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Faculdade de Ciências da Saúde de Barretos Dr. Paulo Prata - FACISB Av. Loja Maçônica Renovadora 68, Nº 100 - Cep 14785-002 - Bairro Aeroporto - Barretos/SP Fone (17)3321-3060 - Email atendimento@facisb.edu.br PLANO DE ENSINO 0001 - Aparelho Geniturinário Curso Período Ano Turma Graduação em Medicina 6º Período - 2020/2 2020 Turma 8 (B) Módulo Carga Horária total do Módulo Atenção às Necessidades em Saúde 420 horas Coordenador do Módulo Unidades Curriculares (UCs) do Módulo EDUARDO SEGóVIA BADRA 0107 - Sistema Respiratório 0047 - Sistema Circulatório 0048 - Sistema Digestório 0001 - Aparelho Geniturinário Unidade Curricular Carga Horária total da UC Aparelho Geniturinário 100 horas Coordenador da Unidade Curricular WESLEY JUSTINO MAGNABOSCO Professores 1) GUSTAVO FREZZA 2) WESLEY JUSTINO MAGNABOSCO (*U) EMENTA Atenção às Necessidades em Saúde I se caracteriza por ser especificamente a fundamentação do estudo dos mecanismos de doença, com abordagem da medicina clínica através de um conteúdo multidisciplinar integrado, com abrangência em áreas conceituais. Se caracteriza pelo desenvolvimento do estudo das enfermidades respiratórias, das doenças cardiocirculatórias, das afecções gastrointestinais e geniturinárias, envolvendo o conhecimento das diferentes enfermidades em seus aspectos fisiopatológicos, epidemiológicos, clínicos e terapêuticos, abrangendo, inclusive, aspectos da introdução aos conceitos de procedimentos cirúrgicos relativos a estes sistemas. OBJETIVOS GERAIS DA UNIDADE CURRICULAR Ao final desta Unidade Curricular o aluno deverá ser capaz de: a) Compreender a histologia e fisiologia renais em suas condições normais e patológicas. b) Entender a anatomia, as patologias e as principais estratégias de tratamento relacionadas ao sistema geniturinário e reprodutor. ABORDAGEM DE CONTEÚDOS CURRICULARES DE ACORDO COM A ÁREA DE ATENÇÃO À SAÚDE (Resolução CNE/CP no 3/2014, artigo 5º) Serão consideradas, no processo de formação do graduando em Medicina as dimensões diversidade biológica, subjetiva, étnico-racial, de gênero, orientação sexual, socioeconômica, política, ambiental, cultural, ética e demais aspectos que compõem o espectro da diversidade humana que singularizam cada pessoa ou cada grupo social, conforme o artigo 5º da Resolucção CNE/CP nº 3/2014. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO 1.0) Insuficiência Renal 2.0) Glomerulopatias (Síndromes Nefrítica e Nefrótica) 3.0) Distúrbios hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-base 4.0) Infecções urinárias e Doenças sexualmente transmissíveis 5.0) Litíase Urinária 6.0) Avaliação das Hematúrias 7.0) Disfunções Miccionais 8.0) Hiperplasia Prostática Benigna 9.0) Malformações congênitas e adquiridas do trato urinário 10.0) Neoplasias do trato gênito-urinário 11.0) Urgências em urologia 12.0) Distúrbios do orgasmo e da ereção 13.0) Infertilidade conjugal e planejamento familiar 14.0) Alterações fisiológicas e patológicas dos órgãos genitais masculinos 15.0) Objetivos procedimentais 16.0) Farmácia Simulada OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 1.01) Descrever a histologia e fisiologia renais em suas condições normais e patológicas nas principais condições associadas às insuficiências renais aguda e crônica 1.02) Reconhecer os marcadores de função renal e sua aplicação clínica, reconhecendo possíveis alterações decorrentes de idade, sexo, etnia e metodologia utilizada para avaliação 1.03) Saber aplicar e interpretar os cálculos de função renal utilizando métodos reconhecidos pela comunidade científica 1.04) Definir insuficiência renal aguda e crônica com bases em dados clínicos, laboratoriais e de imagem 1.05) Identificar as principais causas, epidemiologia e complicações associadas às insuficiências renais agudas e crônicas 1.06) Interpretar dados clínicos, laboratoriais e de imagem na classificação da insuficiência renal aguda em pré-renal, renal (glomerular) e pós-renal; e na identificação de possíveis causas e complicações que demandam intervenções urgentes 1.07) Definir insuficiência renal pós-renal através de mecanismos fisiopatológicos, apresentação clínica e exames laboratoriais e de imagem, enumerando as principais causas com prevalência - no período intra-útero, na infância, na vida adulta - em ambos os sexos 1.08) Identificar as situações clínicas com indicação de diálise de urgência na insuficiência renal aguda, enumerando as suas principais complicações 1.09) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 1.10) Interpretar corretamente a gasometria arterial em diversas situações clínicas associadas à insuficiência renal 2.01) Identificar os principais achados no diagnóstico histopatológico das glomerulopatias 2.02) Identificar e diferenciar as glomerulopatias segundo sua etiologia, apresentação clínica inicial e achados de exames laboratoriais 2.03) Definir as síndromes nefrítica e nefrótica com base em dados clínicos e laboratoriais 2.04) Identificar e diferenciar as possíveis causas das Síndromes Nefrítica e Nefrótica 2.05) Descrever as alterações no quadro clínico associadas as Síndromes nefrítica e nefrótica 2.06) Conhecer e interpretar as principais alterações nos exames complementares associados às Síndromes nefrítica e nefrótica 2.07) Descrever as principais formas de tratamento que envolvem as Síndromes Nefrítica e nefrótica 2.08) Identificar e listar as diferenças entre as síndromes Nefrítica e Nefrótica, sabendo diferencia-las 2.09) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 2.10) Interpretar corretamente a gasometria arterial em diversas situações clínicas associadas à insuficiência renal 3.01) Identificar os principais distúrbios hidroeletrolíticos e do equilíbrio ácido-base, em especial na insuficiência renal, com base em achados clínicos e laboratoriais e indicar as suas consequências 3.02) Identificar os princípios e métodos para a correção dos desequilíbrios hidroeletroliticos e do equilíbrio ácido-base, em especial na insuficiência renal, e suas complicações secundárias 3.03) Identificar as principais complicações relacionadas aos distúrbios hidro-eletrolíticos e do equilíbrio ácido-base, em especiais as mais graves 3.04) Interpretar corretamente a gasometria arterial em diversas situações clínicas associadas à insuficiência renal 4.01) Descrever a epidemiologia e etiologia das infecções urinárias e DSTs, enumerarando fatores de risco 4.02) Identificar os principais patógenos causadores das infecções urinárias e DSTs, e os métodos para sua identificação 4.03) Definir infecção urinária, segundo critérios clínicos e laboratoriais 4.04) Definir bacteriúria assintomática, infecção urinária recorrente, complicada e enumerar os critérios para indicação de investigação complementar e tratamento diferenciado 4.05) Definir prostatites e balanopostites, conhecer os agentes mais comuns responsáveis por essas infecções e seu tratamento 4.06) Descrever o contágio, tempo de incubação, manifestações clínicas iniciais e métodos diagnósticos e de tratamento das DSTs mais frequentes 4.07) Descrever as principais formas de tratamento das DSTs 4.08) Descrever as principais classes de antibiótico para tratamento das infecções do trato urinário e discutir as melhores indicações de cada uma 4.09) Discutir estratégias de prevenção para infecções urinárias e DST 4.10) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 5.01) Descrever a história, apresentação clínicas habituais, epidemiologia e etiologia da litíase urinária 5.02) Definir uma estratégia adequada de atendimento inicial e orientação de seguimento para um paciente com litíase urinária, com base em dados clínicos, laboratoriais e de imagem 5.03) Descrever os principais tratamentos paralitíase urinária com base na apresentação inicial do quadro clínico, tamanho, localização do cálculo e suas possíveis complicações 5.04) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 5.05) Diferenciar as patologias que cursam com dor lombar, descrevendo as diferenças no quadro clínico, exame físico e exames complementares entre elas 6.01) Definir hematúria, hematúria microscópica e macroscópica através de parâmetros clínicos e laboratoriais 6.02) Enumerar as principais causas de hematúria na infância e na idade adulta 6.03) Definir hematúria persistente, transitória, sintomática e assintomática, glomerular e pós-glomerular enumerando as possíveis causas 6.04) Interpretar dados clínicos, laboratoriais e achados de imagem definindo uma estratégia racional para a investigação de hematúria, em suas diferentes apresentações 6.05) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 7.01) Descrever a fisiologia normal do enchimento e esvaziamento vesicais, com conhecimento de pressões de referência, mecanismos responsáveis pelo controle e coordenação do enchimento e micção e estruturas responsáveis pelo controle neurológico voluntário e autonômico. 7.02) Analisar as alterações da fisiologia da micção nas diferentes situações clínicas: obstrução infravesical, incontinência urinária e disfunções miccionais neurogênicas. 7.03) Conceituar as disfunções miccionais através de parâmetros urodinâmicos: obstrução infravesical, incontinência urinária, hipocontratilidade detrusora e hiperatividade detrusora. 7.04) Analisar a fisiopatologia da obstrução infravesical e sua relação com mecanismos de deterioração da função de filtração glomerular secundários a esse processo fisiopatológico. 7.05) Enumerar as principais causas de obstrução infravesical masculinas e femininas definindo suas freqüências de acometimento 7.06) Enumerar os sintomas associados à obstrução infravesical masculina e feminina 7.07) Identificar um paciente com quadro clínico de retenção urinária aguda, enumerar suas principais causas e respectivas prevalência de acometimento na população 7.08) Enumerar as principais causas de retenção urinária aguda masculina e sua prevalência na população 7.09) Descrever os mecanismos da incontinência urinária masculina e feminina 7.10) Conceituar bexiga neurogênica, seus tipos de apresentação clínica e definir suas principais causas 7.11) Conhecer e interpretar os principais questionários de avaliação específicos para disfunções miccionais difundidos por entidades internacionais (como o Escore Internacional de Sintomas Prostáticos) 7.12) Interpretar os possíveis achados em exames laboratoriais e de imagem em diferentes situações associadas às disfunções miccionais e processos obstrutivos dos tratos urinários alto e baixo 7.13) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 8.01) Interpretar a avaliação sintomática, anatômica e funcional da obstrução infravesical masculina associada à hiperplasia prostática benigna. 8.02) Descrever a prevalência, a história natural e a frequência das principais complicações associadas à hiperplasia prostática benigna 8.03) Descrever as principais estratégias de tratamento medicamentoso e cirúrgico para a hiperplasia prostática benigna sintomática, suas indicações e seus efeitos adversos 8.04) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 9.01) Definir e descrever a incidência e prevalência das seguintes mal-formações: hidronefrose neonatal, estenose da junção uretero-piélica, mega ureter primário, refluxo vésigo-ureteral, válvula de uretra posterior, doenças renais císticas, alterações de número e localização renais 9.02) Descrever os achados da uretrocistografia em pacientes com refluxo, a classificação radiológica, indicando a idade ideal para sua realização na avaliação das hidronefroses 9.03) Identificar as alterações genéticas associadas às doenças renais císticas e seu possível impacto no aconselhamento dos familiares de pacientes acometidos 9.04) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 10.01) Indicar os princípios básicos para a abordagem de pacientes oncológicos: diagnóstico, estadiamento, tratamento e seguimento - aplicando esses princípios às neoplasias mais frequentes do trato urogenital: adenocarcinoma de próstata, neoplasias uroteliais, carcinomas renais e neoplasias testiculares 10.02) Conhecer a patologia das neoplasias mais frequentes de acometimento do trato urinário inferior e as respectivas classificações TNM 10.03) Conhecer a epidemiologia, apresentação inicial, história natural e fatores de risco das principais neoplasias de acometimento do trato urogenital 10.04) Descrever o racional para a realização do rastreamento do câncer de próstata com base no PSA, recomendações aos pacientes, indicações, complicações e parâmetros para a realização de acordo com orientações de entidades nacionais e internacionais 10.05) Descrever as indicações para realização de biópsias prostáticas e descrever o método de sua realização, recomendações de segurança, contraindicações e possíveis complicações 10.06) Descrever as principais modalidades de tratamento dos pacientes com adenocarcinoma de próstata - em casos localizados, localmente avançados e metastáticos 10.07) Descrever o papel da cistoscopia e citologia oncótica urinária no diagnóstico, estadiamento e seguimento dos pacientes com neoplasia urotelial 10.08) Conhecer as modalidades de tratamento cirúrgico das neoplasias uroteliais, suas indicações e complicações mais frequentes 10.09) Descrever os achados de exames de imagem das neoplasias renais, incluindo a classificação de Bosniak para lesões císticas 10.10) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 11.01) Conhecer, e saber identificar as principais urgências traumáticas e não traumáticas em urologia 11.02) Descrever os diagnósticos diferenciais das patologias consideradas urgências urolóticas 11.03) Descrever as formas de tratamento das principais urgências urológicas traumática e não traumática 11.04) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 12.01) Descrever a anatomia e fisiologia normais para a ocorrência da ereção, emissão e ejaculação 12.02) Descrever os sinais e sintomas da disfunção erétil, da deficiência androgênica do envelhecimento masculino e do hipogonadismo, e conhecer os exames subsidiários envolvidos na avaliação inicial dessas condições 12.03) Indicar a correlação entre disfunção erétil e sintomas do trato urinário inferior, cardiopatias e dislipdemias, diabetes mellitus, hipertensão arterial sistêmica 12.04) Descrever as principais formas de tratamento para a disfunção erétil, as principais indicações e os mecanismos de ação de cada uma 13.01) Enumerar as principais causas da infertilidade conjugal, de acordo com fatores masculinos e femininos 13.02) Identificar o impacto da criptorquidia e varicocele na infertilidade masculina 13.03) Descrever a correlação entre infertilidade conjugal e varicocele e definir os critérios para indicação de tratamento cirúrgico da varicocele 13.04) Interpretar os resultados do espermograma, reconhecendo as chances de reprodução e as formas indicadas de reprodução assistida, se necessário 14.01) Definir e descrever a incidência e prevalência das seguintes mal-formações: fimose,parafimose, hidrocele, varicocele, hipospádias, complexo epispádia e extrofia-vesical, criptorquidia, intersexualidade 14.02) Definir as estratégias de tratamento para fimose e parafimose, incluindo as indicações de cirurgias 14.03) Identificar o impacto da criptorquidia e varicocele na infertilidade masculina 14.04) Reconhecer, saber diferenciar das patologias e saber as orientações para os pacientes das seguintes condições fisiológicas dos órgãos genitais: fimose, aderência balano-prepucial, Glândulas de Tyson, Manchas de Fordyce 14.05) Reconhecer, saber o quadro clínico, o diagnóstico diferencial e indicar os tratamentos das seguintes condições que acometem os órgãos genitais masculinos: orquite/epididimite, cistos de cordão, hérnias inguinais e inquino-escrotais, hidrocele, varicocele, torção testicular, anorquidia, criptorquidia,atrofia testicular 15.01) Interpretar e indicar corretamente as diversas modalidades exames de imagem na avaliação diagnóstica e de seguimento de doenças do sistema genitourinário 15.02) Debater sinais e sintomas, exame físico, exames laboratoriais e exames de imagem das principais doenças do sistema genitourinário, indicando a melhor abordagem diagnóstica, de seguimento e tratamento 15.03) Identificar as características básicas para o diagnóstico anátomo-patológico das glomerulopatias e principais neoplasias do sistema genitourinário 15.04) Interpretar corretamente a gasometria arterial em diversas situações clínicas associadas à insuficiência renal 15.05) Aplicar corretamente as fórmulas para a estimativa de função renal de acordo com características individuais de cada paciente 15.06) Aplicar o questionário (IPSS) e interpretar seus resultados na avaliação de sintomas do trato urinário inferior 15.07) Indicar corretamente e realizar o procedimento de sondagem vesical na sequência e técnica adequadas, e com os materiais apropriados 15.08) Realizar e interpretar os achados do exame digital da próstata 15.09) Realizar e interpretar os achados de exame físico dos genitais externos e da bolsa escrotal no sexo masculino 16.01) Conhecer os diferentes modelos de receituários 16.02) conhecer as orientações básicas para prescrição médica 16.03) Preencher corretamente um receituário médico METODOLOGIA DE ENSINO Pedagogicamente, o Curso de Medicina da FACISB alicerça-se nos princípios e atividades relacionados à metodologia ativa. No Plano de Ensino há a especificação dos objetivos de aprendizagem, que têm relação com os objetivos gerais e conteúdos. Assim, a metodologia ativa baseada em módulos de aprendizagem se desenvolve em cinco (5) fases, de acordo com os momentos, abaixo relacionados, de estudo dos conteúdos conceituais/procedimentais/atitudinais (objetivos de aprendizagem): Fase 1: Levantamento dos conhecimentos prévios dos alunos, apresentação e discussão de objetivos, de forma a elaborar em colaboração com os docentes um “mapa conceitual” e compreender a aplicação dos conhecimentos na prática clínica. (discussão dialogada, brainstorm, team-based learning, seminários introdutórios, etc). Fase 2: Estudo dos conteúdos conceituais/procedimentais/atitudinais (objetivos de aprendizagem) por meio de leitura, análise, síntese e resolução de exercícios em roteiros, análise de lâminas histológicas e peças anatômicas, discussão de problemas em sala de aula (individual ou em grupo). Práticas laboratoriais e/ou assistenciais: Inserção dos alunos em cenários reais e/ou simulados para aquisição de competências clínicas associadas aos objetivos definidos para unidade curricular. O aluno também terá a oportunidade de refletir e discutir com seus pares e professores sobre as experiências clínicas vivenciadas. Fase 3: Aprofundamento, acompanhamento dos conteúdos conceituais/procedimentais/atitudinais (objetivos de aprendizagem) e identificação das insuficiências de aprendizagem por meio de discussões em grupo, questionários, discussão de casos clínicos e apresentação de seminários. (Seminários de Casos Clínicos: Por meio de casos clínicos, os alunos partilham e discutem de forma individual ou em grupos, os conteúdos associados aos objetivos de aprendizagem, num ambiente interativo moderado pelo(s) docente(s). Permite ainda a identificação das insuficiências de aprendizagem que podem ser sanadas por meio de consultorias). Fase 4: Consultoria nas salas de aula, laboratórios, entre outros, visando sanar dúvidas e oferecer esclarecimentos complementares quanto aos conteúdos conceituais/procedimentais/atitudinais (objetivos de aprendizagem). Fase 5: Avaliação da aprendizagem. Metodologia de Ensino (Estratégias de Ensino e Recursos Didáticos): Durante o período de realização do Plano de Ensino serão empregados métodos no sentido de mobilizar o aluno para operações de pensamento mais complexas contemplando metodologias e estratégias de ensino que incluem aula expositiva dialogada, estudo de textos, brainstorm, solução de problemas, ensino em pequenos grupos, ensino baseado em equipes (TBL), estudo de caso, palestras. AVALIAÇÃO DE APRENDIZAGEM Ao longo do processo educativo desta componente curricular, serão utilizadas estratégias formativas e/ou somativas de avaliação, que podem incluir os seguintes componentes: Avaliação de Atitude e Comportamento, Avaliação Prática e Avaliação de Conhecimentos. As avaliações de caráter estritamente formativo permitem fornecer feedback específico, relevante e em momento adequado, de maneira construtiva, catalisando a aprendizagem dos discentes e fornecendo indicações úteis para melhorar o processo de ensino-aprendizagem. Os aspectos gerais da avaliação estão descritos no Regulamento do Sistema de Avaliação de Aprendizagem da FACISB, conforme abaixo: a) O desempenho do aluno será avaliado numa escala de 0 (zero) a 10 (dez). b) O discente que obtiver nota final da componente curricular igual ou superior a 6,0 (seis-vírgula-zero) e frequência na componente curricular igual ou superior a 75% estará aprovado. c) O discente que obtiver nota final da componente curricular, inferior a 6,0 (seis-vírgula-zero) e igual ou superior a 3,0 (três-vírgula-zero), e frequência na componente curricular igual ou superior a 75%, terá direito a recuperação. d) A reprovação direta do discente, sem direito a recuperação, irá ocorrer quando o mesmo obtiver frequência na componente curricular inferior a 75% e/ou nota final da componente curricular inferior a 3,0 (três-vírgula-zero). e) O discente que obtiver média da componente curricular após recuperação inferior a 6,0 (seis-vírgula-zero) encontra-se reprovado, estando de dependência da respectiva componente curricular. As informações detalhadas referentes aos critérios de Avaliação específicos para cada componente curricular podem ser encontrados no Regulamento do Sistema de Avaliação da Aprendizagem da FACISB. BIBLIOGRAFIA BIBLIOGRAFIA BÁSICA 1) Netto Junior N. Urologia Prática. 5a ed. São Paulo: Pancast; 2012. 2) Goldman L, et al. Cecil, Tratado de Medicina Interna. Tradução de Ana Kemper, Edianez Chimello, Tiago Fontes Saboga Cardoso. 24a ed. Rio de Janeiro: Elsevier; 2014 3) Fauci A, et al. Harrison, Medicina Interna. Tradução de Giuseppe Taranto et al. 18a ed. Rio de Janeiro: McGraw-Hill; 2013. BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTARES 1) Srougi, Miguel; Cury, José. Urologia Básica: curso de graduação médica. Barueri: Manole; 2006. 2) Lemos, Gustavo Casert. Urologia: Diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro: Cultura Médica; 2008. 3) Guidelines resumidos da European Urological Association (EUA) 4) Guidelines da Escola Superior de Urologia 5) GOLAN, David E. Princípios de Farmacologia: A Base Fisiopatológica da Farmacologia. Armen H. TASHJIAN JR, Ehrin J. ARMSTRONG, April W. ARMSTRONG. 3ª. Rio de Janeiro, RJ: Guanabara Koogan, 2018. 6) Diretrizes da Sociedade Brasileira de Urologia 7) Diretrizes da Associação Médica Brasileira 1 UROLOGIA - TORTO UROLITÍASE _____________________________________________________________________________EPIDEMIOLOGIA A incidência de cálculos varia com a idade, sendo baixa na infância e nos idosos e picos da quarta à sexta década de vida. É relativamente rara antes dos 20 anos de idade. Fisiopatologia Fatores de risco Fatores genéticos familiares; HAS, DM e obesidade; infecções urinárias de repetição; baixa ingesta hídrica; distúrbios hormonais e alterações anatômicas do trato urinário etc. Formação do cálculo • Saturação: uma quantoidade excessiva de minerais deve estar presente na urina para que ocorra a formação de cálculo. Quando essa concentração passa o valor de saturação da urina, há a formação de cristais. • Nucleação: formação de núcleos a partir dos cristais. Quando atingem um tamanho crítico, começam a acumular mais cristais caso não sejam eliminados antes. • Agregação: Processo pelo qual cristais e cúcleos em solução juntam-se para formar uma partícula maior. • Retenção: se os cristais forem eliminados com o fluxo urinário, não haverá a formação do cálculo. Se esses cristais ficarem retidos nos túbulos renais ou no sistema coletor, haverá uma exposição constante a solução saturada, levando ao aumento desses núcleos e formar o cálculo. • Inibidores da litogênese: o citrato, magnésio e pirofosfato (20% da inibição). Algumas glicoproteínas, como a de Tamm-Horsfall, também atuam. Sua deficiência genética predispõe a formação de cálculos. Classificação dos cálculos 2 UROLOGIA - TORTO Fatores de risco Hipercalcinúria • Primária ou idiopática; • Excreção urinária de cálcio >4 mg/kg/dia. • 40% tem história familiar positiva; evidência de componentes genéticos. Hiperuricosúria • Excreção maior que 600 mg/dia; Hiperoxalúria • Excreção de oxalato > 40 mg/dia; • Causa dietética: excesso de consumo de oxalato e baixa ingestão de cálcio são fatores de risco. • Entérica: ressecção intestina, snd desabsortivas ou doença de Crohn; levam a hiperabsorção do oxalato livre (não conjugado ao cálcio). • Primária: hiperoxalúrias hereditárias tipo I ou II. Hipocitratúria • < 320 mg/dia. • Citrato é inibidor da litogênese. • Hipocitratúria essencial ou idiopática está presente em 10 a 40% dos portadores de nefrolitíase. Cistinúria • Doença hereditária, atossômica recessiva, caracterizada por aumento na absorção de aminoácidos dibásicos nas microvilosidades. Baixo volume urinário Desidratação, baixa ingestão líquida e exposição ocupacional a altas temperaturas. Hiperparatireoidismo primário • Nefrolitíase presente em 20% dos pacientes. Cálculo coraliforme São cálculos em que a calcificação corre preenchendo todo o espaço das vias renais superiores, tomando uma forma semelhante a um coral. Além disso, possui inúmeros orifícios que permitem a passagem da urina (por isso geralmente não causam obstrução e dor). A principal etiologia é a infecção de repetição por bactérias, sobretudo a Proteus mirabilis. 3 UROLOGIA - TORTO Manifestações clínicas • Cálculos remanescentes no rim ou no coletor renal são frequentemente assintomáticos, a menos que causem obstrução ou infecção. • A dor intensa está associada com cálculos que migraram para o ureter e causaram obstrução aguda. • A dor é em cólica, muito intensa e tipicamente excruciante, ocorre ciclicamente de forma intermitente. Pode causar náuseas e vômitos, A localização varia de acordo com o trajeto da pedra, podendo ser em hipocrôndio, fossa ilíaca, região supra púbica e até nas genitais. • Urgência urinária, tenesmo e polaciúria são sintomas de cálculo em ureter distal. • Pode apresentar hematúria macroscópica. • A ITU e pielonefrite complicada são evoluções comuns nesses pacientes e exigem uma abordagem mais rígida, podendo ser indicada a internação e drenagem de abscessos. Diagnóstico Imagem • Ultrassom: rápido e barato, pode identificar cálculos nos rins, pelve renal e bexiga, além de mostrar sinais que podem acusar a presença de cálculo no ureter, como a hidronefrose (dilatação do trato). • TC sem contraste: é o padrão ouro para diagnóstico de urolitíase. OBS: para grávidas, o padrão ouro é o US Laboratório • Emergência (dor aguda): sedimento urinário, creatinina, ácido úrico, sódio, cálcio, potássio, PCR e provas de coagulação. • Sem emergência: sedimento urinário, creatinina, cálcio e ácido úrico. 4 UROLOGIA - TORTO Tratamento clínico Cálculos renais • Não há um consenso de quando fazer tratamento invasivo. • Recomendado segmento semestral; • Orientações: elevação da ingesta de líquidos, dieta balanceada em cálcio, pobre em sódio, com certa restrição proteica e rica em frutas ácidas, fibras e vegetais, além de prática de atividade física. Cálculos ureterais • Na crise emergencial, o alívio da dor é prioridade: analgesia (se opioide for usado, não ser morfina por causa do risco de vício) e AINES. • Após o controle da dor, considerar a estimulação da eliminação pela administração de alfabloqueadores. Geralmente usado para cálculos ureterais com < 10 mm em qualquer segmento do trato. • Além do alfabloqueador (se indicado), o paciente tem alta com analgésicos e AINEs. • Se há infecção como complicação, o paciente deve ser internado com antibioticoterapia EV + desobstrução e drenagem de abscessos com cateter duplo J. Tratamentos cirúrgicos Litotripsia extracorpórea por ondas de choque (LECO) Feita com ondas de ultrassom. Está classicamente indicada para cálculos renais de até 2 cm. Nefrolitotripsia percutânea Indicado em: cálculos renais > 2cm; cálculos duros como os de cistina; cálculos no polo inferior maior que 1 cm; cálculos coraliformes; falhas de tratamento ou contraindicações para LECO; variações anatômicas. Uretrolitotripsia Por via endoscópica pela uretra, vai até o local da obstrução pela pedra e, com um laser, despedaça o cálculo e o puxa para fora. É minimamente invasiva, tem boa recuperação. Nefrectomia Faz-se uma perfuração por acesso percutâneo do rim. Um aparelho é introduzido e a pedra é despedaçada e retirada. Principal complicação são as hemorragias. 5 UROLOGIA - TORTO 1 UROLOGIA - TORTO Hiperplasia prostática benigna _____________________________________________________________________________ Definição e epidemiologia Doença em que há um aumento significativo da próstata (cujo tamanho saudável é de 20- 25g), gerando sintomas miccionais. É uma afecção comum do envelhecimento masculino, prevalente na faixa etária entre 40 e 60 anos. Etiologia É multifatorial e não ainda muito bem compreendida. Envelhecimento É o principal fator de risco para a HPB. É avaliado uma remodelação prostática significativa, sobretudo na zona de transição da próstata. Provavelmente está relacionado ao desequilíbrio entre a apoptose e a proliferação celular. Alteração hormonal A di-hidrotestosterona (DHT) possui ação proliferativa sobre as células prostáticas. Seus valores elevados estão intimamente relacionados a HPB, sendo a inibição da 5- alfa-redutase (conversora de testosterona em DHT) um dos principais alvos terapêuticos. Síndrome metabólica DM não insulino dependente, HAS, obesidade e dislipidemia são fatores de risco. Outros • Inflamação; • Genética Fisiopatologia A próstata possui 3 zonas: periférica, central e de transição. A principal região acometida na HPB é a zona de transição, em que há uma proliferação de estroma fibromuscular. Isso gera os sintomas, que são decorrentes de: • Componente mecânico: diminuição do calibre da uretra; • Componente dinâmica: atividade alfa-adrenegica elevada; • Componente vesical:alterações da musculatura detrusora secundário ao esforço exigido para vencer a obstrução (evolução para falência detrusora é comum em doenças avançadas). 2 UROLOGIA - TORTO Quadro clínico • Sintomas irritativos: frequência miccional elevada (< 2 horas de intervalo); urgência miccional e nictúria • Sintomas obstrutivos: jato urinário fraco/fino; esforço ou demora para iniciar a micção; hesitância (intervalo aumentado entre início do desejp miccional e ocorrência efetiva do fluxo urinário); jato intermitente e esvaziamento incompleto; polaciúria (urinar várias vezes, mas com volume urinário reduzido). Diagnóstico • Questionário I-PSS sobre os sintomas e qualidade de vida do paciente. Permite avaliar a gravidade. • Toque retal: avaliação do tamanho, consistência da próstata e existência de nódulos ou mesmo de tecido muito alterado que podem ser sugestivos de neoplasia. • Urina 1: descartar infecções e hematúria. • Antígeno específico prostático (PSA): é obrigatório na avaliação inicial, sendo importante para suspeita de câncer de próstata. Em geral, valores < 2,5 ng/ml em > 65 anos é normal. • US: casos duvidosos iniciais ou evolução pouco usual de tratamento. Diagnósticos diferenciais Tratamento Objetivos • Aliviar as manifestações clínicas do paciente. • Corrigir complicações relacionadas ao crescimento prostático. Tratamento clínico Em pacientes assintomáticos, a conduta é orientação e monitorização ambulatorial. É a situação mais frequentes. Em grupos de pacientes sintomáticos, a intervenção farmacológica inclui. • Alfabloqueadores: indicado para pacientes de próstata pequena e que necessitam de alivio de 3 UROLOGIA - TORTO sintomas. Tem ação rápida, mas não altera o curso da doença. Podem causar hipotensão ortostática. • Inibidores da 5-alfaredutase: atuam reduzindo o volume prostático em 20% e os níveis de PSA em 50%. Demora em torno de 6 meses para uma ação efetiva e, por isso, geralmente é utilizado em combinação com alfabloqueadores, já que esses causam alívio sintomático em curto prazo. Os efeitos adversos principais são: disfunção sexual, diminuição de libido e alterações ejaculatórias. Tratamento cirúrgico • Ressecção transuretral da próstata: é a cirurgia mais frequentemente empregada para tratamento. Utilizadas em órgãos com < 60g. • Incisão transuretral da próstata: menos invasivo; limitado para pacientes jovens e com próstata < 30g. • Prostatectomia aberta: reservada para próstatas> 80g. Complicações • Retenção urinária; • Litíase vesical; • Infecção urinária de repetição; • Insuficiência renal e hematúria. 1 UROLOGIA - TORTO Distúrbios miccionais _____________________________________________________________________________ Incontinência urinária aos esforços Definição Perda involuntária de urina ocasionada por situações que resultem no aumento da pressão intravesical, como tosse, espirro, levantamento de peso, mudança brusca de posição, esforço físico etc., sem que antes haja desejo miccional. É a forma mais frequente de IU nas mulheres. Etiologia Ela é causada pela redução da pressão uretral, que se torna incapaz de impedir a saída de urina durante a realização de atividades que aumentem a pressão intravesical. Isso é decorrente de lesões de esfíncter, lesões no assoalho pélvico e distopias vesicais secundárias a algumas situações, como: • Envelhecimento; • Fatores genéticos; • DPOC; • Obesidade; • Esportes de alto impacto; • Mulher multípara (múltiplos partos); • Menopausa; • Cirurgia pélvica etc. Tratamento • Em casos mais leves, é possível optar pela fisioterapia de fortalecimento da musculatura pélvica. Se necessário, pode-se associar a duloxetina. • Em casos mais graves, a melhor opções é a cirurgia. Nas mulheres, opta-se pelo Sling (na imagem abaixo). Nos homens, as opções são esfíncter artificial, uripen ou clampe peniano. Incontinência urinária de urgência definição Necessidade súbita, intensa e imperiosa de urinar. A paciente perde urina 2 UROLOGIA - TORTO involuntariamente, pois não tem tempo suficiente para chegar ao banheiro. Etiologia Decorre de distúrbios neurológicos (como a neuropatia diabética), sensitivos ou hiperatividade do músculo detrusor. Tratamento • A primeira linha de tratamento é o medicamentoso por meio do uso de anticolinérgicos (oxibutina/tolterodina). • Outras medidas são a fisioterapia por eletroneuroestimulação e, em casos refratários, a aplicação de toxina botulínica. Incontinência urinária paroxística/por transbordamento definição Distúrbio da micção secundária a uma retenção urinária crônica. Ou seja, a plenitude vesical acaba por resultar em 2 situações: ou um refluxo para o ureter ou um transbordamento pela uretra. Fístula urinária Surgimento de uma comunicação entre a bexiga e/ou a uretra com estruturas próximas, como o útero, a vagina ou o reto. Surge após traumas, câncer de colo de útero, pós-radioterapia etc. Obstrução de uretra Condição em que há uma dificuldade em urinar. São duas as principais situações associadas e de maior incidência: • Estenose de uretra: secundária a traumas uretrais, sequela de gonorréia, radioterapia, tumores etc. • Obstrução por: hiperplasia prostática benigna, não relaxamento do esfíncter urinário e tumores pélvicos. Sintomas vesicais • Sintomas obstrutivos: jato fino, esforço para urinar (voluntário), com consequente enfraquecimento da musculatura detrusora e sensação de ainda estar com a bexiga cheia após urinar. • Sintomas irritativos: polaciúria (ocorre durante o dia, vontade de urinar o tempo todo, mas com volume baixo), nictúria e urgência miccional. 3 UROLOGIA - TORTO Bexiga neurogênica Definição e tipos A bexiga urogênica corresponde à disfunção vesical e esfincteriana decorrente de uma afecção do sistema nervoso que supre, direta ou indiretamente, o trato urinário inferior. Sua classificação pode ser dividida em hiperatividade ou hipoatividade: Tratamento • Tratamento medicamentoso: anticolinérgicos (antagonistas muscarínicos – M3). Os principais efeitos colaterais dessa terapia são: - redução na secreção salivar (boca seca); - bloqueio da movimentação da musculatura ciliar, gerando visão turva; - tonturas; - constipação intestinal. enurese definição e classificação Perda urinária que ocorre durante o sono em crianças com mais de 5 anos de idade. Ela pode ser monossintomática e não monossintomática. Na primeira, podemos ainda classificar em: • Primária: paciente nunca teve períodos secos após retirar as fraldas. Geralmente tem etiologia genética. • Secundária: quando a criança apresentou um período seco de no mínimo 6 meses. Geralmente tem etiologia psicogênica (maus tratos, medo e ansiedade). Tratamento • Nunca tratar pacientes com menos de 5 anos de idade; 4 UROLOGIA - TORTO • Orientar sobre a natureza involuntária do problema; • Tratamentos de primeira linha: - alarme (aparelho que apita quando há umidade); - desmopressina quando há polinictúria. • Se familiares forem avessos ao tratamento proposto: manter conduta expectante; fazer um diário miccional para avaliar se há sintomas diurnos e notar a frequência de enurese. Retenção urinária aguda Definição Incapacidade súbita de esvaziamento voluntário e satisfatório da bexiga. Quadro clínico • Dor na região do hipogástrio associada a desejo miccional importante. • Volume vesical palpável na região hipogástrio (globo vesical). Trata-se de um bexigoma secundária a retenção de urina na bexiga, causandouma grande distensão do órgão. Etiologias • Homens > 50 anos a HPB é a principal causa. • ITU e prostatites; • Abuso de álcool; • Constipação; • Viagens prolongadas; • Uso de medicamentos simpatomiméticos e drogas parassimpatolíticas. • Obstrução por neoplasias ou coágulos secundários a estas. • Causas iatrogênicas (pós cirurgia e anestesia, já que estas causam inibição reflexa da contratilidade detrusora). • Estenose uretral; • Parafimose; • Cálculos urinários; • Retenções idiopáticas (geralmente mulheres jovens). Tratamento Envolve a passagem de sondas vesicais e tratamento da causa base. 5 UROLOGIA - TORTO Sondagem vesical Tipo de sondas vesicais • De alívio; • De demora; - 2 vias; - 3 vias. • Tamanhos diferentes entre elas, Sonda vesical de alívio É feita de plástico, um material mais duro e não possui balancete. É indica para aliviar sintomas de retenção miccional aguda e que a causa é de origem transitória. • Uma indicação da sonda de alívio é em situações de estenose de uretra. A “rigidez” dessa sonda é mais propícia para perfurar a uretra fibrosada. A conduta é ir aumentando a espessura para abrir ainda mais o canal. Uma consequência comum é a recidiva constante da estenose. Sonda de demora Feita de borracha ou silicone. Possui um dispositivo para insuflar o balonete e outro para conectar o sistema de coleta. Está indicada em situações em que você deve manter a sonda por mais tempo no paciente. A sonda de três vias é utilizada para fazer irrigação vesical em casos de hematúria com coágulos, a fim de limpar a bexiga e evitar acúmulo desses coágulos que podem causar obstrução. • Hiperplasia prostática benigna: pela hiperplasia e protusão do lobo médio da próstata, é comum uma RUA nesses pacientes. A conduta é passar uma sonda de demora mais grossa. NÃO PASSAR MAIS FINA QUANDO TIVER DIFICULDADE DE PASSAR, DEVE-SE AUMENTAR O CALIBRE. 6 UROLOGIA - TORTO 1 UROLOGIA - TORTO Disfunção sexual masculina _____________________________________________________________________________ Disfunção erétil Definição Incapacidade persistente do homem obter ou manter a rigidez peniana o suficiente para o ato sexual satisfatório, o que leva à dificuldade para a penetração. Epidemiologia Pode ocorrer em qualquer idade, mas é mais comum na população idosa, especialmente após 40 anos. Acima de 70 anos há 12,3% de disfunção severa. Etiologia • Fatores associados com risco cardiovascular elevado: sedentarismo, obesidade, tabagismo, hipercolesterolemia e síndrome metabólica. A disfunção erétil pode ser um sintoma de doença cardiovascular, • Drogas: anti-hipertensivos, antidepressivos, antipsicóticos, diuréticos, dutasterida e finasterida (inibidores da 5 alfa redutase para tratamento de HPB), estrógenos, cimetidina, propanolos, cocaína, maconha, álcool, fumo, heroína e metadona. • Doenças neurológicas: Neuropatia diabética, alcóolica, polineuropatia, TCE, Parkinson, AVC, esclerose múltipla, Guillain-Barré, infecções (citomegalovírus). • Metabólicas: hipogonadismo hipogonadotrófico, hiperprolactinemia e diabetes. • Sistêmicas: AIDS, insuficiência renal e hepática, câncer, colagenoses etc. • Iatrogênicas: cirurgias pélvicas e retroperitoneais → prostatectomia radical, amputação de reto etc. • Fatores psicológicos: medo, ansiedade, autocobrança de desempenho etc. Tratamento clínico • Tratamento da causa base: sicoterapia; tratamento cardiovascular; reposição hormonal etc. • Inibidores da 5-fosfodiesterase (I5FD): eles inibem a enzima de conversão do GMPc, fazendo com que fique mais tempo atuando. É importante lembrar que essa medicação NÃO tem efeito se não houver um estimulo sexual. 2 UROLOGIA - TORTO Exemplos são a sildenafila, vardenafila, tadalafila etc. OBS: é contraindicada se o paciente apresenta hipotensão ou se faz uso regular de NITRATO. • Drogas injetáveis: segunda linha de tratamento, é um preparo de prostaglandina E liofilizada. Tratamento cirúrgico Indicado para pacientes que não respondem ao tratamento clínico ou os efeitos colaterais foram de intensidade a não permitir a continuidade. Existem duas opções de próteses: • Semirrigidas: mais baratas, mas fica ereto o tempo todo; • Infláveis. Ejaculação rápida definição Ocorre sempre ou quase sempre antes de um minuto após penetração vaginal e incapacidade de retardar a ejaculação. Ela pode ser primária (quando o indivíduo nunca consegue controla-la) ou secundária (tendo controlado, ela ocorre de forma rápida). Geralmente está associada a DE. Tratamento • Terapia psicossexual: reeducação sexual; reduzir focos de ansiedade; treinamento do controle ejaculatório (stop-start); terapia de casal por 4 a 6 meses. • Medicamentos: antidepressivos IRS (fluoxetina, sertralina, paroxetina, citalopram), antidepressivos tricíclicos (amitriptilina); ansiolíticos (alprazolam e lorazepam. • Anestésicos tópicos, como lidocaína Ejaculação retrógrada Definição Ejaculação para a bexiga, ou seja, o colo vesical permanece aberto durante a emissão de sêmen. Possui causas anatômicas, neurológicas e farmacológicas. 1 UROLOGIA - TORTO Alterações genitais _____________________________________________________________________________ Criptorquidia Definição Significa literalmente “testículo oculto”, escroto vazio ou testículo não descido. É uma anormalidade na qual o testículo não atinge o escroto no período pós-natal. Fisiopatologia Normalmente, ao final da gestação, os testículos partem do abdome para o sacro escrotal guiados pelo gubernáculo pelo funículo espermático. Por disfunções genéticas, hormonais ou anatômicas no neonato, pode ser que um dos testículos não cumpra seu trajeto de costume. Classificação • Abdominal: acima do anel inguinal interno; • Inguinal: entro os anéis inguinais interno e externo. • Ectópico: fora do trajeto natural de descida; • Retrátil: movimentação livre do testículo descido na linha de descida. Complicações comuns • Malignização do testículo: se não tratados adequadamente, pacientes com criptorquidia tem 5 a 10x mais chance de desenvolver câncer testicular (seminoma e carcinoma de células embrionárias), sobretudo após a puberdade. • Torção testicular; • Hérnias; • Infertilidade. Diagnóstico • Exame físico cuidadoso, sobretudo a palpação, a fim de ter a localização, determinar o tamanho e a consistência da gônada criptorquídica. Alguns, porém, não são identificáveis, principalmente os abdominais. • Exames de imagem: US, TC, RN e venografia espermática. • Avaliação hormonal. • Laparoscopia é o método mais preciso e confiável para localizar um testículo não descido. 2 UROLOGIA - TORTO Tratamento • Objetivos: diminuir risco de infertilidade e malignização; prevenir torção; corrigir cirurgicamente hérnias associadas; amenizar o efeito psicológico; • Terapia hormonal: reposição de HCG e LH a fim de restaurar o ambiente hormonal adequado, aumentando a chance de assegurar fertilidade. • Tratamento cirúrgico: a orquidopexia clássica é o procedimento de escolha; por ele há a identificação do testículo, mobilização do testículo e do cordão espermático, isolamento e ligadura alta do conduto peritoneovaginal e reposicionamento e fixação testicular no escroto. Hidrocele Definição Uma coleção líquida entre a túnica vaginal e o testículo ou ao longo do cordão espermático. Muito comum em recém- nascidos, sendo que geralmente regridem espontaneamente até o 1 ano de vida. Depois de dois anos de idade, é necessária acirurgia. Diagnóstico • Exame físico: escroto edemaciado, de consistência um pouco flácida e incômoda. • Transiluminação da bolsa é fundamental como método auxiliar, porque evidencia a passagem de luz sem nenhum obstáculo, Tratamento • Recém-nascidos: conservador, excetuando-se hidroceles de crescimento acentuado e rápido ou com hérnias inguinais. • A intervenção cirúrgica baseia-se na drenagem do líquido e remoção das túnicas para evitar recidivas. 3 UROLOGIA - TORTO Torção testicular Definição Deve ser a primeira hipótese diagnóstica suspeitada em um caso de dor testicular intensa e aguda – quadro escroto agudo. Ocorre devido à rotação anormal do testículo sobre seu próprio eixo, causando prejuízo na irrigação sanguínea; possui pico no período perinatal e ao redor da puberdade. Quadro clínico Hemiescroto com dor local extrema, com volume aumentada, edema, temperatura elevada consistência aumentada e elevado em relação à sua posição natural. Pode estar acompanhada de náuseas e vômitos. Diagnóstico • Geralmente clínico e imediato após história e exame físico; • US com Doppler pode evidenciar diminuição do fluxo sanguíneo. • Se tem dúvidas e o exame demorar, deve-se partir para cirurgia. Tratamento O tratamento deve ser cirúrgico e imediato. Torções corrigidas num período máximo de 6 horas garantem boa viabilidade. Mais do que esse tempo há prejuízo às funções germinativas e hormonais. Se o testículo já estiver necrosado e sem sinais de reperfusão, ele deve ser retirado . Orquites e epididimites Definição Processo inflamatório agudo que afeta testículos e/ou epidídimo. Viral A orquite viral mais comum é a relacionada ao vírus da parotidite epidêmica (caxumba). Há forte dor testicular e aumento de volume. O tratamento deve ser analgesia e repouso até resolução espontânea. Bacteriana São geralmente associadas com infecções do trato urinário, sendo os agentes, portanto, bactérias entéricas. O tratamento consiste na administração de antibióticos específicos, elevação do testículo, antiinflamatórios e calor local. 4 UROLOGIA - TORTO Varicocele Definição Dilatação e tortuosidades das veias do plexo pampiniforme secundárias a estase do fluxo sanguíneo e refluxo de sangue para as veias gonadais transmitindo-se para os testículos por pssível incompetência valvar e diferença de pressão. É mais comum em adolescentes, sendo raro antes da puberdade e predomina do lado esquerdo. Quadro clínico Geralmente assintomático, podendo haver algum incômodo após esforço físico ou abstinência sexual. No exame físico, são palpadas varicosidades, sendo o achado mais típico, Tratamento O tratamento cirúrgico deve ser indicado aos casos de dor persistente, redução nas dimensões do testículo, deformidade escrotal importante e alteração na qualidade do sêmen. Complicações A principal complicação é a infertilidade, ocorrendo devido, provavelmente, ao aumento de temperatura local e hipóxia secundários a estase sanguínea venosa. Câncer de testículo Epidemiologia • Neoplasia mais comum em homens jovens (15 a 35 anos de idade); • A idade média de diagnóstico é de 34 anos, sendo que 75% dos casos ocorrem dos 20 aos 40 anos. • Em crianças e adolescentes é raro, principalmente antes dos 13 anos. Fatores de risco • Principais: criptorquiadia, tumor testicular controlalateral prévio, história familiar (1º grau) e infertilidade. • Outros: microlitíase testicular, vasectomia, trauma escrotal e/ou testicular, hérnia inguinal e tabagismo são apontados como de risco. Quadro clínico Achado de massa palpável, endurecida, com tecido edemaciado e pouco doloroso. Essa massa aumenta relativamente de forma rápida (em meses). 5 UROLOGIA - TORTO Diagnóstico • US de bolsa escrotal; • Marcadores tumorais inespecíficos – beta HCG, alfa-fetoproteína e DHL. Estadiamento • Dados anatomopatológicos da orquiectomia, estudos de imagem (TC) em busca de metástases e marcadores tumorais séricos. • Sistema TNMS. Tratamento • Orquiectomia radical com tratamento adjuvante. • Prevenção por meio do auto exame testicular corriqueiramente. Hipospádia Definição Doença congênita do pênis em que há desenvolvimento incompleto da uretra anterior, do corpo cavernoso e do prepúcio. Associa-se frequentemente à curvatura peniana e pode resultar em infertilidade. OBS: a epispádia é a mal formação da uretra posterior. É menos frequente que a hipospádia. Classificação Tratamento A correção é feita de forma cirúrgica, com reparo inicial bem sucedido na maioria dos 6 UROLOGIA - TORTO pacientes, sobretudo naqueles com abordagem precoce. OS objetivos são a reconstrução peniana, com reposicionamento do meato, de forma que o fluxo urinário seja dirigido para frente, o intercurso sexual seja normal e ocorra ejaculação apropriada do sêmen. Fimose Definição Incapacidade de tracionar o prepúcio a fim de expor a glande. 50% dos recém nascidos retraem o prepúcio até o final do primeiro ano de vida e 89% até os 3 anos. Tratamento • Tratamento clínico com esteroides tópicos mostram eficiência em 60% dos casos. • A postectomia é recomendada para casos persistentes após 3 anos de vida, ou com balanopostites e/ou ITU de repetição em qualquer idade. Parafimose Incapacidade de recobrir a glande do prepúcio devido a fibrose da fimose. Causa intensa dor pelo edema formado. A maioria das vezes necessitam de tratamento para reestabelecer a glande. Doença de peyronie Definição Formação de uma placa fibrosa que envolve o tecido cavernosos levando a uma deformidade peniana, com supercurvamento. Atinge homens na faixa etária de 40 a 60 anos e tem etiologia que envolve fatores genéticos e ambientais (como microtraumas). 7 UROLOGIA - TORTO Clínica e tratamento O paciente em geral reclama de pênis com uma grande curvatura quando está ereto. Isso provoca dor, dificuldade de penetração e certo grau de disfunção sexual. A cirurgia é o método de escolha para a correção. Câncer de pênis epidemiologia O tipo histológico predominante é o carcinoma epidermoide de pênis (CEP). No Brasil, representa 16% dos tumores malignos em homens adultos. Sua prevalência é na sexta década de vida, sendo pouco encontrado em jovens. Fatores de risco • Indivíduos não circuncidados e/ou com fimose; • Má higiene (acúmulo de esmegma) e desnutrição; • Papilomavírus humano 16 e 18 (HPV). • Baixo nível sócio econômico. Quadro clínico e diagnóstico Lesão exofítica, superficial ou ulcerada, que pode se tornar invasiva. Ocorre mais comumente na glande (50%) e no prepúcio, mas pode acometer haste peniana e escroto. Tem progressão lenta e pacientes não tratados, em geral, morrem de complicações (infecção inguinal, necrose e erosão dos vasos femorais). O diagnóstico é clínico e envolve diferenciar a lesão de outras doenças que tem curso benigno. Estadiamento • Exame físico criterioso; • TC, US ou RS para avaliação de metástases linfonodais e a distância; • Sistema TNM. • Classificação: 8 UROLOGIA - TORTO Tratamento Cirurgia que envolve a exérese completa da lesão com margens de segurança. Quanto maior a lesão, maior a chance de ter que remover todo o órgão. Prognóstico • Melhor parâmetro de prognóstico é o comprometimento linfonodal regional. • Casos diagnosticados precocemente tem bom prognóstico; • Alguns indivíduos conseguem manter a vida sexual. • Sangramento e infecção é a principal causa de morte. Prevenção • Boa higiene genital; • Circuncisão;• Tratamento da fimose; • Prevenção contra IST (HPV). 9 UROLOGIA - TORTO 10 UROLOGIA - TORTO 1 UROLOGIA - TORTO hematúria _____________________________________________________________________________ Definição É a presença de sangue na urina. É considerada hematúria quando há 5 ou mais hemácias por campo ou mais de 10.000 eritrócitos por mL de urina. classificação local de origem Hematúrias de origem glomerular surgem do próprio rim e vêm acompanhadas de: • Anisocitose das hemácias no dismorfismo eritrocitário; • Proteinúria; • Cilindros celulares e hemáticos. • Alteração da função renal. Hematúrias não glomerulares possuem hemácias íntegras, sendo normalmente gradas por lesão urotelial ou vascular das vias urinárias excretoras. Quando referidas de vias renais inferiores, sobretudo quando há coágulos acompanhando a urina, a principal suspeita é de câncer de bexiga. Conforme a ocorrência • Sangue no início do jato: origem uretral; • Sangue no fim do jato: próstata, colo ou trígono vesical; • Durante todo o jato: sangramento de bexiga ou trato urinário alto. Conforme a etiologia 2 UROLOGIA - TORTO Hematúria microscópica Não são visíveis a olho nu, sendo que são acusadas quando há > 3-5 hemácias por campo na urina de rotina. A conduta de rotina na avaliação desse tipo de achado é: 1. Descartar alterações benignas (menstruação, cálculos, lesão por exercício físico intenso etc). Caso seja isso, avaliar o exame de urina após tratamento correspondente ao quadro ou em outra ocasião. 2. Caso este quadro seja negativo, avaliar proteinúria, função renal e dismorfismo eritrocitário → descartar causas glomerulares. 3. Avaliar presença de coágulos ou outros sintomas indicativos de lesão maligna. Prosseguir com TC e cistoscopia. Hematúria macroscópica Trata-se, na grande maioria das situações, de afecções de cunho urológico e não renal, sendo que em 25% desses casos o diagnóstico é de neoplasia. Hematúria macroscópica na ausência de trauma antecedente ou ITU documentada por cultura, deve-se avaliar exame citológico de urina, cistoscopia e emagem do trato superior. Quadro clínico Os quadros de hematúria de origem inflamatória, como na litíase ou ITU, são mais exuberantes, podendo apresentar dor e febre. Outra queixa comum é a retenção urinária. Em casos seletos de doença muito avançado, podem estar presentes anemia e até instabilidade hemodinâmica. Avaliação laboratorial • Se a inspeção direta da urina não demonstrar sangramento, ele pode ser acusado pelo exame de urina rotina. • Um ponto importante é avaliar se há hemipigmento (+) que acompanha a hematúria. Um hemipigmento isolado (sem hematúria) pode indicar outros pigmentos, como mioglobulina da rabdomiólise. • Outros exames importantes são: função renal, hemograma, coagulograma e cultura de urina. Exames de imagem TC com contraste É o exame de maior acurácia para avaliação de pacientes com hematúria importante, principalmente porque consegue avaliar como um todo o trato urinário. 3 UROLOGIA - TORTO Além disso, possui grande acurácia para a detecção de neoplasias vesicais. RNM e ultrassom Possui baixa especificidade e sensibilidade quando comparadas a TC, mas são vias alternativas para pacientes que não podem ter contato com radiação e/ou contraste. O US também de mais fácil acesso. Cistoscopia É mandatória em casos de hematúria importante, sobretudo aquelas com coágulos ou em pacientes com fatores de risco (homem, > 35 anos, história de tabagismo atual ou passada, história de doença urológica ou de sintomas irritativos urinários etc.). Além disso, tem alta sensibilidade para identificar tumores vesicais papilares, porém baixa sensibilidade para carcinoma in situ. 4 UROLOGIA - TORTO 5 UROLOGIA - TORTO 1 UROLOGIA - TORTO NEOPLASIAS _____________________________________________________________________________ CÂNCER DE PRÓSTATA Epidemiologia Tumor sólido não cutâneo mais frequente em homens com mais de 50 anos de idade. História natural da doença • Em pessoas mortas assintomáticas com 50 anos, 10% tem câncer de próstata. Em maiores de 70 anos, essa estatística sobe para 40%; • O tempo de crescimento é lento, duplicando de tamanho a cada 2-4 anos. • Metástases: são tardias (média após 12 anos de doença), sendo a mais comum a metástase óssea (com sobrevida de 20 a 30 m). • Desses 40% com CA de próstata com 70 anos, apenas 15% terão manifestações clínicas e 3% morrerá pela doença. Fatores de risco • Idade – quanto mais velho maior o risco; • Etnia – mais comum em brancos caucasianos; pouco comuns em orientais e muito comum e com prognóstico ruim em negros. • História familiar. Quadro clínico Fases inicias Em sua grande maioria, os tumores aparecem na zona periférica da próstata, o que justifica a baixa incidência de sintomas em fases iniciais. Em casos de câncer inicial e presença de sintomas de dificuldade miccional (LUTS), estes geralmente são decorrentes de HPB, afecção muito presente com o CA de próstata. Fases tardias Os sintomas passam a ser decorrentes do tumor quando ele atinge proporções maiores e/ou há metástase associada. As principais manifestações são: • Emagrecimento e mal estar; • Dificuldade miccional por compressão da uretra; • Insuficiência renal por lesão pós- renal (compressão dos ureteres); 2 UROLOGIA - TORTO • Dificuldade para evacuar (obstrução do reto); • Sintomas de metástase óssea – dor óssea, parestesia (por compressão medular) etc. • Massa abdominal. Prevenção Prevenção primária É controversa. • Dieta: pouca gordura animal, muita fibra e chá verde. • Selênio (castanha do Pará), vitaminas A e D, licopeno (tomate e vinho). • Inibidores da alfa-5-redutase (finasterida 5 mg/dia): apesar de ter reduzido a incidência geral de tumores, houve um aumento relativo de tumores de alto grau. Isso acontece porque a supressão sintomática desse remédio acaba por mascarar a progressão de uma doença instalada. Prevenção secundária Baseia-se na técnica de rastreamento de tumores na população. A Sociedade Brasileira de Urologia recomenda o rastreamento em homens com > 45 anos ou 40 anos se tiver história familiar positiva. Psa – antígeno prostático específico É uma enzima que evita que ocorra a coagulação do esperma. Dessa forma, é uma substância específica da próstata, mas não específica do CA de próstata, podendo estar alterado em qualquer afecção no órgão. Outra questão é que ele aumenta com a idade seguindo o aumento da própria próstata. • Relação PSA livre e PSA Total (PSA livre/total): - < 10% (PSA total aumentado) → câncer de próstata; - > 25% (PSA livre aumentado) → inflamação. Condições que cursam com PSA elevado e não são neoplasia: tamanho aumentado, ITU, prostatites, manipulação durante exames, relação sexual (?) e retenção urinária. Condições que nebulam o diagnóstico: uso de finasterida por > 4 meses (deve-se dobrar o valor do valor). Toque retal Apesar do PSA ser mais sensível, ele pode vir negativo ou baixo em tumores muito avançados, em que a produção de PSA está baixa. Por isso, o toque retal sempre deve ser feito para o rastreio e sua associação 3 UROLOGIA - TORTO com o PSA aumenta muito a sensibilidade e especificidade do exame. O exame deve se atentar com as seguintes características: tamanho, consistência, regularidade/simetria,presença de nódulos e a posição deles). Diagnóstico É importante lembrar que o PSA e o toque retal ajudam na suspeita de um câncer de próstata durante o rastreamento, mas não firmam diagnóstico. Ultrassom transretal O diagnóstico é feito por meio da coleta de material para biópsia. Devem ser colhidos pelo menos 2 fragmentos de cada porção dos lobos da próstata. O histopatológico confirma o diagnóstico. Tratamento Localizado Apesar da preferência pela cirurgia, tanto ela quanto a radioterapia possuem resultados semelhantes. • Prostatectomia: pode ser aberta (retropúbica ou perineal), videolaparoscópica ou robô assistida; • Radioterapia: pode ser externa ou por braquiterapia. Metastástico Não é relevante fazer um tratamento cirúrgico localizado. A melhor opção de tratamento é o bloqueio hormonal (não produzir testosterona) → método cirúrgico (orquiectomia) ou medicamentoso (análogo LHRH). A quimioterapia está reservada para pacientes refratários ao BH. Vigilância ativa Trata-se de um acompanhamento (vigiar o tumor). É recomendado para: • Paciente idoso/com muitas comorbidades e baixa expectativa de vida. • Doença de baixo risco. Complicações do tratamento • Cirurgia: incontinência urinária, disfunção erétil e estenose de uretra; • Bloqueio hormonal: disfunção erétil, fogachos, ginecomastia e osteopenia; • Radioterapia: incontinência urinária, disfunção erétil, cistite e retite actínicas. 4 UROLOGIA - TORTO Câncer de rim Epidemiologia • Pouco prevalente, sendo mais incidente em áreas mais industrializadas. • Aumento de incidência nas últimas décadas. • Mais comum em 50-70 anos e mais comum em homens. • A maioria são assintomáticos e diagnosticados como acidentalomas durante um US para outras causas. • Relação genética (gene VHL). Quadro clínico 60% são assintomáticos (acidentalomas). Se possuem sintomas, apresentam uma tríade clássica (<10%): • Dor lombar; • Hematúria; • Massa palpável. Outros sintomas incluem: aparecimento de varicocele ou edema de MMII; síndromes paraneoplásicas (hipertensão, febre, sudorese noturna, emagrecimento, caquexia, anemia e disfunção hepática). Diagnóstico Depende de exames de imagem, sendo a TC o principal exame. No entanto, há certa dificuldade em se definir por ele se o tumor benigno (angiomiolipoma) ou maligno. A biópsia não é indicada. Cistos renais Os cistos não podem evoluir para malignidade. No entanto, algumas malignidades se apresentam sob a forma de cistos. Dessa forma, é importante qualificar esses cistos na TC: 5 UROLOGIA - TORTO Doença renal policistica Estadiamento Uma coisa importante do estadiamento é a metatização pela veia cava abdominal, em que há a formação de um trombo tumoral. Tratamento • Tumor grande ou no hilo renal: nefrectomia radical. • Tumor pequeno e em posição favorável: nefrectomia parcial (cirurgia poupadora de nefrons). • Doença metastática: a quimioterapia também não é muito efetiva. Dessa forma, opta-se pela terapia alvo molecular → supressão do gene VHL, suprimindo a angiogênese. Tumor de bexiga e urotelial Epidemiologia Urotelial → pode acometer toda a extensão do urotélio (desde a pelve renal até uretra). • 70% são diagnosticados inicialmente; • Alta recorrência – 80% persistem superficiais. Fatores de risco • O tabagismo é o principal fator de risco (4x mais risco), além de aumentar a recorrência. • Outros são: exposição a aminas aromáticas (pintores, manufaturas de couro e roupas, trabalho em salões de beleza, limpadoras a seco, motoristas de caminhão); sondagem vesical prolongada; irradiação pélvica/QT (ciclofosfamida). Quadro clínico • HEMATÚRIA: é o sintoma mais comum, podendo ser macroscópica ou microscópica; geralmente é indolor e ter caráter intermitente (cíclico). • Sintomas urinários irritativos. 6 UROLOGIA - TORTO Diagnóstico Exames de imagem • A cistoscopia é o exame padrão ouro para o diagnóstico de CA de bexiga, sendo que ela consegue identificar até tumores < 1cm. • A TC também pode ser utilizada, capaz de identificar tumores maiores. • US tem menos acurácia, sendo reservado para triagem. Histologia • Carcinoma de células transicionais (>90%); • Carcinoma de células escamosas (3 a 7%) – associado à irritação crônica; • Adenocarcinoma (<2%) – extrofia vesical (anomalia congênita associada a epispádia), TU úraco (geralmente no ápice), metástase de intestino. Estadiamento É importante definir o grau de extensão e invasão do tumor para a correta conduta terapêutica: • Doença superficial: invade até a lâmina própria; • Doença músculo-invasiva: invade muscular própria. Tratamento Tumor Superficial Ressecção transuretral de bexiga: além de retirar o tumor, ainda consegue avaliar com precisam a extensão do tumor pelo anatomopatológico (que a TC não viu) → se há acometimento muscular deve-se seguir para tratamento mais invasivo; se não, a RTU de bexiga já é suficiente. 60-90% de risco de recorrência por esse procedimento. Quimioterapia intra-vesical pode ser usada para tentar evitar essas recidivas. Tumor músculo-invasivo Cistectomia radical (no homem vem a próstata junto). Deve-se fazer uma derivação urinária: • Bricker; • Ureterostomia cutânea; • Neobexiga; Doença avançada Quimioterapia • Doenças metastáticas (LNF, pulmões, ossos, fígado e cérebro); 7 UROLOGIA - TORTO • Resposta 46 a 49%, mas com alto risco de recidiva. • Nefrotóxica. Tumores uroteliais 1 UROLOGIA - TORTO ist _____________________________________________________________________________ Sífilis 2 UROLOGIA - TORTO 3 UROLOGIA - TORTO Cancroide, linfogranuloma venéreo e donavanose 4 UROLOGIA - TORTO Verrugas visíveis Herpes 5 UROLOGIA - TORTO 6 UROLOGIA - TORTO Uretrites 7 UROLOGIA - TORTO Hpv