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1 DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS EM ALIMENTOS - PROTEÍNAS - Polímeros de elevado peso molecular - a.a. ligados por ligações peptídicas são sua unidade funcional - Constituintes: 50 - 55% de carbono, 6 - 8% de hidrogênio, 20 - 24% de oxigênio, 15 - 18% de nitrogênio, 0,2 - 0,3% de enxofre - Podem ser simples (somente a.a.) ou conjugadas (a.a. e outros constituintes, como as glicoproteínas) - São constituintes das células e desempenham funções biológicas associadas às atividades vitais ● Enzimas ● Hormônios ● Estruturais ● Defesa ● Transporte de substâncias - Função nos alimentos: conferem valor nutricional e propriedades organolépticas → Maior conteúdo de proteínas nos alimentos de origem animal - soja e amendoim são boas fontes de proteínas → As proteínas de origem animal são mais ricas em relação aos a.a. essenciais em relação às de origem vegetal e possuem maior digestibilidade (relação entre os nitrogênios que ingerimos com os que absorvemos) - Alterações das proteínas nos alimentos - Diversas reações de degradação durante o processamento e armazenamento podem ocorrer, acarretando alterações indesejáveis nas proteínas ● Perda da qualidade nutricional ● Alterações desejáveis/indesejáveis no flavour ● Perda de funcionalidade (hidratação, viscosidade, solubilidade) ● Aumento do risco de toxicidade - lisina e cisteína - Alterações das proteínas durante o processamento dos alimentos - Processos importantes: ● aquecimento ● pH extremos ● Presença de carboidratos - Alterações desejáveis: ● Térmico: ○ No leite, melhora digestibilidade e ocorre desnaturação de enzimas de microrganismos ○ Leguminosas possuem inibidores de tripsina. Logo, melhora biodisponibilidade - MÉTODOS DE DETERMINAÇÃO - Procedimento mais comum: determinação de um elemento ou de um grupo pertencente a proteína - Conversão para conteúdo protéico: através de um fator - Análise de elementos: carbono e nitrogênio - Análise de grupos: a.a. e ligações peptídicas - METODOLOGIA 1. ANÁLISES ELEMENTARES A. Análise de carbono B. Análise de nitrogênio 2. ANÁLISES POR GRUPOS A. Método por biureto B. Método por fenol C. Método por UV (tirosina, triptofano e fenilalanina) D. Métodos turbidimétricos (TCA) E. Métodos dye-binding (corante) F. Métodos físicos - ANÁLISES ELEMENTARES 1. ANÁLISE DE CARBONO - Fator de correção - Digestão ----- nitrogênio - Menor erro no resultado: > quantidade de C em relação ao N - Dificuldade: separar carbonos pertencentes à proteína dos carbonos de outros componentes 2. ANÁLISE DE NITROGÊNIO - Determinação mais utilizada - Considera: proteínas possuem 16% de nitrogênio - Fator geral na transformação de nitrogênio para proteína = 6,25 16 g N ----------------- 100 g PTN n g N ----------------- X g PTN X = n . 100 / 16 = n. 6,25 - Esse valor pode variar para cada tipo de alimento, esse valor já foi determinado e tabelado, mas, no geral, adota-se 6,25 como padrão - MÉTODO DE KJELDAHL - Premissa fundamental: em uma amostra, todo o nitrogênio presente provém de proteínas 2 - Determina o nitrogênio protéico propriamente dito e o nitrogênio não protéico (aminas, amidas, lecitinas, nitrilas e a.a.) - Resultado conhecido como “proteína bruta” - A amostra contida em um tubo semelhante a um tubo de ensaio ao qual é adicionado ácido sulfúrico e catalisador (selênio e cobre) e a amostra vai passar por um processo de digestão, sobrando o nitrogênio como produto, na forma de sulfato de amônio - Esse processo gera gases tóxicos (capela) - O processo leva cerca de 4 horas - O produto, sulfato de amônio vai para um processo de destilação, onde reage com o NaOH e libera amônia, que é volátil, destilada e recolhida com ácido bórico, formando borato de amônia - O borato de amônia é titulado na presença de HCl e encontra-se o % de nitrogênio na amostra - Agora multiplica o % N com o fator de conversão e encontra-se o % de proteínas % N . 6,25 = % PTN - RESUMO DAS ETAPAS 1. Aquecimento da amostra com ácido sulfúrico concentrado até que todo o carbono seja oxidado a CO2 (DIGESTÃO) 2. O N é transformado em sulfato de amônio 3. Adiciona-se NaOH + aquecimento: liberação da amônia dentro de volume conhecido de solução de ácido bórico e formação do sal borato de amônio (DESTILAÇÃO) 4. Este sal (N) é titulado com uma solução de HCI (TITULAÇÃO) - coloração rósea para verde que indica a presença de borato de amônio - Digestão - Destilação - Titulação - A titulação deve ser feita em até no máximo 2 h após destilação, porque a amônia está fracamente ligada ao ácido bórico - CÁLCULOS - nº de eq do HCl = nº eq do N - nº eq N = massa de N(g)/eq N (eq N= 14) %N. fator = %PTN - VANTAGENS ● Aplicável a todo tipo de alimento ● Relativamente simples ● Barato ● Boa exatidão - DESVANTAGENS ● Mede todo o N orgânico ● Menor precisão que o método de biureto ● Reagente corrosivo - MÉTODO DE MICRO-KJELDAHL - Aplica-se a qualquer tipo de alimento, sendo ideal para alimentos com alto teor de proteína - economia em amostra e reagentes 3. MÉTODO POR BIURETO - Substâncias contendo 2 ou mais ligações peptídicas → Sal e cobre (complexo de cor roxa - meio alcalino) → intensidade da cor formada é proporcional à quantidade de proteína → Medida colorímetro ● Rápido - < 30 min ● Específico (elimina interferentes) ● Barato e simples ● Necessidade de curva de calibração ● Uso em cereais e carnes - Complexo de coordenação entre o Cu e a cadeia peptídica - coloração arroxeada - Leitura é feita num comprimento de onda de 540 nm 4. MÉTODO POR FENOL - Bioquímica de proteínas (simples e sensível) - Pouco utilizado para alimentos - extração de proteínas (elas precisam estar separadas do alimento antes da análise) 3 - Interação das proteínas com reagente fenol e Cu (condições alcalinas) - Oxidação de a.a. aromáticos - coloração azul (750 nm) - EXEMPLO - Uma amostra de farinha de trigo analisada, pelo método de Kjeldahl, para determinação de proteína bruta, nos forneceu os seguintes dados: Peso da amostra: 1,2598 g Normalidade de HCl usado na titulação: 0,1265 mL de HCI gastos na titulação: 11,8 mL Eq do Nitrogênio = 14 - Calcule o conteúdo de proteína bruta na amostra, assumindo que a proteína possui 17% de nitrogênio nº de eq do HCl = nº eq do N nº eq N = massa de N(g)/eq N (eq N= 14) m/14 = N . V . f m/14 = 0,1265 . 11,8 m = 0,1265 . 11,8 . 14 m = 20,8978 mg de N 100 mg PTN ---------------- 17 mg N X mg PTN ---------------- 20,8978 mg N X = 122,93 mg PTN 0,12293 g PTN ---------------- 1,2598 g amostra Y g PTN ---------------- 100 g Y = 9,76% de proteínas
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