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20/10/2019 1 DETERMINAÇÃO DO TEOR DE PROTEÍNAS - NITROGÊNIO TOTAL Bromatologia e composição de alimentos Curso de Nutrição Profª. Thays Santos Mendonça Outubro de 2019 As proteínas são macromoléculas complexas, compostas de aminoácidos, e necessárias para os processos químicos que ocorrem nos organismos vivos PROTEÍNAS - Constituintes de toda célula viva; - Função nutricional; - Combinadas com lipídeos e carboidratos. PROTEÍNAS Substâncias orgânicas complexas (C, H, O, N, S, P, Fe, Cu, Zn); Polímero de alto peso molecular; Unidade básica: aminoácidos. IMPORTÂNCIA • nutricional • propriedades sensoriais 4 PROTEÍNAS 5 Moléculas formadas por moléculas menores chamadas aminoácidos. Existem 20 tipos de a.a. na natureza. A ligação entre dois aminoácidos é chamada ligação peptídica. 6 PROTEÍNAS 20/10/2019 2 As proteínas podem apresentar uma estrutura primária (sequência linear de a.a.), secundária (forma de hélice), terciária (estrutura em hélice dobra sobre si mesma) e quaternária (associação de várias cadeias polipeptídicas). 7 PROTEÍNAS Naturais: o organismo é capaz de sintetizar Ex: insulina e hemoglobina 8 TIPOS BÁSICOS Essenciais: o organismo não é capaz de sintetizar, mas são obtidas na alimentação. Ex: lisina e isoleucina (feijão); Leucina e valina (arroz) Proteínas simples Somente aminoácidos Proteínas conjugadas (proteínas ligadas a outras substâncias) Nucleoproteínas; Glicoproteínas; Metaloproteínas; Lipoproteínas 9 CLASSIFICAÇÃO Estrutural: queratina (cabelo e unha). Hormonal: insulina. Defesa: anticorpos. Resistência a tecidos: colágeno. 10 FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS Contração muscular: actina e miosina. Transporte de O2 e CO2: hemoglobina. Enzimática: acelera reações químicas. 11 FUNÇÕES DAS PROTEÍNAS 12 20/10/2019 3 Alimentos de origem animal: – Leite e derivados – Carnes e derivados – Ovos. Alimentos de origem vegetal: – Leguminosas (soja, feijão) – Cereais (trigo) 13 FONTES Quadro 1. Teor de proteína em alimentos Alimento Teor Soja 33 - 42 % Milho 7 – 9,4% Arroz integral 7,5 – 9,0% Arroz polido 5,2 – 7,6% Amendoim 25 – 28% Batata 10 – 13% Maçã 0,3 % Leite integral 3,5 % Carne 25 % Ovo 13% 20/10/2019 4 Determinação de proteína Metodologia: - Procedimento que determina um elemento ou grupo pertencente à proteína = determinação de Nitrogênio. Essa técnica envolve a estimativa do conteúdo de proteína pela conversão da porcentagem de nitrogênio em proteína, assumindo-se que todo o nitrogênio presente seja proteína. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS POR KJELDAHL Usa-se um fator de conversão com base na porcentagem de nitrogênio no alimento protéico: % Proteína = % N X F Fator de conversão, em geral, é 6,25: 16 g N 100 g ptn n g N A g ptn A = 6,25 x n DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS POR KJELDAHL g de N KJELDAHL É o principal método para determinação de proteínas em alimentos - é padrão e largamente usado. Tem alta precisão e boa reprodutibilidade. O método Kjeldahl é dividido em três etapas: digestão, destilação e titulação. 23 MÉTODO KJELDAHL 1a etapa: Digestão = conversão do N em amônia A amostra é colocada no frasco de digestão e então digerido pelo aquecimento na presença de ácido sulfúrico (um agente oxidante que digere alimentos), e um catalisador (cobre, selênio, titânio ou mercúrio). A digestão converte o N do alimento (ou outro na forma de nitratos ou nitritos) em amônia, e a matéria orgânica em C02 e H20. O gás amônia não é liberado numa solução ácida porque a amônia está na forma de íon (NH4 +) que se liga ao íon sulfato (SO4 2-) e assim permanece na solução: CHON (alimento) (NH4)2SO4 + C02(g) + H20 (g) (1) 24 20/10/2019 5 Bloco Digestor de Proteínas 2a etapa: Neutralização e Destilação: Depois da digestão o frasco de digestão é conectado no destilador de nitrogênio. Adiciona-se hidróxido de sódio, que converte o sulfato de amônio em gás amônia: (NH4)2SO4 + 2 NaOH 2NH3 + 2H2O + Na2SO4 (2) A amônia formada é liberada da solução. Por destilação por arraste a vapor a NH3 é transferida do frasco de digestão para um erlenmeyer contendo ácido bórico em excesso. NH3 + H3BO3 NH4 + + H2BO3 - (íon borato) (3) 26 Destilador de Proteínas NaOH (NH4)2SO4 Sulfato de amônia Formação de amônia 2NH4H2BO3 Borato de amônio DESTILADOR Água de arraste Amostra NaOH Erlenmeyer com solução de H3BO3 Ácido bórico 28 3a etapa: Titulação: O conteúdo de N é estimado por titulação do borato de amônio com clorídrico. H2BO3 - + H+ H3BO3 (4) A concentração dos íons H+ gastos na titulação equivalem à concentração do nitrogênio. O conteúdo de N é então convertido em proteínas usando um fator apropriado: %Proteína = F x %N 29 20/10/2019 6 Cálculos: 1 mol de HCl = 1 mol de N = 14,16 g de N para 1000 mL Proteína (%) = V x N x 14,16 x FC x FN x 100 P (mg) Onde: P = peso da amostra (mg) V = titulação da amostra N = normalidade do HCl FC= Fator de correção do HCl FN = fator de conversão do Nitrogênio 14,16 g N = quantidade de N para cada 1 mol de HCl DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS POR KJELDAHL Desvantagem do método: Não dá uma medida exata do teor de proteína e sim de nitrogênio; Perigo do uso de ácido sulfúrico em temperaturas altas; Alguns catalizadores são tóxicos para o meio ambiente: mercúrio, óxido de titânio. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS TOTAIS POR KJELDAHL Não é uma medida “verdadeira” de proteínas, dosa todo N - protéico e não protéico (purinas, piridinas, vitaminas, uréia, aminas ...). F dá erros quando o conteúdo em N é muito diferente de 16%. Diferentes proteínas necessitam de diferentes fatores de correção, pois tem diferentes seqüências de aminoácidos. Alimento % N na Ptn Fator Trigo (endosperma) 17,5 5,7 Trigo (farelo) 15,8 6,31 Trigo (grão) 17,2 5,83 Aveia (grão) 17,2 5,83 Farelo de algodão 16,0 6,25 Milho (grão) 18,9 5,30 Amendoim 18,3 5,46 Leite 15,8 6,38 carne 16,0 6,25 Ovo 16,0 6,25 Quadro 2. Porcentagem de nitrogênio na Proteína por diferentes fontes protéicas Alimento % N na Ptn Fator Gelatina 18,0 5,55 Mistura 16,0 6,25 Milho 16,0 6,25 Ovo 14,97 6,68 Soja 17,51 5,71 Arroz 16,81 5,95 Vegetais 17,5 5,75 Proteínas lácteas 15,8 6,38 Proteínas da carne 16,0 6,25 Proteína da soja e do milho 16,0 6,25 Detecção de ligação peptídica, formação de um complexo coordenado entre os íons Cu +2 e quatro grupos -NH, formando um complexo de coloração roxa, com absorbância máxima à 540nm. MÉTODO DO BIURETO 20/10/2019 7 É bastante específico por não apresentar problemas de interferentes. É simples, rápido e barato. Por envolver uma reação com a ligação peptídica, o método determina proteína, ao contrário do método de Kjeldahl que determina N total. MÉTODO DO BIURETO – VANTAGENS A necessidade de uma curva de calibração tomada com um padrão conhecido de proteína, por exemplo, uma proteína determinada por Kjeldahl. A cor formada no complexo não é idêntica para todas as proteínas, porém os desvios causados são menores do que em outros métodos colorimétricos MÉTODO DO BIURETO – DESVANTAGENS A medida é baseada na turbidez causada pela proteína precipitada por algum agente precipitante, como o ácido tricloroacético, ferricianeto de potássio e ácido sulfossalicílico MÉTODOS TURBIDIMÉTRICOS Vantagens: É rápido; É simples para amostraslíquidas (proteína em solução). MÉTODOS TURBIDIMÉTRICOS Desvantagens: Não compensa ser utilizado para amostras sólidas, nas quais a proteína deve ser extraída para uma solução; Os resultados variam com o tipo de proteína; MÉTODOS TURBIDIMÉTRICOS Desvantagens: Pode haver co-precipitação de outras substâncias interferência; O método depende de calibração com padrões conhecidos de proteínas determinados por outros métodos. MÉTODOS TURBIDIMÉTRICOS 20/10/2019 8 Conhecer o valor nutritivo dos alimentos; Determinação da composição centesimal de um alimento = rotulagem; Avaliar a qualidade do alimento. DETERMINAÇÃO DE PROTEÍNAS EM ALIMENTOS 43
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