 
abdominais orais (proximais) até a porção média do 
colo sigmoide seguem com as fibras simpáticas até os 
gânglios sensitivos de nervos espinais toracolombares; 
todas as outras fibras aferentes viscerais seguem com 
as fibras parassimpáticas. Assim, as fibras aferentes 
viscerais que conduzem informações reflexas da porção 
do intestino oral ao meio do colo sigmoide seguem até 
os gânglios sensitivos vagais; as fibras que conduzem 
informações álgicas e reflexas do intestino aboral ao 
meio do colo sigmoide seguem até os gânglios 
sensitivos dos nervos espinais S2–S4.

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