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Rudimar Giordani Junior Tecnologia de Produtos de Origem Animal Tecnologia de Pescado Tecnologia de Pescados Tecnologia de Pescados Características e Peculiaridades da Carne do Pescado O peixe é um excelente alimento para o desenvolvimento escolar de crianças e não pode faltar na alimentação de idosos, visto que seu consumo reduz o risco de desenvolvimento a doença de Alzheimer, demência, cansaço mental, além de reduzir hormônios do tecido adiposo e controlar o apetite (RINCO, 2008) Tecnologia de Pescados • No Brasil: • 90 % in natura • 10 % industrializado Qualidade da matéria prima é essencial Participação dos principais produtores mundiais de pescado Brasil (18ª posição do ranking) China 37,71% Indonésia 6,93%India 5,55% Japão 3,14% Filipinas 3,07% Vietnã 3,05% EUA 2,89% Brasil (18º) 0,75% Outros 36,92% Fonte: CNA, com dados da FAO. Participação dos principais produtores mundiais de pescado da aquicultura Brasil (17ª posição do ranking) Fonte: CNA, com dados da FAO. China 60,59% Indonésia 7,95% Índia 5,89% Vietnã 3,43% Fillipinas 3,23% Coréia do Norte 1,74% Bangladesh 1,66% Brasil (17º) 0,61% Outros 14,90% O Setor no Brasil Produziu cerca de 1,432 milhões de toneladas de pescado em 2011 (19º maior produtor mundial). Pesca extrativa: 803 mil toneladas 56% da produção nacional 25ª posição mundial Aquicultura: 629 mil toneladas 44% da produção nacional 17ª posição mundial Déficit na balança comercial soma US$ 970 milhões ao ano. O aumento do consumo de pescados no País cresce cerca de 7% ao ano. Condições Favoráveis do Brasil 13% da água doce disponível no planeta. Área inundada em represas hidrelétricas soma mais de 5 milhões de hectares. Litoral tem 8.500 km de extensão. Alta diversidade de espécies. Clima tropical favorável para produzir o ano todo. Alta disponibilidade de insumos para a alimentação animal. Estimativas da FAO indicam que o País pode produzir, de maneira sustentável, 20 milhões de toneladas de pescado por ano. Consumo de pescados no Mundo Consumo (Kg / Habitante / Ano) Brasil está entre os 5 maiores consumidores de carne no mundo (USDA). Pescado: maior crescimento do consumo entre 2006 e 2010. NORTE 15% NORDESTE 32% SUDESTE 14% SUL 27% CENTRO OESTE 12% Distribuição da Produção Aquícola Fonte: MPA, 2011. Principais espécies produzidas no Brasil 2010 SE, NE e PR: Tílápia N: Pirarucu N e CO: Tambaqui CO: Pintado RS: Carpa NE (litoral) e SC: Camarão Fonte: CNA. Distribuição das Principais Espécies Recursos Hídricos Represa hidrelétrica de Tucurui Tanques-rede Recursos Hídricos Alimentação19 Ração para espécies herbívoras Ração para espécies carnívoras Espécies Nativas “Peixes redondos” - Tambaqui, pacu, pirapitinga e híbridos Principais peixes nativos Omnívoros Carne de alta qualidade Mercado – doméstico / internacional 20 Espécies Nativas “Spotted catfish” - surubim, pintado, cachara e híbridos Carnívoros (aceitam ração) Filetes brancos sem espinhas Mercado – doméstico / europeu 21 Espécies Nativas “Arapaima” – pirarucu Crescimento rápido – 12 kg/ano Carnívoros (aceitam ração) Filetes brancos sem espinhas Mercado – doméstico / internacional 22 Tecnologia Utilizada23 Desova induzida Tecnologia Utilizada Marcação – Transmissor eletrônico Tecnologia Utilizada25 Criopreservação de sêmen Perfil dos NOVOS consumidores Avanços na Aquicultura Brasileira Aumento do consumo de pescados no país. Criação do Ministério da Pesca e Aquicultura. Atualização de marcos regulatórios (Resolução CONAMA). Ordenamento do uso das águas públicas da União. Aumento dos investimentos em pesquisa. Avanços na Aquicultura Brasileira Criação de cursos específicos de graduação e pós- graduação em aquicultura. Criação da EMBRAPA Pesca e Aquicultura. Criação das Secretarias Estaduais de Pesca e Aquicultura. Maior integração entre o setor produtivo e o governo. Plano Safra da Pesca e Aquicultura (Crédito rural específico para o setor). Fonte: CNA, com dados da FAO e MPA. 200.000 400.000 600.000 800.000 1.000.000 1.200.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 E m t o n e la d a s Pesca Aquicultura Evolução da Produção Brasileira, por segmento Em toneladas Fonte: CNA, com dados da FAO e MPA. Evolução da Produção Aquícola Brasileira - 100.000 200.000 300.000 400.000 500.000 600.000 700.000 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 E m t o n e la d a s - Crescimento de 12% ao - Entre 2010 e 2011, a produção cresceu 30% Reflexos do aumento nos investimentos públicos e privados no setor. Custos de produção Custos de produção da tilápia, nas principais regiões produtoras, entre janeiro e abril de 2012: - 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50 Tanque escavado Tanque rede 3,21 3,23 2,84 3,00 2,33 3,10 Nordeste Sudeste Sul Fonte: ACQUA IMAGEM, 2013. Custos de produção Custos de produção de peixes redondos (tambaqui e seus híbridos) em tanques escavados, nas principais regiões do Brasil, entre janeiro e abril de 2012: Fonte: ACQUA IMAGEM, 2013. 2,88 3,20 3,68 4,17 - 1,00 2,00 3,00 4,00 5,00 6,00 Centro Oeste Nordeste Norte Sudeste Mínimo Máximo Médio Comparar custo de produção de outros países Produto Custos médio de produção US$/kg Brasil China Vietnã EUA Tilápia 1,90 1,10 1,15 1,65 Catfish americano 2,04 (pintado) - - 1,50 Pangassius - - 1,25 - Fonte: CNA, baseado em dados da Acquaimagem Consultoria, USDA e FAO Globefish. Reflexos dos Investimentos Públicos e Privados Simplificação do licenciamento ambiental. Redução da burocracia para a obtenção de crédito ao setor. Elevada aceitação do produto pelo consumidor. Alto valor agregado do pescado para o produtor, quando comparado com outras carnes (bovina, suína e de aves). Demanda Doméstica Ascendente Evolução da Balança Comercial de Pescado no Brasil -1.300 -800 -300 200 700 1.200 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 EXPORTAÇÕES IMPORTAÇÕES RESULTADO Fonte: MDIC. Fonte: CNA. 2010 2015* 2020* 9,75 13,67 19,18 *Projeções CNA. 11,17 quilos/hab. em 2011 Projeções do Consumo de Pescado no Brasil (quilos/hab./ano) Demanda por Investimentos: Aspectos Técnicos Coordenação da Produção Verticalização e estruturação da cadeia ao longo dos elos; Sistemas de integração agroindustrial entre produtor e agroindústria; Assistência técnica Especialização da mão de obra na aquicultura. Boas Práticas Agropecuárias (BPA) de manejo. Desenvolvimento tecnológico Pacotes tecnológicos. Modernizações e atualizações tecnológicas. Automatizações. Aumento de escala de produção. Infraestrutura próxima aos parques aquícolas Demanda por Investimentos: Aspectos Econômicos Capital de giro específico para cada espécie Diferenças do ciclo produtivo dos peixes. Estrutura financeira para possibilitar às agroindústrias a investirem em todos os elos da cadeia Desenvolvimento dos sistemas de integração vertical. Fornecimento dos insumos para os aquicultores. Rastreabilidade. Tecnologia de Pescados DEFINIÇÃO: Pescados “Pescado é todo animal que vive normalmente em água doce ou salgada e que sirva para alimentação. Pescado fresco é aquele que não sofreu qualquer processo de conservação, exceto pelo resfriamento, e que mantém seus caracteres organolépticos essenciais inalterados” “Pescado compreende os peixes, crustáceos, moluscos, anfíbios, quelônios e mamíferos de água doce ou salgada, usados na alimentação humana” Art. 438 - RIISPOA Pescado Ao redor do mundo, o pescado é uma importante fonte de proteína animal, possui todos os aminoácidosessenciais ao crescimento e à manutenção do organismo humano, aliado à presença de elementos minerais necessários às inúmeras funções orgânicas. Com a intensificação da produção do pescado, é interessante buscar alternativas para diversificar o produto a ser oferecido e estimular consumo. Mercado A indústria tenta disseminar o aproveitamento do potencial hídrico do País. Dos produtos de origem animal, os peixes são os mais suscetíveis a processos de deterioração. A vida útil do pescado é extremamente perecível. A manipulação, desde a captura até a estocagem é um fator decisivo na qualidade do produto final. As boas práticas de manipulação ou fabricação agregam valor ao pescado minimamente manipulado, gerando também renda ao produtor/pescador. Processamento x Beneficiamento Processamento: a carne do peixe é modificada em relação às suas características naturais. Beneficiamento: a carne continua com suas características naturais. Processamento Prato cozidos, fritos, assados com peixe, embutidos, empanados, quibe, patê congelado, patê defumado, peixe salgado, caldo de peixe, farinha de peixe. Algumas espécies de peixe se prestam mais a um tipo de processamento do que outras. Um fator importante para o processamento é se o peixe é magro ou gordo. Esse é o peixe que você quer comprar......??? Assim????? Ou Assim????? Processamento adequado....??? (qualidade do produto)......??? Produtos industrializados de pescados filés e posta congelados enlatados (sardinha, atum) nuggets fishburguer steak peixe salgado peixe defumado Processo de obtenção do pescado • Alto mar Tecnologia de Pescados Aqüicultura Amador http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.pousadacurupira.com.br/imagens/scan17.jpg&imgrefurl=http://www.pousadacurupira.com.br/portugues/pesca.htm&h=618&w=500&sz=34&tbnid=Qn6s2wRHi9EJ:&tbnh=134&tbnw=108&hl=pt-BR&start=26&prev=/images?q%3Dpesca%26start%3D20%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26cr%3DcountryBR%26sa%3DN http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://www.unesp.br/destaques/imagens/aquicultura.jpg&imgrefurl=http://www.unesp.br/destaques/250405a.php&h=291&w=245&sz=53&tbnid=ABfD4wMtKBwJ:&tbnh=110&tbnw=92&hl=pt-BR&start=4&prev=/images?q%3Daquicultura%26svnum%3D10%26hl%3Dpt-BR%26lr%3D%26cr%3DcountryBR%26sa%3DG Tecnologia de Pescados Pescados PEIXES; MARISCOS: - crustáceos (camarão, lagosta, carangueijo); - moluscos (caracóis, escargot, mexilhões, ostras, lula e polvo); - • CETÁCEOS (baleias, golfinhos); - • BATRÁQUIOS (rãs); - • QUELÔNIOS (tartarugas). CLASSIFICAÇÃO PEIXES POPULARES - de água morna, rasa e lamacenta. • Corvina; • Pescadinha; • Cavalinha; • Galo; • Sardinha. CLASSIFICAÇÃO ÁGUA SALGADA: • Bacalhau; • Atum; • Linguado; • Arengue; • Robalo; • Namorado; • Badejo. CLASSIFICAÇÃO ÁGUA DOCE: • Carpa; • Traíra; • Surubim; • Pintado; • Truta; • Piapara; • Vermelho. Composição Química do Pescado Os componentes normais do pescado nas suas variações são: Água 66 a 84% Proteínas 15 a 24% Lipídios(gorduras) 0,1 a 22% Sais minerais 0,8 a 2% Vitaminas Lipídeos Função: Fornecimento de energia de alta densidade calórica, fornecimento de ácidos graxos essenciais, transporte de vitaminas lipossolúveis, proteção mecânica (ossos e órgãos), manutenção da temperatura corpóres, síntese de susbtâncias importantes (hormônios, estruturas celulares). ↑ teor de ácidos graxos poli-insaturados ω3 “População que regularmente consome peixes ricos em ácidos graxos poli-insaturados ω3, apresenta uma baixa incidência de desordens inflamatórias e cardiovasculares” Ácidos graxos O valor calórico dos peixes, como alimento, depende do teor de gordura. Ogawa e Maria, (1999), classificam os peixes em: Peixes magros, com menos de 1% de gordura. Peixes meio gordos, com 7% a 8% de gordura. Peixes gordos, com mais de 15% de gordura. Ácidos graxos Ácidos graxos Tecnologia de Pescados Deve-se destacar, a importância do valor biológico das gorduras na prevenção de doenças como o ateroma, devido à presença do grande número de ácidos graxos poli-insaturados, além dos ácidos palmitoleico, linoleico, linolênico e araquidônico. Que são formas longas e poliinsaturadas ativas da sé- rie Ômega-3, que podem atuar diretamente no metabolismo do homem (MINOZZO, 2010) Tecnologia de Pescados Dentre os peixes, que contêm maior quantidade, estão aqueles que habitam as águas frias, como o salmão, a truta e o bacalhau. A sua importância está na capacidade de se transformar dentro do nosso organismo, em formas biológicas mais ativas (longas e insaturadas), que possuem as funções: 1) estruturais nas membranas celulares; 2) desempenhando importante papel no equilíbrio homeostático e nos tecidos cerebrais e nervosos. Importante O ser humano, assim como os demais mamíferos têm a capacidade de sintetizar certos ácidos graxos saturados e insaturados, mas é incapaz de sintetizar certos ácidos graxos poliinsaturados (PUFAS), sem os quais nosso organismo não funcionaria adequadamente. Por essa razão, esses ácidos graxos são chamados “essenciais” e Proteínas Composição variável Carne branca ou ordinária (+ proteína / + umidade / - gordura) Carne escura ou sanguínea (– proteína / – umidade / + gordura) Classificação de acordo com a solubilidade em soluções salinas 1. Proteína - sarcoplasmática Proteínas encontradas no plasma de células musculares Mais de 100 tipos diferentes: – Enzimas da glicólise – mioglobina (Fe2+) Presente em grande quantidade na carne vermelha 2. Proteína - miofibrilar Formadoras do tecido esquelético muscular Responsável pelo processo de contração muscular Principal proteína muscular no pescado (nutricional) Ex: actina, miosina, actomiosina, tropomiosina, troponina. 3. Proteína do estroma Sustentação das fibras musculares Ex: colágeno e elastina Pouca quantidade de tecido conjuntivo pouco esforço para locomoção na água Melhor digestibilidade Carboidratos Função: importante forma de depósito de energia no corpo, componente de estruturas celulares; No pescado os carboidratos presentes são reduzidos e sofre constante alterações antes e após a captura; – glicogênio – mucopolissacarídeos Vitaminas Boa fonte de vitaminas dois grupos: – Hidrossolúveis: Vitaminas B1 (tiamina), B2 (riboflavina), B6 (piridoxina, piridoxal e piridoxamina), vitamina C (L- ácido ascórbico), niacina (ácido nicotínico), ácido pantotênico, biotina, ácido fólico, ácido inositol, biotina, vitamina B12 Vitaminas e minerais As vitaminas podem ser classificadas em 2 tipos: lipossolúveis A, D, E, K, F(ácido graxo essencial) e ubiquinona e hidrossolúveis B1 , B2 , B6 , B12, C, niacina, ácido pantotênico, biotina, ácido fólico, ácido lipoico e inositol. O pescado é uma boa fonte de vitaminas. No entanto, na prática, nos processos de conservação, a exemplo do cozimento, podem ocorrer perdas devido à lixiviação pelo calor, luz, O2 , enzimas entre outros. Minerais Micronutrientes com funções orgânicas importantes: regular metabolismo enzimático, mantêm equilíbrio ácido-base, facilitam transferência de compostos pelas membranas celulares; Conteúdo varia em função da qualidade da água e da alimentação; Pescado: fonte de iodo (atividade dos hormônios tireoidianos), selênio, zinco, lítio e arsênio (nutrientes essenciais para o homem); Atividades de aprendizagem Por que os ácidos graxos poliinsaturados são importantes na alimentação humana? FATORES RELACIONADOS COM A DETERIORAÇÃO DO PESCADO......... Logo após a morte do pescado, iniciam-se os processos de deterioração. O pescado é um dos alimentos mais perecíveis, devido a seu elevado conteúdo de nutrientes livres parao desenvolvimento bacteriano DETERIORAÇÃO Ação dos sucos digestivos ( no peixe morto os sucos digestivos rompem as paredes intestinais); Enzimas dos tecidos (desintegra a carne e facilita a penetração de bactérias); Desenvolvimento bacteriano (trato gastrintestinal, guelras, limo superficial, contaminação no gelo, manuseio e equipamentos). Obs: Os peixes devem ser eviscerados logo após a captura. CARACTERÍSTICAS – Peixe Fresco CARACTERÍSTICAS PEIXES • Superfície do corpo limpa, com brilho metálico; • Olhos transparentes, brilhantes e salientes; • Guelras róseas, ou vermelhas, úmidas e brilhantes, com odor natural, próprio e suave; • Ventre firme; • Escamas brilhantes, bem aderentes a pele; • Nadadeiras resistentes ao movimento; • Carne firme, elástica, resistente a pressão dos dedos, branca, rosada. • Cauda firme em direção ao corpo; • Vísceras íntegras, diferenciadas e cheiro característico (de planta aquática). Gosto ou odor inadequado (off-flavor) O off-flavor geralmente acontece através da absorção de substâncias presentes na água ou ingredientes da ração. A maioria das rações não altera sabor, mas podem alterar coloração. O off-flavor é mais comum em ambientes de cultivo intensivo com a presença de alta quantidade de matéria orgânica (MO) nos tanques. A alta MO propicia o desenvolvimento de fungos especí- ficos que liberam nutrientes para proliferação de algas (BIATO, 2005). Deterioração do pescado As más condições de manipulação, armazenamento e transporte do pescado fresco muito contribuem para a perda da qualidade e mesmo deterioração do pescado desembarcado. Neste caso está incluído o Brasil, onde o quadro é precário em quase todos os locais de descarga de pescado. Deterioração do pescado As práticas tradicionais de passagem do pescado fresco através de um ou mais intermediários, em sua viagem do pescador ao consumidor final, também contribui decisivamente para a perda da qualidade e a deterioração do pescado fresco disponível ao consumidor nas feiras livres, mercados, peixarias e supermercados do país. Deterioração do pescado A indústria também é prejudicada pelo recebimento de matéria prima de qualidade inferior a desejável. Práticas artesanais e/ou industriais inadequadas de preservação e processamento dão como resultado produtos de qualidade inferior e mesmo deteriorados, aumentando estas perdas. Más condições de transporte, armazenamento, comercialização e distribuição também contribuem para o aumento das perdas pós-captura (BONACINA, 2006). Importante O pescado é um alimento de fácil deterioração, devido as suas características químicas, e o meio em que vive, logo medidas de boas práticas de manufatura devem ser adotas para que o pescado chegue a mesa do consumidor nas melhores condições possíveis (MINOZZO; MALUF, 2007). Deterioração do pescado Segundo Minozzo e Maluf (2007), Ogawa e Maia (1999) e Beirão et al., (2000), o processo de deterioração do pescado é complexo e um grande números de físico-químicas ocorre em seu corpo até a completa deterioração. Sendo 4 etapas, 1 liberação de muco, 2 rigor mortis, 3 autólise e 4 decomposição bacteriana: Deterioração do pescado Rigor mortis Significa o endurecimento do corpo como resultado de uma complexa modificação bioquímica no músculo. Os fatores que influenciam no “rigor mortis” são importantes na conservação do pescado estando, diretamente relacionados aos estágios iniciais de sua deterioração. A rapidez da instalação do rigor mortis e sua duração dependem de fatores tais como, espécie, condições em que o produto foi despescado, maneira como é abatido, temperatura e condições de estocagem. Tecnologia de Pescados Pouco se pode fazer quanto ao fator espécie. Com relação à maneira de captura, evitar o desgaste do pescado, em que o mesmo se debata excessivamente. Se o resfriamento for realizado logo após a captura, o “rigor mortis” tarda mais a se iniciar, o que aumenta o tempo de conservação do produto. Tecnologia de Pescados Tecnologia de Pescados O rigor mortis pode ser retardado, mas acabará se instalando. A partir deste ponto a ação das bactérias passa a ter grande importância na conservação do pescado. Tecnologia de Pescados Autólise É o processo de quebra das proteínas e gorduras devido à ação das enzimas proteolíticas e lipídicas nos tecidos, uma vez que os tecidos consistem basicamente de compostos protéicos. A autólise só produz alterações estruturais na carne, mudando sua consistência tornando-a amolecida. A hidrólise das proteínas vai permitir a criação de um ambiente favorável para o crescimento bacteriano, permitindo a deterioração. Decomposição bacteriana As proteínas do pescado sofrem uma pronunciada decomposição pela ação das bactérias, com formação de compostos tóxicos e com odor pútrido. Quando o animal morre, as bactérias gradualmente penetram nos músculos. A decomposição é particularmente intensa quando o produto sai do rigor mortis, e as bactérias têm como substrato os produtos hidrolisados formados como resultado da autólise, ou seja, aminoácidos, óxido de trimetilamina, histidina, ureia, etc., que ocorrem no músculo. (OGAWA E MAIA,1999). Tecnologia de Pescados Com o abaixamento do frescor as bactérias penetram no músculo e desdobram os macronutrientes com a formação de amônia, ácidos graxos voláteis, aldeídos entre outros. Estas substâncias são responsáveis pela queda brusca de qualidade e algumas provocam reações alérgicas graves. Tecnologia de Pescados Formas de contaminação do pescado, segundo Minozzo e Maluf (2007) e Beirão et al., (2000), Métodos de pesca Condição do animal ao abate Tempo do abate até a refrigeração Forma de armazenamento Evisceração Lesões na captura Condições de armazenamento Manipuladores Embalagem Tecnologia de Pescados Como o pescado é um alimento de fácil deterioração importante lembrar: A seguir é apresentado um quadro com as características sensoriais do peixe fresco e avariado. Tecnologia de Pescados Exemplo de algumas características sensoriais com a tilápia: Tecnologia de Pescados Atividades de aprendizagem Para uma melhor visualização das características do peixe fresco e avariado, você pode realizar este experimento em casa. Adquira um peixe e deixe-o na geladeira por 5 dias em recipiente bem fechado. Após este período adquira um pescado fresco e aplique a Tabela acima, descrevendo cada item em uma folha, uma para o peixe fresco e outra para o peixe avariado.
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