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Hel��� Br��o 2020.2 OSTEOSSARCOMA (SARCOMA OSTEOGÊNICO) → O osteossarcoma é uma neoplasia maligna de células mesenquimais que têm a capacidade de produzir osso imaturo ou osteóide. → Excluindo-se as neoplasias hematopoiéticas, o osteossarcoma é a lesão maligna mais comum de origem óssea. → A etiologia dos osteossarcomas é desconhecida. → Há uma grande associação com o estirão de crescimento e nas metáfises dos ossos longos sugestivas de crescimento rápido ou da atuação de fatores hormonais. Fatores de risco adicionais incluem exposição à radiação, agentes alquilantes, doença óssea de Paget, síndrome Li-Fraumeni, retinoblastomas hereditários e síndrome de Rothmund-Thompson. Alguns estudos têm demonstrado um perfil genético entre os osteossarcomas com as alterações detectadas no p53, RB1 e no cromossomo 21q. → Os osteossarcomas podem ser classificados em central (surgindo dentro da medula óssea), superficial (surgindo na região justacortical), ou muito raramente extra esquelética (surgindo dentro do tecido mole). A grande maioria dos casos são centrais. → O osteossarcoma extra gnático demonstra uma distribuição etária bimodal, com o maior pico durante a adolescência e um pico menor entre adultos com mais de 60 anos. → A maioria dos estudos relata que a mandíbula e a maxila são envolvidas com frequência aproximadamente igual ou com uma leve predileção pela mandíbula. Osteossarcomas mandibulares surgem com maior frequência no corpo, seguidos por aqueles de ângulo, sínfise e ramo. As lesões maxilares na porção inferior (crista alveolar, soalho do seio e/ou palato) que a porção superior (zigoma, margem orbitária). → Os achados clínicos mais comuns são o aumento de volume e dor. Também se notam mobilidade dos dentes, parestesia e obstrução nasal (no caso de osteossarcomas maxilares). → Os exames radiográficos podem apresentar radiopacidades, com um misto de radiolucidez e radiopacidade, ou uma lesão radiolúcida com bordas mal definidas. A destruição cortical, a expansão cortical e a reação periosteal podem ser evidentes. Esta última pode aparecer como o “clássico” padrão de “raios de sol” (presente em cerca de 25% dos osteossarcomas dos ossos gnáticos) ou uma elevação triangular do periósteo (triângulo de Codman). → Ocasionalmente, há reabsorção das raízes dos dentes envolvidos. Essa característica é descrita como reabsorção radicular em pico (como resultado do estreitamento pontiagudo da raiz). → Alargamento simétrico do espaço do ligamento periodontal pode ser um importante indício para realizar o diagnóstico precoce do osteossarcoma; entretanto, essa característica, pode ser vista associada a outras lesões malignas. Hel��� Br��o 2020.2 MELANOMA (MELANOCARCINOMA) → O melanoma é uma neoplasia maligna de origem melanocítica; que pode surgir de novo ou a partir de uma lesão melanocítica benigna preexistente. → A maioria dos casos ocorrem na pele, mucosa, embora as lesões mucosas também sejam possíveis. A exposição à radiação UV da luz solar é um importante fator etiológico, com aumento da incidência de melanoma entre populações leucodermas próximas ao equador. Os danos agudos do sol podem ser de maior importância do que a exposição crônica. Lesões na mucosa oral, naturalmente, não estão relacionadas com a exposição ao sol. → O melanoma nodular representa 15% dos melanomas cutâneos e um terço de tais lesões se desenvolve na região da cabeça e pescoço. Acredita-se que o melanoma nodular inicie quase imediatamente a sua fase de crescimento vertical; desse modo, surge como uma elevação nodular que rapidamente invade o tecido conjuntivo. O melanoma nodular é geralmente uma lesão exofítica intensamente pigmentada, embora algumas vezes as células do melanoma sejam tão pobremente diferenciadas que não produzam mais melanina, resultando em um não pigmentado melanoma amelanótico → O melanoma lentiginoso acral é a forma mais comum de melanoma em melanodermas e também é a forma mais comum de melanoma oral. Essa lesão se desenvolve tipicamente nas palmas das mãos, solas dos pés, área subungueal e mucosas. Inicia-se como uma mácula com margens irregulares, pigmentada, que posteriormente desenvolve uma fase invasiva de crescimento nodular. Recentemente, alguns especialistas têm separado essa lesão em duas entidades: (1) melanoma lentiginoso acral e (2) melanoma lentiginoso da mucosa. → O melanoma oral é nodular no momento do diagnóstico, porém as lesões iniciais podem ser planas. Há predileção pelo sexo masculino e os indivíduos afetados se encontram em sua quinta até sétima décadas de vida. → Aproximadamente 70% a 80% dos melanomas orais são encontrados no palato duro ou alvéolo maxilar. Pelo menos um em cada três pacientes com melanoma oral tem histórico de diagnóstico prévio de melanoma. A lesão oral aparece como uma mácula de coloração marrom a negra com bordas irregulares. No entanto, algumas lesões contêm pouco pigmento e mostram coloração normal da mucosa ou aparência vascular. → A mácula se estende lateralmente e um aumento de volume exofítico, lobulado, desenvolve-se uma vez que se tenha iniciado o crescimento vertical. A ulceração pode se desenvolver precocemente, porém várias lesões são aumentos de volume enegrecidos, lobulados e exofíticos sem ulceração no momento do diagnóstico. → A dor não é uma característica comum, exceto nas lesões ulceradas, e a maioria das lesões permanece relativamente macia à palpação. O osso subjacente ou adjacente pode mostrar evidência radiográfica de destruição irregular ou em “roído de traça”. Linfonodos cervicais metastáticos com frequência são evidentes na apresentação inicial. Além disso, ocasionalmente, o melanoma afeta a glândula parótida, em geral como um depósito metastático a partir do couro cabeludo, conjuntiva ou paranasal. Hel��� Br��o 2020.2 → Nos melanomas cutâneos e orais, os melanócitos atípicos são inicialmente observados na junção entre o tecido epitelial e o tecido conjuntivo. A partir desse local, eles têm o potencial para proliferar por todo o epitélio, lateralmente ao longo da camada basal e em profundidade para o interior do tecido conjuntivo. → Nos estágios iniciais, os melanócitos atípicos são observados dispersos entre as células epiteliais basais ou em tecas no interior da camada basal. Os melanócitos atípicos geralmente são maiores do que os melanócitos normais e têm graus variados de pleomorfismo nuclear e hipercromatismo. → Quando os melanócitos malignos são observados invadindo o tecido conjuntivo, a fase de crescimento vertical inicia-se. → No melanoma nodular, essa fase de crescimento vertical ocorre precocemente no curso da lesão. Nenhum crescimento radial de células pode ser observado no epitélio suprajacente além das margens da invasão tumoral. As células invasivas do melanoma geralmente são fusiformes ou epitelioides e infiltram o tecido conjuntivo como cordões e feixes pobremente agregados de células pleomórficas. → As lesões orais tendem a mostrar mais prontamente a invasão de vasos sanguíneos e linfáticos do que as lesões de pele. Vários melanomas da mucosa têm sido relatados contendo inequivocamente osso e cartilagem, uma característica que pode causar confusão diagnóstica com o adenoma pleomórfico, carcinoma sarcomatoide, osteossarcoma e condrossarcoma mesenquimal. → A mensuração microscópica da profundidade da invasão é um importante componente da avaliação histopatológica do melanoma cutâneo, uma vez que se correlaciona com o prognóstico. O sistema de mensuração de Clark confere um “nível” à lesão que depende da região anatômica cutânea mais profunda invadida por células neoplásicas. A classificação mais recente de Breslow, contudo, parece mostrar uma correlação mais precisa com o prognóstico e é baseada na mensuração real da distância da porção mais alta da camada de células granulares até o ponto de invasão mais profundo das células neoplásicas identificáveis. → O estadiamento clínico para o melanoma cutâneo é realizado utilizando-se um sistema de classificação TNM que leva em consideração a espessurado tumor pela classificação de Breslow, ulceração, metástase para linfonodos regionais e metástase à distância. Além disso, a atividade mitótica é considerada na subclassificação de melanomas T1 (ou “delgados”), bem como o nível sérico de lactato desidrogenase (LDH), que é considerado nos casos de subclassificação com metástase à distância. → O prognóstico para o melanoma oral é extremamente reservado. A maioria dos autores relata taxas de sobrevida em cinco anos na faixa de apenas 10% a 25%. Em geral, a morte resulta de metástase distante em vez de falta de controle local. → O mau prognóstico para o melanoma oral parece se relacionar à dificuldade em se conseguir uma ressecção ampla e à tendência de metástase precoce. Pacientes jovens mostram melhor sobrevida que os mais velhos, e aqueles com lesões Hel��� Br��o 2020.2 amelanóticas parecem ter um prognóstico particularmente mau. → Geralmente, ocorre acentuada deterioração do prognóstico em pacientes com melanomas de mucosa oral ultrapassando a profundidade de 0,5 mm, embora a profundidade da invasão e a presença de ulcerações não estejam estreitamente correlacionadas ao prognóstico dessas lesões, em comparação com os melanomas cutâneos. REFERÊNCIAS: Patologia oral & maxilofacial / Brad Neville ... [et. al.]; [tradução Renata Tucci, Mônica Israel]. – 4. ed. - Rio de Janeiro: Elsevier, 2016.
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