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FUNDAMENTOS DE CIRURGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 Toracotomias Anatomia do Tórax Cavidade fechada, delimitada: Superiomente: Diafragma cervical Inferiormente: Diafragma Posteriormente: Escápulas Anterior e posteriormente: Produzido por um arcabouço ósseo, composto basicamente pelos arcos costais 10 fixos no esterno - anterior – composto por 3 partes (manúbrio, corpo e apêndice xifoide), ligados através de cartilagens e 2 flutuantes. Os últimos arcos costais (6 ao 12) chamamos de estruturas tóraco-abdominais, ou sejam protegem tanto o ambdome superior, quanto tórax inferior. É uma cavidade expansível durante a respiração. Acesso à cavidade torácica Definição: É a incisão (abertura) na parede torácica para se acessar o conteúdo da cavidade torácica. Possui várias maneiras de se acessar essa cavidade. Objetivo: Permite acesso a cavidade torácica para realização de procedimentos como ressecção de órgãos, diagnóstico, biópsias, drenagens e outros. Através dela podemos acessar o esôfago, pulmão, brônquios, traqueia, coração, timo, estruturas mediastinais como linfonodos, diafragma. Estruturas exploradas: Própria parede, pleura, pericárdio, coração, grandes vasos (aorta, VCS, VCI, etc) esôfago e mediastino. Patologias dos órgãos torácicos e abdominais superiores. Classificação: Quanto à indicação: Eletiva: Agendamento do procedimento; avaliação do risco-benefício. Urgência: Toracotomia exploratória em busca do que há de errado. Quanto ao acesso: Abertura convencional. Vídeo-assistida. Tipos de incisões: (Tem que acessar a pleura (pulmão) e a cavidade mediastinal). Esternotomia mediana: acesso a toda cavidade torácica. Precisa serrar o esterno para conseguir acessar a cavidade. Toracotomia póstero-lateral Toracotomia ântero-lateral Toracotomia axilar: incisão longitudinal, normalmente, na linha axilar anterior ou média. Mais estética. Principais indicações: Câncer de pulmão Câncer de esôfago Cirurgia cardíaca/aórtica Trauma torácico Pneumotórax persistente Empiema (abscesso numa cavidade pré-existente) Biópsia e avaliação de massas mediastinais Cirurgia de coluna Ressuscitação cardíaca FUNDAMENTOS DE CIRURGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 Técnica: Usa-se uma sonda/tubo traqueal chamada de Sonda de Carlens. É um tubo de duplo lúmen e permite a ventilação seletiva, normalmente vai para o brônquio direito, por ser mais verticalizado. Insufla-se um balonete dentro do brônquio e um segundo balonete a nível da carina traqueal. O que ocorre então é: opera- se um lado do tórax com o pulmão colabado, enquanto o outro pulmão está ventilando satisfatoriamente. Normalmente, utiliza-se uma afastador de tórax, Afastador autoestático de Finochietto, o qual mantém as pás afastadas permanentemente. Às vezes, mesmo com esse afastador, o espaço torácico fica curto, optando-se por ressecar um arco costal (costectomia). Toracotomia póstero-lateral: É o procedimento mais comum para acesso aos pulmões. A incisão é realizada na porção lateral e posterior do tórax entre as costelas (que pode ser removida), normalmente, entre o 5º e 6º E.I. Essa incisão deve obedecer a curvatura do arco costal, sempre na borda superior. Permite a remoção do pulmão (pneumectomia), de um lobo (lobectomia) ou de uma porção do lobo (seguimentectomia). Toracotomia ântero-lateral: Permite uma incisão um pouco menor, mais limitada. É um acesso rápido para a cavidade torácica esquerda e permite acesso ao pulmão esquerdo, pericárdio e aorta. Utilizada para biópsia pulmonar aberta. Em urgência é utilizada para massagem cardíaca interna. Incisão vai da borda do esterno, seguindo a linha mamária inferior até a linha axilar anterior. Esternotomia mediana: O acesso é realizado através de uma incisão torácia anterior (linha mediana) e separação do esterno. Permite acesso ao coração e mediastino superior. Pode ser total, parcial ou combinada. Muito utilizada para cirurgia cardíaca. Cirurgia vídeo-assistida: Na década de 90 inicou-se o uso de técnica videoendoscópica para cavidades naturais, incluindo a torácica. Utiliza uma menor incisão, geralmente 3 portais. Posicionamento semelhante a toracotomia póstero-lateral permitindo conversão (20%). Para cirurgia pulmonar, mediastinal, cardíaca, simpatectomia e outras. FUNDAMENTOS DE CIRURGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 Broncoscopia: Exame para visualização direta. Tubo fino que é introduzido pelo nariz ou boca para examinar a árvore brônquica (traqueia e brônquios). Coleta de material, secreção para cultura, raspado da parede para exame citopatológico. Biópsia por broncoscopia: introdução do fórceps pela broncoscopia. Permite a retirada de fragmento da árvore brônquica. Mediastinoscopia: É uma operação, feita através de um aparelho flexivel, que é introduzido por uma incisão no pescoço, no mediastino, para examinar a região entre as pleuras, principalmente os linfonodos e as estruturas mediastinais. Ele não entra por um orifício natural, por isso é um procedimento cirúrgico. Incisão subesternal, dissecção digital, abre o espaço para o aparelho e injeta Toracoscopia/Pleuroscopia: É um procedimento realizado por um aparelho rígido (telescópio), através de um trocater, acoplado a um monitor de vídeo, para visualização das pleuras e pulmões. Indução de um Pneumotórax, uma vez que injeta ar. Toracoscopia também é utilizada em procedimentos cirúrgicos. Biópsia sob visão direta: feita pela introdução de um instrumento (fórceps) para a retirada de um fragmento de tecido. Toracocentese/Pleurocentese: Biópsia por agulha: feita pela introdução de uma agulha (agulha de Cope) através da parede torácica. Permite retirar um fragmento (pleura ou parênquima) ou líquido para análise. Punção de líquido da cavidade torácica ou pleural. Drenagem torácica/pleural: Indicações: Pneumotórax complexo Pneumotórax com pressão positiva Hemotórax Derrame pleural volumoso Empiema Quilotórax Utilização de dreno de tórax: tubular e multifenestrado e, eventualmente, utiliza-se o dreno de Pezzer. Este último possui a desvantagem de colabar por ser muito pequeno, não sendo muito utilizado. Faz-se uma toracotomia lateral, introduzindo o dreno entre o 5º e 6º E.I, na linha axilar anterior ou média. FUNDAMENTOS DE CIRURGIA SILVÉRIO VELANO – MED100 Considerações Técnicas Retirada do dreno: Ocorre na expiração; Curativo hermético; Quando não há mais pneumotórax: quando parar de borbulhar; Pneumotórax – após 24hs sem borbulhar e Rx tórax sem pneumotórax; Hemotórax ou drengem pós-toracototomia- débito inferior a 100ml/24hs ou < peso em kg/24hs; Empiema ou exsudato- < 30ml/24hs.
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