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GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 1 A manutenção da concentração das proteínas é determinada pela síntese e pela degradação – concentração proteica geral é constante. o FLUTUAÇÕES TRANSITÓRIAS – composição de aminoácidos das proteínas varia; Conjunto de aminoácidos originados das proteínas que estão sendo degradadas não é igual àquele necessário para compor as proteínas que estão sendo sintetizadas. Aminoácidos excedentes são oxidados e seu nitrogênio excretado. AMINOÁCIDOS → precursores de todos os compostos nitrogenados; o Originados de proteínas exógenas e proteínas endógenas (3/4) → são utilizados para síntese de proteínas e moléculas que contenham nitrogênio; 80% da atmosfera é sob a forma de N2 (forma química inerte); N2 + 3 H2 → 2 NH3 ΔG'° = ‐ 33,5 kJ/mol. o Quebra da ligação tripla → energia de ativação muito alta (não acontece esponanteamente); N2 + O2 → NO (relâmpagos e radiação ultravioleta); N2 + H2 → NH3 (processo industrial Haber: T > 400ºC, P > 200 atm); N2 + 3H2 → NH3 (raízes das plantas – micro-organismos do gênero rhizobium); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 2 REAÇÃO DE AMINAÇÃO o Assimilação do nitrogênio em biomoléculas → ligação da amônia (NH3) em esqueletos carbonados formando aminoácidos. o FORMAÇÃO DO GLUTAMATO Amônia é incorporada ao α‐cetoglutarato; Glutamato desidrogenase (papel mais importante na degradação) – mitocôndridas do fígado; Coenzima redutora: NADPH Ocorre nas mitocôndrias do fígado; o FORMAÇÃO DA GLUTAMINA Amônia é incorporada ao glutamato formando uma amina; Glutamina sintetase. OBSERVAÇÃO: quatro aminoácidos desempenham papéis centrais no metabolismo do nitrogênio (glutamato, glutamina, alanina e aspartato) → são aqueles mais facilmente convertidos em intermediários do ciclo do ácido cítrico: glutamato e glutamina são convertidos em αcetoglutarato, alanina em piruvato e aspartato em oxaloacetato. Digestão de proteínas da dieta → suprimento constante de aminoácidos para nossas células; Corpo sintetiza a maior parte dos aminoácidos primários; exceção: aminoácidos essenciais (consumidos pela dieta) → histidina, isoleucina, leucina, lisina, metionina, fenilalamina, treonina, triptofano, valina; Aminoácidos em excesso → utilizados como fonte de energia. Proteínas celulares → degradação e síntese de acordo com as demandas metabólicas. Proteínas desnecessárias ou defeituosas são marcadas para a destruição e processadas pelo proteassoma; JEJUM PROLONGADO/DIABETES DESCONTROLADO → proteínas usadas como fonte de energia; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 3 PROTEÍNAS DA ALIMENTAÇÃO o A digestão das proteínas começa no estômago, onde o ambiente ácido desnatura as proteínas. o PEPSINA → protease não específica que atua em pH 2,0; o INTESTINO - Hormônios promovem a secreção de bicarbonato de sódio e enzimas proteolíticas pelo pâncreas (pH neutro); o Proteínas ingeridas na dieta são quebradas em aminoácidos ou pequenos peptídeos (di ou tri) que são absorvidos pelo intestino e transportados para a corrente sanguínea. o Existem pelo menos sete transportadores que reconhecem aminoácidos de acordo com suas características moleculares; PROTEÍNAS CELULARES o Constantemente degradadas e sintetizadas; o Proteínas que não são mais utilizadas são marcadas pela ubiquitina e reconhecidas pelo proeassoma – proteína clivada para reaproveitamento dos aminoácidos. o Quando os aminoácidos liberados não são necessários, eles podem ser degradados. o O grupo amino pode ser utilizado em outras moléculas e o restante da molécula é utilizado como fonte de energia; TRIPSINOGÊNIO → TRIPSINA QUIMOTRIPSINOGÊNIO →QUIMOTRIPSINA PROCARBOXIPEPTIDASE → CARBOXIPEPTIDASE GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 4 o ETAPAS 1. Remoção do grupo amino dos aminoácidos em tecidos extra-hepáticos → transporte do grupo amino para o fígado; 2. Transporte do grupo amino para a mitocôndria; 3. Preparação do nitrogênio; 4. Ciclo da Ureia; o O grupo amino é removido do aminoácido sob a forma de amônia, a qual será processada para formar a ureia posteriormente (fígado); Pode ser reutilizado por outras moléculas que utilizam nitrogênio (bases nitrogenadas, outroas aminoácidos) ou ser eliminado (forma de amônia, ácido úrico ou ureia – depende do organismo); o α-cetoácidos → podem ser processados para obter energia (em vários tecidos) ou para sintetizar outras moléculas (no fígado); REMOÇÃO DO GRUPO AMINO o Ao ser retirado dos aminoácidos essenciais por um processo comum de transferência deste grupo para o α- cetoglutarato formando glutamato, a cadeia carbônica do aminoácido é convertida ao α-cetoácido correspondente; o REAÇÃO DE TRANSAMINAÇÃO O grupo amino (‐NH3+) de um aminoácido é transferido para um α‐cetoácido, formando um α‐cetoácido e um novo aminoácido. Aminoácido + α-Cetoglutarato ⇋ α-Cetoácido + Glutamato → reação catalisada por aminotransferases (transaminases – enzimas presentes no citosol e na mitocôndria); O nome da aminotransferase deriva do aminoácido pelo qual a enzima tem maior afinidade (exemplo: alanina transaminase – ALT); GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 5 TRANSAMINASES → utilizam o piridoxal fosfato como grupo prostético (derivado da vitamina B6); PIRIDOXAL FOSFATO (PLP) - forma de aldeído (pode reagir com grupos aminos) passando para a forma de amina (que pode reagir com grupos carbonila); ENZIMAS MAIS IMPORTANTES Glutamato transaminase - transfere o grupo amino para qualquer aminoácido distribuída em vários tecidos; α‐cetoglutarato ↔ Glutamato. Alanina transaminase - transaminase glutâmico‐ pirúvica (ALT / TGP) presente no fígado, músculos;Piruvato ↔ Alanina Aspartato transaminase - transminase glutâmico‐ oxaloacética (AST / TGO) presente no fígado, coração e músculos; Oxaloacetato ↔ Aspartato. MECANISMO DAS TRANSAMINASES Primeiro substrato (aminoácido 1) entra → formação do α‐cetoácido 1; aminoácido 1 + Enz‐PLP ↔ α‐cetoácido 1 + Enz‐PMP; Segundo substrato (α‐cetoácido 2) entra → formação do aminoácido 2; α‐cetoácido 2 + Enz‐PMP ↔ aminoácido 2 + Enz‐PLP; Obs: A dosagem de aminotransferases no sangue é uma importante ferramenta para diagnóstico médico. Na vigência de dano a algum órgão ou tecido (infarto do miocárdio, hepatite etc.), as enzimas extravasam das células e sua concentração no plasma aumenta. TRANSPORTE DO GRUPO AMINO PARA O FÍGADO o Em muitos tecidos, alguns processos geram amônia que precisam ser excretadas ou reutilizadas pelo corpo; o A glutamina sintetase combina amônia livre com o glutamato, formando a GLUTAMINA (forma de transporte de nitrogênio na corrente sanguínea). Dentro da mitocôndria do fígado, a glutaminase libera amônia e glutamato; o No músculo e outros tecidos que usam aminoácidos como fonte de energia, o grupo amino pode ser transferido ao piruvato formando ALANINA (outra forma de transporte de nitrogênio na corrente sanguínea – transportam amino até o fígado); o MÚSCULO – não consegue processar o nitrogênio dos aminoácidos → lançam a ALANINA na corrente sanguínea para o fígado, que vai remover e processar o N (ciclo da ureia); Alanina convertida em piruvato para iniciar a via metabólica da gliconeogênese; GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 6 TRANSPORTE DO GRUPO AMINO PARA A MITOCÔNDRIA DO FÍGADO o Aminoácidos da dieta e alanina transferem o amino ao α‐cetoglutarato. o A glutamina entra na matriz mitocondrial e libera o amino da cadeia lateral. o Dentro do fígado, a glutamato desidrogenasse tem o papel de degradar o glutamato, formando o alfa- cetoglutarato; OBSERVAÇÕES: GLUTAMATO Produto comum às reações de transminação (reservatório temporário degrupos amino provenientes de muitos aminoácidos); segue sempre dois camnhos importantes: uma nova transaminação ou uma desaminação; AÇÃO DA ASPARTATO AMINOTRASNFERASE → transferem o grupo amino do glutamato para o oxaloacetato formando aspartato (2º depositário de grupos amino); DESAMINAÇÃO DO GLUTAMATO – grupo amino liberado como NH3 e convertido em NH4+ (pH fisiológico); reação catalisada pela glutamato desidrogenase. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 7 o REAÇÃO DE DESAMINAÇÃO O grupo amino (‐NH3+) de um aminoácido é removido resultando em um α‐cetoácido e amônia; DESAMINAÇÃO OXIDATIVA (GLUTAMATO DESIDROGENASE) Presente na matriz mitocôndrial; Alta atividade desidrogenase que precisa de NAD + como coenzima específica para Glutamato; Regulada pela concentração dos produtos; Glutamato + H 2 O + NAD + → α‐cetoglutarato + NH 4 + + NADH. DESAMINAÇÃO NÃO-OXIDATIVA Além do glutamato, aminoácidos com um grupo hidroxila no carbono β (serina e treonina) podem liberar seu grupo amino na forma de amônia. DESIDRATASES – uma desidratação antecede a desaminação (remoção de –H e –OH); O composto instável reage com H2O para formar um α‐cetoácido e NH4+. Serina → Piruvato + NH4+ Treonina → α‐cetobutirato + NH4+ OBSERVAÇÃO: na degradação dos 20 AMINOÁCIDOS, o grupo amino é convertido finalmente em NH4 + e aspartato, os precursores da ureia. EXCREÇÃO DO NITROGÊNIO o Animais amoniotélicos → Amônia NH4+ → NH3 + H+; Presente em peixes ósseos e girinos; Difusão passiva pelas células epiteliais e transporte ativo pelas guelras. Depende de água para diluir a amônia o Animais uricotélicos → ÁCIDO ÚRICO (insolúvel e derivado de purinas); Presente em pássaros e répteis – evita a perda de água em animais terrestres; Ácido úrico é excretado em um forma semissólida, bastante insolúvel. o Animais ureotéicos → UREIA Maioria dos animais terrestres e em tubarões Ureia formada no fígado (ciclo da ureia) e excretada com água na forma de urina; Pode ser utilizado no ciclo do ácido cítrico e para a síntese de glicose. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 8 PREPARAÇÃO DO NITROGÊNIO o AMÔNIA → tóxica (necessita ser convertida em um composto não tóxico antes de ser exportada dos tecidos extra-hepáticos para o sangue, fígado e rins); A amônia livre produzida nos tecidos combina-se com o glutamato, produzindo glutamina, pela ação da glutamina-sintetase. Nitrogênio amídico liberado como íon amônio na mitocôndria → NH4+ do instestino e rins transportado no sangue para o fígado para ocorrer a SÍNTESE DA UREIA. o Os dois átomos de nitrogênio presentes na ureia são provenientes de NH4 + e aspartato, e o átomo de carbono, de CO2. o SÍNTESE DO CARBAMOIL-FOSFATO Matriz mitocondrial → α‐cetoglutarato reage com CO2 para formar o carbamoil fosfato; CPS 1 = enzima mitocondrial que utiliza a amônia como doador de N e participa da biossíntese da ureia. Reação irreversível (limitante); Requer a quebra de 2 ATP; CICLO DA UREIA o Organismos ureotélicos produzem ureia no fígado; o A amônia é canalizada para a matriz mitocondrial dos hepatócitos, onde é processada; Podemos ter amônia a partir da desanminação do glutamato ou pode ter a amônia que vem diretamente do intestino (circulação porta hepática) que vem de bactérias da flora intestinal que quberam os aminoácidos e jogam amônia na corrente sanguínea. o O ciclo inicia na mitocôndria e termina no citosol; O carbamoil-fosfato condensa-se com ornitina, originando citrulina; Citrulina transportada para o citosol e reage com o aspartato, formando arginino- succinato; Arginino-succinato se decompõe em arginina e fumarato; A arginina é hidrolisada, produzindo ureia e regenerando ornitina, que retorna à mitocôndria. OBS: analogia com ciclo de Krebs → ornitina tem o papel semelhante ao do oxaloacetato e o carbamoil-fosfato equivale à acetil-CoA. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 9 Aspartato + NH4 + + HCO3 + 3 ATP + H2O → Ureia + Fumarato + 2 ADP + 2Pi + AMP + PPi + 4H+. A ureia possui um nitrogênio que veio da amônia e um nitrogênio que veio do aspartato e o carbono que veio do CO2. o A síntese de uma molécula de ureia consome 4 ligações fosfato ricas em energia, porém o aspartato consumido é regenerado pelo fumarato formado nessa via, o qual pode ser convertido a oxaloacetato, que, por transminação forma aspartato; Este acoplamento inclui a produção de 1 NADH, na reação da malato desidrogenase, a partir do qual são sintetizados 3 ATP na fosforilação oxidativa. Assim, no cômputo geral há gasto de apenas uma ligação rica em energia para a síntese de ureia. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 10 As 20 vias catabólicas convergem para formar apenas seis produtos principais, os quais podem entrar no ciclo do ácido cítrico. Desse ponto, os esqueletos de carbono tomam vias distintas, sendo direcionados para a gliconeogênese ou para a cetogênese, ou oxidados completamente a CO2 e H2O. Catabolismo dos aminoácidos representa de 10 a 15% da produção de energia no organismo; Degradação de aminoácidos varia dependendo: o Disponibilidade de aminoácidos – dieta rica em proteínas ↔ maior produção de energia; o Balanço entre síntese e degradação; o Importância e utilização das proteínas celulares; o Aporte energético do organismo. A degradação de aminoácidos é crítica no jejum prolongado e em dietas ricas em proteínas – proteínas como principal fonte de energia do organismo nessas situações; Após a remoção do nitrogênio, restarão as cadeias laterais para serem processadas em outras vias metabólicas; o A maior parte participa do ciclo de ácido cítrico; Aminoácidos que geram: o PIRUVATO → Alanina + Triptofano + Glicina + Treonina + Serina + Cisteína; o OXALOACETATO → Asparagina + Aspartato o ALFA-CETOGLUTARATO → Arginina + Histidina + Glutamato + Glutamina + Prolina o SUCCINIL-CoA → Metionina + Treonina + Valina + Isoleucina; o FUMARATO → Fenilalanina + Tirosina; o ACETIL-CoA → Triptofano + Isoleucina + Fenilalanina + Tirosina + Leucina + Lisina. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 11 REAÇÃO DE DESCARBOXILAÇÃO o Reação em que o grupo ácido é removido na forma de uma molécula de CO2, resultando na amina correspondente. o Essencial para a síntese de aminas bioativas, em especial os neurotransmissores. HIPERAMONEMIA o Deficiência nas enzimas ou transportadores – primária; o Lesão hepática – secundária. o Afeta diretamente o SNC ; o Evitar o consumo de proteínas; o Medicamentos e até hemodiálise. GABRIELA NOVAES OLIVEIRA – 258 – BIOQUÍMICA 12 OBSERVAÇÃO: Ensaios para avaliar lesão tecidual Análise de atividades enzimáticas no soro sanguíneo fornecem informações para o diagnóstico de condições patológicas. ALT/TGP (alaninaaminotransferase) E AST/TGO (aspartato-aminotransferase)→ diagnóstico d lesões cardíacas ou hepáticas causadas por infarto do miocárdio, toxicidade por drogas ou infecções. o Após um infarto, várias enzimas, incluindo essas transaminases, “vazam” das células cardíacas lesionadas para a corrente sanguínea. o Medidas das atividades séricas dessas duas transaminases pelos testes STGP e STGO (S de soro), e de outra enzima, a creatina-cinase, pelo teste SCK, podem fornecer informações sobre a gravidade da lesão. o Creatina-cinase - primeira enzima cardíaca a aparecer no sangue após um infarto. o A lactato-desidrogenase também pode vazar do músculo cardíaco lesionado ou anaeróbio.
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