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Caderno - Direito das Coisas

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DIREITO DAS COISAS
Propriedade – Art. 1228, CC
Faculdades: exercer o domínio, poderes da propriedade. 
· Usar: apenas a faculdade de usar e fruição.
· Fruir/gozar
· Dispor
· Reivindicar
* Propriedade é alheia
* O direito mais amplo é o direito de propriedade
* Direito de Garantia: sustentação de uma obrigação, uma garantia ao credor. Ex: penhor, hipoteca, anticrese.
Propriedade fiduciária também garante Direito Real de Garantia Art. 1361 e SS.
UNIDADE I – Introdução ao Direito das Coisas
1) Definição: conjunto de normas que regem relações jurídicas concernentes aos bens materiais e imateriais suscetíveis de apropriação pelo homem.
- Coisas do mundo físico (exceção) porque sobre elas é possível exercer o poder de domínio.
Propriedade intelectual é regulada pela Lei 9279, não é direito das coisas, direito autoral também.
Bens e coisas são sinônimos – doutrina diverge.
Venosa: coisa é gênero do qual bem é espécie, tudo que existe objetivamente com exclusão do homem.
Bens = coisas que são suscetíveis de apropriação e contém valor econômico – 1ª corrente entende isso.
2ª corrente – coisa: aquilo que é corpóreo
		Bens: realidades imateriais: bens imateriais e bens da personalidade.
Orlando Gomes: relação gênero e espécie entre bens e coisas.
01/08/2019
O direito das coisas não pode ser compreendido exatamente como sinônimo de direitos reais. Possui configuração mais ampla, abrangendo, além dos direitos reais propriamente ditos, capítulos destinados ao estudo da posse – cuja natureza jurídica é controversa, tida por alguns como de direito obrigacional ou sui generis – e dos direitos de vizinhança, que possui várias regras estabelecendo obrigações mistas ou proter rem.
2. Conteúdo:
Direitos reais, Art. 1225, CC 
a) Posse
b) Propriedade
c) Direitos reais sobre coisas alheias
d) Direito de vizinhança
3. Classificação/ Espécie dos Direitos Reais:
a) Direito reais sobre coisa própria: Propriedade
b) Direitos reais sobre coisas alheias:
I - de gozo ou fruição: superfície, servidão, usufruto, uso, habitação, concessão de uso especial para fins de moradia; 
direito real de laje*- possui característica de direito real sobre coisa própria (por constituir-se uma unidade autônoma de titularidade distinta da do proprietário do imóvel que lhe é inferior) e também sobre coisa alheia (pela cessão de uso, gratuita ou onerosa, da superfície superior ou inferior do imóvel alheio, sobre o qual se alicerça a unidade autônoma) a laje terá matrícula e registro próprio. 
II – de garantia: penhor, hipoteca, anticrese e alienação fiduciária (esta é sobre coisa própria) - serve para garantir um crédito, são constituídos como direitos reais acessórios de uma obrigação principal entre credor e devedor
Alienação fiduciária: não é direito real sobre coisa alheia, pois credor é titular da propriedade e ao mesmo tempo é proprietário. Ex: automóvel com alienação fiduciária transfere-se a propriedade fiduciária ao credor através de contrato e ao mesmo tempo titular do direito de garantia. Art. 1.361, CC
III – de aquisição: compromisso irretável de compra e venda – Art. 1.417 e 1.418, CC. Pode ser sobre bem imóvel acima de 30 salários mínimos. 
4. Diferenças entre direitos pessoais/ obrigacionais ou de crédito e direitos reais.
	
	Direitos obrigacionais/ Crédito
	Direitos Reais
	Sujeito
	Ativo: credor
Passivo: devedor
	Teoria Realista: não há sujeito passivo. Princípio da aderência/inerência do sujeito à coisa.
Teoria Personalista: há sujeito ativo (proprietário) e passivo (outras pessoas)
	Ação ou Absolutidade
	Ação pessoal, desde sua formação contra sujeito determinado (contratante). Princípio da relatividade dos efeitos do contrato.
	Ação Real oponível contra todos (erga omnes). Sujeito passivo: quando sabemos quem violou o direito. Princípio do Absolutismo
	Sequela
	Não há o direito de sequela, são relativos. Efeitos inter partes: não requer publicidade. 
	Atribuem o direito de sequela (jus persequendi)– o direito de perseguir/buscar a coisa aonde quer que ela esteja. Princípio da publicidade/visibilidade. Art. 1.226 e 1.227, CC.
	Objeto
	Prestação (dar, fazer ou não fazer). 
Pode ser determinado ou determinável (Art. 104), admite existência futura (art. 458, 459, CC)
	São as coisas sobre as quais se exerce a ingerência sócio econômica (corpóreos, incorpóreos). Suscetíveis de apropriação. Sempre determinados. Não admite coisa futura
	Limite
	Liberdade quanto aos tipos de criação (Art. 425, CC). São ilimitados (Art. 107). Princípio da autonomia da vontade
	Não há liberdade de criação, números clausus
Principio da taxatividade.
Art. 108, CC.
	Fruição
	O devedor atuará/não realizar a prestação, exige intermediário. 
	Relação de fruição direta entre o titular e a coisa.
Não exige intermediário.
	Abandono
	O devedor não pode abandonar suas dívidas sob pena de execução. Não cabe abandono nem renuncia unilateral
	O titular do direito real pode abrir mão da titularidade do direito (Art. 1.275). Pode haver abandono
	Extinção, usucapião, posse
	Sofrem prescrição extintiva. Não são suscetíveis à usucapião e posse.
	Não se extingue pela inércia. Sofre prescrição aquisitiva, pois são passiveis de posse (usucapião)
Teoria Personalista: não aceita a instituição de uma relação jurídica diretamente entre a pessoa do sujeito e a própria coisa, uma vez que todo direito, correlato obrigatório de um dever, é necessariamente uma relação entre pessoas. No direito real estabelece-se uma relação jurídica com a coisa, pois esta é objeto do direito, mas tem a faculdade de opô-la erga omnes, por isso há um sujeito passivo: a generalidade anônima dos indivíduos ou um sujeito passivo universal.
Teoria Realista é o pensamento majoritário.
Princípio da relatividade dos efeitos do contrato: relativo à pessoa que celebrou o contrato.
Princípio do Absolutismo: pode buscar a coisa com quem quer que esteja. Os direitos reais se exercem erga omnes, ou seja, contra todos, que devem abster-se de molestar o titular. Surge daí o direito de sequela, isto é, de perseguir a coisa e de reivindica-la. 
Princípio da Taxatividade: os direitos reais são criados taxativamente por lei e não ensejam aplicação analógica. Desse modo, o número dos direitos reais é, pois, limitado, taxativo, sendo assim considerados somente os elencados na lei (números clausus). 
Princípio da Tipicidade: Os direitos reais existem apenas de acordo com os tipos legais e são constituídos conforme as formas previstas na legislação. 
Direitos obrigacionais: extinguem-se pela inércia
Direito reais: não se extinguem pela inércia
Prescrição aquisitiva = Usucapião, exercício da posse atendendo a função social, por um longo lapso temporal.
07/08/2019
I - Quanto à preferência
Direitos obrigacionais: não atribuem preferência na ordem de credores.
Direitos reais: atribuem preferência quando se trata de direito reais de garantia, garantia mais ampla. Art. 83, lei das falências.
5. Princípios Fundamentais dos Direitos Reais - Questão 16, exercício 07.
a) Princípio da aderência ou inércia – conforme a teoria realista, os direitos reais estabelecem um vínculo uma relação de senhoria entre o sujeito e a coisa, não dependendo da colaboração de nenhum sujeito passivo para existir.
b) Princípio do Absolutismo
c) Princípio da Publicidade ou da Visibilidade
d) Princípio da Taxatividade – rol dos direitos reais é taxativo
e) Princípio da Tipicidade – somente esses poderão ser instituídos. Art. 425, art 107 e 108.
d) Princípio da Perpetuidade – direitos obrigacionais seriam transitórios, nascem para extinguir; direitos reais geralmente são de longo prazo (perenidade).
6. Figuras Híbridas ou Intermediárias 
- São aquelas que têm características de obrigacional e real
a) Obrigação Propter Rem ou ambulatórios: recaem sobre determinada pessoa por força de um direito sobre a coisa ou por ser titular da coisa, como por exemplo: pelo fato de ser proprietário da coisa. Art.1297, §1º, CC; 1285, CC; 1336, I c/c 1345 e 1297,§1º, CC. Questão 13, exercício 02. Súmula 623 STJ.
· Obrigação de pagar despesas de consumo água/energiaSTJ = a obrigação é puramente pessoal e não propter rem, ou seja, não pode ser cobrado. Proprietário atual apenas aquele que consumiu.
b) Obrigação com Eficácia Real = são aquelas que sem perder o seu caráter de direito a uma prestação, transmitem-se e são oponíveis a terceiros (Art.505 e 507, CC; art. 33 – lei 8245/91).
- neste sentido, por sua oponibilidade a terceiro torna a propriedade de 3º adquirente uma propriedade resolutiva (art. 1359,CC).
Prestação = dar, fazer, não fazer
- poder do absolutismo: real
- buscar com quem quer que esteja: obrigacional
Art. 505 – Cláusula de Retrovenda
- exercício de resgate ou de retrato da coisa
· Vendedor assegura o direito
· Assegurado para bem imóvel devidamente registrado, ou seja, dando-se publicidade, por isso é oponível a terceiros.
 vende
 A B - adquirente
 Escritura
 Pública
A = direito de resgate durante um período, durante esse período, o direito de B é resolutivo – condição, exercício do direito potestativo (resgate) independentemente da vontade de “B”.
· Art. 1359, CC.
Ex: agiotagem
Ex: art. 30 – 33, lei 8245/92 – locatário terá direito de preferência para aquisição do imóvel locado.
- eficácia conta 3º = obedecer ao Poder de Publicidade
Se o locatário der publicidade 30 dias antes do negócio e não foi notificado, ele foi preterido no seu direito de preferência, ele pode pedir (P + O) ou entrar com ação de adjudicação (prazo de 6 meses do registro. A sentença será o título, que poderá ser levado do registro).
- Art. 8º, Lei de Locação = questão 15, exercício 01.
- Também se aplica art. 1359, no prazo de 6 meses, nessa hipótese.
- o contrato em que não foi notificado é invalido e eficaz entre eles (oponível inter-partes), mas não produz eficácia ao locatário pelo período de 6 meses (passado o prazo, produzirá pela eficácia).
08/08/19
UNIDADE – II ART. 1196 – 1224, CC
1. Definição: Posse é uma situação de fato, em que uma pessoa, independentemente de ser ou de não ser proprietária, exerce sobre uma coisa, de forma efetiva ou potencial, os poderes ou faculdades da propriedade: usando, fruindo, dispondo, conservando e defendendo. Assim, em toda posse, há, pois, uma coisa e uma vontade (elemento subjetivo), traduzindo uma relação de exercício de faculdades dominiais (elemento objetivo). (cf. PEREIRA, 2004, p. 17).
O código civil não define posse, mas dispõe sobre a caracterização do possuidor: Art. 1.196. 
1.204: aquele que é titular proprietário de uma casa na praia, ao deixar ela fechada por 6 meses, o titular não perde a posse do bem.
2.2. Natureza Jurídica da Posse
Os pensadores do direito colocam em discussão a natureza jurídica da posse aportando os seguintes questionamentos que, por consequência, gram 3 correntes de pensamento sobre o assunto a saber:
a) Posse é um fato? 1ª Corrente: sim, a posse é uma relação de fato entre o sujeito e a coisa. Este parece ser o pensamento tradicional majoritário
b) Posse é um direito? 2ª Corrente: sim, posse é um estado de direito, pois tem tutela jurídica.
c) Posse é um fato e também um direito? 3ª Corrente: posse é um fato (quando considerada....) Nesta terceira linha de pensamento encontra-se o pensamento de Sílvio venosa “a doutrina tradicional enuncia ser a posse relação de fato entre a pessoa e a coisa. A nós parece mais acertado afirmar que a posse trata de estado de aparência juridicamente relevante, ou seja, estado de fato protegido pelo direito”
A posse nasce de uma relação de fato e converte-se de pronto Exercício 1, questão 9, alternativa F.
Art. 1212 
Art. 1.247. Se o teor do registro não exprimir a verdade, poderá o interessado reclamar que se retifique ou anule.
Parágrafo único. Cancelado o registro, poderá o proprietário reivindicar o imóvel, independentemente da boa-fé ou do título do terceiro adquirente.
Direito das coisas precede dos direitos reais. 
Conclui-se que a posse parece ser melhor caracterizada como um fato e um direito e dentre os ramos do direito, encontra-se dentro do direito das coisas como matéria autônoma. O legislador não incluiu a posse no rol dos direitos reais (taxatividade e tipicidade); assim, analisando topograficamente a legislação, a posse não é propriamente um direito real, mas contém características que o aproximam. Contudo, há distinções, inclusive quanto à própria oponibilidade erga omnes (cf. 1.212 e art 1.247 do CC, por exemplo).
Atualmente, pode-se afirmar que a posse é um direito subjetivo atribuindo àquele que exerce poder fático de ingerência econômica sobre a coisa. 
2.3 Teorias Sobre os Elementos da Posse
Teoria de Friedrich Karl Von Savigny (Teoria Subjetiva ou Subjetivista)
Toda situação de posse contempla dois elementos:
Corpus: Faculdade real imediata de dispor fisicamente da coisa e defendê-la das agressões de quem quer que seja. É o poder físico sobre a coisa ou o contato direto. É o elemento material, objetivo.
Animus Domini (ou Animus Rem Sibi Habendo) intenção de ter a coisa como dono ou vontade de dono. Intenção de ter a coisa como dono ou vontade de dono. Intenção de exercer sobre a coisa um poder no interesse próprio e defendê-la contra a intervenção de outrem. É a vontade daquele que não aceita e não se submete a ingerência socioeconômica da coisa por terceiro. Não precisa ser efetivamente o dono, não é também a convicção de ser dono da coisa. Este é o elemento intelectual, espiritual, anímico, interno ou subjetivo. Daí decorre o temo teoria subjetiva. Art. 138, CF. e Art. 1238, CC.
A crítica da teoria seria como manter a posse da coisa não possuindo o contato físico. Como alguém é locatário ou depositário não pode exercer a posse. 
Posse = corpus + affectio tenendi + animus domini
Corpus: faculdade real e imediata de dispor fisicamente da coisa, o poder físico ou contato da pessoa sobre a coisa.
Affectio Tenendi: vontade de proceder em relação à coisa como habitualmente faz o proprietário.
Animus domini: ter a coisa, como sua, intenção ou vontade de dono. 
Teoria de Rudolfo Von Ihering (Teoria Objetiva)
Em toda posse há dois elementos:
Corpus: é o poder de fato sobre a coisa. É a conduta externa da pessoa, que se apresenta numa relação semelhante ao procedimento normal de proprietário (aparência da propriedade). É o exercício das faculdades do domínio (usar, fruir, dispor da coisa). É o elemento material ou objetivo.
Não significa contato físico com a coisa, mas sim conduta ou procedimeno de dono. É possuidor aquele que, mesmo sem o poder físico sobre a coisa, se lhe dá a destinação econômica, mantém o poder de fato e conserva a sua posse. 
Animus: não se situa na intenção de dono, mas tão somente na vontade de proceder como procede normalmente e proprietário – affectio tenendi (afeição de dono) – independentemente de querer ser dono. Elemento subjetivo. 
Afeição de dono = vontade de agir como normalmente procede o dono. 
Posse = corpus + animus (= affectio tenendi)
Posse é a relação de fato entre a coisa, tendo em vista a utilização econômica desta. Caracteriza-se pelo procedimento externo do sujeito como normalmente age o dono, independentemente da intenção de dono e não reclama o poder físico sobre a coisa. Posse é a exteriorização da propriedade, a visibilidade do domínio, o uso econômico da coisa. 
É possuidor quem procede com a aparência de dono, mantendo o destino econômico da coisa 
Possuidor: quem procede como dono. 
O Código Civil aderiu a Teoria Objetiva – Art. 196.
2.4 Diferença entre Posse e Detenção:
Na linha da teoria subjetivista, a ausência de animus domini por parte daquele que detém o poder físico sobre a coisa caracterizava a mera detenção. É assim que o locatário, o comodatário, o depositário encontravam-se na categoria dos detendores.
Corpus + affectio tenendi = detenção
Na teoria objetivista, a caracterização do detentor é realizada pelo ordenamento jurídico, que desqualifica certas situações fáticas em que há o poder de fato sobre a coisa. Vale dizer, o detentor seria aquele que perdeu a proteção possessóriaem decorrência de um óbice legal, uma opção legislativa vinculada à qualidade de seu título de aquisição da coisa. 
Detenção a detenção ocorre em certas relações eu preenchem os requisitos possessórios (situação de poder de fato sobre a coisa), mas que são excluídas da proteção possessória pelo ordenamento
Detenção, é portanto uma posse degradada, juridicamente desqualificada pelo ordenamento vigente, sendo que ainda que haja o poder fático sobre a coisa essa conduta não alcança repercussão jurídica, tendo por efeito a negativa da tutela possessória. Vejamos quais são as situações que a legislação desqualificou
14/08/19
A. Definição.
B. Servidores, gestores, administradores ou fâmulus da posse. Pode exercer a pretensão defensiva pela via do desforço imediado.
C. Os atos de permissão ou tolerância – art. 1.208, 1ª parte.
A permissão vai se caracterizar pela autorização expressa do possuidor para que terceiro (parente, amigo, vizinho, etc.) utilize a coisa, transitoriamente e de modo efemero, sem que se forme entre ambos um negócio jurídico e a configuração de uma relação jurídica de direito real ou obrigacional – autorização precisa ser expressa. 
A situação de sujeição em que o permissionário e tolerado se encontram não se compatibiliza com a constituição de qualquer direito subjetivo, em faze do objeto apreendido. Ambas se caracterizam pela transitoriedade e pela faculdade de supressão do udeos, a qualquer instante, pelo real possuidor no exercício de seu direito potestativo de encerrar/ destituir o uso do terceiro, unilateralmente, sem erigir proteção possessória ao usuário.
Ex de permissão: quando o proprietário permite verbalmente que o seu vizinho utilize sua vaga de garagem
Ex de tolerância: quando o vizinho guarda o carro na garagem do proprietário sem qualquer autorização
Diferença entre as duas modalidades de detenção previstas: enquanto a detenção do art. 1198 é desinteressada (pois o servo da posse atua no interesse alheio, como do seu patrão), a detenção do art. 1208 é interessada, pois a pessoa que atua procura extrair proveito próprio da coisa, satisfazendo os seus interesses econômicos imediatos.
- Certas situações de tolerância em que se prolongue indefinidamente o uso do bem por terceiro poderão gerar a supressio, ou seja, uma confiança de estabilidade da situação. 
D. Os atos de violentos ou clandestinos enquanto não cessada a violência ou clandestinidade (art. 1.208, 2ª parte e art. 1.223, CC): enquanto materialmente existentes os atos de violência e clandestinidade impedem a aquisição da posse por parte de que delas se aproveita, configurando-se os atos ilícitos perpetrados sobre a coisa como simples atos de detenção, só transmutando-se para a natureza de posse (sofrendo a intervenção) com a efetiva cessação de tais condutas antijurídicas. Ex: se A comete esbulho contra B, enquanto se mantiver na coisa usando de violência contra B, será considerado mero detentor. Então se B estiver realizado atos de autodefesa ou de desforço para tentar retornar ao poder físico sobre a coisa, haverá mera detenção não sendo possíveis ações possessória contra B. Ainda que pratique atos com total autonomia e independência. Depois de cessada à violência a situação transmuta-se para uma posse injusta em relação ao esbulhado. Posse injusta – art. 1.200, CC (Interversão: quando cessa os atos de violência, a dificuldade é definir esse tempo).
Art. 1.224 CC: Só se considera perdida a posse para quem não presenciou o esbulho, quando, tendo notícia dele, se abstém de retornar a coisa, ou, tentando recuperá-la, é violentamente repelido.
e. a atuação em bens de uso comum do povo ou bens de uso especial (art. 183, §3º da CF, art. 192, p. único e art. 102, CC)
- em relação aos bens públicos de uso comum do povo (de uso da coletividade) a aos bens públicos de uso especial (empregados em atividades estatais) há uma vinculação jurídica da coisa a uma finalidade pública. Esta afetação a uma finalidade pública afasta a possibilidade da incidência de posse pelos particulares. Não cabe o manejo de ações possessórias, nem direito a frutos ou benfeitorias. 
Ressalvada a hipótese em que o particular esteja protegido por um contrato administrativo de concessão de uso, ou tenha implementado os requisitos para obtenção do direito real de concessão de uso especial para fins de moradia (MP 2.220), quando então fará jus à proteção possessória na vigência destas relações jurídicas. A mesma conclusão não pode ser tomada no caso da permissão de uso, pois este é unilateral e precatório que não gera a pretensão possessória ao administrado em face da Administração Pública.
Admite-se, porém, a posse sobre os chamados bens públicos dominicais ou patrimoniais, utilizados pelo Estado à moda do particular, esvaziados de destinação pública e alienáveis. Nestes bens públicos pode ter incidência da posse autônoma, como também da posse decorrente de contratos como a locação, o arrendamento, a ocupação, o direito real de enfiteuse, direito de superfície etc.
OCUPAÇÃO INDEVIDA DE BEM PÚBLICO: SÚMULA 619, STJ. “A ocupação indevida de bem público configura mera detenção, de natureza precária, insuscetível de retenção ou indenização por acessões e benfeitorias.” (Súmula 619, CORTE ESPECIAL, julgado em 24/10/2018, DJe 30/10/2018).
2.5. OBJETO DA POSSE
A) Bens corpóreos e incorpóreos: é suscetível de posse tudo aquilo que puder ser apropriado e exteriormente demonstrado, isto é, os bens materiais e imateriais.
b) bens semi-incorpóreos: a certa dificuldade em classificar certos bens como corpóreos ou incorpóreos, surgindo daí a expressão “bens semi incorpóreos”, como a energia elétrica, as linhas telefônicas e as ondas de frequência televisivas. 
c) direitos reais: para a maioria dos autores a proteção possessória restringe-se aos direitos reais, excluída, naturalmente, a hipoteca, porque ela não importa utilização nem detenção da coisa vinculada à garantia de pagamento. Assim, são passiveis de proteção possessória as servidões, o usufruto, o direito real de habitação, etc. A ideia de posse é absolutamente inaplicável aos direitos pessoais, como o direito a determinado cargo público, pois estes direitos não são suscetíveis de turbação material.
Não se aplica também para direitos autorais (Súmula 228, STJ) “é inadmissível ao interdito proibitório para a proteção de direito autoral”.
Direitos puramente pessoais não cabe ação possessória. Cabendo apenas Mandado de Segurança.
I. Quanto à extensão da garantia possessória:
a) Posse Plena:
b) Posse Desmembrada:
b.1) Posse Indireta: locador, comodante, depositante, onuproprietário, credor fiduciário, senhorio foreiro.
b.2) Posse Direta: locatário, comodatário, depositário, usufrutuário, devedor fiduciante, superficiário 
Posse Paralela: ocorrem em razão de sucessivos desmembramentos. 
15/08/19
II. Quanto à simultaneidade do exercício da posse
a) Posse exclusiva: ocorre quando apenas um titular encontra-se no exercício da posse.
b) Composse ou compossessão: ocorre quando duas ou mais pessoas possuem a coisa e pode ocorrer em duas situações:
b.1) composse pro diviso: quando há uma divisão de fato, embora não haja de direito, fazendo com que cada um dos possuidores já possua sua parte certa, mas o bem continua indiviso de direito. Consequência: dar posse para terceiro não exige que haja necessidade de autorização dos outros possuidores, não precisa partilhar frutos.
b.2) composse pro indiviso: quando as pessoas que possuem um conjunto o bem têm uma parte ideal apenas, sem saber qual a parcela que compete a cada uma. Neste caso, o exercício da posse de uma pessoa não pode prejudicar o da outra – art.1.199, CC. Exemplo: garagem rotativa em condomínio, ninguém pode excluir o outro de direito de igual posse. Os frutos terão que ser partilhados, não pode dar pose ou uso a estranho sem anuência dos outros demais. Encontra-se em estado de divisão.
III. Quanto aos vícios objetivos
Vício Objetivo = trata-se de vício objetivo.
a) Posse justa: é a que não é violenta, clandestina ou precária (art. 1200).
Violenta =ameaças;
Clandestina = posse por ocultamento, quando o proprietário não tem ciência;
Precária = aquela que é tomada em decorrência de abuso de confiança do titular. Caseiro, mandatário. A partir do momento que um caseiro (por exemplo) transmuta-se de imediato para um possuidor injusto, sem fase de transição de detenção. 
b) Posse injusta: é aquela que se adquire por ato de força ou ameaça; por meio de um processo de ocultamento, em relação àquele contra quem é praticado o apossamento; ou daquele que recebe a coisa com a obrigação de restituir e arroga-se legítimo.
IV. Quanto aos vícios subjetivos (ou à subjetividade)
a) Posse de boa-fé: há duas teorias que definem a posse de boa-fé. A teoria psicológica considera que será de boa-fé quando o possuidor está convicto de que a coisa realmente lhe pertence, por que o “possuidor ignora o vício, ou o obstáculo que impede a aquisição da coisa” Art. 1201, CC.
Já a teoria ética considera-se de boa-fé aquele que não tem ciência dos obstáculos que impedem a aquisição e encontra-se na crença da legitimidade do direito à posse por ter incorrido num erro escusável ou invencível, por uma pessoa de diligência normal.
b) Posse de má-fé: segundo a teoria psicológica, é aquele em que o possuidor tem ciência da ilegitimidade de seu direito de posse, em razão de vício ou obstáculo impeditivo de sua aquisição (CC, art. 1201). Por sua vez, a teoria ética reconhece que ainda será de má fé quando tenha incorrido num erro vencível ou inescusável. 
De acordo com o código, a teoria psicológica é a adotada, entretanto há nas jurisprudências decisões adotando a teoria ética. Art 1.202.
Art. 1.201 p. único = justo título é todo ato formalmente adequado a transferir ou constituir o direito real ou obrigacional de que trata, mas que deixa de produzir tal efeito em virtude de um vício intrínseco que impede constituir ou transferir tal direito, como por exemplo: em virtude de não ser o transmitente titular da coisa, escritura pública que contenha nulidade, testamento nulo que a pessoa adquiriu achando ser legítimo. 
PRINCÍPIO SOBRE O CARÁTER DA POSSE
Há uma presunção júris tantum (relativa) de que a posse guarda o mesmo caráter de sua aquisição.
Art. 1203. Salvo prova em contrário, entende-se manter a posse o mesmo caráter com que foi adquirida. 
Ex: Art. 1202 A posse de boa-fé só perde este caráter no caso e desde o momento em que as circunstâncias (citação) façam presumir que o possuidor não ignora que possui indevidamente.
Exemplo: o adquirente a título clandestino ou violento terá de provar sua clandestinidade ou violência cessaram (encerrando-se a fase de detenção), caso em que a posse passa a ser reconhecida (art. 1208, CC), mas com o vício da injustiça: posse injusta (art. 1.200, CC). Já a posse adquirida com o vício da precariedade transmuta-se de imediato de uma posse direta legítima ou de uma detenção legítima para uma posse injusta. 
Art. 1.200. É justa a posse que não for violenta, clandestina ou precária – pessoa que entrou no terreno em situação de luz do dia, mesmo assim considera-se esbulho, ou seja, uma situação que não está elencada no dispositivo do artigo.
V. Quando aos seus efeitos:
a) Posse ad interdicta: é aquela que se pode amparar nos interditos caso seja ameaçada, turbada, esbulhada ou perdida. Exemplo: a posse do locatário, comodatário, depositário admite o manejo das ações possessórias.
b) Posse ad usucapionem: quando reúne as características da posse para fins da usucapião da coisa, obedecendo os requisitos legais
· Ininterrupta 
· Mansa
· Pacífica
· Animus domini
VI. Quando à idade da posse:
a) Posse Nova: aquela com o prazo de até ano e dia; se o esbulhador ou turbador tem posse até ano e dia, o autor das ações possessórias terá direito ao mandado liminar do procedimento especial (art. 558 e 562, CPC), fala-se então em ação de força nova.
b) Posse Velha: aquela em que o possuir tem com mais de ano e dia; se o esbulhador ou turbador tem a posse por mais de ano e dia, o autor das ações possessórias não terá direito ao mandado liminar do procedimento especial (art. 558 e 562, CPC), fala-se então de força velha.
VII. Quando à atividade laborativa:
a) Posse Produtiva: aquela em que o possuidor dá cumprimento à função social da posse da coisa, como por exemplo, utilizando-a para sua moradia, fazendo investimentos e interesse social ou econômico relevante. Esta posse terá como um dos seus efeitos a redução do prazo para usucapião (Art. 123, p. único, 1242, p.único e 1228 §4º e §5º.
b) Posse Improdutiva: aquela em que o possuidor não dá cumprimento à função social da posse da coisa, como por exemplo, na propriedade urbana não atende às diretrizes estabelecidas no plano diretor (Art. 182, §2º, CF), na propriedade rural não atende aos princípios estabelecidos no art. 186, CF. esta posse poderá sofrer a desaproriação-sanção (art. 182, §4º e 184 da CF).
VIII. Quando à origem da posse ou quando aos modos de aquisição
Posse originária ou posse natural: é aquela que independe de translatividade, não há transmissão de um titular a outro. Por exemplo, a apropriação do bem (abandonado, de ninguém, ou após cessada a violência ou clandestinidade, art. 1263); é o caso do esbulho de bem alheio; o exercício o direito de outrem sem a sua anuência (art. 1196, 1204), ex servidão. Exemplo: esbulho. Res nullis, Res derelicta (coisa abandonada).
a) Posse derivada, posse civil ou jurídica: é aquela que depende de translatividade, há transmissão de um titular a outro, por meio do contrato por exemplo. Ex: a posse decorrente da compra e venda de um objeto móvel seguida de tradição. Posse civil: decorrente de negócio jurídico, ex: contrato, sendo assim, o titular pode receber a posse juridicamente e não de fato, como por exemplo, alienação fiduciária. 
Jus Possessionis X Jus Possidendi:
a) Jus Possessionis (direito de posse): Juízo Possessório. Quem dispões do direito de posse, a exercem sem título de direito que o justifique. Não existe uma relação prévia, como se dá no jus possidendi. Por exemplo: se um imóvel é utilizado por uma pessoa sem que ela tenha título jurídico que lhe dê amparo, goza do jus possessionis, mas não do jus possidendi. Esta pessoa poderá manejar os interditos.
b) Jus Possidendi (direito à posse): Juízo Petitório. O titular do direito à posse pode não estar investido na posse, embora ela lhe pertença de direito, o que decorre de uma situação jurídica, como se dá com o proprietário, por exemplo. Quem dispõe de um título de propriedade de um imóvel (escritura de compra e venda registrada, formal de partilja, carta de adjudicação, escritura de doação registrada, etc) é titular do jus posse... 
Pode ocorrer hipótese em que alguém tenha adquirido a titularidade da propriedade e assim o jus possidendi, mas ainda não possua o jus possessionis. Nesse caso, não sendo titular do jus possessionais, ou seja, do direito de posse, mas do jus possidendi, ou seja, do direito à posse, o comprador não está legitimado a manejar nenhuma das ações possessórias. A providência judicial que lhe assegurada, se for em face do próprio vendedor pode ser a obrigação de dar ou de entregar coisa certa, com a respectiva imissão na posse como ato executório.
Mas, quando se trata de um terceiro que se encontra na detenção ou na posse do bem adquirido
Art. 1210, §2º, CC, 
Art. 557, CPC a improcedência de uma ação possessória não faz coisa julgada impeditiva de uma ação reivindicatória da propriedade. 
21/08/19
2.7.2
1. Aquisição Originária: quando o possuidor faz sua a posse sem que haja ato de transferência, por meio da apreensão da coisa – ren nullius (coisa de ninguém) e da res derelicta (coisa abandonada), o esbulho e o exercício do direito de outrem,
2. Aquisição Derivada: é a que requer existência de uma posse anterior, ou seja, que é transmitida ao adquirente.
a) Tradição: real ou efetiva; simbólica; constituto possessório, tradictio brevi manu, tradictio longa manu (CC, art. 1267, p.único).
b) Sucessão: legítima e testamentária. 
Modalidades de tradição:
1. Tradição Real: Ocorre quandohá transmissão efetiva (de mão a mão) da posse pelo alienante (tradens) ao adquirente (accipiens). 
2. Tradição Simbólica: Ocorre quando há um ato representativo da tradição, um ato que traduz a alienação, como por exemplo, após um acordo sobre a venda de um automóvel, basta que possuidor faça a entrega de suas chaves ao adquirente para que se considere transmitida a posse do próprio automóvel. 
3. Tradictio brevi manu: quando alguém já tem a posse direta do objeto em virtude de um vínculo jurídico, por exemplo, como depositário, como credor pignoratício, como comodatário ou locatário, e adquire o seu domínio pleno, não será necessário devolver ao dono, para que este novamente lhe faça a entrega do mesmo. Basta a demissão voluntária da posse indireta pelo transmitente, para que se repute efetuada a tradição. Inversão do animus (elemento subjetivo):aquele que tinha um nome alheio (sem animus domini) passa a ter em nome próprio (com animus domini).
4. Constituto possessório: ocorre quando uma pessoa tem a posse de uma coisa como sua, e, por título legítimo, a transfere a outrem, de modo que o transmitente deixa de possuir com animus domini (para si mesmo), e, pelo contrato de alienação, passa a possuir em nome do adquirente ou para este (aloeno nomine possidere), permanecendo, por exemplo, como locatário ou comodatário ou mero detentor.
Inversão do animus (elemento subjetivo): aquele que tinha em nome próprio (com animus domini) passa a ter em nome alheio (sem animus domini). A coisa como sua
5. (
Enunciado 78, Jornada de Direito Civil: 
tendo em vista a 
não-recepção
 pelo novo Código Civil da 
exceptio
 
proprietatis
 (art. 1.210, § 2º) em caso de ausência de prova suficiente para embasar decisão liminar ou sentença final ancorada exclusivamente no 
ius
 
possessionis
, deverá o pedido ser indeferido e julgado improcedente, não obstante eventual alegação e demonstração de direito real sobre o bem litigioso.
)Tradictio longa manu: é quela que se dá pela colocação da coisa à disposição do adquirente. É exemplo a entrega de uma fazenda de grande extensão, que não se pode percorrer inteira para se considerar imitindo na sua posse, se ninguém a detém, basta que seja colocada à disposição do adquirente. 
Sucessão Art. 1.784, CC:
Mortis causa:
A sucessão pode ser legítima (em decorrência da vocação hereditária). Neste caso será uma sucessão universal (totalidade dos bens; cota parte ou fração ideal) – Herdeiros.
A sucessão testamentária será sucessão universal (quando o beneficiário recebe a totalidade dos bens); cota (parte ou fração ideal) ou sucessão singular (quando um legatário recebe bem certo e determinado no patrimônio do de cujus – legado/legatário).
Art. 1.784. Aberta a sucessão, a herança transmite-se, desde logo, aos herdeiros legítimos e testamentários.
Sucessão inter vivos – Singular. Quando alguém está vendendo um apartamento para outro.
Art. 1.206. A posse transmite-se aos herdeiros ou legatários do possuidor com os mesmos caracteres – assim, a posse de má-fé ou injusta do antecessor transmite-se ao sucesso com estes mesmos vícios.
Art. 1.207. O sucessor universal continua de direito a posse do seu antecessor (sucessio possessionis); e ao sucessor singular é facultado unir sua posse à do antecessor, para os efeitos legais (acessio possessionis) – no entanto, ocorrendo a união de posses pelo sucessor singular terá o efeito de levar consigo os mesmos caracteres da posse do antecessor. Art. 1.243
Art. 1.243. O possuidor pode, para o fim de contar o tempo exigido pelos artigos antecedentes, acrescentar à sua posse a dos seus antecessores (art. 1.207), contanto que todas sejam contínuas, pacíficas e, nos casos do art. 1.242, com justo título e de boa-fé.
2.7.3 Quem pode adquirir?
Art. 1.205, CC
- Própria pessoa que pretende.
- o representante ou procurador de quem quer possuir
- o terceiro sem mandato/procuração.
Menor adquirindo posse: é necessário distinguir ao atos de aquisição originária natural dos modos de aquisição derivada civil ou jurídica. Na hipótese em que o menor faz sua a posse, independentemente de acordo de vontades, o menor adquire normalmente a posse. Porém, nos casos de aquisição derivada de negócios jurídicos, a aquisição da posse também depende da validade do negócio, por isso o menor precisa de representação ou assistência para adquirir posse.
28/08/2019
3 – Outras ações não propriamente possessórias que permitem a tutela da posse.
a) Nunciação de obra nova: quando a posse é prejudicada na substância por obra nova em prédio contíguo (art. 934 e 940 antigo CPC).
b) Embargos de terceiro: busca defende
II. Percepção dos Frutos
a) Diferença entre Produtos x Frutos:
Frutos: são utilidades da coisa que uma coisa possui periodicamente, nascem e renascem da coisa sem acarretar-lhe a destruição. Inalterabilidade do bem principal, podem ser separados.
Produtos
Produtos: utilidades que se retiram da coisa que diminuem a quantidade do bem principal pois não se renovam periodicamente. Ex: pedras que se tiram de pedreitas.
b) Classificação dos Frutos:
I. Quanto a origem: podem ser naturais (vegetais, crias dos animais), industriais (decorrentes da ação do homem ou da indústria do homem sobre a natureza), civis (rendimentos produzidos por uma coisa em virtude de sua utilização por outrem que não seja o proprietário (aluguéis, arrendamento, juros) . 
Naturais e industriais: art. 1215, CC
Quanto ao estado Frutos pendentes: ainda não foram separados e se encontram unidos a coisa que os produziu (laranjal ainda verde)
Percebidos ou colhidos.
Estantes: já foram colhidos e aguardam condicionados a sua destinação final. 
 Percipiendos: que deveriam ter sido colhidos ou percebidos e por alguma razão deixaram de ser percebidos. Se a razão por deliberada, por negligencia, o possuidor de má-fé responde pelos frutos que deveriam ter sido colhidos e não foram. 
Consumidos: aquele que já se deu a destinação final.
Possuidor de boa-fé: art. 1214, tem direito aos frutos percebidos e direito às despesas da produção e custeio dos frutos pendentes e dos colhidos. 
Possuidor de má-fé: aquele que tem ciência dos obstáculos da obtenção da coisa. Art. 1216, CC. Todos os frutos colhidos ou percebidos, percipiendos, terá que restituí-los, entregar in natura ou in pecúnia para o titular reivindicante. 
III. indenização por benfeitorias e direito de retenção
Benfeitorias: Art. 96, CC e parágrafos - obras ou despesas efetuadas numa coisa já existente para conservá-la ou evitar que se deteriore (necessárias), ou para melhora-la ou ampliá-la (úteis) ou ainda, para embelezá-la (voluptuárias). Ou seja, são melhoramentos de cunho complementar, como por exemplo: benfeitoria necessária, uma pintura na parede, reparo na rede elétrica ou hidráulica. Melhorias úteis: AUMENTOS uma calçada, um banheiro numa casa, uma garagem, edícula, Benfeitorias voluptuária: mudanças no Hal de entrada, cascata na entrada, jardim, etc...
Acessões: Art. 1248, V e ss – acessões são obras que criam coisas novas e diferentes, ainda que venham aderir a coisa já existente, mas de modo autônomo, como a edificação de uma casa em terreno baldio, a construção de numa nova pavimentação de unidade mobiliária totalmente autônoma.
Regime Jurídico das benfeitorias: possuidor de boa-fé – tem direito de ser indenizado, pelas benfeitorias necessárias e úteis; direito de levantar as voluptuárias; direito de retenção, pelo valor das benfeitorias necessárias ou úteis (art. 1219, CC). Será indenizado pelo valor atual da coisa (art. 1222, CC), ou seja, o valor de mercado ou valor corrigido. Caso não seja indenizado, abra-se ao possuidor de boa-fé o direito de levantá-la de retirar, mas esse direito é condicionado.
1º direito do reivindicante de pagar ou não
2º direito do possuidor de boa-fé de retirá-la, e a condição é não deteriorar a condição do bem principal.
Quando vai ou não deteriorar o bem principal depende de cada caso. Ex: retirada de um chafariz não mudaria o bem principal, mas o jardim de uma casa iria deteriorar. 
Direito de retenção: o possuidorde boa-fé possui direito de retenção art. 1222, CC. Consiste na faculdade concedida ao credor possuidor de continuar a deter a coisa alheia mantendo-a em seu poder direto e imediato até que seja indenizado pelo crédito que se originou das benfeitorias úteis e necessárias. 
Possuidor de má-fé: art. 1220, CC. Só tem direito de indenização relativamente às benfeitoras necessárias. E o valor será aquele do custo ou atual, ou seja, uma opção para o reivindicante escolher o menor valor. Art. 1222, CC.
As benfeitorias somente serão indenizadas se estiverem, se existirem na coisa, por ocasião da evicção (art. 1221, CC). No caso, a doutrina entende que no momento do trânsito em julgado deverão as benfeitorias encontra-se na coisa. (Exercício 04, Questão 01).
IV - Indenização por perda ou deterioração da coisa.
Possuidor de boa-fé: Art. 1217, CC – não responde pela perda ou deterioração da coisa a que não der causa (Art. 1217, CC). Deste modo, trata-se de hipótese de responsabilidade subjetiva
Possuidor de má-fé: Art. 1218, CC – responde pela perda e deterioração da coisa, ainda que sejam acidentais, salvo se o dano ocorreria ainda que estivesse em posse legítima do possuidor. 
29/08/2019
UNIDADE III – Da Propriedade
3.1 Introdução – importância do tema
3.2 Definição de Propriedade:
- leva em consideração a definição clássica, Art. 1228, CC. 
Elementos estruturais:
I – elemento interno ou econômico: 
a. Direito de usar – ius utendi
b. Direito de gozar – iue fruendi
c. Direito de dispor – ius abutendi – disposição material ou jurídica.
Material: loteamento de terreno. 
d. Direito de reivindicação – rei vindicatio – direito de ação reivindicatória. 
Direito de propriedade é o direito que a pessoa física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha. Nesta definição acrescente o que pode ser objeto do direito de propriedade. 
Caracteres do direito de propriedade:
a) Caráter absoluto:
b) Caráter exclusivo:
c) Caráter perpétuo:
d) Caráter elástico:
3.3 Definição de propriedade numa perspectiva moderna
1º - Faz uma crítica o reducionismo da concepção tradicional de propriedade.
Na concepção tradicional a propriedade é um direito absoluto (ou pleno), pelo qual há uma relação de senhoria entre o sujeito titular e objeto.
Entende que a concepção tradicional trata-se de uma concepção “negativista” do direito de propriedade que visualiza a função social como elemento externo, que impõe limitações e restringe-se o direito de propriedade.
2º - Busca a superação do conceito tradicional
- como poderemos superar o conceito tradicional e revelar um conteúdo mais significativo ao direito de propriedade?
1. tomar uma perspectiva metodológica diversa para o estudo da propriedade, a partir da teoria civil-constitucional: tomar a constituição como definidora do conteúdo do direito de propriedade
2. a perspectiva de que direito civil não é dele que precisa partir a definição do direito de propriedade, pois a própria constituição estabelece. E a despatrimonialização do direito privado: propriedade tem sua proteção em busca de tutela de outros interesses extrapatrimoniais. 
04/09/19
3.4 Objeto do direito de propriedade
- Bens móveis/semoventes:
- Bens imóveis: Art. 176,CF, 1229, CC e Art. 1.230 e 1232. PARÁGRAFO ÚNICO ART. 1230.
- Bens incorpóreos – Lei 9610 – propriedade autoral./ Lei 9279 – propriedade industrial. 
3.5 Aquisição da Propriedade:
- adquire-se a propriedade quando ocorre a personificação do direito a um titular
- modos de aquisição: 
· Originário: aquele que não teve transferência de um titular a outro. O ato independe da transferência de outrem. Exemplo: usucapião, acessão, ocupação, achado no tesouro.
· Derivado: quando há transmissibilidade de um titular a outro. Pode ser ato intervivos (registro em cartório de registro de imóveis), mortis causa havendo sucessão. 
3.5.1 Aquisição da propriedade imóvel pelo registro em cartório de registro de imóveis
(Exercício 5. 11 discursiva.)
- Modo de aquisição da propriedade imóvel por ato inter vivos
- Modelo Francês: o negócio jurídico, contrato celebrado, transfere a propriedade de imóvel. Há o registro, mas é meramente formal. 
- Modelo Alemão: o negócio jurídico, contrato celebrado, não transfere propriedade. Há necessidade de uma segunda convenção entre as partes em cartório de registro de imóveis, para que haja a transferência. Por isso, o modelo alemão é não causal, uma vez que a convenção supre eventuais defeitos, riscos e nulidades do negócio. 
- Modelo Brasileiro: Art. 1.227 + 1245, §1º - aproximando-se mais do modelo alemão, mas não precisa de uma segunda convenção. O modelo é causal, o negócio nulo, o registro também será nulo. Exemplo: compra e venda art. 481, CC.
* A escritura pública não transfere a propriedade, é uma forma de contratar. Podendo ser feita em qualquer tabelionato
- Contratos:
· Expresso:
1. Verbal
2. Escrito
a. Particular
b. Público
3. Mímica
· Tácito:
Princípio do Registro Imobiliário:
1. Princípio Constitutivo: aufere titularidade ao titular. Art. 1245, §1º.
2. Princípio da Legalidade: regularidade do título apresentado
3. Princípio da Força Probante: presunção de veracidade e legalidade. Possui fé pública. Art. 1245, §2º.
4. Princípio da Publicidade: qualquer pessoa pode ter acesso, independentemente de motivação.
5. Princípio da Prioridade: aquele que primeiro prenotar no livro de protocolo o seu título, terá prelação na aquisição. Art. 1.246
Art. 1.246. O registro é eficaz desde o momento em que se apresentar o título ao oficial do registro, e este o prenotar no protocolo.
6. Princípio da continuidade dos atos dos registros: um ato deriva do outro. 
7. Princípio da obrigatoriedade: obrigatoriedade do registro na circunscrição. A escritura de compra e venda pode ser feita em qualquer cartório, mas o registro somente no cartório responsável pela circunscrição.
8. Princípio da especificação/especialidade: cada imóvel terá sua individualização. 
9. Princípio da retificação: sem que haja ação própria para retificação ou declaração de nulidade, permanece o registro no cartório. Art. 1245, §2º e 1247.
10. Princípio da unitariedade: cada imóvel terá sua matrícula para registro. 
05/09/2019
Usucapião:
1. Etimologia: origem do termo a doutrina ensina que vem de usu + capere/capione. Aquisição ou tomada ou tomada uso. 
A usucapião.
2. Definição: a usucapião é modo de aquisição originária da propriedade e de outros direitos reais (servidão Art. 1378/1379, usufruto Art.1391, enfiteuse) pela posse prolongada da coisa e com observância dos requisitos legais. 
Consequências do modo originário: faz-se sua propriedade independentemente de transferência. O momento da aquisição é o momento que preenche os requisitos legais, sendo assim, a sentença é meramente declaratória. Usucapião não é uma ação necessária, há o reconhecimento do usucapião por via extrajudicial. Pode já ter preenchido os requisitos e o procedimento não se iniciou, formalmente não é registrado.
3. Fundamentos/Motivos pelos quais a ordem jurídica reconhece a usucapião.
- Busca transformar uma situação de fato sempre suscetível a questionamentos, insegurança e vicissitudes em situação jurídica definida: propriedade. Com isso buscando garantir a estabilidade e segurança jurídica. Fixando prazo além do qual não mais se poderá levantar dúvidas. 
- Atribuir ou instituir um título para possibilitar o registro e sanar vícios de um título existente (ocorre na usucapião ordinária).
- Reconhecer a função social da posse. Reconhece que aquele usufruir tem direito de adquirir a posse. 
Requisitos para Usucapião:
- Pessoais: aquele que levam em consideração ao adquirente contra aquele que pretende usucapir. Art. 1244, CC.
· Art. 197
I – entre cônjuges na constância da sociedade conjugal.
II – ascendentes/ descendentes durante o poder familiar – Art. 1635, CC
III – tutelado e curatelado
· Art. 198
I – contra o menor não ocorre prescrição, apenas com a maioridade.
II – conta um embaixadorfora a serviço da união
III – forças armadas em tempo de guerra, estão no Brasil mas estão servindo.
- Reais: em relação ao objeto da indecência da posse para a usucapião. Art. 102, 183 §3º CF, 191 p. único. Súmula STF 340 Bens públicos de qualquer espécies.
· Exemplo: terreno de marinha é aquele configurado a 33 metros contados da preamar média de 1.831 em direção à terra firme. São insuscetíveis de usucapião. Caberia até mesmo a usucapião para fins de moradia, mas não de propriedade.
· Empresas públicas e sociedades de economia mista se o bem não está em afeto ao serviço público são suscetíveis a usucapião na forma do Art. 173, §1º.
- Formais
11/09/19
II – Usucapião de Imóvel
Requisitos Formais
· Comuns
· Posse prolongada no tempo
· Posse ad usucapionem – contínua/ sem interrupção
Mansa: sem oposição (ação de reintegração de posse/ reivindicação). 
Pacífica: cessada a violência/clandestinidade (art. 1208)
Animus domini (animus sem sibi habendi) – ter a coisa como sua.
· Especiais/Modalidades
Usucapião extraordinária: Art. 1238, caput, Posse de no mínimo 15 anos. Sempre será o maior prazo. Pode ter incidência com a posse de má-fé e injusta, não possui limite de extensão, pode ser adquirido por pessoa jurídica. 
Art. 1238, p.único – posse de no mínimo 10 anos + ter moradia habitual ou obras/serviços de caráter produtivo
Usucapião Ordinária Art. 1242, caput: + posse de no mínimo 10 anos; justo título e boa-fé. Aquele que apresentou o justo título já possui a presunção de posse e boa-fé.
Art. 1242, p.único – Usucapião Ordinária/ tabular ou documental. Requisitos: posse de no mínimo 05 anos + ter adquirido onerosamente + registro cancelado no CRI + moradia habitual ou te feito investimentos de interesse econômico social relevante.
Usucapião Especial Rural/ pro labore/ posse Trabalho: Art. 191, CF. Art. 1239, CC e Lei 6969/81.
+ Posse de no mínimo 05 anos + área em zona rural de até 50 hectares + tornar produtiva por seu trabalho ou de sua família + tendo nela sua moradia + não ser proprietário de outro imóvel rural ou urbano.
Obs: pode somar prazo do seu antecessor.
Art. 1243 – poderia contar prazo do seu antecessor quando este realizava a co posse.
Usucapião Especial Urbana: singular/ individual/ usucapião constitucional; pro mísero/ pro moradia. Art. 183 da CF, art. 1240 do CC e Art. 9º da Lei 10.257/01. Esta modalidade foi constituída na constituição de 88
+ Posse de no mínimo 05 anos; + área ou edificação urbana de até 250 m²; + tendo sua moradia ou de sua família + não ser proprietário de outro imóvel + este direito somente será reconhecido uma única vez. 
Considerando que precisa ter sua moradia e de sua família, o art. 9º da Lei 10.257/01 determina que o herdeiro legítimo poderia somar prazo do seu antecessor pra fins desta modalidade. Desde que já esteja residindo no imóvel por ocasião da abertura da sucessão. No dia da morte o herdeiro legítimo precisaria estar residindo no imóvel. 
A posse pode ser de má-fé e injusta.
Usucapião Urbana Coletiva: a coletiva está prevista no Art. 10 da Lei 10.257/01; + posse de no mínimo 05 anos; + núcleos urbanos informais (não possui valor expresso de moradias mas precisa ser mais de uma); + área total dividida pelo número de possuidores seja inferior a duzentos e cinquenta metros quadrados por possuidor; + desde que os possuidores não sejam proprietários de outro imóvel rural ou urbano. 
Serão adquiridos coletivamente: a sentença estabelecerá um condomínio indivisível em frações ideais e iguais, salvo acordo expresso entre os possuidores. E não havendo acordo, será igual a todos eles. Independentemente da área/terreno que cada um deles ocupe efetivamente.
Trata-se de um condomínio necessário, pois, decorre de decisão judicial. 
Não exige boa-fé
Legitimidade para postular – Art. 12 da Lei 10.257/01. 
· Desapropriação para fins privados/ Desapropriação Judicial
Art. 1228, §4º e 5º, CC. 
+ posse de boa-fé de no mínimo 05 anos; + extensa área (rural ou urbana); + ocupada por um considerável número de pessoas (conceito indeterminado, depende da prática) + em conjunto ou separadamente feito obras/serviços de interesse social ou econômico relevante; + pagamento ao proprietário como requisito para o registro da propriedade em nome de cada possuidor (Art. 1228, §5º, CC).
Não sendo reconhecido o pagamento, não pode ser registrado. 
Enunciado 304 da Jornada de Direito Civil. 
Exige boa-fé;
Pode ser cada um individualizado;
Este instituto será alegado pelos possuidores como matéria de defesa em ação reivindicatória ou possessória de reintegração. 
19/09/2019
Usucapião Familiar/ conjugal/ por abandono de lar – Art. 1240- A
a) Posse ad usucapionem por no mínimo 02 anos
b) Sobre parte ideal da propriedade de imóvel urbano de até 250m² que divida com o ex-conjuge/companheiro.
- ex = divórcio ou dissolução decretada
- bens imóveis não entram na usucapião.
c) posse deve ser direta: posse não desmembrada, exercício efetivo da posse. Não pode estar locado, por exemplo. Se o bem estiver locado, não pode contar prazo. 
e exclusiva: aquela em que apenas uma pessoa está no exercício, apenas a pessoa pretendente da usucapião. Podendo a posse ser no mínimo com os familiares. Afastando a pessoa com quem pretende usucapir. 
d) Utilizando para sua moradia e de sua família – teria que estar residindo pelo menos um dos ex cônjuges, caso contrário, ambos saindo de casa e a família continuando, ambos teriam legitimidade para pleitear este instituto contra o outro. 
e) Sem oposição/posse mansa: pleiteado divórcio cumulado com partilha, houve oposição. Se aquele que sai, notifica para que seja pago aluguel ou ainda faz acordo verbal para que aquilo seja parte in natura para pensão. Prova testemunhal ou documental de algum tipo de acordo.
f) Abandono do lar para pessoa contra quem promove usucapião: o abandono do lar 1º corrente: o abandono deve ser voluntário e imotivado, sem justificativa, e com vínculos emocionais ainda que patrimonial, não haveria abandono, pois teria vínculos afetivos com seu filho. 2ª corrente: basta a mera separação de fato, procura evitar a discussão quando a culpa do abandono de lar. 
- Exercício 05, questão 15. Questão errada pois a data está com a data anterior à legislação.
Acessão – art. 1.248 e ss CC
Definição: modo originário da aquisição da propriedade imóvel. Pela qual se estende o direito do proprietário a tudo que ao seu bem se unir ou se incorporar. 
Requisitos: conjugação de duas coisas que antes estavam separadas, caráter acessório de uma dessas coisas em relação a outra. 
Modos: 
a) Acessão de imóvel a imóvel: acessões naturais. Formação de ilhas, aluvião, avulsão, abandono do álveo. 
b) Acessão de móvel a imóvel: industriais/ artificiais, são decorrentes da interação do homem com a natureza. Plantações e construções. 
Espécies e Regime Jurídico:
a) Formação de Ilhas: águas que não são públicas. Art. 1249, CC.
Aluvião: acréscimo paulatino de terras as margens de um rio formado em um meio que lentos e imperceptíveis depósitos e aterros naturais. Ou pelo desvio, ou rebaixamento de águas. 
b) Aluvião própria: lentos e imperceptíveis depósitos e aterros naturais
b.1) Aluvião imprópria: Questão 20, exercício 05. Diminuição das águas.
c) Avulsão: mudança e acrescimento do imóvel de um aparecimento abrupto de mudança na terra, decorrente de força natural violenta que desprende parte de um prédio para juntá-lo ao outro. Art. 1251, CC. Há indenização, pois tem um proprietário que ficou desfalcado. 
d) Álveo Abandonado: Art. 1252
25/09/19
Construções e Plantações – Art. 1248 (V) e art. 1.253, CC.
Regra Geral: acessório segue o principal, presunção de que o terreno é o bem principal. Art. 1253, regra de ônus da prova. 
Princípio da gravitação: ideia de que o acessório segue o principal. Poderá reverter quando a plantação superar o valor do terreno por exemplo, sendo a plantação o bem principal. 
a) Semeadura, plantação ou construção em solo próprio com semente/plantas/materiais de construção ALHEIOS: Art. 1254, de boa fé: Adquire propriedade desde a indenização.De má-fé: valor das sementes/plantas/materiais também indeniza as perdas e danos
b) Semeadura, plantação ou construção em solo alheio com sementes, plantas, materiais, próprios. De boa fé: terá direito a indenização Art. 1.255, de má fé: mesmo havendo má-fé também do proprietário do solo, também há direito de indenização daquele que empregou de má-fé. Art. 1256, devendo o proprietário do solo ressarcir as acessões. 
· Se o valor da construção ou plantação exceder consideravelmente o valor do solo: aquele que realizou de boa-fé – Art. 1255, p. único, adquirirá a propriedade do solo. Aplica-se o princípio da gravitação. Ex: de boa-fé construiu um hotel em terreno. 
c) Semeadura/ plantação ou construção em solo alheio com sementes/ plantas/ materiais Alheios: 03 sujeitos, proprietário do solo, proprietário das sementes e aquele que mandou empregar naquele terreno. Art. 1.257
1ª Regra: o proprietário das plantas/ sementes ou materiais receberá indenização, mas perderá a propriedade dos bens pela acessão.
 2ª Regra: Quem indenizará é quem o construtor, plantador ou semeador ou quem determinou que as sementes, plantas ou materiais fossem plantados no terreno. 
3ª Regra: responsabilidade subsidiária (benefício de ordem) do proprietário do solo quando tenha boa-fé, quando for impossível encontrar o construtor, plantador ou semeador.
4ª Regra: má-fé do proprietário do solo. Art. 1.257. – responsabilidade solidária do proprietário do solo. 
d) Construção em solo próprio que invade até 1/20 ou 5% do terreno vizinho. Art. 1258. 
· Boa-fé
· Exceder consideravelmente o valor do solo
· O dono da obra adquirirá a propriedade do solo, porém, adquirirá mediante indenização, deverá indenizar o valor da área invadida e a desvalorização do remanescente, estimada através do proveito que o bem teria caso estivesse íntegro. Adquire a propriedade do solo esbulhado.
· Má-fé: p. único Art. 1258. Exceder consideravelmente do valor do rolo e se não puder demolir sem grave prejuízo à construção. A indenização será em décuplo o valor da área invadida e a desvalorização remanescente. 
e) Construção em solo próprio que invade mai de 1/2º ou 5% do terreno vizinho: Art. 1259. 
De boa-fé: valor da área invadida, desvalorização do remanescente, valor que a invasão acrescer à construção. 
Má-fé: não adquire a propriedade e ainda terá que pagar em décuplo, demolição e perdas e danos em dobro. 
Unidade III – DA PROPRIEDADE. Art. 1.223 a 1.237.
Da Descoberta: consiste no achado de coisa móvel perdida, que tem dono, entretanto, este pode ser desconhecido. Em nosso direito não é modo de aquisição da propriedade (Art. 1233 a 1237 e Art., 746, CPC)
Não trata-se de coisa abandonada
Res nullius nunca teve dono. Art. 1263, CC. 
Obrigação do descobridor: Art. 746, CPC se a coisa não for entregue após o prazo de 15 dias, pode configurar crime de apropriação de coisa achada. 
Direitos do descobridor: terá direito a uma recompensa, gratificação ou achádego, não inferior a 5% do valor da coisa; mais as despesas de transporte e conservação da coisa. Art. 1234, CC
Responsabilidade do Descobridor: no que se refere à indenização, por perda ou deterioração da coisa achada, o descobridor somente responde quando agiu com dolo, assim, trata-se de responsabilidade subjetiva. PROVA
Procedimento em reação a coisa achada: Art. 1236, CC. 
Quando que o descobridor adquirirá a propriedade e qual a modalidade: 
a) Quando o próprio dono preferir abandonar (art.1234, final).
b) Quando for de diminuto valor e o município abandonar (Art. 1237).
02/10/19
AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE MÓVEL
a) Usucapião: questão 12 e (14 – ausência de justo título e boa-fé, sendo a interpretação do STJ atualmente, provada a existência da alienação fiduciária não cabe.).
I. Usucapião ordinária: Posse ad usucapionem por no mínimo, 03 anos. Art. 1260. Justo título e boa fé, art. 1201, p. único. Serve para sanar vícios do título 
II. Usucapião extraordinária: Art. 1261, posse ad usucapionem por no mínimo 05 anos. Pode ser posse injusta e de má-fé.
Art. 1262:
1. Art. 1243: Permite somar prazo do antecessor
2. Art. 1244: Art. 197 e 198. 
Bens semoventes – segue o regime jurídico dos bens móveis. 
b) Ocupação: Art. 1.263. questão 04, 05. Coisa empenhada – penhorada.
Questão 06: lei 8245/91, Art. 65, §1º.
- é o modo de aquisição originário de coisa móvel ou semovente, sem dono, por não ter sido nunca objeto de assenhoramento (res nullius), ou por ter sido abandonada por parte do titular (res derelicta) (Art. 1263, CC).
I. Caça
II. Pesca
c) Achado do Tesouro: Art. 1264.
- consiste no depósito antigo de moedas ou coisas preciosas, oculto por mão humana, de cujo dono não haja memória e encontrado casualmente,
São 04 os requisitos do tesouro: ser antigo e precioso, estar escondido (oculto, enterrado), não haver memória de seu dono e o descobridor ter encontrado casualmente (sem querer).
Regime Jurídico: o tesouro se divide ao meio entre o dono do terreno e o descobridor. Se o descobridor estava propositadamente procurando o tesouro em terreno alheio sem autorização, não terá direito a nada; também se for contratado para a busca.
d) Tradição: Art. 1267.
- é a entrega de coisa móvel que o alienante (tradens) efetua ao adquirente (accipiens) com a intenção de lhe transferir a propriedade, em razão do título translativo da propriedade (Art. 1267, CC e 1.268) – Art.1226.
Exceções em que não se exige tradição: contrato transfere a propriedade de títulos da dívida pública, as ações nominativas de sociedade anônima se transferem mediante lavrado em livro próprio, alienação fiduciária transfere a propriedade resolúvel ao credor fiduciário pelo contrato (art. 1361 e ss)
I. Tradição Real: é aquela que se realiza efetivamente (de mão a mão).
II. Tradictio brevi manu: é aquela em que se subentende pela realização do negócio, de modo que aquele que possuía apenas a posse direta, com a aquisição da propriedade da coisa adquire a posse plena, passando a ter com animus domini.
III. Constituto Possessório: é aquela em que se subentende pela realização do negócio de modo que aquele que tinha posse plena e em nome próprio, aliena a coisa e passa a ter apenas a posse direta do bem, perdendo o animus domini.
Outros aspectos – Art. 1268, CC: Feita por quem não seja proprietário, a tradição não aliena a propriedade, exceto se a coisa, oferecida ao público, em leilão ou estabelecimento comercial, for transferida em circunstâncias tais que, ao adquirente de boa-fé, como a qualquer pessoa, o alienante se afigurar dono. Venda non domino. 
Teoria da Aparência
Exceções: § 1 o Se o adquirente estiver de boa-fé e o alienante adquirir depois a propriedade, considera-se realizada a transferência desde o momento em que ocorreu a tradição.
03/10/19
e) Especificação – Art. 1269
Definição: considera-se especificação a transformação definitiva da matéria-prima em espécie nova, mediante o trabalho ou indústria do especificador (isto é, em regra, desde que não seja possível retornar ao estado anterior). Ex: a pintura em relação à tela; a escultura em relação à pedra, madeira ou metal; o trabalho gráfico em relação ao papel.
Regime Jurídico: há uma predominância do trabalho sobre o material: o especificador adquire a propriedade da espécie nova produzida, se a matéria-prima lhe pertencer, ainda que somente em parte; se na sua totalidade pertencer a outrem, e não for possível reduzir-se á forma pertencente, adquire-lhe ainda, a propriedade, estando de boa-fé; ou seu valor exceder consideravelmente o da matéria prima, e neste caso, adquire até mesmo se agiu de má-fé ou mesmo que seja possível retornar ao estado anterior (Art. 1269 – 1.271, CC).
Art. 1270, §2º
Não será indenizado: criador de má-fé que sua criação não excedeu o valor da matéria prima. Art. 1271. 	
f) Confusão, comissão/comistão, adjunção: Precisa ser de donos distintos
I. Confusão: mistura de coisas líquidas (ou mesmo de gases), e que não é possível a separação, pertencente a proprietários distintos e sem que haja acordo entre eles.
Pode ser chamada de confusão real, pois relativaà propriedade móvel. A denominação é importante para diferenciar o instituto da confusão obrigacional, forma de pagamento indireto em que se confundem na mesma pessoa, as qualidades de credor e de devedor (Art. 382 a 384, CC)
São exemplos de confusão real as misturas de dois vinhos de propriedade distintos, água e vinho, de álcool e gasolina, de biodisel e gasolina. Como se pode perceber as espécies podem ser parecidas ou não.
II. Comistão: é a mistura de coisas sólidas ou secas, não sendo possível a separação. Exemplos: misturas de areia e cimento, cereais.
III. Adjunção: é a justaposição ou sobreposição de uma coisa sobre a outra, sendo impossível a separação. Exemplo: tinta em relação à parede, selo valioso em álbum de colecionador.
1ª regra: as coisas pertencentes a diversos donos, confundidas, misturadas ou adjuntadas sem o consentimento deles, continuam a pertencer-lhes, sendo possível separá-las sem deterioração ou não sendo muito onerosa a separação. (Art. 1272, CC)
2ª regra: condomínio necessário. Não sendo possível a separação das coisas, ou exigindo dispêndio excessivo, permanece o estado de indivisão, cabendo a casa um dos donos quinhão proporcional ao valor da coisa com que entrou para a mistura ou agregado (Art. 1272, §1º, CC). Cada um dos proprietários dos bens móveis terá direito ao valor que corresponder ao seu quinhão real, procura-se um quinhão ideal. Nesses casos, se uma das coisas puder ser considerada como principal, o dono desse principal será o dono do todo, indenizando os demais pelos valores que corresponderem aos seus quinhões (Art. 1276, §2º).
3ª regra: Art. 1273.
4ª regra: Art. 1.274. Se da união de matérias de natureza diversa se formar espécie nova, à confusão, comissão ou adjunção aplicam-se as normas dos arts. 1.272 e 1.273.
É o caso que de mistura de minerais surja um novo; essência e álcool que gera um perfume ou um remédio.
É majoritário o entendimento de que o CC realmente modificou o regime jurídico anterior.
3.9 PERDA DA PROPRIEDADE: Art. 1275 – 1276, CC.
Tanto para imóvel quando para móvel.
- Art. 1275: rol de espécies de perda da propriedade é exemplificativo. Ex: usucapião, acessão, dissolução de casamento com pacto antenupcial de comunhão universal de bens, implemento de condição resolutível;
A) Alienação: alhear, tornar alheio – mediante contato, cria a obrigação de transferir, o proprietário por vontade própria transfere o direito de propriedade utilizando-se do negócio jurídico (compra e venda, doação, permuta), porém, a perda efetivamente ocorrerá para bens imóveis como o registro em cartório de registro e imóveis. Art. 1246, o momento de eficácia do registro é do protocolo + Art. 1275, p. único.
Para bens móveis: perde-se a propriedade no momento da tradição. 
Alienação compulsória em juízo: pode ocorrer a arrematação ou adjudicação. Ato judicial que determina compulsoriamente a “alienação”.
B) Renúncia: É o ato jurídico pelo qual alguém abdica ou abre mão do seu direito de propriedade sem transferí- lo a outrem. É ato unilateral que independe de aceitação de outrem (vontade não receptícia). Ato irrevogável e não se presume, por isso deve ser sempre expressa (é o que distingue do abandono). Sempre possível desde que não prejudique terceiros (ex: credores).
Eficácia do ato: se da com o registro, há necessidade de fazer escritura pública de renúncia e levá-lo até o registro de imóveis.
Bens móveis: ato declarando que não quer mais a propriedade e registrar em cartório. Como, por exemplo, um carro, registrar no cartório e avisar ao DETRAN. Normalmente só ocorre quando há renúncia de herança. Art. 1806, CC. 
Renúncia translativa: dirigida a um dos herdeiros, por exemplo, não se caracteriza propriamente renúncia, se caracteriza como respectiva renuncia e doação, pagando inclusive dois tributos. 
C) Abandono/ derrelição: o proprietário abre mão do seu direito de propriedade sem manifestar expressamente a sua vontade. Ato de disposição unilateral que é percebido pelo comportamento do titular e pela circunstância em que a coisa se encontra. Porém, é preciso avaliar se existe voluntariedade. 
D) (
PROVA:
 Navio em alto mar, com risco iminente de afundar caso ficasse com a carga, solta a carga no mar, no momento que outro navio encontrar essa carga, este segundo não adquire a propriedade, tendo em vista que 
não
 foi 
vontade livre
 de abandonar a coisa.
)
B. 
O não uso da coisa não configura abandono, porém, configurado o abandono, qualquer pessoa pode tomar posse, em caso de bens móveis, adquirirá a propriedade por ocupação. No caso de bens imóveis, usucapião. 
Se não estiver na posse de alguém, tratando-se de bem imóvel o município declarará como bem vago, havendo interessados nessa propriedade poderá reivindicar a posse no prazo de 03 anos, após 03 anos de vagueza sem haver interessados passará a propriedade ao município sendo imóvel urbano, imóvel rural será propriedade à união. Art. 1276, caput e §1º, a diferença entre imóvel rural e urbano dá-se pelos tributos a serem pagos imóvel urbano: IPTU e imóvel rural IPTR.
Art. 1276, §2º: 
“de modo absoluto” – quando ele não estiver na posse e nem pagar os tributos. Art. 5º, LIV, CF – devido processo legal. Art. 5º, LV, CF – contraditório de ampla defesa. Art. 150, IV, CF, Enunciados 242 e 243 Presunção meramente relativa, pois de acordo com a CF, nenhum tributo deverá servir para confisco. 
PROVA: Tempo que deve ficar sem pagar os tributos: 5 anos. Lei 13.465, Art. 64. 
D) Perecimento do Objeto: seja por força natural ou força humana também perde se a propriedade por lhe faltar o objeto.Não haverá mais o direito por lhe faltar o próprio objeto, normalmente é uma perda involuntária por destruição do bem. 
E) Desapropriação: 
Definição: é o ato pelo qual a autoridade pública competente, nos casos previstos pela ordem jurídica (Art. 5º, XXIV, CF e Art. 1228, §3º, CC) determina a transferência de propriedade no interesse da coletividade, seja para destinação pública ou privada. 
Natureza Jurídica: matéria interdisciplinar, pois do ponto de vista da CF, trata-se de direito fundamental que está sendo extinto. Do ponto de vista do direito administrativo é modo de aquisição da propriedade pelo ente público. Do ponto de vista do direito civil é modo de perda da propriedade, regulamentado pelo Art. 1275, V.
Legislação: Decreto Lei nº 3365/1941, Lei nº 4132/62, Lei 8629/93, Lei Complementar 
O ato de desapropriação determina a transferência compulsória da propriedade e é unilateral da administração por isso não se confunde com a compra e venda. Também não se confunde com expropriação ou confisco ambos se dá quando não há indenização, conforme art. 243.
Fundamentos/ Motivos: 
· Utilidade Pública: para fazer uma estrada, por exemplo. 
· Necessidade Pública: casos de urgência
· Interesse Social: é quando normalmente não é destinado ao patrimônio público, 
Legitimidade para a desapropriação: 
· União, estados, DF, municípios.
· Concessionários de serviços públicos mediante autorização legislativa ou delegação contratual.
- atribuição do chefe do executivo para a expedição do Decreto de Desapropriação
- união pode desapropriar bens dos Estados e dos municípios;
- municípios não podem desapropriar danos dos estados nem da união. Estados não podem desapropriar bens da união.
- Desapropriação para reforma agrária: Art. 184, 186, CF. somente a união possui competência.
Exclusiva do Município ou DF – desapropriação sanção, art. 182, §2º e §4º, CF, Art. 5º e 8º. Lei 10257/2001.
Objeto da desapropriação:
- bens móveis ou imóveis
- propriedade intelectual
* Bens privados ou bens públicos – bens públicos podem ser desapropriados
	UNIÃO
	ESTADOS/ DISTRITO FEDERAL
	MUNICÍPIOS
Procedimento na desapropriação direta: 
Desapropriação Direta: aquela que segue o procedimento determinado na lei
1. Decreto declara a finalidade/motivo: publicação
2. Notificação do proprietário
3. Avaliação previa pela administração
4. Oferta do valor ao proprietário
5. No caso de concordância com o calor da oferta paga-se o preço e encerra-se a desapropriaçãoemitindo-se na posse do bem
6. No caso de discordância do proprietário com o valor da oferta: Ação de desapropriação
I. Depósito do valor da oferta
II. Pedido de imissão da propriedade na posse
7. Juiz
I. Mandado de imissão na posse
II. Determina levantamento de 80% do valor da oferta
III. Perícia judicial para determinar o valor do bem
- base do cálculo do valor para a incidência dos juros de mora e juros compensatórios será a diferença entre o valor da sentença e o valor levantado que é de 80% do valor da oferta.
Juros compensatórios visam compensar a privação do bem. No momento que houve a imissão da posse, o proprietário perde a propriedade. 
8. (
Indenização de Juros Compensatórios
)Sentença
I. Valor ofertado 100
II. (
Indenização 
de 
Juros 
M
oratórios
)Valor da sentença 150 
Desapropriação Indireta: é o fato administrativo pelo qual o estado se apropria do bem particular sem a observância dos requisitos determinados por lei, isto é, sem a justa e prévia indenização. Trata-se de esbulho possessório com ato ilícito. Não cabendo a reivindicatória. Quando afetado por obras ou serviços públicos entende-se que não procede a reintegração da posse ou reivindicatória da propriedade, cabe discutir o valor da indenização. 
Retrocessão: consiste no direito de reaquisição do bem desapropriado pelo expropriado, mediante o reembolso do respectivo valor recebido em virtude do direito superveniente do poder público que o desapropriou, porém desde que configurados dois pressupostos, que o bem não tenha sido destinado a finalidade para qual se desapropriou e que não tenha sido destinado a outras obras ou serviços públicos. Ou seja, que tenha ocorrido a tredestinação ilícita, Art. 519, CC. Tredestinação: desapropriar para uma função e realizar outra. 
Aula do dia 16/10/2019
DIREITO DE VIZINHANÇA
17/10/19
Princípio da Relatividade na Repressão ao Uso Anormal da Propriedade: o incomodo ou interferência dever ser tolerado quando prevalecer o interesse público. Tendo a vítima que suportar a interferência no seu imóvel, mediante indenização. Art. 1.278, CC. 
- “Interesse Público”
Direito à redução ou extinção dos incômodos/interferências:
Art. 1.278 “coisa julgada rebus sic statibus”. – coisa julgada por momento que é proferida, sendo assim faz coisa julgada material contando com a circunstância que ela é emitida, ocorrendo desenvolvimento tecnológico, por exemplo, pode ser exigida a implantação dessa nova tecnologia. 
- Sentença que determina uma intervenção ao barulho, por exemplo, não faz coisa julgada material. Tendo em vista que não é impeditiva de discutir a matéria, da mesma forma que funciona em ação de alimentos. Art. 1279, CC.
Ações Judiciais:
· Ação de obrigação de fazer/ não fazer c/c multa cominatória c/c pedido de indenização. 
· Ação de caução por dano infecto: Art. 1280/ 1281 - precisa demonstrar o risco de dano. Dano iminente
· Ação demolitória: Art. 1280
· Ação de nunciação de obra nova
· Ação de responsabilidade civil/ indenizatória
· Ação de obrigação de tolerar 
23/10/2019
Uso anormal da propriedade – Art. 1277 -1281
- Legitimidade para as ações
Art. 1277
· Proprietário
· Possuídos
· Detentor/ mero usuário.
- Resp. Civil: objetiva/ independe de culpa do agente. Art. 1311, p. único.
Árvores Limítrofes – Art. 1282 – 1284.
1. Árvore cujo tronco esteja na linha divisória
· Art. 1282 – presunção relativa de condomínio: os frutos deverão ser partilhados.
· Art. 1297, §2º - o corte deve ser realizado de comum acordo, madeira partilhada, pode servir como marco divisório.
2. Árvore de um proprietário cujos ramos e razões ultrapassem a estrema. Art. 1283.
Não requer aviso prévio ou comunicação ao vizinho
3. Árvore frutífera – art. 1284. 
Caso o fruto caia em terreno público, o código não estabelece a quem pertence, o primeiro que tomar posse, será possuidor legítimo. 
Passagem Forçada – Art. 1285
O instituto da passagem forçada concede ao proprietário do prédio encravado (sem saída para a via pública). O direito de impor passagem na propriedade vizinha restringindo o direito de propriedade com fundamento na função social da propriedade para permitir a sua utilização econômico social. 
Trata-se de uma obrigação propter rem, de qual modo que não importa quem seja o proprietário atual do bem onerado.
Requisitos:
I. Prédio encravado – não possuindo qualquer acesso (encravamento absoluto) ou encravamento relativo: por razões de comodidade, se o acesso primitivo precário, perigoso, insuficiente, muito oneroso. Mas o entendimento majoritário é o encravamento absoluto. 
II. Indenização Cabal – princípio da reparação integral o valor da restrição que a propriedade sofrerá
Natureza Jurídica: 
· Obrigação propter rem
· Restrição/ Limitação no âmbito do direito de vizinhança que não se confunde com Direito Real de Servidão. 
· Parte da doutrina chama de passagem coativa.
Elementos para a fixação da passagem: Art. 1285, §1º. 
· Art. 1285, §2º: No caso do encravamento resultante de alienação de parte do imóvel, a passagem terá que ser concedida pelo próprio contratante. Não pode haver passagem forçada em alienação.
· Art.. 1285, §3º: 
Passagem de cabos e tubulações ou outros condutos: Art. 1286 – 1287.
· Instituto específico. Aceita expressamente o encravamento relativo. 
Definição
Natureza
Elementos para fixação 
Direitos do proprietário do prédio onerado: Pode exigir que seja realizado no modo menos gravoso. Art. 1286, p. único, ex: que seja subterrâneo. Art. 1293, §1º. Exigir obras acautelatórias de segurança: Art. 1287
· Direito de remoção
· Indenização: valor da constrição, valor da desvalorização do remanescente, por futuros danos que ocorrerem (art. 1293, §1º). 
· Art. 1281 – prestar caução por risco de dano. 
24/10/2019
DIREITO DE CONSTRUIR – ART. 1299 - 1313
06/11/2019
c) Aberturas para luz e ventilação podem ser feitas na linha divisória, desde que com o máximo 10 cm de largura, 20 cm de comprimento e a mais de 2 m de altura da cada piso (Art. 1301, §2º).
d) Ação demolitória: para defender-se contra edificações que infringem estas normas regulamentadas, o prejudicado poderá, dentro do prazo decadencial de ano e dia, após a conclusão da obra, exigir que se desfaça janela, sacada, terraço ou goteira sobre seu prédio (art. 1302).
e) K
Direito de travejamento ou madeiramento em parede meia
f) Pode ser madeirado na parede divisória do prédio contíguo, se ela suportar a nova construção, obrigando-se a indenizar o vizinho meio valor da parede e do chão correspondente (art. 1304). Art. 1328 “tê-lo-á igualmente a adquirir meação na parede”
g) Aquele que primeiro edificar pode assentar a parede até a meia espessura no terreno contíguo, sem perder o direito de indenização, caso o vizinho a travejas ou madeirar até meia espessura; todavia este não poderá fazer alicerce sem prestar caução àquele, pelo risco a que expõe a construção anterior (art. 1305 – 1306). 
h) Não podem sem o consentimento do outro, fazer, na parede-meia, armários, ou obras semelhantes, correspondendo a outras, da mesma natureza, já feitas do lado oposto (art. 1306).
i) Qualquer deles poderá alterar (aumentar) a parede, se necessário reconstruindo-a, desde que às suas custas, ou com a metade, se o vizinho adquirir meação também na parte aumentada (Art. 1307).
j) Não pode encostar chaminés, fogões, fornos ou quaisquer aparelhos ou depósitos suscetíveis de produzir infiltrações ou interferências prejudiciais ao vizinho, salvo chaminés ordinárias e fogões de cozinha (art. 1308).
k) São proibidas construções capazes de poluir, ou inutilizar, para uso ordinário, a água do poço, ou nascente alheira, e elas preexistentes (ar t. 1309)
l) Não é permitido fazer escavações ou quaisquer obras que tirem ao poço ou nascente de outrem a água indispensável às suas necessidades normais (art. 1310).
m) Não é permitido realizar obra ou serviço suscetível de provocar desmoronamento ou deslocamento de terra, que comprometa a segurança do prédio vizinho senão após realizar obras acautelatórias e indenizando eventuais prejuízos causados (art. 1311). 
n) O proprietário