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1 Keyse Mirelle – 6° Período Oftalmologia - 13/09/2021 CATARATA CRISTALINO NORMAL -Devemos lembrar que o cristalino é uma lente biconvexa, transparente, poder de 20D (ou seja, é responsável por 1/3 do poder dióptrico do olho = 20 dioptrias) - Localizado atrás da íris e à frente do humor vítreo, possui o corpo ciliar a sua volta. Então o cristalino está entre a câmara anterior e a cavidade posterior, mais ou menos na câmara posterior. E o cristalino tem sua aderência na parede ocular através da zônula que é tipo a ‘’ancora do cristalino no olho’’. E essa zônula ela se adere a parede no músculo ciliar e isso em 360°. CATARATA - Opacidade progressiva do cristalino - Comum, bilateral e assimétrica Obs: Com o passar dos anos, ou seja, com a idade o olho passa naturalmente por um processo da opacificação e então desenvolve a catarata. - Quadro clínico: • BAV (=baixa de visão) progressiva • Perda da definição do contraste Obs: Primeiro o paciente perde o contraste e depois perde a definição mesmo do contraste, como mostra na imagem abaixo. Obs: A catarata ‘’tira’’ a vivacidade das cores. • Pode haver melhora da visão de perto (nuclear) – MIOPIZAÇÃO SUBTIPOS DA CATARATA - Cortical: a opacidade começa na periferia, como mostra na imagem 1, 360° essa opacidade, então quando ele chega no eixo visual. • Comum • Tipo mais brando - Nuclear: na imagem 2, ela muda o índice refrativo do olho por conta da mudança da transparência do cristalino e ele costuma miopizar, então é por isso que se chama de segunda visão de perto do idoso, porque o paciente chega relatando que está com uma visão ótima para perto, mas que piorou para longe. Isso ocorre por conta da involução da catarata nuclear que gera esse decréscimo da hipermetropia ou miopização (esses significam a mesma coisa). • Comum • Progressão lenta • Associada à miopia por hiper-hidratação do cristalino e mudança do índice refrativo - Subcapsular posterior: é um subtipo menos comum, imagem 3, é uma opacidade central. • Associação medicamentosa e à doença sistêmica • Rápida progressão (geralmente isso ocorre desde o início porque é no eixo visual, e como ele é no meio da visão, quando bate uma luz forte e a pupila fecha, ou seja, se faz a miose o paciente fica sem enxergar nada) • Maior ofuscamento da visão – Pior na MIOSE (por isso que ele fala que a noite enxerga bem e de dia não) Obs: Esse subtipo progride um pouco mais rápido. Sendo assim, rápido ele evolui para uma catarata total. E como é no eixo, acaba causando uma baixa de visão desde o início, ou seja, desde fases mais precoces. - Causa mais comum de cegueira no mundo(reversível) - Fator de risco: Idade; tabagismo; Exposição solar; DM; Corticoides (principalmente corticoides sistêmicos de altas doses por longo tempo); Trauma; Uveíte (são cataratas bem mais complicadas cirurgicamente justamente porque tem umas inflamações que geram sinéquias, como se fosse um grude entre a íris e a cápsula anterior do cristalino); 2 Keyse Mirelle – 6° Período Oftalmologia - 13/09/2021 Procedimentos oculares (após as cirurgias intraoculares, como cirurgias de retina). COMPLICAÇÕES DA CATARATA - Glaucoma facogênico (=gênese do glaucoma está na fácua, que é um radial do latim que se refere a catarata). • Facolítico: glaucoma de ângulo aberto, associado à catarata hipermadura (= tem uma catarata avançada, ou seja, uma catarata total) ✓ Proteínas do cristalino bloqueiam a drenagem do HA • Facoanaflático: ângulo aberto, reação imunológica contra as proteínas do cristalino após a rotura da cápsula anterior (as proteínas do cristalino são expostas ao líquido da câmara posterior que é o humor aquoso e tem a reação imunológica, é um quadro agudo bem traumático que vem uma inflamação intraocular severa por conta dessa rotura da cápsula anterior do cristalino) OBS: A cápsula do cristalino uma vez rota tem que submeter a uma cirurgia de catarata, logo tem que retirar o cristalino justamente pela reação inflamação explicada anteriormente por conta da proteína do cristalino. • Facoamórfico: ângulo fechado, a intumescência da catarata bloqueia a pupila e fecha o ângulo de drenagem. (essa catarata vai aumentando o diâmetro anteroposterior e empurra a íris para frente até gerar uma crise de glaucoma agudo, logo ele fecha o ângulo. A solução é cirurgia de catarata, mas primeiro tiramos da crise através do uso de manitol para baixar a pressão e melhorar a qualidade da córnea a fim de conseguir realizar a cirurgia de catarata). TRATAMENTO - Cirúrgico: Facoemulsificação - A catarata deve ser operada quando o paciente julgar que a doença está limitando as atividades que ele precisa ou deseja realizar diariamente. Obs: Vamos colocar na balança o risco e benefício, é uma cirurgia extremamente controlada e os riscos cirúrgicos são baixos, a recuperação no pós-operatório é uma recuperação rápida, mas isso não significa que não existe risco de complicações. E para realizar o paciente tem que ter um pouco de perda visual e opacidade do cristalino para compensar a indicação cirúrgica. - Exames pré-operatórios: • Biometria ultrassônica (calcula o grau da lente intraocular que vamos colocar no olho, devemos lembrar que existe várias lentes, são elas as que corrigem o astigmatismo é a lente intraoculares tórica, tem as multifocais que corrigem para perto e para longe isso não significa que é 100%) • Topografia de córnea (também ajuda na avaliação, identifica o quanto existe astigmatismo e o quanto é o eixo do paciente) • Microscopia especular (de extrema importância porque ela faz a contagem das células do endotélio corneano. Durante a facoemulsificação o cálculo, ou seja, a USG que é utilizada para cripturar a catarata ele libera o calor, ou seja, energia que danifica as células endoteliais da córnea e esse dano se o paciente tiver uma contagem baixa pode ser que leve uma falência endotelial com consequente opacidade da córnea e o paciente precise realizar um transplante de córnea, por exemplo. Essa é uma das complicações que mais ocorre e importantes porque é uma baixa de visão grave) • USG (é utilizada quando não consegue ver a retina, logo quando a opacidade do cristalino é tão grande que não vemos a retina) • PAM (estima o potencial de visão do paciente, por exemplo vamos realizar naqueles pacientes que chegam com catarata total a anos e não sabemos se tem alguma alteração retiniana, se já fez algum procedimento que gerou, se tem potencial de visão) 3 Keyse Mirelle – 6° Período Oftalmologia - 13/09/2021 OBS: Geralmente a catarata ocorre por conta da idade, mas existe algumas doenças que geram uma catarata precoce, por exemplo uso de corticoides sistêmico. COMPLICAÇÕES CIRÚRGICAS - Opacificação de cápsula posterior 20-50% - Astigmatismo iatrogênico (quando a incisão corneana gera um pouco de distorção da curvatura corneana) - EMC (= edema macular cistóide, mostrado na figura 3 e há uma hiperflorescência, ocorre em pacientes DM ou que tenham uma maculopatia ou inflamação ou uma hiperflorescência que tem tanto do nervo óptico quanto da mácula gerando esse edema na mácula) - Deslocamento da LIO (figura 4, ocorre por conta da rotura da cápsula posterior, e ai cirurgicamente vamos reposicionar essa LIO. Se perdermos o suporte para implantar essa LIO vamos ter que suturar na esclera, vale ressaltar que existe várias técnicas) LIO = lente intraocular - DR (=deslocamento de retina, figura 6, termina sendo mais frequente no paciente que já fez cirurgia de catarata, se tiver uma rotula retiniana quando mexermos nesse diafragma predispomos a uma abertura dessa rotura e deslocamento dessa retina) - Ceratopatia bolhosa (pode ocorrer por uma falência endotelial) - Endoftalmite (maisgrave, figura 5, pois é uma infecção intraocular e pode acontecer após infecção intraocular, pode acontecer após qualquer cirurgia intraocular -catarata, retina, glaucoma por exemplo- é um quadro doloroso, pois contém pus e inflamação, tem baixa de visão grave e é necessário fazer uma cirurgia de retina para limpar o conteúdo purulento que está no vítreo ou injeções intravítreos são usados para tratar) OBS: é muito importante deixar a cápsula posterior durante a cirurgia porque vai ser esse o suporte do implante dessa lente intraocular. E é muito comum que essa cápsula se opacifique. Na imagem 1, temos o exemplo da opacificação da cápsula. De azul temos a parte anterior da cápsula e colocamos a lente no saco capsular e todas as sujeiras ficam atrás da lente e o tratamento é feito com laser e rompe essa cápsula posterior que cai lá na retina e é absorvido e então libera o eixo visual dessa opacidade. CATARATA CONGÊNITA - Causa mais comum de cegueira tratável na infância - 1/3 esporádica - 2/3 associadas a doenças infecciosas (rubéola), metabólicas e trissomias (mal formações congênitas) - Quando precoces tem: Risco de ambliopia (=não desenvolvimento do olho) - Diagnóstico através do teste do reflexo vermelho (porque a fase inicial do desenvolvimento da criança é a fase de maior desenvolvimento do olho) - Tratamento: Cirúrgico – Lensectomia com vitrectomia anterior (porque não tem uma dureza para emussificar/triturar, então só aspiramos o conteúdo dentro do cristalino chamado de lensectomia, associado a isso fazemos uma vitrectomia anterior porque é muito comum capsular a capsula e os bebês ainda não calculamos a lente ocular a ser implantada e tiramos a tampinha na capsula anterior e fazemos um implante da lente intraocular futuramente). https://www.youtube.com/watch?v=wLZqIXwC8Tw (técnica de facoemulsificação) A cirurgia é feita: colocamos o paciente deitado e vamos vim com o bisturi fazendo a incisão da córnea, depois vamos pegar a ‘’canetinha’’ triturar e tirar a opacidade que está presente, depois implantamos uma lente intraocular. Geralmente o paciente é sedado. https://www.youtube.com/watch?v=wLZqIXwC8Tw
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