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Emergências em Pequenos Animais Emergência: risco imediato, não pode ser adiado; Urgência: pode esperar um curto período de tempo. Emergências podem ser cirúrgica ou não, exemplos: Intoxicações; Cardíacas; Renais (exemplo: cálculo); Hepatobiliares (exemplo: neoplasias que romperam para ser emergência; rompimento de órgãos); Neurológicas; Envenenamento; Respiratórias (exemplo: edema de glote, choque anafilático); Endócrinas; Obstétricas (exemplo: parto distócito); Ortopédicas (exemplo: atropelamentos, se torna emergência quando é fratura de costela pois corre risco de romper o pulmão, fratura de pelve pode romper órgãos abdominais). Clínica x Clínica Cirúrgica (coisas que os clínicos gerais também precisam saber) Dissecação vascular; Traqueotomia; Toracocentese; Episiotomia: corte da região do anús entre a vulva para liberar o feto, sem intervenção cirúrgica; Sonda esofágica. COMO IDENTIFICAR UM PACIENTE EM EMERGÊNCIA? 1- Inspeção ao mesmo tempo que anamnese: - chegou inconsciente? - sangramento, osso ou outro tecido em evidência? - obstrução das vias aéreas? - já aconteceu antes? - adm algum medicamento ou alguma conduta? - há quanto tempo está assim? 2- Nível de consciência - alerta; - deprimido: cão mais "quieto"; - delírio (ex: convulsionando); - esturpor: ele ainda reage; - coma: não reage. 3- Avaliação dos parâmetros fisiológicos: - tempo de preenchimento capilar: 1-2s; - coloração de mucosas aparentes; - pressão arterial; - auscultação; - débito cardíaco; - palpação de pulso: femoral, forte, fraco, cheio e filiforme; - FC: cães 80-140bpm; gatos 120-210bpm; - FR: cães 20-30bpm; gatos 20-40bpm; - temperatura - 37C + 40C; - pressão arterial abaixo de 80mmHg = animal em síndrome da resposta inflamatória sistêmica, síndrome da angústia respiratória aguda estando em acidose. CONSIDERAÇÕES FISIOLÓGICAS Choque: Grave insuficiência da perfusão capilar, incapaz de manter a função normal das células; Síndrome caracterizada por insuficiência circulatória aguda levando a anóxia e morte celular. Perfusão sanguínea adequada: Volume sanguíneo: preenchimento eficiente de artérias e veias; Bomba cardíaca: ejeção do sangue para os tecidos + recebimento de sangue dos tecidos; Tônus vascular: distribuição homogênea do sangue para os tecidos. Classificação do choque: Hipovolêmico; Cardiogênico; Vasculogênico, vasogênico ou distributivo; Obstrutivo, misto. CHOQUE HIPOVOLÊMICO Cão 90ml-kg x 10kg = 900ml. Pode perder até 180ml, a partir de 270ml cuidado; Gato 70ml-kg x 3kg (animal) = Até 36ml pode ser perdido, a partit de 54ml cuidado. Perdas de 20% são compensadas, perdas iguais ou maiores que 30% leva ao choque. Pode ser causada por: Por perda de sangue total: - Hemoperitôneo; - Hemotórax: neoplasia pulmonar, ruptura de pulmão; - Hemorragias externas: fratura de fêmur, lacerações. Por perda de H20: - Hipertemia; - Desidratação. Por perda de plasma: - Choque por hiperproteínemia - Área lesada 20% CHOQUE VASOGÊNICO (POR VASOPLEGIA): Aumento da capacidade do leito vascular - hipovolemia relativa. Séptico ou endotoxêmico Séptico - bactéria presente e ativa ainda; Endotoxêmico - bactérias morreram mas ainda há choque pelas toxinas; Torções gástricas, intussuscpeções, piometras, uroperitôneos = presença de bactérias. Anafilaxia Reações a fármacos; Acidentes ofídicos; transfusões sanguíneas. CHOQUE CARDIOGÊNICO Alterações no enchimento cardíaco: Pneumotórax: perda da integridade da parede torácica; Hérnia diafragmática: quando rompe o diafragma e entra vísceras abdominais pra cavidade torácica e impede o coração ou o pulmão de agir; DVG: dilatação volvo gástrica: torção mesentérica, intussepção, onde há torção de vísceras; Efusões pleurais. Esvaziamento ventricular insuficiente (problemas no coração mesmo): Miocardites; Arritmias severas; Fator depressor do miocardio. OBSTRUTIVO OU MISTO Choque séptico + hipovolêmico: Bactérias causam perdas de volume, causando obstrução da circulação de retorno ao coração; Dilatação gástrica causa compressão da veia cava caudal e veia porta. RETIRANDO O PACIENTE DA EMERGÊNCIA Propiciar uma via respiratória; Propiciar uma via circulatória: repor a volemia e diminuir os Radicais Livres (produtos tóxicos restante da quebra das células); Propiciar meios diagnósticos e terapêuticos. Reposição da volemia: Fisiológico e Ringer Lactato: cristalóides isotônicos; -Cães 90ml-kg-hora 1ml-kg-min; -Gatos e idosos 40-60ml-kg-hora. Transfusão sanguínea: realizar teste de compatibilidade porque as vezes pode dar choque anafilático e prejudicar os rins, mas se for a única opção pode fazer, mas deve medicar antes com dexametasona ou prednisolona. Na primeira transfusão é mais difícil causar reação; Salgadão ou solução hipertônica de NaCl: mistura de cristalóides. Ele vai jogar todos os liquidos para os vasos e eles vão ser filtrados pelos rins. Essa solução pode fazer a dose 4 a 6ml-kg IV. Após isso, deve colocar muita fluidoterapia pois o animal vai desidratar. Repositores plasmáticos (pode fazer o salgadão + repositores): Solução de gelatina a 3,5% (Polisocel); Amido hidroxetílico (Voluven) a 6%; Evitar em pacientes em choque séptico e edema pulmonar, mas se for a única opção fazer. Combater os mediadores da inflamação (corticoide): Hidrocortizona 30-40ml-kg; Prednisolona 30ml-kg; Dexametazona 4-6-mg-kg: menos indicada para choque. Antibióticos Cefalosporinas 30mg-kg BID; Amoxicilina + clavulanato 12-25mg-kg BID; Metronidazol (amplo espectro) 15 a 40mg-kg BID ou SID.