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CÓ PIA C ON TR OL AD A ■ INTRODUÇÃO No início do século, as alternativas de tratamento para as doenças do quadril eram escassas, e o suporte ao paciente era realizado, muitas vezes, com medidas simples e paliativas. As cirurgias utilizadas, durante muito tempo, foram as artroplastias de ressecção ou as fusões.1,2 Foi a interposição de diferentes materiais na superfície articular — uma espécie de recapeamento — com objetivo de diminuir a dor e melhorar a movimentação dos quadris, que deu impulso inicial às substituições articulares da forma que conhecemos hoje. A evolução do tratamento para as doenças do quadril começou com a cúpula de Smith-Petersen em 1938, seguida pelas próteses dos irmãos Judet. Os resultados iniciais eram animadores, mas os pacientes pioravam em poucos anos. A necessidade de melhora era evidente, e as próteses parciais e totais começaram a surgir. A introdução do conceito da prótese de baixa fricção de Charnley nas décadas de 1950 e 1960 foi importante e deu novo impulso aos resultados. A aparente “doença do cimento” deu força para o desenvolvimento de diversos modelos de próteses não cimentadas. Com a compreensão de que o processo de osteólise e soltura estava associado aos debris, o estudo da chamada tribologia ganhou cada vez mais espaço na busca de pares de atrito com melhor desempenho. As superfícies soft (polietileno) e hard (metal e cerâmica) foram melhor compreendidas. As próteses de metal com metal, com resultados inicialmente animadores devido ao baixo desgaste, apresentaram altas taxas de falhas e hoje estão praticamente abandonadas.3 A cabeça femoral, inicialmente com 22,25mm de diâmetro, aumentou gradativamente e hoje é possível encontrar modelos com até 40mm. Em 2007, a revista The Lancet publicou um artigo que revelou, mais uma vez, a importância da artroplastia total de quadril (ATQ) para os pacientes e para os ortopedistas, sendo considerada, nesta análise, a cirurgia do século.4 EDISON NOBORU FUJIKI TAKESHI CHIKUDE DORIAN RIKER TELES DE MENEZES JUNIOR ARTHUR DE GÓES RIBEIRO LUCAS FERRAZ HENRIQUE ROSA DE OLIVEIRA ARTROPLASTIA DO QUADRIL: COMO ESCOLHER A MELHOR PRÓTESE | PRO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |11 CÓ PIA C ON TR OL AD A 12 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Seja por artrose ou por fratura, a ATQ é capaz de devolver ao paciente a sua plena saúde. Permite que ele retorne aos seus afazeres domiciliares, laborais, atividades físicas e, acima de tudo, melhorar a qualidade de vida. Os registros nacionais de artroplastia foram um passo importante para compreender o comportamento dos materiais utilizados ao longo das décadas, comparando modelos, técnicas e populações. Estudar artroplastia requer conhecimento de anatomia, fisiologia, patologia, física, engenharia e mecânica dos materiais. A evolução das técnicas e dos materiais soluciona problemas importantes, mas traz outros que são desconhecidos e inesperados. Por isso, é necessário ser crítico e ter prudência. Escolher a melhor prótese é um somatório de fatores, e os princípios são mais importantes do que os métodos, como o leitor verá a seguir. ■ OBJETIVOS Ao final da leitura deste capítulo, o leitor será capaz de: ■ saber a história da artroplastia de quadril e os dados estatísticos atuais dos resultados e do desempenho das diferentes técnicas em diversos países do mundo; ■ compreender a importância da anatomia e da biomecânica aplicadas à cirurgia desta articulação; ■ avaliar a indicação de uma artroplastia; ■ entender os princípios que devem ser respeitados para o sucesso da operação; ■ entender a tribologia e técnicas de fixação da prótese no fêmur e no acetábulo. ■ ESQUEMA CONCEITUAL Conclusões Diagnóstico e indicação cirúrgica Anatomia e biomecânica aplicadas à artroplastia total de quadril Tribologia Posicionamento dos componentes Tamanho da cabeça femoral Seguimento em longo prazo Caso clínico CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |13 ■ DIAGNÓSTICO E INDICAÇÃO CIRÚRGICA A escolha de uma prótese de quadril não é simples. Estão envolvidas inúmeras questões técnicas, como motivo da artroplastia, expectativa do paciente, diagnóstico da causa da coxartrose e características individuais. Normalmente, o cirurgião que se inicia na arte da reconstrução artroplástica do quadril valoriza muito o par tribológico e quer saber, de início, se a prótese será: ■ cimentada; ■ híbrida; ■ não cimentada. Antes disso, é fundamental entender que os objetivos de uma artroplastia de quadril são aliviar a dor do paciente e devolver, próximas à normalidade, a mobilidade e a função desta articulação. Fatores importantes, porque influenciam diretamente no sucesso a longo prazo e, portanto, na escolha dos componentes são: ■ sexo; ■ idade; ■ profissão; ■ atividades diárias; ■ hobbies; ■ prática esportiva ou de atividade física; ■ etnia; ■ estatura; ■ doenças associadas; ■ sequelas de doenças ou fraturas prévias; ■ deformidades pré-existentes. As características da prótese a ser escolhida devem ser adequadas a cada caso para que se obtenha uma artroplastia que dure muitas décadas com um excelente resultado funcional, tais como: ■ técnica de fixação; ■ tamanho dos componentes (acetábulo, haste e cabeça); ■ par tribológico; ■ modularidade. Outro aspecto importante é conhecer bem: ■ o portifólio dos fabricantes utilizados; ■ os instrumentais de apoio; ■ os implantes disponíveis. LEMBRAR CÓ PIA C ON TR OL AD A 14 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Deve-se conhecer os pontos fortes e fracos de cada modelo, de modo a indicá-lo de forma precisa e, também, os limites do seu uso. Ter intimidade com o material utilizado agrega mais segurança a todo o procedimento. É notório que mesmo os cirurgiões experientes podem ter resultados inesperados se mudarem a sua prática de rotina. Harmonia dentro da equipe cirúrgica, habilidade do cirurgião com a técnica escolhida e prática com a prótese que será utilizada são fundamentais para o sucesso da cirurgia. Uma mesma prótese pode apresentar diferentes resultados se for utilizada com técnicas e por cirurgiões diferentes. ATIVIDADES 1. Diversos fatores influenciam diretamente no sucesso a longo prazo da cirurgia de artroplastia de quadril. Quais são eles? I — Sexo, idade e profissão. II — Hobbies, etnia e atividade física. III — Deformidades pré-existentes, tipo de alimentação e tabagismo. IV — Número de filhos, propensão à obesidade, uso de medicamentos. Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas I e II. B) Apenas II e III. C) Apenas II, III e IV. D) Apenas IV. Resposta no final do capítulo 2. Na escolha das próteses para a cirurgia de artroplastia do quadril, pode-se afirmar corretamente que: A) a técnica de fixação deve ser a mesma utilizada para todos os pacientes. B) o par tribológico e a modularidade devem ser adequados a cada caso. C) o tamanho dos componentes da prótese deve ser padronizado em qualquer caso. D) o resultado funcional é menos importante do que a duração do implante. Resposta no final do capítulo 3. Quanto aos cuidados necessários da artroplastia de quadril, considere a seguinte sentença. “Uma __________ pode apresentar ___________ resultados se for utilizada com técnicas e por ______________.” Qual das alternativas a seguir preenche corretamente as lacunas da sentença? A) Prótese diferente — semelhantes — um mesmo cirurgião. B) Mesma prótese — semelhantes — um mesmo cirurgião. C) Mesma prótese — diferentes — cirurgiões diferentes. D) Prótese diferente — diferentes — cirurgiões diferentes. Resposta no final do capítulo CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |15 ■ ANATOMIA E BIOMECÂNICA APLICADAS À ARTROPLASTIA TOTAL DE QUADRIL Um dos objetivos, ao término da cirurgia, é restaurar a anatomia do paciente: ■ largura de quadril; ■ comprimento do membro inferior; ■ anteversãofemoral. Dessa forma, o funcionamento biomecânico da nova articulação será o mais saudável e equilibrado possível, respeitando a balança de Pauwels (Figura 1). Figura 1 — Balança de Pauwels. K = Peso corporal. M = Força da musculatura abdutora. b = Braço alavanca lateral (3 vezes maior que a); a = Braço alavanca medial. Fulcro da balança = Centro de rotação do quadril. M.b = K.a M.b = K.3b M = 3K Fonte: Bombelli (2001).5 De acordo com a Figura 1, medialmente, nessa balança incide a força peso (K) e, lateralmente, incide a força da musculatura abdutora (M). No meio, como ponto de apoio, está o centro de rotação do quadril. O braço de alavanca lateral (b) é mais curto do que o medial (a). Segundo Pauwels e Bombelli, durante o apoio monopodal, para que a pelve permaneça estável (sinal de Trendelenburg negativo), a força dos músculos abdutores (M) deverá equilibrar a força peso (K) do paciente. Se a proporção da distância dos braços de alavanca da balança for a = 3b, a pressão resultante no centro da cabeça seria igual a 4K. CÓ PIA C ON TR OL AD A 16 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Ao planejar uma artroplastia de quadril, é necessário considerar a largura dos quadris do paciente (Figura 2). Offset horizontal Figura 2 — Largura do quadril e offset horizontal. Seta vermelha corresponde à largura do quadril. Seta preta corresponde ao offset horizontal. Fonte: Arquivo de imagem dos autores. A prótese a ser utilizada deve reproduzir o mesmo offset horizontal (Figura 3). Offset Altura vertical Comprimento da haste Diâmetro da haste distal Comprimento do colo Offset Altura vertical Comprimento da haste Diâmetro da haste distal Comprimento do colo Figura 3 — Componente femoral de artroplastia e fêmur do paciente. A escolha do componente femoral deve respeitar as dimensões do quadril original. Fonte: Adaptada de Harkess e Crockarell (2017).6 CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |17Caso o offset aumente, o paciente ficará com o quadril operado mais largo. Caso diminua, o resultado final será um quadril mais estreito. A avaliação do offset e a escolha da prótese adequada devem ser realizadas no pré-operatório com uso de planilhas e de uma radiografia em tamanho natural para o planejamento (Figuras 4 e 5). A Figura 4 mostra planejamento e adequação do offset horizontal. 5 44mm No.0 0580-1-440 44mm No.1 0580-1-441 A B Figura 4 — A) Prótese não cimentada. B) Prótese cimentada. Fonte: Adaptada de arquivo de imagem dos autores. A Figura 5 apresenta exemplo de planejamento e adequação do componente acetabular. 32 28 22 22,2 63094240 22,2 63094250 63094646 26 26 58 46 20mm [LOAD] A B Figura 5 — A) Prótese não cimentada. B) Prótese cimentada. Fonte: Adaptada de arquivo de imagem dos autores. CÓ PIA C ON TR OL AD A 18 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Outro aspecto a ser considerado é o comprimento dos membros inferiores. O lado acometido, que será operado, na maioria das vezes está mais curto do que o lado contralateral. É necessário medir a discrepância pré-operatória para que, ao término da cirurgia, o comprimento esteja equiparado. A presença de anisomelia (desigualdade entre membros) é uma das principais queixas e uma das causas de conflito jurídico após ATQ. Tanto a técnica acetabular quanto a técnica femoral influenciam diretamente o comprimento final do membro operado. O acetábulo deve ser planejado na altura da gota de lágrima (com visto na Figura 5). Se, após a cirurgia, ele estiver mais distal, poderá causar alongamento do membro. Do contrário, se ele terminar mais proximalmente, haverá encurtamento da extremidade operada. O centro de rotação de um quadril biomecanicamente equilibrado é alinhado com o ponto mais alto (topo) do trocanter maior. Quando a posição final do componente femoral for mais distal, isto é, quando a prótese for muito introduzida no canal e o seu centro de rotação ficar “mais baixo”, o resultado final será um membro encurtado. Já quando a prótese femoral ficar mais extrusa (“mais alta”), o membro terminará alongado. Para controlar o comprimento utilizando uma haste cimentada sem colar, basta introduzir a prótese dentro do canal femoral (já preenchido por cimento) até a altura planejada e mantê-la nesta posição até o cimento secar. Quando a prótese não é cimentada, é necessário que a fixação primária sob pressão (press-fit) aconteça exatamente no nível planejado, caso contrário haverá discrepância final. Se o press-fit se der antes do nível planejado, o membro ficará alongado e, se acontecer depois do nível planejado, o membro terminará mais curto. A anteversão do colo femoral natural varia 10 a 15 graus no adulto. A execução de uma artroplastia com anteversão femoral adequada é um dos fatores que permitem maior arco de movimento com menor risco de luxação (Figura 6). Figura 6 — Possibilidades de anteversão do componente femoral. A = Posição adequada em anteversão do componente femoral. N = Posicionamento neutro do componente femoral. R = Posição inadequada em retroversão do componente femoral. Fonte: Adaptada de Harkess e Crockarell (2017).6 CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |19 O controle da posição com componentes cimentados é simples: basta posicioná-los na angulação desejada e segurá-los enquanto o cimento seca. Entretanto, quando a haste não é cimentada, existe uma tendência natural de o componente seguir a anatomia do paciente, com menor controle da anteversão pelo cirurgião. ATIVIDADES 4. Em que consiste o offset horizontal? A) Distância do ápice da cabeça femoral até o topo do grande trocanter. B) Distância do ápice da cabeça femoral até o centro do canal femoral. C) Distância do centro da cabeça femoral até o topo do grande trocanter. D) Distância do centro da cabeça femoral até o centro do canal femoral. Resposta no final do capítulo 5. Sobre a presença de anisomelia na ATQ, o que é correto afirmar? A) É uma das principais queixas entre os pacientes submetidos à ATQ. B) É uma das principais indicações diagnósticas para artroplastia de quadril. C) É uma das principais anomalias resolvidas com implante de próteses de quadril. D) É uma das principais técnicas utilizadas na cirurgia de ATQ. Resposta no final do capítulo 6. O quanto as técnicas acetabular e femoral de artroplastia do quadril influenciam no comprimento final do membro operado? A) A técnica acetabular tem maior influência no comprimento do membro. B) A técnica femoral tem maior influência no comprimento do membro. C) Ambas influenciam diretamente o comprimento final do membro. D) Nenhuma das técnicas influencia diretamente o comprimento final do membro. Resposta no final do capítulo 7. Na observação após a ATQ, o que é correto afirmar? A) Na maioria das vezes, o membro operado fica encurtado depois da cirurgia. B) A discrepância dos membros leva à lombalgia. C) A discrepância dos membros leva à falha mecânica prematura da ATQ. D) Alongamentos superiores a 4,0cm podem resultar lesão do nervo ciático. Resposta no final do capítulo CÓ PIA C ON TR OL AD A 20 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | 8. Em que consiste a atual “doença dos debris”? Compare sua resposta com o texto a seguir. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ■ TRIBOLOGIACompreender a(s) superfície(s) de atrito é fundamental para escolher uma prótese que contemple todos os objetivos esperados. A duração (ou sobrevida) das artroplastias totais de quadril sofre influência direta do desgaste.7 A antiga “doença do cimento” atualmente deve ser compreendida como “doença dos debris”. Eles estimulam a atividade fagocitária e iniciam um processo de ativação osteoclástica. Mais desgaste gera maior quantidade de debris e, consequentemente, mais soltura. A cabeça de metal promove maior desgaste do que a cabeça de cerâmica.8 Existem outros tipos de revestimento, como a cabeça L-Fit® (Stryker) e o Oxinium® (Smith & Nephew), que apresentam características mistas. A L-Fit® é metálica de cor dourada e gera menor desgaste do que a liga convencional de cromo-cobalto. Já o Oxinium® é um metal cuja superfície externa enegrecida apresenta características de desgaste semelhantes às da cerâmica e tem sido relacionado a uma baixíssima taxa de desgaste, como o leitor verá adiante (Figuras 7 e 8). A B D E C Figura 7 — Diferentes modelos de cabeça femoral. A) Cabeça de metal. B) Modelo BIOLOX® forte. C) Modelo BIOLOX® delta. D) Modelo L-Fit®. E) Modelo Oxinium®. Fonte: Adaptada de CeramTec (2018);9 Smith & Nephew: global products (2019).10 CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |21 A Figura 8 apresenta as taxas de desgaste das diferentes superfícies de contato. mm/ano 0.2 0.15 0.1 0.05 0 Me/PE Ce/PE Me/XPE Ce/XPE Me/Me Ce/Ce Figura 8 — Taxas de desgaste com diferentes superfícies de contato nas artroplastias totais de quadril. Me = Metal. PE = Polietileno. Ce = Cerâmica. XPE = Polietileno cross-linked. Fonte: Adaptada de CeramTec Group (2018).11 As cerâmicas são utilizadas nas próteses de quadril desde a década de 1970.12 O modelo mais atual foi introduzido no mercado em 2003 e está em sua quarta geração. Apresenta cor rósea e é chamado de BIOLOX®delta (como visto na Figura 7C), do fabricante CeramTec. Devido à mudança na sua composição química ele é mais resistente do que o BIOLOX®forte, de geração anterior (como visto na Figura 7B). A cerâmica de última geração pode proporcionar forças flexionais de 1.350MPa, suportar forças compressivas superiores a 4.700MPa e resistir a fraturas de até 6.4MPam1/2.É uma dispersão de cerâmica do tipo alumínio de zircônia endurecido, chamado de ZTA, desenvolvido especificamente para substituição da articulação (Figura 9). Figura 9 — Exemplos de cabeça femoral e insertos acetabulares em cerâmica. Diferentes tamanhos e modelos. Fonte: CeramTec Group (2018).13 CÓ PIA C ON TR OL AD A 22 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Para que haja menor atrito e menor desgaste entre as superfícies, é necessário que exista uma boa lubrificação. Dessa forma, um filme líquido interposto facilitará o deslizamento entre elas. A propriedade do líquido se distribuir sobre a superfície de um material é chamada de molhamento, que pode ser medido por meio do ângulo θ que uma gota faz sobre uma superfície sólida (Figura 10A).14 A B 45º 86º �SL �LV �SV C M 0 0 0 Figura 10 — Molhamento. A) Quanto menor o ângulo θ, maior é a distribuição de líquido sobre a superfície de um sólido e, portanto, maior é a capacidade de lubrificação (maior molhamento). B) Molhamento da cerâmica e da superfície metálica. C = Superfície de cerâmica. M = Superfície de metal. Fonte: Adaptada de arquivo de imagem dos autores. Em resumo, quanto menor for o ângulo θ, maior será o molhamento, menor será o atrito e haverá menos desgaste. Entre os materiais utilizados nas artroplastias, a cerâmica tem o melhor molhamento.15 Por apresentarem naturezas diferentes, a superfície de metal e a de cerâmica interagem com os líquidos de formas diferentes. A cerâmica possui um melhor molhamento (θ = 45 graus), enquanto a superfície metálica possui pior desempenho, com θ de 86 graus (que pode ser visto na Figura 10B). Na “artroplastia de baixa fricção” (low friction arthroplasty) de John Charnley, o componente femoral era metálico, a cabeça possuía 22,25mm de diâmetro e o acetábulo era feito de polietileno. O sucesso da sua prótese baseou-se na menor transferência de força da cabeça femoral para deslocar o acetábulo, evitando a soltura mecânica. A grande vantagem do componente femoral metálico foi o baixo desgaste volumétrico causado no polietileno. O desgaste linear era de 0,1mm/ano, e preconizava-se que a espessura mínima do acetábulo fosse de 7 a 8mm. A menor produção de debris causava pouca soltura dos componentes. Assim, Charnley obteve maior longevidade nas suas próteses. Os polietilenos modernos, muito mais resistentes ao desgaste, são chamados de cross-linked devido à grande quantidade de ligações covalentes nas suas moléculas. Existem alguns fabricantes que os produzem enriquecidos com vitamina E.16,17 Essa medida visa reduzir a taxa de oxidação molecular e, com isso, aumentar a resistência ao desgaste e a durabilidade desses componentes. A maior durabilidade dos acetábulos de polietileno cross-linked é vastamente documentada na literatura. Em um estudo multicêntrico em 2013, Bragdon e colaboradores demonstraram o aumento médio da longevidade dos polietilenos modernos em relação aos antigos e a sua melhor performance em longo prazo.18 CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |23Como o desgaste do polietileno moderno é menor, já existe fabricação de acetábulos com 5mm de espessura (ou menos). Nesses casos, é necessário considerar o risco de quebra do plástico, uma vez que a resistência mecânica também diminui. O acetábulo de polietileno é versátil e pode ser utilizado tanto nas próteses cimentadas quanto, também, nas não cimentadas. Alguns modelos apresentam o chamado long posterior wall (LPW), para aumentar a cobertura da cabeça femoral no local onde há maior chance de luxação (Figura 11A). Outros possuem flanges ao seu redor. Eles servem para melhorar a pressurização do cimento durante a fixação acetabular (Figuras 11B e 11C).19 As suas bordas devem ser recortadas no momento da cirurgia para permitirem um ajuste perfeito na borda do osso fresado. A B C Figura 11 — A–C) Acetábulos cimentados. Seta preta = Long posterior wall (LPW). Setas vermelhas = Flanges. Fonte: Adaptada de Expo Virtual Group (2018);20 Stryker (2018);21 Beyond Compliance (2016).22 Os acetábulos de cerâmica fazem parte das artoplastias denominadas hard-on-hard, com objetivo de mínimo desgaste.23 Eles só podem ser utilizados nas próteses não cimentadas em combinação com cabeças de cerâmica. Precisam ser cuidadosamente encaixados dentro de uma cúpula metálica (metal back) que é fixada no acetábulo sob press-fit. Devido ao risco de quebra da cerâmica, não pode haver interposição de partículas sólidas e nem parafusos proeminentes dentro da cúpula. Além disso, os insertos não podem ter LPW. Uma revisão sistemática de 2012 demonstrou excelente sobrevida dos acetábulos de cerâmica.12 Korim e colaboradores documentaram, recentemente, o bom desempenho das cerâmicas tipo alumina após 19 anos de uso.24 A maioria dos autores concorda que as próteses de cerâmica com cerâmica são uma boa indicação para pacientes jovens e ativos. Os acetábulos metálicos foram muito utilizados no início dos anos 2000, momento em que as próteses de metal-metal e de recapeamento (resurfacing) foram muito utilizadas. A ideia de que estas próteses possibilitavam movimentos amplos, maior estabilidade e pouco desgaste, levaram-nas a um grande sucesso momentâneo. Mas as vantagens teóricas do baixo desgaste e a possibilidade de se utilizarem grandes cabeças não se mostraram satisfatórias na prática clínica. CÓ PIA C ON TR OL AD A 24 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | A indicação mais restrita para que se utilizasse a técnica do resurfacing e o surgimento de complicações gravesprovenientes dos debris metálicos da superfície metal-metal (aumento da concentração sérica de íons metálicos, aparecimento de pseudotumores e alta taxa de revisão) levaram a uma grande redução no uso dessas próteses. ATIVIDADES 9. Segundo o conceito de molhamento, assinale a alternativa correta. A) Maior molhamento = menor atrito e maior desgaste. B) Menor molhamento = menor atrito e maior desgaste. C) Menor molhamento = maior atrito e maior desgaste. D) Maior molhamento = maior atrito e menor desgaste. Resposta no final do capítulo 10. Sobre os acetábulos de cerâmica, o que é correto afirmar? I — Fazem parte das artroplastias denominadas hard-on-hard. II — Só podem ser utilizados nas próteses não cimentadas em combinação com cabeças de cerâmica. III — São pouco usados por serem mais suscetíveis a sofrer demasiado desgaste. IV — Apresentam muita resistência e nenhum risco de quebra da cerâmica. Qual(is) está(ão) correta(s)? A) Apenas I e II. B) Apenas I, II e III. C) Apenas II, III e IV. D) Apenas IV. Resposta no final do capítulo 11. Sobre a ATQ, o que é correto afirmar? A) Para pacientes com qualidade óssea ruim, é mandatório o uso de ATQ cimentada. B) A tribologia metal-metal, utilizada na artroplastia de recapeamento (resurfacing), apesar de um coeficiente de atrito baixo, caiu em desuso por causa das graves complicações decorrentes deste par tribológico. C) As superfícies tribológicas são classificadas como soft (metal e cerâmica) e hard (polietileno). D) A prótese original de Charnley consistia em uma ATQ cimentada com polietileno espesso e haste femoral em monobloco com cabeça 24. Resposta no final do capítulo CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |25 ■ TAMANHO DA CABEÇA FEMORAL As cabeças femorais variam de 22mm até 40mm ou mais. Menores cabeças causam maior desgaste linear, menor desgaste volumétrico e possuem menor amplitude de movimento (maior risco de luxação). Conforme aumentam de tamanho, aumentam progressivamente o desgaste volumétrico e o arco de movimento (maior estabilidade) (Figura 12).25 123° 28mm 130° 32mm 136° 36mm 152° 40mm Figura 12 — Mobilidade articular de acordo com o tamanho das cabeças femorais. Cabeças menores possibilitam menor amplitude de movimento e impacto precoce no rebordo acetabular. Ao contrário, as cabeças maiores são mais estáveis, com maior amplitude de movimento. Fonte: Adaptada de CeramTec (2018).9 Cabeças maiores têm maior amplitude de movimento e, consequentemente menor possibilidade de impacto no rebordo acetabular e menor possibilidade de luxação, ou seja, mais segurança ao cirurgião, mas causam maior desgaste.25 Hoje é possível combinar polietilenos menos espessos com cabeças maiores, se isso for desejado.26 Esta combinação pode ser interessante em algumas situações, como, por exemplo, nos casos de fratura de colo femoral, onde há mais chance de luxação, ou, ainda, em pacientes mais idosos nos quais a expectativa de vida não é tão grande. É preciso levar em consideração as características pessoais e a demanda de cada paciente. Quando se utiliza o par cerâmica-cerâmica, aumentar o tamanho da cabeça pode ser uma vantagem. Isso aumenta a mobilidade articular, aumenta o jump distance e diminui o risco de luxação e de quebra da cabeça. Entretanto, é necessário ponderação. As cabeças de 36mm ou maiores podem causar impingement junto ao tendão do músculo iliopsoas, sendo causa de dor persistente. As grandes cabeças também podem causar corrosão por atrito na zona de encaixe do cone morse, cabeça-haste.27 ■ POSICIONAMENTO DOS COMPONENTES O componente acetabular deve ser posicionado com 45 graus de inclinação e 15 graus de anteversão, com alguma variação para que permaneça dentro da zona de segurança já estabelecida na literatura.6,28,29 O componente femoral também precisa ser posicionado em anteversão.6 O método de anteversão combinada auxilia no posicionamento seguro dos componentes. Nele, a soma das anteversões do fêmur e do acetábulo deve ser de 35 graus, variando de 25 até 50 graus.30 Weber e colaboradores afirmam que, apesar de este ser um bom método auxiliar, é incapaz de prever os impactos ósseos extra-articulares que também são causa de instabilidade.31 CÓ PIA C ON TR OL AD A 26 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | As próteses cimentadas podem ser posicionadas com liberdade na posição desejada (profundidade, inclinação e anteversão), de acordo com o planejamento pré-operatório. Como as próteses não cimentadas dependem de fixação e estabilidade primárias, exigem um cuidado especial no momento da cirurgia, de forma que o press-fit aconteça exatamente na posição desejada. Em algumas situações isso é difícil, pois sequelas e deformidades acetabulares ou femorais podem influenciar na posição de press-fit, eventualmente em uma posição não desejada. ATIVIDADE 12. Como é medida a durabilidade das artroplastias? Compare sua resposta com o texto a seguir. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ■ SEGUIMENTO EM LONGO PRAZO A melhor maneira de se avaliar o desempenho das próteses é acompanhar seu resultado em longo prazo. A durabilidade das artroplastias é medida em função de um tempo transcorrido (por exemplo, 90% de sobrevivência da prótese após 10 anos). Vários fatores exercem influência nesta avaliação, e aquilo que hoje é considerado como um “padrão aceitável” pode não ser depois de algumas décadas. As características físicas da população, tradições culturais e hábitos locais influenciam nos resultados dos registros.32 Em 2009, Ling e colaboradores relataram os resultados de 433 artroplastias cimentadas após 39 anos de seguimento. Dos pacientes ainda vivos, 93% mantinham as suas próteses firmes e sem necessidade de revisão.33 Em um estudo recente, Kiran e colaboradores avaliaram 104 artroplastias cimentadas em pacientes abaixo de 55 anos.34 Registraram bons e excelentes resultados funcionais em 89% dos pacientes após 25 anos de acompanhamento. A taxa de revisão nessa coorte foi baixa, apresentando 97% de sobrevida das próteses em 22 anos de acompanhamento. Concluíram que as próteses cimentadas são uma boa escolha para os pacientes jovens. Existe controvérsia sobre a escolha da melhor artroplastia para os pacientes com má qualidade óssea. Seja por artrites inflamatórias ou osteoporose severa, sabe-se que, nesses pacientes, o resultado em longo prazo é inferior. As próteses cimentadas são uma boa opção, porque prendem- se firmemente ao osso e permitem descarga de peso precoce sem maiores preocupações. O uso das próteses não cimentadas exige cuidado especial na escolha do modelo da prótese e no sucesso das estabilidades primária (press-fit) e secundária dos componentes. O maior risco de fraturas (intraoperatórias e pós-operatórias) também deve ser considerado nas próteses sem cimento. CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |27Rabello e colaboradores demonstraram que, em uma média de 5,6 anos de acompanhamento, é possível obter bons resultados com as próteses não cimentadas.35 White e colaboradores avaliaram 81 pacientes operados com um único modelo de prótese não cimentada e descreveram os fatores que podem estar associados com a migração da haste. Entre eles estavam a baixa qualidade óssea e os canais femorais mais cilíndricos.36 Jämsen e colaboradores avaliaram 4.777 artroplastias totais de quadril naFinlândia até o ano de 2009. Nos pacientes acima de 80 anos, a prótese não cimentada não mostrou benefício, aumentou o risco de revisão e não diminuiu a mortalidade dos pacientes.37 Além dos trabalhos científicos tradicionais, existem os registros de artroplastia. Alguns são mais antigos, como o da Suécia (desde 1979). Outros são mais recentes, como o dos EUA, que hoje está na sua sexta edição. A escolha entre próteses cimentadas e não cimentadas é bem variada entre os diferentes países e, portanto, entre os diferentes registros também. Em 2015, o Registro Sueco de Artroplastia (Swedish Hip Arthroplasty Register) apontou 62,5% de próteses femorais cimentadas. No Reino Unido, esse valor foi de 53,6% e, na Austrália, de 36,7%. Os Estados Unidos apresentam o menor valor, variando entre 1 e 24%.38 Na Suécia, tradicionalmente, se utiliza mais prótese cimentada, e o seu registro já possui quase 40 anos de existência. Nos anos 2000, 93% das suas próteses eram cimentadas. Em 2016, esse número mudou para 61,9% contra 21,8% de próteses não cimentadas, enquanto a frequência de próteses híbridas foi de 4,6%.32 A sobrevida média das hastes cimentadas foi de 90% em 10 anos. A prótese femoral não cimentada com melhor desempenho chegou a 87,5% de sobrevida em 9 anos (Figura 13).32 A 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Se m re vis ão 100% 98% 96% 94% 92% 90% 88% 86% 84% 82% 80% Sobrevida do implante – Lubinus SPII Sobrevida do implante – Corail 2005-2016 11 a = 91,6% (90,8;92,5), n = 32.597 2005-2016 9 a = 87,5% (83,9;91,3), n = 1.605 diagnóstico de fratura e todas as causas (2005-2016) Anos de pós-operatório 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 Anos de pós-operatório diagnóstico de fratura e todas as causas (2005-2016) Se m re vis ão B 100% 98% 96% 94% 92% 90% 88% 86% 84% 82% 80% Figura 13 — Sobrevida das hastes femorais no registro sueco em 2016. A) Haste cimentada. B) Haste não cimentada. Fonte: Adaptada de Kärrholm e colaboradores (2016).32 CÓ PIA C ON TR OL AD A 28 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | O panorama nos EUA é bem diferente, e as próteses não cimentadas são as mais frequentes. As cimentadas são mais utilizadas nas últimas décadas de vida quando, a partir dos 90 anos, representam 24% das artroplastias (Figura 14).38 0.8% 0.6% 1.5% 4.4% 12.2% 24.3% 75.7% 87.8%95.6% 98.5%99.4%99.2% 100% 90% 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0%Pe rce ntu al de to da s a s h as tes fe mo ra is na ar tro pla sti a d e q ua dr il p rim ár ia Sem cimento Cimentado Idade do paciente por década de vida <50 50-59 60-69 70-79 80-89 ≥90 Figura 14 — Porcentagens de próteses cimentadas e não cimentadas nos Estados Unidos de acordo com a idade – AJRR 2017. Fonte: Adaptada de American Joint Replacement Registry (2017).38 Na Austrália, a indicação das próteses não cimentadas e híbridas aumentou nas últimas décadas, chegando, respectivamente, a 63,4% e 33,2%.39 Em 2016, as próteses cimentadas representaram somente 3,4% dos casos. O percentual de revisões variou de 3,2% a 17% em um prazo de 15 anos. A necessidade de revisão das próteses cimentadas chegou a 5,3% em 15 anos, das próteses não cimentadas a 4,6% em 16 anos e, das próteses híbridas, 7,3% em 16 anos.39 Neste mesmo registro, o par tribológico associado a menor taxa de revisão foi a cabeça de oxínio (metal ceramizado) com o acetábulo com polietileno cross-linked (3,4% em 10 anos). O pior desempenho em 16 anos foi das próteses com acetábulo de polietileno convencional (até 13,1% de taxa de revisão). Não foram encontradas diferenças na durabilidade dos acetábulos de polietileno associado a algum antioxidante até o momento desta edição.39 Os pacientes submetidos à artroplastia constrita (isto é, aquelas que possuem um mecanismo antiluxação) apresentaram taxa de revisão semelhante às obtidas com as próteses convencionais. Quando analisados por grupos de idade, os pacientes com menos de 70 anos apresentam cerca de 3,5 vezes mais chance de revisão do que os mais velhos.39 O Reino Unido (NJR 2017) realizou cerca de 87.700 artroplastias totais de quadril em 2016.40 A maioria (38,5%) foi não cimentada, 29,6% foram cimentadas, 28,1% foram híbridas e 3% foram híbridas reversas. Nessa casuística, a chance de uma cirurgia de revisão depois de 13 anos foi de 4,34% para as próteses cimentadas e de 8,66% para as próteses não cimentadas.40 CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |29 ATIVIDADES 13. Quanto ao desgaste linear e volumétrico, está correto afirmar que: A) quanto maior a cabeça, maior o desgaste linear. B) quanto menor a cabeça, maior o desgaste volumétrico. C) quanto menor a cabeça, menor o desgaste linear. D) quanto menor a cabeça, menor o desgaste volumétrico. Resposta no final do capítulo 14. Segundo Lewinneck e colaboradores, o posicionamento tido como ideal para o componente acetabular de uma ATQ quanto a sua inclinação e anteversão é de respectivamente: A) 35 graus, 0 grau. B) 45 graus, 15 graus. C) 45 graus, 0 grau. D) 35 graus, 15 graus. Resposta no final do capítulo 15. No posicionamento dos componentes, comente sobre o uso das próteses cimentadas e não cimentadas. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... 16. Qual uma boa opção para pacientes com má qualidade óssea? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... 17. Relate e comente um caso tratado por você com artroplastia do quadril. Compare sua resposta com o caso clínico a seguir. ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... CÓ PIA C ON TR OL AD A 30 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | ■ CASO CLÍNICO Idosa com 92 anos de idade, ativa, sem comorbidades, apresenta dor no quadril direito após cair da própria altura ao chão na cozinha da sua casa. Foi levada ao Pronto-Atendimento devido à incapacidade de caminhar após a queda. As Figuras 15 e 16 documentam o caso desta paciente. Figura 15 — Radiografia de bacia realizada no Pronto-Atendimento. Fonte: Arquivo de imagem dos autores. Figura 16 — Radiografia pós-operatória. Fonte: Arquivo de imagem dos autores. CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |31 ATIVIDADES 18. Baseado nas Figuras 15 e 16 do caso clínico, resposta às seguintes atividades. Qual é o diagnóstico para a paciente do caso clínico apresentado? ...................................................................................................................................................................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo 19. Qual é o tratamento preconizado para o caso clínico apresentado? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo 20. Qual princípio de fixação da prótese seria mais seguro para o caso clínico apresentado? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo 21. Que tamanho de cabeça escolher para o caso clínico apresentado? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo 22. Qual par tribológico escolher para o caso clínico apresentado? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo CÓ PIA C ON TR OL AD A 32 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | 23. O que se deve observar na radiografia pós-operatória da paciente do caso clínico apresentado? ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... ........................................................................................................................................... Resposta no final do capítulo ■ CONCLUSÕES Escolher a melhor prótese de quadril é uma tarefa complexa. Apesar das diferenças individuais, as próteses modernas apresentam uma longa sobrevida, com desempenho e melhora funcional semelhantes. Ou seja, os resultados tendem a um equilíbrio, exceto em raras exceções, como no caso das próteses de metal com metal. Quando um cirurgião opera com os seus materiais de preferência e uso habitual, a perfeição e o sucesso aumentam, enquanto as complicações diminuem.32 Compreender a doença do paciente, planejar cuidadosamente a cirurgia, respeitar os princípios, aplicar uma técnica minuciosa e observar os resultados são mais importantes do que o(s) método(s) escolhido(s). Seguir este caminho certamente levará à melhor prótese de quadril possível para cada paciente. ■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS Atividade 1 Resposta: A Comentário: Fatores importantes, porque influenciam diretamente no sucesso a longo prazo e, portanto, na escolha dos componentes, consistem em sexo; idade; profissão; atividades diárias; hobbies; prática esportiva ou de atividade física; etnia; estatura; doenças associadas; sequelas de doenças ou fraturas prévias; deformidades pré-existentes. Atividade 2 Resposta: B Comentário: As características da prótese a ser escolhida, como técnica de fixação, tamanho dos componentes (acetábulo, haste e cabeça), par tribológico e modularidade, devem ser adequadas a cada caso para que se obtenha uma artroplastia que dure muitas décadas com um excelente resultado funcional. Atividade 3 Resposta: C Comentário: Uma mesma prótese pode apresentar diferentes resultados se for utilizada com técnicas e por cirurgiões diferentes. CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |33Atividade 4 Resposta: D Comentário: Offset é a distância do centro da cabeça do fêmur (independentemente se original ou protético) até o centro do canal femoral (ou o meio da haste femoral, que idealmente fica centrada no canal femoral). Atividade 5 Resposta: A Comentário: A presença de anisomelia é uma das principais queixas e uma das causas de conflito jurídico após ATQ. Atividade 6 Resposta: C Comentário: Tanto a técnica acetabular quanto a femoral influenciam diretamente o comprimento final do membro operado. Atividade 7 Resposta: D Comentário: Após a realização de ATQ, observa-se, na maioria das vezes, o alongamento do membro operado. Não é observada correlação entre discrepâncias sutis no comprimento dos membros inferiores e lombalgia ou falha mecânica prematura. Alongamentos superiores a 4,0cm podem ocasionar lesão do nervo ciático. Atividade 9 Resposta: C Comentário: Quanto menor o ângulo θ, maior será o molhamento, menor será o atrito e menor também será o desgaste. Atividade 10 Resposta: A Comentário: Os acetábulos de cerâmica fazem parte das artoplastias denominadas hard-on-hard, com objetivo de mínimo desgaste. Eles só podem ser utilizados nas próteses não cimentadas em combinação com cabeças de cerâmica. Precisam ser cuidadosamente encaixados dentro de uma cúpula metálica (metal back) que é fixada no acetábulo sob press-fit. Devido ao risco de quebra da cerâmica, não pode haver interposição de partículas sólidas e nem parafusos proeminentes dentro da cúpula. Além disso, os insertos não podem ter LPW. Atividade 11 Resposta: B Comentário: A superfície metal-metal, embora tenha coeficiente de atrito extremamente baixo, gera debris metálicos que resultam em complicações graves, como a formação de pseudotumores, aumento de concentração sérica de íons metálicos e alta taxa de revisão por soltura asséptica. Atividade 13 Resposta: D Comentário: As cabeças menores geram mais desgaste linear e pouco desgaste volumétrico, em contrapartida, as cabeças maiores geram um desgaste linear menor e ainda maior desgaste volumétrico. CÓ PIA C ON TR OL AD A 34 AR TR OP LA ST IA DO QU AD RIL : C OM O E SC OL HE R A M EL HO R P RÓ TE SE | Atividade 14 Resposta: B Comentário: Idealmente, se busca o posicionamento acetabular com inclinação de 45 grause anteversão de 15 graus. Atividade 18 Resposta: O diagnóstico para a paciente do caso clínico apresentado é de fratura do colo do fêmur direito desviada. Atividade 19 Resposta: O paciente idoso (ou maior de 65 anos) portador de fratura desviada do colo do fêmur deve ser tratado com artroplastia de quadril, porque os riscos de desvio, perda de redução, falha dos implantes, ausência de consolidação e necrose da cabeça chegam a 30%, ou mais, quando submetidos à redução e osteossíntese, não justificando o risco de 2 procedimentos consecutivos em um paciente com saúde frágil e risco de morte. A artroplastia parcial do quadril é preconizada em pacientes com baixa expectativa de vida. Os estudos comparativos e de seguimento demonstram que, nos pacientes que sobrevivem mais tempo, apesar do menor risco de luxação, a maioria dos casos necessita de revisão depois de 5 anos, sendo a corrosão com afundamento acetabular um dos principais motivos. As próteses totais de quadril possuem melhores resultados funcionais do que as próteses parciais, comprovados por estudos que avaliam dor, função e retorno às atividades diárias com auxílio de escores específicos. Apesar da idade avançada da paciente em questão, o seu bom estado de saúde e a sua alta demanda física diária permitem indicar a ATQ com solidez e embasamento de literatura. Atividade 20 Resposta: É possível optar por uma artroplastia total de quadril não cimentada. A maioria dos estudos apresenta bons resultados quando se obtém um bom press-fit durante a cirurgia. Entretanto, como os riscos de press-fit inadequado e fratura intraoperatória são maiores nesta paciente, devido ao alto grau de osteoporose, a escolha pela ATQ cimentada é segura e previsível. A prótese cimentada pode ser indicada sempre, para qualquer paciente e em qualquer situação clínica, permitindo carga total pós-operatória e imediata. Além disso, também permite o posicionamento desejado dos componentes em profundidade, anteversão e inclinação, para que a restituição da anatomia e da biomecânica do quadril favoreça um bom desempenho funcional, com menor desgaste e baixo risco de instabilidade. Atividade 21 Resposta: Um dos principais riscos da artroplastia de quadril após fratura é a luxação, que tem incidência de até 15% em algumas séries. No caso apresentado, tanto o sexo feminino quanto a fratura são dois fatores de risco importantes. Seguindo esta linha de raciocínio, quanto maior o diâmetro da cabeça na prótese escolhida, maior estabilidade será alcançada e menor será o risco de luxação. A cabeça de 28mm tem 123 graus de arco de movimento, enquanto a cabeça de 36mm possui 136 graus de movimento até poder desencaixar. As cabeças de maior diâmetro também apresentam um maior jump distance, o que reduz a chance de luxação. Como a paciente é idosa e apresenta expectativa de vida reduzida, é possível escolher uma cabeça de maior diâmetro sem preocupação com a taxa de desgaste. A melhor escolha será a cabeça de maior diâmetro possível combinada com um polietileno que apresente uma espessura mínima de 5mm ao redor da sua superfície. CÓ PIA C ON TR OL AD A | P RO AT O | Cic lo 16 | V olu me 2 |35Atividade 22 Resposta: Os registros nacionais de artroplastia demonstram durabilidade mínima e sucesso de 95% em 15 anos com um par tribológico em que a cabeça é de metal e o acetábulo é de polietileno. Como a paciente em questão é muito idosa, já está justificada esta escolha como uma ótima opção em termos de segurança, previsibilidade de resultado e custo financeiro dos implantes. Atividade 23 Resposta: Observar o posicionamento e a angulação dos componentes. Adequação do comprimento do membro, do offset horizontal e da largura do quadril. Manta de cimentação uniforme, homogênea e adequada ao redor de toda a haste femoral e do acetábulo. Observar os furos de contenção acetabular. ■ REFERÊNCIAS 1. Girdlestone GR, Somerville EW. Tuberculosis of bone and joint. 2nd ed. London: Oxford University Press; 1952. 2. Hardinge K, Williams D, Etienne A, MacKenzie D, Charnley J. Conversion of fused hips to low friction arthroplasty. J Bone Joint Surg Br. 1977 Nov;59–B(4):385–92. 3. Rieker C, Kottig P. In vivo tribological performance of 231 metal-on-metal hip articulations. Hip Int. 2002 Apr–Jun;12(2):73–6. 4. Learmonth ID, Young C, Rorabeck C. The operation of the century: total hip replacement. Lancet. 2007 Oct;370(9597):1508–19. 5. Bombelli R. Radiologia do quadril: interpretação biomecânica. In: Rondinelli PC, editor. O quadril do adulto. São Paulo: Medsi; 2001. 6. Harkess JW Jr, Crockarell JR. Artroplastia do quadril. In: Canale ST, Beaty JH, editores. Campbell cirurgia ortopédica. 12. ed. 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In: Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia; Comissão de Educação Continuada, Comissão de Ensino e Treinamento, organizadores. PROATO Programa de Atualização em Traumatologia e Ortopedia: Ciclo 16. Porto Alegre: Artmed Panamericana; 2020. p. 11–38. (Sistema de Educação Continuada a Distância, v. 2).
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