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Administração de Unidades de Alimentação e Nutrição Prof. Dr. Welliton Popolim UNIDADE II O caminho da comida Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. O caminho do desperdício no Brasil Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. De todo o desperdício ocorre ainda na colheita Ocorre no manuseio e transporte Ocorre nas centrais de abastecimento (Ceasas) São diluídos entre supermercado e consumidores Mapa de geração de resíduos de uma UAN Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Papel/Papelão Vidro Plástico Metal Resíduos Não Recicláveis Resíduos Orgânicos Madeira Resíduos Ambulatoriais Resíduos Perigosos PREPARO DE CARNES PRÉ- PREPARO DE VEGETAIS COCÇÃO F O R N O S PREPARO DE SOBREMESAS BALCÃO BALCÃO DE DISTRIBUIÇÃO BALCÃO DE DISTRIBUIÇÃO ALMOXARIFADO HIGIENIZAÇÃO DE UTENSÍLIOS S A L A N U T R IC IO N IS T A CÂMARA FRIGORÍFICA DE CARNE CÂMARA FRIGORÍFICA LATICÍNIOS E OVOS CÂMARA FRIGORÍFICA VEGETAIS E FRUTAS BANHEIRO FEMININO BANHEIRO MASCULINO V E S T . F E M IN IN O C O M P R E S S O R E S C O N G E L A D O R E S C O L H A E L A V A G E M D E C E R E A IS V E S T . M A S C U L IN O H IG IE N IZ A Ç Ã O B A N D E J A S , P R A T O S , C O P O S E T A L H E R E S RECEPÇÃO E CONTROLE DE GÊNEROS CÂMARA DE RESÍDUOS ORGÂNICOS CÂMARA DE RESÍDUOS C A L D E IR A S Sobras e restos A sobra (limpa) é o alimento preparado e não distribuído com registros de controle de temperatura. O ideal é que fique entre 7 e 25 g/pessoa ou que represente, no máximo, de 2 a 3% do total produzido. No mercado, observa-se média de 4%. Pode ser calculado da seguinte forma: % sobras = [(total produzido - total distribuído) / total produzido] x 100 O resto é o alimento distribuído e não consumido, ou seja, é a quantidade de alimento devolvida no prato ou bandeja pelo cliente. O ideal é que fique entre 15 e 45 g/pessoa ou que represente, no máximo, de 2 a 5% do total distribuído. No mercado, observa-se média de 7%. Pode ser calculado da seguinte forma: % resto = (peso do resto/ peso refeição distribuída) x 100 Não difere dos demais cálculos, apenas subdivide cada operação de avaliação de sobras e restos. QTP = quantidade total pronta S = sobra QTD = quantidade total distribuída PMD = per capita médio distribuído QTC = quantidade total consumida PMC = per capita médio consumido R = resto IR = índice de rejeito PMR = per capita médio do resto D/REF = desperdício/refeição Equivalente-refeição (ER) = indica o número de refeições desperdiçadas Método do ticket Método do ticket – exemplo Determinar o índice de rejeito, a quantidade de refeições desperdiçadas e o seu custo. O cardápio atendeu 765 comensais com um total de 492,4 kg de alimentos preparados. Ao término, constatou-se uma sobra de 58,9 kg e o resto nos pratos totalizou 43,7 kg. O custo per capita é de R$ 3,00. QTP = 492,4 kg S = 58,9 kg R = 43,7 kg QTD = QTP - S => QTD = 492,4 kg - 58,9 kg => QTD = 433,5 kg QTC = QTD - R => QTC = 433,5 kg - 43,7 kg => QTC = 389,8 kg PMD = QTD / n. refeições => PMD = 433,5 kg / 765 comensais => PMD = 0,567 kg ou 567 g/comensal PMR = R / n. refeições => PMR = 43,7 kg / 765 comensais => PMR = 0,057 kg ou 57 h/comensal PMC = PMD – PMR => PMC = 0,567 kg – 0,057 kg => PMC = 0,510 kg ou 510 g/comensal IR = (R/QTD) x 100 =>IR = (43,7 kg / 433,5 kg) x 100 => IR = 0,1008 x 100 => IR = 10,1% ou IR = (PMR/PMD) x 100 => IR = (0,057 kg / 0,567 kg) x 100 => IR = 0,1005 x 100 => IR = 10,1% 1 refeição – PMD X – R 1 refeição – 0,567 kg X – 43,7 kg, então x = 77 refeições desperdiçadas 1 refeição – custo ER – x 1 refeição – R$ 3,00 77 refeições – x = R$ 231,00 Para sobreviver e crescer no mundo dos negócios, não basta a melhoria contínua dos processos. É preciso reinventá-los, fazer novas combinações, mudar paradigmas, rever os padrões éticos, quebrar barreiras antigas da desconfiança, buscar formas de trabalho que permitam competir em um mercado cada dia mais inteligente e ágil, sem deixar de atender requisitos essenciais, como satisfazer consumidores cada dia mais exigentes e atender às posturas ecológicas. No caso dos serviços de alimentação (SA) ou das unidades de alimentação e nutrição (UAN), por que o nutricionista deve contribuir para o atendimento a esses requisitos, em especial às posturas ecológicas? Interatividade Porque em SA e UAN ocorrem perdas por superprodução, por espera, por transporte, por processamento, por estoque, por movimento e por produtos defeituosos. Tais perdas devem ser mensuradas sempre, de forma que se perceba seu real impacto sobre o gerenciamento das empresas modernas. Deve-se, portanto, concentrar uma especial atenção para visualizar todos os processos que gerem ou que caracterizem perdas, no intuito de prover medidas corretivas ou efetuar ações de transformação nos mesmos. As perdas por superprodução podem ser medidas por meio da análise das quantidades de matérias-primas disponibilizadas para a produção, isto é, aquelas que são retiradas de estoques, ou por meio de análises in loco dos produtos preparados. Para realizar a mensuração das perdas no processo produtivo, devem-se utilizar padrões técnicos. Sua mensuração é detalhada, trabalhosa e complicada, mas é de extrema importância para uma produção de refeições mais responsável e sustentável. Resposta Sustentabilidade e gestão sustentável Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Sustentabilidade Água Energia Transporte Embalagens Emissões Resíduos Quantidade de água necessária, em litros, para produzir 1 kg de diversos produtos Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. CERVEJA 1 L ARROZ 1 KG MANTEIGA 1 KG LEITE 1 KG QUEIJO 1 KG BATATA 1 KG CARNE DE BOI 1 KG BANANA 1 KG CARNE DE FRANGO 1 KG LITROS LITROS LITROS LITROS LITROS LITROS LITROS Você consome sem perceber. Veja o quanto de água potável é necessário para produzir itens do seu cotidiano Desenvolvimento sustentável Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Objetivos do desenvolvimento sustentável (ODS) da ONU Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Cultura da sustentabilidade Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. (adaptado) • Consumo sustentável • Consumo de produtos locais, • Economia solidária, • Criação de moedas locais, • Ecodesigner, • Cooperativismo. • Regeneração dos solos, • Florestas de alimentos, • Saúde e nutrição, • Sementes de polinização aberta, • Repartir excedentes. • 5Rs – Repensar, Recusar, Reduzir, Reutilizar e Reciclar, • Uso ético dos recursos naturais, • Consumo justo de energia limpa, • Acesso equitativo às tecnologias. • Cultura de paz, • Aprendizagem social, • Troca de opiniões e consenso, • Empoderamento das pessoas, • Valorização das culturas, • Direitos humanos. • Cuidado com a diversidade de plantas e animais, • Respeito a todas as formas de vida, • Reflorestamento, • Biomas brasileiros • Acesso à água para todos • Bacias hidrográficas saudáveis, • Oceanos vivos, • Regeneração e saúde. Representação esquemática da inter-relação entre os aspectos ambiental, social e econômico, com o centro representado pela sustentabilidade (S) Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Saúde da população Saúde dos funcionários Segurança alimentar Usar os recursosnaturais de maneira adequada e bem gerenciada ↑ renda com venda de produtos locais orgânicos Geração de Empregos Fortalecimento da economia local Incentivo à produção de produtos locais Socioambiental Ambiental Uso da água em todas as etapas Uso de produtos químicos Descarte de produtos e embalagens Geração de resíduos Social Respeito ao cliente Respeito ao operador Direitos Humanos à Alimentação Adequada Econômico Faturamento com o consumo fora de casa Despesas de saúde com população enferma Fortalecimento da economia local Economia Socioeconomia Modelo de planejamento estratégico para a sustentabilidade Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. SUSTENTABILIDADE Sustentabilidade Econômica Sustentabilidade Social Sustentabilidade Ambiental • Tecnologias limpas • Reciclagem • Utilização sustentável de recursos naturais • Atendimento à legislação • Tratamentos de efluentes e resíduos • Produtos ecologicamente corretos • Impactos ambientais • Vantagem competitiva • Qualidade e custo • Foco • Mercado • Resultado • Estratégias de negócios • Assumir responsabilidade social • Suporte no crescimento da comunidade • Compromisso com o desenvolvimento dos RH • Promoção e participação em projetos de cunho social Exemplos de indicadores de sustentabilidade no preparo e consumo de alimentos Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Estágio do ciclo de vida Indicadores econômicos Indicadores sociais Indicadores ambientais Preparação e consumo Proximidade geográfica do produtor, processador e varejista. Número de clientes atendidos. Gastos com alimentação e aquisição de alimentos. Valor nutricional dos produtos/preparações. Segurança alimentar. Taxas de desnutrição e obesidade na população. Custos de saúde relacionada à alimentação. Equilíbrio dietético. Consumo de energia no preparo, armazenamento e refrigeração de alimentos. Resíduos das embalagens. Comparação entre alimentos locais e não locais. Alimentos sazonais e não sazonais. Recomendações para integração de aspectos ambientais, nutricionais, econômicos e socioculturais nas etapas de produção, processamento, comercialização e consumo de alimentos Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Aspectos ambientais Aspectos nutricionais Aspectos econômicos Aspectos socioculturais Recomendações para a produção Seguir as práticas agrícolas sustentáveis. Promover a resiliência dos sistemas de produção. Desenvolver e conservar a diversidade. Promover alimentos diversificados. Produzir alimentos nutricional- mente completos. Desenvolver técnicas de cultivo apropriadas. Promover a autossuficiência da produção local. Manter as práticas agrícolas tradicionais e promover variedades locais. Recomendações para o processamento Reduzir o impacto da produção e transformação. Preservar os nutrientes em toda a cadeia alimentar. Produzir alimentos a preços acessíveis. Produzir alimentos culturalmente aceitos. Recomendações para a comercialização Reduzir as distâncias e os intermediários entre produtor e consumidor. Preservar os nutrientes em toda a cadeia alimentar. Fortalecer os sistemas alimentares locais. Reciprocidade. Promover o consumo de alimentos locais. Recomendações para o consumo Reduzir o impacto ambiental das práticas de alimentação. Promover a diversidade da alimentação, o equilíbrio e a sazonalidade. Promover o acesso econômico a uma alimentação diversificada. Alimentos tradicionais culturalmente aceitos. Preferências e gostos locais. A Organização das Nações Unidas (ONU), na década de 80, adotou o conceito de desenvolvimento sustentável como aquele que satisfaz às necessidades presentes, sem comprometer a capacidade de gerações futuras de suprir suas próprias necessidades e pode ser entendido como um modelo econômico, político, social, cultural e ambiental equilibrado. Esta concepção começou a se formar e difundir quando se constatou que o estilo de desenvolvimento vigente era ecologicamente predatório na utilização dos recursos naturais, socialmente perverso com geração de pobreza e extrema desigualdade social, politicamente injusto com concentração e abuso de poder, culturalmente alienado em relação aos seus próprios valores e eticamente censurável no respeito aos direitos humanos e aos das demais espécies. Hoje, o conceito de sustentabilidade é encarado como tridimensional, englobando as questões relacionadas à natureza, à sociedade e à economia. Sob essa perspectiva, o nutricionista que atua em produção de refeições pode contribuir para o desenvolvimento sustentável? Interatividade Sim. Neste século, o maior desafio dos gestores é, sem dúvida, conciliar crescimento econômico, preservação do meio ambiente e igualdade social, o que pode gerar bons lucros, imagem e reputação, contribuindo ainda para o crescimento e perenidade dos negócios. Desta forma, a reflexão, disseminação e proposição de ideias e práticas que tornem a sustentabilidade empresarial uma realidade torna-se cada vez mais necessária. Do ponto de vista ambiental pode-se destacar menor desgaste dos ecossistemas em função da diminuição do consumo de água, energia, alimentos e insumos com consequente redução do impacto ao meio ambiente decorrente da redução na produção de resíduos, efluentes e emissões. A utilização racional da água, energia, matérias-primas e insumos promove a minimização dos custos, o que pode aumentar o lucro e a competitividade, gerando, inclusive, benefícios econômicos. No aspecto social, ocorrem melhorias na saúde e na qualidade de vida dos funcionários, clientes e fornecedores, através da redução dos impactos ambientais decorrentes da extração, transporte e descarte dos alimentos e resíduos. Resposta Sistemas alimentares Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Mudanças climáticas Globalização e comércio Renda e distribuição Urbanização População e migração Políticas e programas Contexto sociocultural Cadeia de produção de alimentos Ambientes alimentares Consumo alimentar Saúde socio- econômica ambiental Sistemas alimentares sustentáveis Fonte: https://irp- cdn.multiscreensite.com/63a687e5/files/uploaded/EAT- Lancet_Commission_Summary_Report_Portugese.pdf Contrapontos de sistemas alimentares sustentáveis e insustentáveis Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. (adaptado) Agricultura Convencional Patronal Monocultura Transgênicos Agrotóxicos Criação intensiva de animais Elevado Processamento Retirada de nutrientes Refinamento Adição de gordura trans Adição de aditivos e conservantes Aditivos baseados em subprodutos de soja e milho Cadeias longas Grande número de intermediários Longas distâncias Desvalorização dos produtos locais Preços elevados Valorização de grandes redes varejistas Consumo não sustentável Hábitos não saudáveis Indisposição para comprar produtos sustentáveis Elevado consumo de alimentos ultrapassados Busca por alimentação de rápido preparo Alimentação não diversificada Elevado desperdício: alimentos, energia, água Agroecologia Baixo Processamento Agricultura familiar Diversificada Orgânicos Sazonais Integração lavoura- pecuária-floresta Manutenção dos nutrientes Processamento mínimo Sem adição de gordura trans Sem adição de conservantes Sem outros aditivos alimentares Cadeias curtas Nenhum ou pequeno número de intermediários Proximidade do produtor e do consumidorComércio justo e economia solidária Valorização do produto e do produtor Confiança no produtor Habilidades culinárias Alimentos frescos, agroecológicos Consumo sustentável Disponibilidade para comprar produtos sustentáveis Compra direta de agricultores familiares Alimentos regionais, tradicionais, diversificados Baixo desperdício: alimentos, energia, água PRODUÇÃO PROCESSAMENTOS COMERCIALIZAÇÃO CONSUMO S IS T E M A S I N S U S T E N T Á V E IS S IS T E M A S S U S T E N T Á V E IS Dimensões da alimentação adequada Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Qualidade sanitária Acesso a recursos naturais Livres de contaminantes Adequação nutricional Diversidade Acesso à informação Realização de outros direitos Respeito à valorização da cultura alimentar Alimentação adequada Representação gráfica de orientação e operacionalização para uma alimentação mais saudável e sustentável Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. (adaptado) Convencionais Grandes produtores Monocultura Animais confinados Super e hiper mercados Fast food Alimentos industrializados Desvalorização da cultura Orgânicos produzidos por grandes produtores Criação semiextensiva de animais Convencionais produzidos Pela Agricultura Familiar Controle na aplicação de agrotóxicos Nível baixo e médio de processamento Mercado locais Feiras convencionais Refeições industrializadas Agroecológicos produzidos pela Agricultura familiar local Animais criados soltos seguindo práticas agroecológicas Frescos, sem processamento Sem aditivos artificiais Compra direita da Agricultura Familiar Cooperativas e Feiras da Agricultura Familiar CSA – comunidade que suporta a Agricultura Hábitos saudáveis Hábito alimentar local Alimentos e preparações regionais Preparações culinárias com ingredientes diversificados Produção Saudável e Sustentável Processamento Saudável e Sustentável Comercialização Saudável e Sustentável Consumo Saudável e Sustentável Diversidade Muitos aditivos artificiais Alto nível de processamento Alimentação mais saudável e sustentável Fonte: https://irp-cdn.multiscreensite.com/63a687e5/files/uploaded/EAT- Lancet_Commission_Summary_Report_Portugese.pdf Fonte: https://akatu.org.br/novopf/ As mudanças na forma como vivem os seres humanos ocorrem naturalmente no modo de vida urbano, da mesma maneira que as pessoas são forçadas a se adequarem às condições impostas, como o tempo, recursos financeiros e, até mesmo, onde comem e como adquirem seus alimentos. É o novo modus vivendi da comensalidade contemporânea, que se caracteriza pela escassez do tempo, presença de produtos de longo shelf life (tempo de prateleira) e facilidade no preparo, deslocamento das refeições para fora do lar, por conta da internacionalização, diversificação dos produtos e crescente individualização dos rituais alimentares. De certa forma, houve uma padronização da forma como se encara os alimentos, principalmente no último século, em consequência da transição entre a cozinha familiar para a cozinha industrial, ou seja, houve um desenraizamento da alimentação. Dessa forma, a sustentabilidade na área de alimentação é inviável, não sendo possível garantir uma alimentação saudável e sustentável a todos? Interatividade Comer não é somente um ato fisiológico, é um ato muito mais complexo que envolve símbolos, cores, texturas, temperatura, estética e ética. O consumo sustentável está intrinsecamente associado à preservação da biodiversidade, que sempre estará vinculada às tradições alimentares. O mercado gastronômico tem se movimentado para a retomada do tradicional, por meio da valorização do produto local, relacionado à preservação da diversidade, e de um bem global, que compreende os recursos biológicos e os modelos de produção tradicional. As produções agroalimentares familiares têm como cerne o respeito pelo território e pelas práticas de cultivo tradicionais, que resultam em um produto de qualidade ímpar, tanto em termos sensoriais como socioculturais. Resposta O papel da alimentação no trabalho e o programa de alimentação do trabalhador (PAT) De acordo com o PAT (BRASIL, 2006), as refeições principais (almoço, jantar e ceia) deverão conter de 600 a 800 calorias, admitindo-se um acréscimo de 20% (400 calorias) em relação ao valor energético total (VET) de 2.000 calorias por dia e deverão corresponder à faixa de 30 a 40% do VET diário. As refeições menores (desjejum e lanche) deverão conter de 300 a 400 calorias, admitindo-se um acréscimo de 20% (400 calorias) em relação ao VET de 2.000 calorias por dia e deverão corresponder à faixa de 15 a 20% do VET diário. Refeições (%) Carboidratos (%) Proteínas (%) Gorduras totais (%) Gorduras saturadas %) Fibras (g) Sódio (mg) Desjejum/ lanche 60 15 25 <10 4-5 360-480 Almoço/ jantar/ceia 60 15 25 <10 7-10 720-960 Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. NDPCal% PAT: 6 a 10% O NDPCal representa o valor percentual do valor calórico total (VCT) de uma dieta/refeição na forma de proteína utilizável, o que garantirá o bom aproveitamento das proteínas para funções mais nobres no organismo, se estiver na faixa estabelecida. Parte do conhecimento dos seguintes itens: valor nutritivo e digestibilidade dos alimentos filosofia da empresa quanto a benefícios filosofia da empresa quanto às compras mercado fornecedor/custos/rendimento de produto disponibilidade e capacidade de mão de obra disponibilidade e capacidade das instalações equipamentos e área física principalmente, o cliente. Planejamento e confecção de cardápios para UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/illustrations/menu- saud%C3%A1vel-comida-org%C3%A2nica- 4922542/ 1. Estudo da população a que se destina para coletividade sadia: deve-se estabelecer o indivíduo padrão a partir da média das características da população estudada. Considerar: tipo de atividade nível socioeconômico-cultural hábitos alimentares religião região ou origem da clientela estado nutricional e fisiológico idade, sexo necessidades básicas número de comensais/clientes atendidos expectativas de consumo Regras de elaboração de cardápios de UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menu- caderno-plano-de-fundo-3356826/ 2. Alimentos Considerar: Disponibilidade dos alimentos Verba disponível Safra dos alimentos escolhidos Mercado fornecedor Aceitação por parte dos clientes Hábitos, combinação e monotonia dos ingredientes Alternância e balanço de nutrientes Regras de elaboração de cardápios de UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menu- caderno-plano-de-fundo-3356826/ 3. Preparações Considerar: Disponibilidade de mão de obra Equipamentos, utensílios Área física, número de refeições Horário da distribuição, número de filas para distribuição das refeições Clima, estação do ano Textura, cor, sabor, forma, consistência Temperatura, nível de saciedade da preparação Técnica de preparo Regras de elaboração de cardápios de UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menu- caderno-plano-de-fundo-3356826/ 4. Gerenciamento Considerar: Planejamento antecipado e cíclico, custo e metas a serem atingidas Inventário físico da despensa Sazonalidade versus necessidade Reavaliação periódica dos cardápios elaborados Criação e teste de novas preparações, tipos e avaliação de fornecedores Nível de sofisticação e de categoria dos clientes Supervisão do cumprimento das atividades programadas, treinamento da mão de obra Receituário padrão(fichas técnicas de preparação – FTP) Regras de elaboração de cardápios de UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menu- caderno-plano-de-fundo-3356826/ Formatação de um cardápio utilizado como modelo em cozinha industrial Fonte: POPOLIM, W. D. Administração de unidades de alimentação e nutrição. São Paulo: Sol, 2021. Dia da semana Prato base Prato principal Opção ao prato principal Guarnição Salada Sobremesa Segunda A + F Filé de frango grelhado com limão Quibe vegano de abóbora Legumes salteados no azeite Mix de folhas Doce de figo com chantilly de coco A + F = arroz e feijão A) Pré-produção de refeições estimativa das necessidades nutricionais da clientela estabelecimento do padrão de cardápio per capita planejamento dos cardápios básicos estimativa do número de refeições estimativa de custo para cardápio padrão definição da política de abastecimento da UAN B) Produção e distribuição de refeições C) Pós-produção e distribuição de refeições cálculo de sobras e restos rendimento das preparações servidas perdas por limpeza controle de custo avaliação de aceitação da clientela formalização do funcionamento Etapas para a elaboração dos cardápios de UAN Fonte: https://pixabay.com/pt/photos/menu- produtos-hort%C3%ADcolas-faca-placa- 3356828/ ATÉ A PRÓXIMA!
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