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08/11/2019 1 RESTAURANTES ESPECIAIS 1 1 CATERING AÉREO OU COMISSARIAS - Milhares de pessoas usam o transporte aéreo diariamente. - O serviço a bordo de voos e as refeições oferecidas são aspectos considerados na experiência de viagem e, por isso, o serviço de alimentação fornecido aos passageiros constitui uma parte importante da experiência global (JONES, 2007). 08/11/2019 2 CATERING AÉREO OU COMISSARIAS - As empresas responsáveis pela produção e pela distribuição das refeições servidas a bordo das aeronaves, denominadas CATERING AÉREO OU COMISSARIAS, devem considerar as condições de voo e o possível efeito fisiológico no passageiro, ao planejar o cardápio a ser oferecido. CATERING AÉREO O catering é um termo que vem do inglês, cater, que significa fornecer, providenciar alimentos. O conceito de catering pode ser entendido como um serviço de fornecimento de refeições coletivas – desde toda a preparação, passando pela logística (estrutura, local, material) e execução. 08/11/2019 3 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CATERING AÉREO X REFEIÇÕES ELABORADAS EM ESTABECIMENTOS COMERCIAIS (RIETH, 2015). Número muito variável de refeições com um período curto de produção - normalmente, o número de passageiros que irá embarcar em um voo é passado com 48 horas de antecedência à comissaria; Rigoroso controle higiênico-sanitário ao longo da sua produção; Ao contrário de uma cozinha de empresa, onde existe um número fixo de refeições com pequenas alterações, no CATERING o número de refeições varia diariamente. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CATERING AÉREO X REFEIÇÕES ELABORADAS EM ESTABECIMENTOS COMERCIAIS (RIETH, 2015). # Refeição consumida depois de um longo período da sua produção - o que acarreta maior cuidado no preparo e no armazenamento. # Deve ser prevista boa variedade de tipos de refeição - devem ser considerados o tempo de voo, o horário do dia e a classe de voo do passageiro. 08/11/2019 4 PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CATERING AÉREO X REFEIÇÕES ELABORADAS EM ESTABECIMENTOS COMERCIAIS (RIETH, 2015). # Serviço torna-se complexo, dada a variedade de preparações, que vão desde lanches simples para a classe econômica, até refeições mais elaboradas para a primeira classe. # Existem oscilações no número de refeições servidas, dependendo da ocupação dos voos e da confirmação do número de passageiros. PRINCIPAIS DIFERENÇAS ENTRE CATERING AÉREO X REFEIÇÕES ELABORADAS EM ESTABECIMENTOS COMERCIAIS (RIETH, 2015). # Necessidade de preparo de vários tipos de refeições (lanches rápidos, lanches reforçados, desjejum, almoço, jantar). # Dessa maneira, necessita de instalações e equipamentos adequados e do envolvimento de grande número de funcionários. # A unidade deve estar preparada também para atender pedidos especiais de refeição, para satisfazer padrões culturais ou necessidades de saúde dos passageiros, como no caso de refeições para diabéticos e hipertensos, por exemplo. 08/11/2019 5 CATERING AÉREO X SEGURANÇA Na aviação, a segurança é tratada com rigor em todos os procedimentos, e a alimentação também recebe atenção especial, pois qualquer problema de intoxicação alimentar nos voos pode se tornar uma séria situação de emergência. Para evitar esse problema, algumas empresas têm como norma que os tripulantes consumam itens diferentes, a fim de evitar que uma possível anomalia atinja a todos, colocando o voo em risco. CATERING AÉREO X SEGURANÇA ◦Riscos de DVA: ◦ Grande volume de refeições produzidas; ◦ Níveis de produção múltipla para manipuladores diferenciados; ◦ Refeições preparadas com antecedência para voos; ◦ Tempo gasto entre o final da preparação e o consumo. 08/11/2019 6 CATERING AÉREO X SEGURANÇA Os serviços de alimentação de bordo devem passar por rigoroso controle de qualidade no processo de produção das refeições, de maneira que seja implementado um sistema de monitoramento de riscos que contemple as normas estabelecidas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A seguridade do alimento pode ser verificada pela aplicação do sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle (APPCC), uma ferramenta internacionalmente reconhecida. CATERING AÉREO X SEGURANÇA Os cuidados na elaboração das refeições de bordo iniciam na escolha dos fornecedores, que passam por uma auditoria antes de serem contratados. As mercadorias passam por rigorosos controles desde o seu recebimento passando por controle de temperatura, vistoria das condições de embalagem, características organolépticas. 08/11/2019 7 CATERING AÉREO X SEGURANÇA Caso algum produto esteja fora dos padrões estabelecidos é feito um rastreamento e observado se há necessidade de novas auditorias. Para eliminar contaminação cruzada, as cozinhas de catering aéreo adotam o padrão de planta linear para o fluxo de produção. CATERING AÉREO X SOBRAS/ RESTOS Nenhum alimento que entra num avião é reaproveitado: Primeiro, por questão de higiene e para evitar contaminação; Segundo, por inviabilidade econômica, pois sai mais caro fazer a triagem do que pode ser reutilizado, como potinhos de geleia fechados, do que jogar tudo fora. Todas as sobras de comida e embalagens são compactadas e, posteriormente, incineradas. 08/11/2019 8 CATERING AÉREO X SOBRAS/ RESTOS Como as aeronaves circulam nas mais diversas partes do mundo, pode haver risco de contágio de doenças existentes em alguma localidade, por isso a incineração é o procedimento utilizado para evitar este tipo de contaminação. Se um avião faz escala em vários aeroportos, em cada um deles é retirado todo o resto de comida, além das refeições e lanches que não foram servidos e substituídos por produtos novos. PROCESSO DE FABRICAÇÃO DOS PRODUTOS DENTRO DE UM CATERING Recepção de mercadorias; Armazenamento seco e frio; Pré-preparo (verduras, carnes etc.) Cocção (cozinha quente e fria) Padaria , confeitaria Montagem de bandejas (Porcionamento, Empratamento) Câmara fria para trolleys, Higienização de utensílios, Higienização de equipamentos (trolleys, caixas de voo, inserts), expedição, Triagem e área de lixo. 08/11/2019 9 FLUXO DE PRODUÇÃO COZINHA FRIA - (setor onde frutas, saladas, pastas, sanduíches, e embutidos são preparados e montados) Na cozinha fria serão elaboradas preparações como sanduíches, saladas e outras, recomendam-se bancadas de apoio, balcões frigoríficos, fatiadores de frios, liquidificadores, processadores de vegetais e bancadas para corte de polietileno. ◦ COZINHA QUENTE – setor onde todo o assado, cozido e/ou frito é preparado; São utilizados os mesmos equipamentos previstos para o setor de cocção de qualquer unidade de grande porte, como fogão industrial, fritadeiras, fornos, panelões, mesas e bancadas de apoio. O fluxo de produção das refeições difere do tradicional, uma vez que, após o preparo, as refeições serão resfriadas rapidamente, porcionadas, embaladas e armazenadas sob refrigeração. Nesse caso, utilizam-se blast chillers ou resfriadores rápidos. SETOR DE MONTAGEM É a área destinada para a montagem e para a embalagem dos pratos, sendo necessária a instalação de bancadas, de prateleiras e de balanças, já que os pratos devem ter o mesmo peso. Além do peso, a aparência dos pratos deve ser padronizada. 08/11/2019 10 SETOR DE MONTAGEM A montagem dos pratos da cozinha fria e quente deve ser separada. Depois de porcionados, os pratos devem ser embalados, e as bandejas, montadas. Podem ser usadas esteiras transportadoras para agilizar essa atividade. Deve haver planejamento de espaço para alocação dos carrinhos de transporte, trolleys e inserts, onde serão acondicionadas as bandejas produzidas. É necessário planejar também uma área para a higienização e o armazenamento dos trolleys,containers, inserts e garrafas isotérmicas. TIPOS DE REFEIÇÕES 08/11/2019 11 DEVE-SE CONSIDERAR NO PLANEJAMENTO DO CARDÁPIO O cardápio é definido pelas companhias aéreas, que, cada vez mais, seguem a tendência mundial de contratar chefs famosos para desenvolver o conceito de menu ou uma nova campanha gastronômica. Os passageiros apresentam movimentos limitados, portanto, as refeições precisam ser facilmente digeríveis e com odor agradável. DEVE-SE CONSIDERAR NO PLANEJAMENTO DO CARDÁPIO Devem ser evitados alimentos como: pimentão, pepino, couve-flor, brócolis, repolho (além do odor depois de aquecido, também são extremamente fermentativos), pimentas e excesso de condimentos (JONES, 2007). Evitar alimentos como camarões, carne de porco etc. Podem desencadear alergias. Os passageiros devem moderar o consumo de bebidas alcoólicas (pressurização dos aviões potencializa o efeito de bebidas). 08/11/2019 12 ◦ Moskvitch (2015), relata uma pesquisa feita pelo Instituto Fraunhofer for Building Physics, em 2010. # Simulou, em ambiente de laboratório, uma experiência de refeição durante um voo. Para tal, a pressão atmosférica e a umidade do ar do ambiente foram igualadas aos valores correspondentes à altitude de 35.000 pés (10,6km). Além disso, foram simulados o ruído do motor do avião e as vibrações de assentos. # Os pesquisadores identificaram que a combinação do ambiente seco com a baixa pressão reduziu em cerca 30% a percepção do gosto salgado e doce. # A baixa umidade pode provocar desidratação e ressecamento da mucosa nasal, ou seja, o olfato fica prejudicado. Resumindo: ao sentir menos cheiro, menor é a sensação de sabor. # A baixa pressurização da cabine pode provocar alterações fisiológicas, como dificuldade na digestão, além de afetar as papilas gustativas. De acordo com Domingues (2008). 1) CB – cold breakfast (pequeno-almoço frio); 2) CL/D – cold lunch & dinner (almoço e jantar frio); 3) CSNK – cold snack (lanche frio); 4) HB – hot breakfast (pequeno-almoço quente); 5) HL/D – hot lunch & dinner (almoço e jantar quente); 6) HSNK – hot snack (lanche quente) 7) LM – light meal (refeição leve); 8) MC – morning coffee (café da manhã); 9) MM – meals & miscellaneous (vários); 10) SS – sandwich snack Tipos de refeições produzidas em Catering Aéreo são: 08/11/2019 13 Tipos de refeições quentes (Hot lunch & dinner) produzidas na unidade catering aéreo. As HL/D podem, por sua vez, ser divididas em quatro grupos, de acordo com os tipos de alimentos que incluem. 1º.GRUPO: HL/D de carne (61%), 2º.GRUPO: HL/D peixe, 3º.GRUPO: HL/D de massa (sem carne nem peixe) e 4º.GRUPO: HL/D vegetarianas. Domingues (2008) R E C E B IM E N T O Elaboração dos cardápios Seleção dos fornecedores Recepção das matérias- primas Armazenamento de alimentos crus para cozinhar (congelamento, refrigeração/ambiente) Temp. Refrigerados 5ºC Congelados: -18oC FLUXOGRAMA –PRATOS QUENTES 08/11/2019 14 P ré -p re p a ro -v e g e ta is Lavagem de vegetais Preparação Armazenamento APROXIMADAMENTE 48 HORAS FLUXOGRAMA –PRATOS QUENTES 1 º. e ta p a P ré -p re p a ro -C A R N E S Descongelamento ( 5oC) Preparação Armazenamento APROXIMADAMENTE 48 HORAS FLUXOGRAMA –PRATOS QUENTES 1 º. e ta p a 08/11/2019 15 C O C Ç Ã O Cocção 74oC (centro geométrico) Arrefecimento (Blast Chiller) 60ºC para 10ºC (2 horas) Armazenamento Empratamento MÁXIMO 48 HORAS FLUXOGRAMA –PRATOS QUENTES 2 º. e ta p a D is tr ib u iç ã o Armazenamento Montagem de Bandejas Armazenamento Despacho e Transporte CARGA A BORDO MÁXIMO 24 HORAS FLUXOGRAMA –PRATOS QUENTES 3 º. e ta p a 08/11/2019 16 As refeições preparadas no PRIMEIRO TURNO SÃO CONSUMIDAS NO VOO NOTURNO e, do SEGUNDO TURNO, NOS VOOS DA MANHÃ SEGUINTE. Os lanches frios, frutas, sobremesas são montados em bandejas e colocados nos trolleys - não pode ultrapassar 15ºC, nos padrões nacionais (no padrão internacional estabelecem uma temperatura que pode variar de 5º a 12º C.) As refeições quentes são colocadas nos inserts (uma espécie de estante gradeada em que são armazenados os pratos quentes, vão para as câmaras de resfriamento, onde ficam até a hora do embarque). Ao chegarem à aeronave, são conectados aos fornos das galleys (cozinha do avião) que serão acionados no momento adequado. 08/11/2019 17 O B S E R V A Ç Õ E S Nº DE PASSAGEIROS QUE IRÁ EMBARCAR NUM VOO É PASSADO 48 H DE ANTECEDÊNCIA À COMISSARIA. NÃO UTILIZAR GÊNEROS COM CAROÇOS OU OSSOS, PREVENINDO ENGASGOS. EVITAR ALIMENTOS COM MUITOS CONDIMENTOS, COM MUITA GORDURA E QUE CAUSEM FLATULÊNCIA. C A T E R I N G A É R E O Escala de Cores (Universal) DOMINGO VERMELHO SEGUNDA-FEIRA VERDE ESCURO TERÇA-FEIRA MARROM QUARTA-FEIRA AMARELO QUINTA-FEIRA LARANJA SEXTA-FEIRA VERDE CLARO SÁBADO AZUL Para identificar a validade das refeições embarcadas nas aeronaves, as comissarias adotam um código utilizando uma cor para cada dia da semana, já que o alimento tem validade de um dia. 08/11/2019 18 CATERING AÉREO Refeições especiais Alguns viajantes necessitam de refeições especiais, por motivos religiosos ou problemas de saúde. Nesses casos, as empresas preparam pratos diferenciados, desde que seja comunicado com antecedência. O mais comum são os pedidos de refeições para diabéticos, o Kosher, por motivos religiosos, ou os pratos light para controle de colesterol, por ex. CATERING AÉREO Refeições especiais Alguns cardápio de dietas especiais, também possui alternativas que chegam a dietas detalhadas, como alimentos com baixo teor de proteína para pessoas com enfermidades hepáticas, ou também com baixo teor de purina para pessoas que tem taxa de ácido úrico elevada. 08/11/2019 19 A refeição que será servida até 2 horas, a partir da hora de decolagem, não necessita de refrigeração durante a manutenção a bordo. REFEIÇÃO após 2 horas (decolagem) – necessita de refrigeração durante a manutenção a bordo (balcão de refrigeração, gelo etc.). PRATO QUENTE que foi resfriado ou congelado deverá ser reaquecido à temperatura de 70oC interior do alimento. ARMAZENAMENTO, REAQUECIMENTO E SERVIÇO A BORDO CATERING AÉREO Equipamentos Os trolleys, carrinhos térmicos utilizados para conservar e distribuir alguns alimentos durante o voo, passam por um rigoroso processo de higienização quando chegam às comissarias, assim como utensílios de louça e metal. Eles encaixam-se na Galley do avião. Os trolleys devem permanecer sob refrigeração, em câmaras frias ou holding boxes, até a hora do embarque. 08/11/2019 20 CATERING AÉREO Equipamentos *Galley: local da aeronave, tipo copa, onde ficam localizados os trolleys, forno, garrafas térmicas, bebidas etc. CAIXAS ISOTÉRMICAS OU “HOT BOX” Completamente fabricadas em plásticos atóxicos e não corrosivos. Facilidade para limpeza e higienização com água a temperatura de até 100°C, e todos os detergentes comuns ao setor alimentício. http://www.alpinatermoplasticos.com.br/is oterm.htm 08/11/2019 21 EQUIPAMENTOS DE TRANSPORTE Caixas isotérmicas ou “hot box” ou termobox 41 EMPRESAS DE CATERING AÉREO A Gate Gourmet São Paulo prepara, por ano, mais de 4.400.000 serviços, o que dá uma média diária de pouco mais de 12.000 serviços. A empresa atende, diariamente, mais de 100 voos, entre domésticos e internacionais e para isso emprega acima de 600 funcionários, localizada no Aeroporto de Guarulhos. A LSG – Sky Chefs São Paulo prepara mais de 16.000 serviços por dia, para os mais de 110 voos supridos pela empresa, gerando mais de 700 empregos. Aeroporto de Guarulhos. Grupo RA – International Meal Company, produz mais de 14.000 refeições/mês, nos voos domésticos que partem do Aeroporto de Congonhas, mais de 6.500, no Aeroporto da Pampulha, cerca de 3000, em Confins e, quase8.000 em Porto Alegre. Nesses serviços, trabalham quase 1.500 funcionários. http://www.termobox.com.br/asp/view.asp?id=3 08/11/2019 22 CLASSE ECONÔMICA CLASSE EXECUTIVA COMIDA DE AVIÃO DA AMERICAN AIRLINES – USA Referências ◦ Domingues, J.C.R . Sistema HACCP: Implementação do sistema de autocontrolo num catering de aviação. [DISSERTAÇÃO DE MESTRADO INTEGRADO EM MEDICINA] VETERINÁRIA,Lisboa 2008.102p. ◦ JONES, P. Flight-Catering. In: BECKER, H.; GROTHUES, U. Catering management portraiteiner wachstumsbranche in theorie und praxis. Behr’s Verlag: Hamburg. Chpt 1.4.1, p. 39-55, 2007. ◦ MOSKVITCH, K. Why does food taste different on planes?. Disponível em <http://www.bbc.com/future/story/20150112-why-in-flight-food-tastes-weird>. Acesso em 11 abr. 2019. ◦ RIETH, P. A. H. Qualidade e aspecto nutricional das refeições de bordo em voos domésticos brasileiros. Trabalho de Conclusão de Curso – Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 2015.
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