Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tutori� UCT 13 - Revisã� SP1 Dor Agud� X Crônic� ↳ A dor é considerada crônica se durar mais de 3 meses Dor nociceptiv� Para o fenômeno sensitivo-doloroso aconteça alguns mecanismos fisiopatológicos precisam ocorrer de modo a transformar os estímulos físicos e químicos do ambiente externo (como uma queimadura, por exemplo) em potenciais de ação que serão transmitidos do sistema nervoso periférico (SNP) para o sistema nervoso central (SNC). Antes de chegar à percepção (onde o impulso é integrado e percebido como dor) ocorre inicialmente a transdução processo no qual o impulso doloroso é percebido pelos nociceptores e em seguida transformado em potencial de ação. Esse potencial de ação é transmitido até a coluna posterior da medula espinhal e depois modulado na medula espinhal antes de chegar no SNC onde é gerada a percepção integrando os estímulos nocivos com áreas corticais e do sistema límbico. Com isso, a dor possui um componente sensorial que detecta a intensidade, localização, duração, qualidade do estímulo nocivo, mas também um componente emocional-cognitivo que permite a geração de uma emoção a partir da dor. Os neurônios aferentes do sistema nervoso periférico detectam e transmitem o estímulo doloroso (mecânico, químico ou térmico) através de neurotransmissores. No entanto, a fibra nervosa aferente pode conduzir tipos diferentes de dor, sendo as fibras aferentes do tipo Aσ (delta) – de maior diâmetro e pouca mielina - responsáveis pela condução do estímulo da dor aguda, enquanto que as fibras aferentes do tipo C – não mielinizada e menor diâmetro - conduzem para a medula espinhal o estímulo da dor crônica. Porém, o estímulo doloroso quando súbito costuma ativar ambas as fibras causando inicialmente uma dor aguda imediata devido as fibras Aσ seguida de uma dor difusa devido a ativação das fibras C. Ao chegar no corno posterior da medula espinhal o estímulo segue para o tálamo e núcleos do tronco cerebral por meio dos tratos espinotalâmicos. Em seguida, as ligações entre o tálamo e centros corticais procedem com aquele controle da percepção e da resposta afetiva à dor. A dor rápida é desencadeada por estímulo mecânico e térmico, enquanto a dor lenta pode ser desencadeada pelos três tipos, mas principalmente o estímulo químico. Dor lenta → químicos Fibras A delta ↳ Dor aguda ↳ Mielinizadas Fibras C ↳ Dor crônica ↳ Não mielinizadas Via� d� dor nociceptiv� NEOESPINOTALÂMICA TRATO ESPINOTALÂMICO LATERAL - Dor aguda - Fibras A delta - Glutamato - Estímulos mecânicos e térmicos - Produz a sensação da dor aguda, em pontada, lacerante e bem localizada - Neurônio I Segue das terminações nervosas livres aos nervos espinais, em suas raízes dorsais, chegando aos glânglios espinhais. Ganha a coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio II. Neurônio II Na coluna posterior da medula, ocupa a lâmina I de Rexed (sinapse). Seu axônio cruza o plano mediano na comissura branca da medula, ganhando o funículo lateral oposto. Uma vez no funículo lateral, ascende como trato espinotalâmico lateral. Ao nível da ponte, esse trato une-se ao trato espinotalâmico anterior (pressão) e passa a ser denominado lemnisco espinal. Ascende ao tálamo no núcleo ventral posterolateral (VPL), onde fará sinapse com o neurônio III. Neurônio III No tálamo, no núcleo posterolateral, essa dor torna-se consciente; Chega ao córtex sensitivo do cérebro, no giro pós-central, área 3, 2, 1 de Brodmam. PALEOESPINOTALÂMICA TRATO ESPINORRETICULOTALÂMICO - Crônica - Via antiga - Fibras C - 3 tipos de estímulos, principalmente o estímulo químico - Esta via produz dor crônica, mal localizada, difusa, contínua em queimação - Conduz o estímulo da periferia do SNC até o córtex cerebral, através de vários neurônios (no mínimo 4, podendo chegar a 16). Neurônio I (inicia da mesma forma que o neurônio I da via espinotalâmica lateral) Segue das terminações nervosas livres até o corpo celular nos gânglios espinais, onde ganha o prolongamento central, que adentra a medula espinal em sua coluna posterior. Ganha a coluna posterior da medula, onde faz sinapse com o neurônio II. Neurônio II Ocupa a lâmina V de Rexed e cruza o lado oposto pela comissura branca (de fora) ou não cruza. Seus axônios dirigem-se ao funículo lateral do mesmo lado ou do lado oposto e ascendem para constituir o trato espinorreticular. Na medula, junta-se ao trato espinotalâmico lateral. Vai à formação reticular de todo o tronco encefálico, onde faz sinapse com os neurônios III, IV e V em vários níveis da formação reticular. Neurônios III, IV, V, VI... Na formação reticular, dão origem às fibras reticulotalâmicas, as quais terminam nos núcleos intralaminares do tálamo (lâmina medular interna do tálamo), neurônio VI, com grande campo receptivo. Os neurônios fazem sinapse a partir dessa área do tálamo, com neurônios que se dirigem para áreas límbicas e núcleos da base, neurônios VII, VIII, etc. Neste nível, o estímulo doloroso ganha respostas automáticas e emocionais a estímulos nocivos, por entrar em contato com estruturas que fazem parte do sistema límbico (circuito de Papez). Projetam-se a amplas áreas do córtex cerebral sensorial, neurônio IX, podendo chegar até XII. Nociceptores: são terminações nervosas livres Divididos em 2 classes ↳ Nociceptores específicos Respondem a estímulos térmicos ou mecânicos ↳ Nociceptores polimodais Não são seletivos a um único tipo de estímulo, respondem a estímulos tanto mecânicos quanto químicos ou térmicos. Como ocorre? O estímulo nocivo abre os canais iônicos dos nociceptores, o que muda o potencial de membrana causando sua despolarização que se propagará ao longo do axônio. Neurotransmissores Glutamato (segundo neurônio) Potenciais excitatórios pós-sinápticos rápidos Degradação rápida Substância P (primeiro neurônio) Potenciais excitatórios pós-sinápticos lentos As respostas nociceptivas integradas na medula espinal iniciam reflexos protetores inconscientes rápidos que, automaticamente, retiram a área estimulada, afastando-a da fonte do estímulo. Por exemplo, se você acidentalmente tocar em uma placa quente, um reflexo de retirada automático fará você tirar a mão mesmo antes que tenha consciência do calor. Modulaçã� d� Dor Na teoria do portão para a modulação da dor, as fibras A beta que levam informação sensorial de estímulos mecânicos ajudam a bloquear a transmissão da dor. As fibras A beta fazem sinapse com interneurônios inibidores e aumentam a atividade inibidora dos interneurônios. Se estímulos simultâneos de fibras C e A beta chegam ao neurônio inibidor, a resposta integrada é a inibição parcial da via ascendente da dor, de modo que a dor percebida pelo cérebro é menor. A teoria do portão para o controle da dor explica por que esfregar um cotovelo ou uma canela esfolada diminui a dor: o estímulo tátil de esfregar ativa fibras A beta e ajuda a diminuir a sensação de dor. Limiar à dor: a menor intensidade de estímulo que permite ao indivíduo perceber a dor Queimadura� *Saber a classificação e manejo Classificação 1º grau Ex. queimadura solar Eritema, dor e ausência de bolhas Não necessitam reposição endovenosa de fluidos Não entra no cálculo de SCQ 2º grau ou espessura parcial Presença de edema e bolhas A superfície pode ter uma aparência "lacrimejante" » Superficial – epiderme e derme papilar Eritematosa, dolorosa e com bolhas Empalidece a digitopressão » Profunda – chega na derme reticular Maior palidez, dolorosa, +/- bolhas 3º grau ou espessura total Costumam ser escuras e ter aparência de couro Aspecto de cera Indolor Ao redor pode ter áreas muito dolorosas OBS. 4º grau Ultrapassa todas as camadas e faz exposição de estruturas (ossos, tendões e músculos). Manejo Atendimento inicial → ABCDE do trauma Reposição volêmica Fórmula de Parkland 4 x peso x SCQ (Obs: ATLS - 2) → 2 x peso x SCQ 50% em 8h / 50%em 16h Não é fixo → guiar pelo débito urinário Ringer lactato - melhor opção Qualquer doente com queimaduras que acometem mais de 20% da superfície corporal necessita de reposição de volume. Cuidados com a lesão – Analgesia + limpeza com degermante + debridamento – Não fazer antibiótico VO ou IV → ATB tópico quando fizer Antibióticos profiláticos NÃO são indicados na fase inicial logo após queimaduras. Os antibióticos devem ser reservados para o tratamento de infecções. 1º grau→ hidratante +/- AINE 2º grau → curativo + ATB tópico (Sulfadiazina de Prata) 3º grau → excisão precoce do tecido necrótico + enxertos Não tem que jogar nada! É lavar com soro fisiológico Soro aquecido ou em temperatura ambiente→ remover o que causou a lesão Analgesia forte! Morfina, porque o paciente sente muita dor Tétano Profilaxia para tétano É muito importante a determinação do estado de imunização do doente. Regra dos noves A palma da mão do doente (incluindo os dedos) representa aproximadamente 1% de sua superfície corporal Aine� → Saber exemplos Obs. Estudar AINES Atípicos Não tem ação anti inflamatória Dipirona, Paracetamol, AAS Não seletivos Inibem COX-1 e COX-2 Geralmente, esses estão disponíveis no SUS Ex. Ácido mefenâmico, diclofenaco, ibuprofeno, piroxicam Seletivos Inibem COX-2 Inibidores específicos de COX-2 Ex. ‘coxibes’ AAS A aspirina é um inibidor irreversível da COX; os AINEs restantes funcionam de maneira reversível. Não tem ação antiinflamatória Ação sobre a COX-3, não está bem elucidado Os AINEs funcionam por meio da inibição da função da enzima ciclo-oxigenase (COX) e, assim, reduzem a produção de prostaglandinas. Cascata do ácido araquidônico Os AINES agem na COX Corticoides agem na fosfolipase A2 COX-1 ↳ Constitutiva Presente em tecidos normais e é responsável pela produção de prostaglandinas COX-2 Ausente na maioria dos tecidos, exceto por no cérebro, útero, rins e próstata É induzida por estímulos inflamatórios Os inibidores da COX-2 foram desenvolvidos com a expectativa de que eles inibissem a inflamação prejudicial mas não bloqueassem os efeitos protetores das prostaglandinas produzidas constitutivamente. Entretanto, essas distinções entre os papéis das duas cicloxigenases não são absolutas. Além disso, os inibidores da COX-2 podem aumentar o risco para doença cerebrovascular e cardiovascular, (as preocupações relacionadas à segurança cardiovascular levaram à remoção de muitos inibidores COX-2 do mercado). COX-3 Encontrada dentro do SNC, e acredita-se que seja o local de ação do paracetamol; A natureza exata da isoenzima não está clara atualmente; Efeitos colaterais ↳ Gastrintestinais Podem variar desde leve dispepsia até hemorragia maciça causada por úlcera gástrica perfurada, como resultado de inibição da produção de prostaciclina. Pacientes com história de ulceração péptica ou em alto risco para o desenvolvimento de efeitos adversos gastrintestinais, não devem receber AINE. Prostaciclinas Reduzem a quantidade de ácido estomacal produzido; Mantêm uma camada de mucosa protetora; ↳ Renais A inibição de produção de prostaciclinas pode levar a uma taxa menor de filtração glomerular, retenção de sal e água, e lesão renal aguda. Prostaciclinas A prostaciclina e o óxido nítrico levam ao relaxamento do músculo liso no endotélio vascular e, portanto, à vasodilatação. As prostaciclinas desempenham papel essencial na regulação do tônus arterial aferente e eferente no glomérulo. ↳ Respiratórios Inibição do metabolismo do ácido araquidônico pela COX leva ao aumento na produção de leucotrienos. Os leucotrienos têm ações broncoconstritoras diretas. ↳ Cardiovasculares Inibidores específicos de COX-2 ou ‘coxibes’ Há um aumento dependente da dose no risco de eventos trombóticos, tanto cardíacos quanto cerebrais O risco é mais alto em pacientes com doença cardiovascular preexistente O uso de inibidores de COX-2 é contraindicado para pacientes com insuficiência cardíaca, doença cardíaca isquêmica, e doença vascular periférica e cerebrovascular. ↳ Hematológicos Os AINEs levam à redução da função e adesividade das plaquetas, e a um maior tempo de sangramento. A aspirina merece menção especial, pois inibe irreversivelmente a COX de plaquetas. Como resultado, as plaquetas se tornam ineficientes durante todo o seu ciclo de vida de 10 dias. ↳ Cicatrização Óssea Há um risco teórico de que os AINEs, em particular os inibidores de COX-2, causem redução da taxa de cicatrização óssea e aumento da incidência de não-consolidação de fraturas. Atualmente, não há provas científicas de alta qualidade para confirmar isso. Perigo da prescrição de anti-inflamatórios para gestantes → Fechamento prematuro do canal arterial e oligodrâmnio Paracetamol (acetaminofeno) Adultos e crianças acima de 12 anos: 1 comprimido, 3 a 5 vezes ao dia. A dose diária total recomendada de paracetamol é de 4000 mg (5 comprimidos de paracetamol 750 mg) administrados em doses fracionadas, não excedendo 1000 mg/dose (1 comprimido de paracetamol 750 mg), em intervalos de 4 a 6 horas, em um período de 24 horas. O paracetamol em superdose maciça pode causar hepatotoxicidade. O principal risco da automedicação e do uso indiscriminado de medicamentos é a intoxicação. Os analgésicos, os antitérmicos e os anti-inflamatórios representam as classes de medicamentos que mais intoxicam. Além disso, o uso indiscriminado de medicamentos pode produzir reações alérgicas, dependência e até morte. *N-acetilcisteína Aumento do tempo de protrombina SP2 - Dor neuropátic� Resulta de dano ao SNC ou sistema nervoso periférico. Pode ser dividida em: (1) Dor neuropática periférica: provocada por alterações no gânglio da raiz dorsal, podendo ter origem neuroquímica ou anatômica (2) Dor neuropática central: provocada por alterações no corno posterior/dorsal da medula, podendo ter origem neuroquímica ou anatômica MECANISMOS DA DOR NEUROPÁTICA Atualmente, o mecanismo mais plausível e cientificamente aceito para explicar a dor neuropática é a geração ectópica de impulsos nervosos as fibras de pequeno calibre dos tipos C e A-delta. Downregulation dos receptores GABA, ocorrendo a redução desse neurotransmissor inibitório no corno dorsal. Alteração na distribuição e conformação de canais iônicos (especialmente canais de sódio), que promovem aumento da excitabilidade axonal das fibras nociceptivas → Descarga ectópica Fibras A-beta São as que apresentam maior quantidade de impulsos ectópicos na vigência de lesão em nervo periférico; Enviam respostas exageradas para a medula espinal e, associados a sensibilização central, contribuem para o desenvolvimento da dor espontânea, da hiperalgesia e da alodinia; Esses impulsos ectópicos podem persistir por longos períodos de tempo; Características ↳ Leve ou muito intensa Sendo descrita, muitas vezes, como uma sensação de queimação ou cauterização. ↳ Localização pouco definida ↳ Contínua ↳ Queimação, sensação de choque, frio doloroso, pontada, lancetada, facada, aperto, sensação de constrição, alodinia e hiperalgesia ↳ Formigamento, fisgadas e agulhadas ↳ Se irradia pelo território do nervo lesado, podendo ser percebida superficial ou profundamente Dor em queimação: reflexo de atividade espontânea em fibras nociceptivas aferentes Sensação de choque: originadas de estímulos ectópicos de alta frequência, gerados em fibras Aß desmielinizadas. Causas ↳ Centrais AVC, lesão da medula espinhal, esclerose múltipla, membro fantasma, neuralgia do trigêmeo. ↳ Periféricas Neuropatia diabética, neuralgia pós-herpética, trauma de nervo, doenças autoimunes. Alodini� � Hiperalgesi� Alodinia: caracteriza-se por dor causada por um estímulo que normalmente não provoca dor. Hiperalgesia: caracteriza-se pelo aumento da sensibilidade à dor causada por um estímulo que normalmente provoca dor. (existe substrato anatômico). → Hiperalgesiaperiférica e central Influênci� d� SNA n� dor Lesões de nervos periféricos induzem uma hipersensibilidade noradrenérgica fazendo com que contribua para estimular uma dor neuropática. Após uma lesão de nervo periférico, receptores alfa-1-adrenérgicos são expressos nas terminações das fibras adjacentes as lesionadas. Essas fibras então desenvolvem sensibilidade a norepinefrina. PRINCIPAL: NORADRENALINA no processo de manutenção de dor Diante da abordagem que descreve a importante correlação entre a dor e o SNA, convém ressaltar que a manutenção simpática da dor ocorre porque a inflamação ativa as células imunes, desencadeando diversas reações. Enquanto os receptores β2 sofrem down-regulation, os receptores α1 sofrem up-regulation. Membr� Fantasm� A sensação de membro fantasma é um fenômeno que pode ser acompanhado de dor ou não. Muito comum!! Teoria Central do Cérebro Após a amputação existe uma reorganização das estruturas somatossensoriais primárias, do córtex motor e das estruturas subcorticais. Da pesquisa efetuada, esta parece ser a explicação mais citada como sendo a etiologia da DF. Áreas do córtex somatossensorial, que previamente correspondiam ao membro ausente, começam a receber informação sensorial de outras áreas do corpo que apresentam sinapses adjacentes. Pensa-se que a DF possa resultar em consequência de erros que ocorrem neste processo de remapeamento. Antidepressiv� ● As classes de antidepressivos mais estudadas no tratamento da dor são os tricíclicos e os duais ● Entre os tricíclicos, os mais utilizados são a amitriptilina e a nortriptilina Ambos aumentam a concentração de serotonina e noradrenalina na fenda sináptica, pois diminuem a recaptação pré-sináptica desses neurotransmissores. Os antidepressivos duais inibem a recaptação neuronal de serotonina, noradrenalina e dopamina, ou seja, aumentam a concentração desses neurotransmissores na fenda sináptica. Amitriptilina → melhor opção Anticonvulsivante� ● Na dor neuropática, os anticonvulsivantes mais utilizados são a gabapentina e a pregabalina ● Para a dor neuropática, os anticonvulsivantes são considerados analgésicos primários, e não mais adjuvantes. Gabapentina: 100 mg 8/8h VO (dose máxima de 3600 mg/dia (total) Pregabalina: 75 mg 1-2x ao dia VO (máx 300 mg 2x/dia) Gabapentina e pregabalina→ bloqueadores de canais de cálcio Carbamazepina → bloqueadores de canais de sódio *Medicamentos disponíveis no SUS Gabapentina - tem no SUS, mas precisa preencher solicitação (alto custo) Carbamazepina Ác. valproico Win� up A lesão de nervos periféricos induz descargas rápidas e intensas por períodos mais ou menos prolongados, na ausência de estímulos. Estes estímulos parecem produzir a ativação de receptores NMDA, originando o fenômeno de “wind up” nos neurônios do corno dorsal da medula. Aumento progressivo da descarga dos potenciais de ação às estimulações repetidas. Ativação NMDA, ligação no glutamato e remoção do magnésio Diferente de sensibilização central EXAMES ELETROFISIOLÓGICOS Eletroneuromiografia (ENMG), potenciais evocados somatossensoriais, visuais e auditivos, e polissonografia. SP3 �bromialgi� ↳ Dor crônica generalizada e cansaço crônico inexplicado; *Difusa ↳ Afeta + mulheres ↳ Dor e rigidez generalizadas ↳ Fadiga fácil ao esforço físico, esforço mental e estressores psicológicos ↳ Alteração do sono - sono não restaurador A FM raramente surge “do nada”. Muitos pacientes relacionam o aparecimento após uma lesão aguda, carga laboral repetitiva, estresse persistente, infecções e exposição a toxinas. Não é incomum que um estado de dor regional evolua para FM. Frequentemente encontrada associada a outras doenças dolorosas (artrite reumatoide, enxaqueca, dor lombar, lúpus eritematoso sistêmico, síndrome de Sjögren, doença inflamatória intestinal, endometriose, osteoartrose, síndrome do intestino irritável, bexiga neurogênica, hipersensibilidade química múltipla e cefaleias crônicas diárias) Diagnóstico Tender points não são obrigatórios Tratamento Antidepressivos: tricíclicos Anticonvulsivantes: gabapentina, pregabalina Relaxantes musculares: ciclobenzaprina Exercícios físicos: alongamento, a caminhada progressiva e treino de força *Importância dos exercícios aeróbicos Incrementar de forma gradual após algum controle da dor, sono e depressão ter sido atingido. AINES e corticoides podem ser utilizados em patologias associadas - cefaleia, dor articular… Não é uma dor nociceptiva, AINES não melhoram, nem são recomendados Acupuntura não melhora os pontos dolorosos em si Dor Miofascia� “Mal jeito” Quadro clínico ● Dor regional ● Trigger point ● Dor referida em áreas adjacentes ou distantes ● Sinais sensoriais referidos (dor, formigamento, lacrimejamento) ● Sensação de fraqueza ● Restrição de amplitude de movimento articular Diagnóstico Tratamento ● Inativação dos pontos gatilho ● Restaurar o comprimento muscular ● Eliminar fatores perpetuadores/desencadeantes ● Atividade física → alongamento → fortalecimento ● Acupuntura ● Agulhamento a seco ● Agulhamento com lidocaína Relaxantes musculares: os mais utilizados são os de ação central, entre eles ciclobenzaprina e baclofeno. Anti-inflamatórios não esteroides e outros analgésicos com frequência fornecem alívio sintomático moderado O tratamento dos pontos-gatilho miofasciais é principalmente não farmacológico. Síndrom� d� Dor Compl�� Regiona� Tipo I: “distrofia simpático-reflexa”, corresponde aos pacientes sem evidência de comprometimento de nervos ou raízes nervosas, e representa cerca de 90% dos casos; Tipo II: “causalgia”, que corresponde aos casos em que há lesão, geralmente traumática, de grandes nervos periféricos. Os traumas têm sido fatores causais potenciais para a SDRC. Outros fatores descritos em associação com a síndrome incluem diabetes mellitus, tuberculose pulmonar, lesão medular espinhal, acidente vascular encefálico, doença vertebral cervical, neuropatia periférica, nevralgia pós-herpética. Principal mediador: Noradrenalina/noraepinefrina Quadro clínico Dor (queimação, ardida, incômoda, latejante ou dilacerante, localizada na maioria dos casos profundamente no membro, e que pode ser exacerbada por movimento, contato, mudança de temperatura ou estresse emocional) Hiperalgesia e alodinia Alterações vasomotoras (distúrbio da sudorese, da temperatura, da cor e do turgor tissular. Distúrbios vasomotores iniciais incluem hiperidrose, hipertermia e eritema) Déficits motores funcionais Alterações no crescimento dos pelos e das unhas A atrofia da pele e do tecido subcutâneo produz uma aparência brilhante, adelgaçada e com descamação. Contração e fibrose das articulações *A SDRC começa cerca de um mês após o trauma Diagnóstico O diagnóstico é clínico, mas alguns exames subsidiários podem auxiliar na confirmação ou no diagnóstico diferencial. Dor contínua e desproporcional a quaisquer possíveis eventos desencadeantes. Sinais e/ou sintomas das alterações sensitivas, vasomotoras, sudomotoras, motoras ou tróficas ou ainda edema. Tratamento ↳ Retirada do fator desencadeante e a redução da dor ↳ Mobilização precoce do membro acometido ↳ Fisioterapia ↳ Psicoterapia Os agentes farmacológicos incluem analgésicos e AINES, glicocorticoides, antidepressivos, anticonvulsivantes não barbitúricos, bisfosfonatos, calcitonina, capsaicina e lidocaína tópicas. “Não tem cura, mas existe controle” Dor Psicogênic� Relacionada à prevalência de fatores psicológicos na gênese da sensação dolorosa. Não tem fundo orgânico Não há critério claramente definido para o diagnóstico de dor psicogênica, mas, sim, a exclusão de critérios Neuroléptic� / Antipsicótic� Antipsicóticos típicos Ex. Haldol Alta ligação D2 Engloba todo o cérebro - bloqueia o receptor de dopamina em todo o sistema nervoso Efeitos - Anedonia - Apatia - Falta de iniciativa - Hiperprolactinemia, galactorreia - Síndromeextrapiramidal Aumento da ação da acetilcolina (por bloqueio da dopamina, que não faz a inibição da liberação de acetilcolina) → Parkinsonismo, distonia aguda, acatisia Reduzir o antipsicótico; se possível, mudar para um que cause menos efeitos Convencionais Sedativos e anticolinérgicos Ex. Clorpromazina Também vão bloquear os receptores dopaminérgicos, mas em um nível menor Efeitos - Hipotensão - Turvação visual - Glaucoma *pacientes com glaucoma de ângulo fechado não podem utilizar - Hesitação - Xerostomia - Sedação - Constipação Antipsicóticos Atípicos Ex: Olanzapina, risperidona, quetiapina Bloqueio fraco de D2 Bloqueio 5HT2 (receptor serotoninérgico) + seletivos + caros (o SUS libera com requerimento especial) Efeito estabilizador de humor Efeito ansiolítico e antidepressivo *Variação de cada antipsicótico Menos SEP e sedação Efeitos metabólicos (ganho de peso, aumento de pressão, diabetes, colesterol) Clozapina Maior eficácia Padrão ouro Granulocitose - acompanhar hemograma Resumo Aula do Jaleko Tem no SUS: - Risperidona (Risperdal) → alto custo - Olanzapina (Zyprexa) → alto custo (menos efeitos colaterais) - Haloperidol - Clorpromazina (p/ dor, gera muito sono, derruba o paciente) Acupuntur� Praticamente não há contraindicações absolutas à sua utilização. Indicações - Síndrome dolorosa miofascial Diminuição da percepção da intensidade da dor, melhora nas atividades de vida diária, diminuição do consumo diário de medicamentos para a dor e o retorno ao trabalho e melhora da qualidade de vida. - Fibromialgia Pode melhorar a dor em fibromialgia, mas os efeitos mais pronunciados são sobre a fadiga e a ansiedade. Anestésic� Locai� Funcionam principalmente pela inativação de canais de Na+ nas membranas axonais, aumentando o limiar para a excitação axonal. Os anestésicos locais mais usados são bupivacaína, lidocaína, mepivacaína, procaína, ropivacaína e tetracaína. Lidocaína Age bloqueando canais de sódio, diminuindo a excitabilidade neuronal. Como a adrenalina, o bicarbonato e a glicose podem afetar a ação dos anestésicos locais? Adrenalina ↳ Vasoconstritor ↳ Reduz a taxa de absorção da droga para a circulação sistêmica, aumentando o efeito local ↳ Reduz a perda sanguínea em casos de trauma. Bicarbonato ↳ Aumenta o pH do meio ↳ Aumenta a velocidade de ação da anestesia Glicose ↳ Adicionada à bupivacaína ↳ Maior controle da dispersão intratecal do anestésico. Rel�ante� Musculare� CICLOBENZAPRINA A dose utilizada varia de 5 a 10 mg até 3 vezes/ dia e deve-se evitar usar por mais de três semanas. BACLOFENO Pode ser utilizado por tempo prolongado, mas sua retirada deve ser gradual pelo risco de taquicardia, febre e espasticidade rebote, sendo relatado até espasmo de corda vocal e alucinações. A dose inicial por via oral é de 5 mg, 3 vezes/dia, até o máximo de 80 mg/dia. CARISOPRODOL Está associado a outras medicações, não em monoterapia Ex. Torsilax (AINE + relaxante muscular) - carisoprodol SP4 Dor Viscera� Definição de dor visceral Deflagrada por um estímulo doloroso percebido por terminações nervosas livres presentes no parênquima, estroma ou cápsula visceral de órgãos internos. Inicia-se nos víscero-receptores, terminações nervosas livres localizadas na parede das vísceras. Seguem o trajeto das fibras sensitivas da dor (trato espinotalâmico lateral e espinorreticulotalâmico). Características Difusa, de localização imprecisa, profunda, dolorida, em cólica ou de pressão intensa Sintomas mais comumente associados à dor visceral: palidez, sudorese, cólicas abdominais e diarreia. Com frequência, ocorre aumento significativo da PA. Essencialmente, qualquer dor que se origine nas cavidades torácica ou abdominal é transmitida pelas fibras delgadas do tipo C. Causas da Dor Visceral Verdadeira - Isquemia - Estímulos químicos - Espasmo de víscera oca - Distensão excessiva de víscera oca Obs. Reflexo peritôneocutâneo de Morley Independe da vontade ou do medo da dor que a palpação desencadeia e depende da reação peritoneal ocasionada pela doença abdominal, e não se desfaz com a distração ou captação da confiança. Dor Somátic� Características: Bem localizada Pode originar-se em músculos, articulações, ligamentos ósseos, tendões ou fáscia Dor Referid� Dor em parte do corpo que fica distante do tecido causador da dor. Quando as fibras viscerais para a dor são estimuladas, os sinais dolorosos das vísceras são conduzidos pelo menos por alguns dos mesmos neurônios que conduzem os sinais dolorosos da pele, e a pessoa tem a sensação de que as sensações se originam na pele propriamente dita. Convergência de sinais de dor provenientes da pele e da víscera sobre um mesmo neurônio da via de dor. A dor visceral referida é sentida no segmento dermatotópico do qual o órgão visceral se originou embriologicamente. Dor Irradiad� → Dor radicular Quase sempre se inicia em uma região central, próxima a coluna, e se dirige para uma parte da extremidade inferior. (Compressão de raízes nervosas) Antiespasmódic� Antagonizam os receptores M3, reduzindo espasmos intestinais por inibir a atividade parassimpática e, consequentemente, amenizam a dor do tipo cólica 1. Agentes relaxantes diretos do músculo liso Atuam sobre miofibrilas do músculo liso do sistema digestivo, reduzem o tônus e o peristaltismo e aliviam espasmos intestinais sem afetar substancialmente a motilidade gastrointestinal. 2. Anticolinérgicos Escopolamina 3. Bloqueadores dos canais de cálcio Relaxam o intestino, impedindo a entrada de cálcio nas células do músculo liso intestinal. Antiemétic� Antagonistas H1 Ex. Dimenidrinato (Dramin) Utilizado em casos de cinetose (enjoo ao movimento do carro) Efeitos colaterais: sonolência Antagonistas dopaminérgicos (antipsicóticos) Ex. Metoclopramida (plasil), clorpromazina, Haldol, bromoprida, domperidona Bloqueio dos receptores D2 na ZGQ Qual é o principal efeito colateral? Síndrome extrapiramidal Antagonistas serotoninérgicos Ex. Ondansetrona (vonau) Bloqueio dos receptores 5-HT3 no centro do vômito Utilizado em quimioterapia Anticolinérgicos (antagonistas muscarínicos) Ex. Escopolamina/hioscina (buscopan) Eficaz contra êmese vestibular Antagonistas do receptor de neuroquinina Ex. Aprepitant, rolapitant Agonistas canabinoides Ex. Dronabinol, nabilona SP5 Dor Oncológic� A dor no paciente com câncer pode ser ocasionada por mecanismos e fatores diversos e estar relacionada à própria doença ou ser secundária a processos diagnósticos e/ou terapêuticos, ou à dor não relacionada ao câncer. Dor decorrente primariamente do câncer Tumores sólidos - compressão de estruturas nervosas ou vasculares, infiltração óssea ou de vísceras ocas ou sólidas Dor decorrente de procedimentos terapêuticos ou de manipulações Procedimentos diagnósticos - coleta de líquido cefalorraquidiano, biópsias, etc Tratamento - cirurgias, sequelas dolorosas, quimioterapia, radioterapia… Dor decorrente do uso de medicamentos Dor não relacionadas ao câncer - infecções, hérnia de disco, neuropatia diabética, enxaqueca… Escal� d� Dor d� OMS ● Primeiro degrau: medicamentos não opioides para dores fracas ● Segundo degrau: opioides fracos, que podem ser associados a analgésicos simples do primeiro degrau, para dores moderadas ● Terceiro degrau: opioides fortes, associados ou não aos não opioides, para dores fortes. Os adjuvantes podem ser usados nos três degraus da escada. Os princípios da farmacoterapia propostos pela OMS podem ser resumidos em 5 tópicos: - Escada - Via oral - Intervalos fixos (pelo relógio) - Individualização - Atenção aos detalhes Analgésicos não opioides: salicilatos, paracetamol, dipirona e AINES Opioides fracos: codeína e tramadol Opioides fortes: morfina, metadona, oxicodona, fentanil Adjuvantes ☆ Antidepressivos tricíclicos Amitriptilina, nortriptilina e imipramina A dose analgésica éfrequentemente menor do que a antidepressiva. Os antidepressivos duais como a venlafaxina e duloxetina também possuem efeitos de analgesia; ☆ Anticonvulsivantes Carbamazepina, oxcarbazepina, gabapentina e pregabalina Indicados nos casos de dor neuropática ☆ Corticosteroides ☆ Bifosfonados Pamidronato, ácido zoledrômico e samário Inibem atividade osteoclástica. Usados como adjuvantes na dor por metástases ósseas generalizadas. ☆ Neurolépticos Fenotiazínicos e as butirofenonas Opioide� Morfina *Não apresenta dose máxima ↳ Miose ↳ Náuseas ↳ Êmese ↳ Constipação ↳ Depressão respiratória ↳ Depressão do reflexo da tosse ↳ Retenção urinária (aumento de ADH, elevação do tônus muscular ureteral, esfíncter ureteral e da bexiga) Codeína ↳ Dor moderada ↳ Opioide fraco ↳ Depressão do reflexo da tosse Cerca de 1/10 da potência da morfina Tramadol ↳ Opioide fraco ↳ Dor moderada Fentanil ↳ Opioide sintético ↳ Anestesia Cerca de 100 vezes mais potente que a morfina Depressão respiratória (maior efeito com fentanil do que demais agentes) Oxicodona ↳ Derivado semissintético da morfina ↳ Opioide forte O efeito analgésico oral é aproximadamente o dobro da morfina Metadona ↳ Opioide sintético Antagonista no receptor N-metil-D-aspartato (NMDA) e inibidora da captação de norepinefrina e serotonina. Usada na retirada controlada de opioides e heroína O fármaco de primeira escolha para tratamento da abstinência é a metadona OBS. Intoxicação aguda Sedação, alteração de humor (euforia), miose (exceto meperidina, que causa midríase) *Naloxona Radioterapi� Antiálgic� Zometa (ácido zoledrônico) - Bifosfonatos - Diminui a taxa de reabsorção óssea Radioterapia paliativa Nestas situações a radioterapia pode ser utilizada com objetivo antiálgico (para aliviar a dor), descompressivo e hemostático.
Compartilhar