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1 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre VOLUMES E CAPACIDADES PULMONARES AULA PROF ANA PAULA + SANARFLIX MECÂNICA RESPIRATÓRIA ESTÁTICA: Mecânica respiratória representa um conjunto de propriedades mecânicas do pulmão e da caixa torácica que permitem a movimentação de ar para dentro e para fora dos pulmões. Se dividem em Estática e Dinâmica. Na estática, o volume não varia com o tempo, isto e, não avalia o fluxo de ar, mas sim os volumes pulmonares máximos alcançados -> É uma análise da relação entre pressão e volume, que vai depender das características do parênquima pulmonar e dos músculos esqueléticos que auxiliam na respiração. Alguns conceitos importantes sobre pressão: • Pressão Atmosférica ou Barométrica: PB. • Pressão Alveolar: PA -> Varia entre -1, 0 1 +1 ao longo do ciclo, assumindo valores positivos na inspiração. • Pressão Intrapleural (na cavidade pleural): PIP. • Pressão Transpulmonar: PP (PP = PA – PIP) -> Essa é a pressão que mantém os alvéolos abertos. Quanto maior for a PP, mais aberto está o alvéolo! Os volumes e capacidades pulmonares, nas mulheres, são cerca de 20-25% menores que nos homens. Além de serem maiores em pessoas atléticas e com massas corporais maiores! Volume Pulmonar: Volume Corrente (VC): Quantidade de ar mobilizada espontaneamente a cada ciclo -> Aproximadamente de 500mL. Volume de Reserva Inspiratório (VRI): Volume máximo inspirado após a inspiração espontânea -> Usado em situações de maior demanda energética e tem aproximadamente 3000mL. Ou seja, volume de ar que ainda pode ser inspirado ao final da inspiração corrente normal. Volume de Reserva Expiratório (VRE): Volume máximo expirado após a expiração espontânea -> Para mobilizá-lo é necessário o uso dos músculos acessórios da expiração, o que ocorre durante o exercício intenso ou quando há resistência à saída de ar. É de aproximadamente 1200mL. Ou seja, volume de ar que ainda pode ser exalado ao final da expiração normal. Volume Residual (VR): Volume que permanece nos pulmões após a expiração máxima, ou seja, é o volume que nunca é mobilizado! • Necessário para manter os alvéolos um pouco expandidos e assim diminuir a tensão superficial entre as moléculas de água, diminuindo a tendência de colabamento alveolar. Esses quatro tipos de volumes pulmonares quando somados resultam no volume máximo dos pulmões, ou seja, é o máximo que eles podem expandir! Capacidade Pulmonar: A capacidade é determinada durante os eventos do ciclo pulmonar, considerando dois ou mais volumes combinados. Capacidade Residual Funcional (CRF): Quantidade de ar que permanece nos pulmões após a expiração espontânea, sendo a soma de VRE e do VR. • Marca o equilíbrio entre a força de expansão da caixa torácica e a força de retração elástica dos pulmões -> Faz com que a pressão alveolar seja igual a zero. • É de aproximadamente 2400mL. • Não pode ser calculada por espirometria. 2 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre Capacidade Inspiratória (CI): Quantidade de ar que uma pessoa pode inspirar, partindo do nível expiratório basal e enchendo ao máximo os pulmões. Aproximadamente 3500 ml. • CI = VT + VRI Capacidade Vital (CV): Quantidade de ar mobilizado entre uma inspiração e uma expiração máximas. Aproximadamente 4700mL. Ou seja, maior quantidade de ar que uma pessoa pode expelir dos pulmões após tê-los enchido ao máximo e depois expirado completamente. • CV = VRI + VC + VRE Capacidade Pulmonar Total (CPT): Volume de ar nos pulmões após a inspiração máxima -> Aproximadamente 5900ml. Ou seja, maior volume que os pulmões podem alcançar ao final do maior esforço inspiratório possível. • CPT = CV + VR • Em condições não patológicas, a capacidade vital corresponde a 80% da capacidade total. A determinação dos volumes e capacidades pulmonares vão depender de diversos fatores, dentre eles as relações de pressão- volume. Relações Pressão-Volume: Ventilação-minuto é o volume de gás que é movido por unidade de tempo -> Volume de gás movido em cada respiração vezes o número de respirações por minuto. Em indivíduos normais, durante a respiração com volume corrente a pressão alveolar diminui com o início da inspiração -> Geralmente é uma redução pequena, sendo muito maior em indivíduos com obstrução de vias aéreas devido à grande queda que ocorre nas vias obstruídas. A pressão no espaço pleural (pressão pleural) também diminui durante a inspiração -> Equivale à retração elástica pulmonar. A pressão cai ao longo das vias aéreas, enquanto o gás flui da pressão atmosférica (zero) para a pressão no alvéolo (-1) e esse fluxo de ar cessa quando a pressão atmosférica e alveolar ficam iguais. Durante a expiração, o diafragma se move mais alto no tórax, a pressão pleural aumenta, a pressão alveolar fica positiva, a glote se abre e o gás novamente flui da pressão maior (alvéolo) para a menor (atmosférica). No alvéolo, a força motriz para a expiração é a soma da retração elástica e da pressão pleural. PADRÕES RESPIRATÓRIOS Eupnéia: Respiração normal e espontânea (sem esforço). Taquipnéia: Aumento da frequência respiratória (FR). Bradpnéia: Redução da frequência respiratória. Hiperpnéia: Aumento do volume corrente (VC). É o volume de ar que inspiro e expiro em cada ciclo, compreende o volume ou ventilação alveolar (VA) + o volume do espaço morto (VEM) -> VC (500ml) = VA (300ml) + VEM (150ml). Hipopnéia: Diminuição do VC. Hiperventilação: Aumento do volume minuto (VM) segundo os livros -> VM = VC x FR. Na prática, se usa como marcador o VA e não VC, pois devemos considerar o VEM (150ml), portanto: Ventilação alveolar minuto = ventilação alveolar x frequência respiratória (VAM = VA x FR). Hipoventilação: Diminuição da ventilação alveolar minuto (VAM). Na prática → VAM = VA x FR. Apnéia: Parada depois da expiração. Apneuse: Parada depois da inspiração. Dispneia: Dificuldade respiratória. ESPIROMETRIA Representa um traçado da relação entre o fluxo respiratório máximo e o tempo, sendo a medida mais comum na função pulmonar ventilatória. Mede 4 volumes primários e 4 capacidades através do espirógrafo. Volumes e capacidade variam de acordo com o gênero, idade, superfície corporal, atividade física, postura. 3 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre Se o ambiente estiver mais frio que o organismo, os gases se contrairão dentro do espirógrafo e se o ambiente estiver mais quente que o organismo os gases se expandirão no espirógrafo. Portanto a temperatura do espirógrafo deve ser a temperatura ambiente. Ela é registrada com o paciente sentado respirando calmamente várias vezes em volume corrente, quando então realiza uma inspiração máxima, seguida de uma expiração forçada, que é mantida por pelo menos seis segundos ou mais, com esforço vigoroso continuado (capacidade vital forçada [CVF]), e completada por uma inspiração completa vigorosa (capacidade vital inspiratória). As manobras são representadas como uma curva de volume-tempo ou como uma curva de fluxo-volume. Estrutura: 1 e 2: Escala indicadora de volume. 3: Campânula flutuante. 4: Tanque de água. 5: Bocal. Estudo dos Volumes e Capacidades Pulmonares: Reler a parte inicial desse resumo. Mas, revisando: Observação: Se NÃO acrescentarmos oxigênio ao circuito durante a espirometria, o gráfico vai inclinando, indicando consumo de O2. Não pode esquecer que o CO2 eliminado fica retido na cal sodada. Se em 2 minutos o traçado se deslocou 620ml para cima, podemos calcular o volume de oxigênio como 620/2=310ml/min. 4 Lucas Dominguez 2019.2 – Segundo Semestre Determinação do Volume Residual: Existem duas técnicas para medir a volume residual, capacidade residual funcional e a capacidade pulmonar total que não podem ser medidas pelos aparelho. Diluição dos gases: Utiliza-se mais o Helio (inerte e pouco solúvel no sangue). • Coloca-se um espirógrafo de determinado volume (V1) e uma concentraçãoconhecida de hélio (C1) → conecta-se o paciente no circuito ao final de uma expiração espontânea (ao nível da capacidade residual funcional) → o paciente respira essa mistura de ar-helio por alguns minutos, o gás se distribui uniformemente pelos pulmões e o espirógrafo alcança a concentração de equilíbrio (C2) → ao nível da capacidade residual funcional o paciente é desconectado do aparelho. • Teremos que V1 x C1 = V2 X C2, sendo V2 correspondente ao volume dos pulmões na capacidade residual funcional + o volume do espirógrafo (V1), portanto V2 – V1 = capacidade pulmonar. • Volume residual = CRF – VRE. • Obs: esse método não é capaz de identificar coleções gasosas no pulmão (ex: bolha enfisematosa), pois o hélio não se dilui nesses volumes. Pletismógrafo de corpo inteiro: Se baseia na compressão e descompressão do volume do gás no interior da caixa pletismográfica. • Paciente fica trancado e isolado do ar ambiente com uma pinça nasal na caixa → solicita-se que o paciente respire normalmente através de uma peça bucal → ao fim de uma expiração espontânea as vias respiratórias são ocluídas por uma válvula e o paciente deve realizar inspiração forçada → gás dentro dos pulmões sofre descompressão aumentando o volume pulmonar e elevando a pressão dentro do pletismógrafo. • A partir dos dados pode-se calcular a capacidade residual funcional e a partir dela, calcular o volume residual.
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