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1 AULA 2 / ONCOLOGIA / 4° PERIODO CICLO CELULAR → Entendemos como câncer o conjunto de doenças que têm em comum o crescimento desordenado (maligno) de células que invadem os tecidos e órgãos, podendo espalhar-se para outras regiões do corpo (metástase). → O câncer é um distúrbio clonal, uma célula com erro vai dar origem a duas com erro. A maioria das neoplasias surgem de uma única célula que sofreu perturbação em seu mecanismo de regulação da proliferação e apoptose. → Nem todo tumor sólido tem essa característica clonal. Câncer é uma doença clonal no intuito de surgiu em uma célula até gerar o grupamento de células que é visível ou a olho nu, por outro lado no mesmo tumor pode haver diferentes linhagens de células, heterogêneo (como o de pulmão e mama). → Células de linhagens diferentes tem resistência a tratamentos diferentes e tolerância a agressão. → Uma célula vai se dividindo e se eventualmente houver pode uma célula cancerosa, que fugiu do controle de qualidade, e vão existir mecanismos. → O fenótipo de uma célula é o resultado das múltiplas interações não-lineares entre os genes dessa célula. Isso pode fazer com que ela seja mais ou menos agressiva, ter ou não capacidade de metástase. → Ex.: células do tumor de pleura, mesotelioma, tem capacidade de invasão local muito grande, mas tem capacidade de evasão lenta, cresce em continuidade. → Ex.: células de câncer de pulmão tem característica mais agressiva, saem facilmente para fora do pulmão. → As células neoplásicas exibem simultaneamente seis fenótipos que conferem a essas células uma vantagem proliferativa: ✓ Autossuficiência em sinais proliferativos (independem de fatores de crescimento como hormônios). ✓ Insensibilidade aos sinais antiproliferativos (insensíveis aos inibidores de crescimento); ✓ Evasão do apoptose; ✓ Potencial replicativo ilimitado (imortalidade); células tem vida útil, o telômero controla a longevidade dessa célula. Mas em células tumorais pode haver enzimas que reconstituem o telômero (telomerase). ✓ Angiogênese sustentada; quando não há isso vai haver necrose das células, porque fica sem irrigação, como nos tumores hepáticos e de colón. ✓ Invasão e metástase; → Esses fatores são conhecidos como Hallmarks of câncer, existem outros como escapar do sistema imunológico. → Células normais podem exibir qualquer um desses fenótipos, mas deixam de ser normais quando se exibem simultaneamente. Ex. de normais são macrófagos, células troncos e células que requerem baixa quantidade de fatores para proliferação. → O fenótipo maligno pode ser adquirido da formação de interações especificas entre os genes, o que acaba resultando no aparecimento dos seis fenótipos apresentados, todos esses fenótipos não aparecem de uma vez – aparecem gradualmente, sem ordem definida. → A célula tumoral usa inúmeras vias para continuar a proliferação, como o gene P53, um supressor tumoral, pacientes com síndromes com mutação nesse gene, então vão ter mais tumores. → A células de câncer de mama tem o estrogênio entrando e indo no núcleo fazer o aumento da expressão gênica, seja mediado por receptor como nesse caso ou não. → O rearranjo das interações entre os genes para a formação de cada característica que constitui o fenótipo maligno: ✓ Através de alterações bioquímicas de proteínas e de metabólitos (sem ocorrer alteração gênica); ✓ Através de alterações em genes importantes na rede de interação gênica, que ocorre através de: 1. Mutações somáticas 2. Translocações cromossômicas; 3. Deleções; 4. Inversões cromossômicas; 2 AULA 2 / ONCOLOGIA / 4° PERIODO → Essas alterações podem ocorrer pela presença de carcinógenos, que promovem a formação do câncer (substâncias químicas ou radiação ionizante). → Também pela inativação de genes responsáveis pela integridade do genoma. → Presença de vírus (exemplo do HPV que causa câncer de colo de útero). → Obesidade causa auto tolerância e aumenta a predisposição de câncer. → Oncogenes: fazem proliferação celular em células normais ou cancerígenas. → Genes supressores de tumor: regula a diferenciação, em uma infecção estimula a proliferação de linfócitos. → Genes que codificam proteínas de reparo de DNA, a maior parte das pesquisas buscam inibir as fragilidades do tumor. No câncer de mama o BRCA é uma via de reparação, e esses pacientes com mutação são sensíveis a medicação que ataca essas enzimas, porque tem poucas, então a medicação vai matar as poucas que existem. → Oncogenes: genes normais envolvidos com o controle positivo da proliferação celular que, quando superexpressos, promovem o fenótipo maligno como: ✓ MYC: codifica fator de transcrição nuclear pro- proliferativo, mutação pode aumentar a expressão deste gene e a proliferação celular. ✓ RET: codifica receptor celular que pode sofrer mutação e tornar-se ativo sem ligação do respectivo fator de crescimento. ✓ RAS: codifica proteína de transdução de sinal proliferativo que pode se tornar ativo mesmo sem receber sinal anterior (produzindo continuamente sinal). 1. A mutação pode aumentar a hiperatividade e aumentar o n° de células. 2. Posicionamento de um gene próximo a um promotor, aumentando sua expressão. A formação de um novo gene (como na leucemia mieloide crônica – fusão dos genes BCR e ABL) que promove proliferação. 3. Amplificação gênica: geração de novas cópias do oncogene, aumentando sua expressão (exemplo gene MYC). ✓ Geralmente se tem uma mutação importante ela é chamada de mutação driver. Algumas mutações são tão importantes que porque elas existem o câncer acontecem, o ele depende daquela via, como o de câncer HER-2, de mama, sua mutação faz o câncer acontecer. Um remédio anti-HER-2 não se vê doença na maioria das pacientes a mais de 5 anos. ✓ Vários oncogenes, um é o principal, que vai fazer o câncer funcionar. → Genes supressores de tumor: genes normais com o controle negativo da proliferação celular que, quando não expressos, promovem o fenótipo maligno. ✓ TGFBR: receptor que inibe o crescimento celular em resposta à citocina TGF beta (inibe a proliferação de linfócitos, e as funções de macrófagos). ✓ Rb: regula o ciclo celular. ✓ NF1: inibição da transdução de sinal proliferativo pelo RAS. ✓ APC: inibe a transdução do sinal proliferativo. ✓ p53: inibe crescimento e multiplicação celular se detectar danos do DNA. Promove reparação dos danos e caso esta não seja possível, desencadeia a morte celular programada. ✓ p16: inibe multiplicação celular de modo relacionado com p53. → Etapas da carcinogênese: ✓ Autossuficiência em fatores de crescimento: pode ela mesmo produzir (ação autócrina), receptores de fatores de crescimento sem ligação desses fatores (quando trata muito HER-2 e ele fica irresponsivo ao tratamento, a ativação da via não precisa da ligação externa do receptor). As ciclinas são enzimas que ativas seguram a divisão, mas se elas continuem funcionando mutadas, e param de frear a célula, as mutadas vão passar para a próxima célula. Existem ciclinas inibitórias e outras proto- oncogênicas. → Evasão à apoptose: mais comum é a inativação do gene supressor de tumor p53 (50% dos tumores sólidos) → esse gene deflagra apoptose quando não há apoptose quando não é possível o reparo no DNA. A supere expressão de oncogenes também contribuir para a inibição da apoptose. 3 AULA 2 / ONCOLOGIA / 4° PERIODO → Imortalidade (ativação da telomerase): o aumento da atividade telomerásica pode permitir a replicação e o crescimento celular descontrolados. No câncer tem muita telomerase que reconstitui o telômero. → Capacidade de invasão: não só o fato da invasão é crucial, mas o fato de conseguir se manter no tecido é importante. →Síndromes genéticas: ✓ É importante falar sobre genética para determinar a chance de ter câncer. ✓ Judeus ashkenazi tem relação entre eles, então faz uma superpopulação com problema genético. ✓ Os tipos de BRCA, o 1 é o mais importante para o A PAFde mama, BRCA é mais para câncer de ovário. Então os genes variam de importância entre os tipos de câncer. ✓ Existem evidencias que saber a herança familiar é importante para fazer a prevenção. → O BRCA também deve atentar para familiares com câncer de próstata de alto grau ou câncer de pâncreas. → Se a pessoa tem algum câncer de pâncreas na família, ovário, mama ou de próstata é importante. → Síndrome de Lynch – paciente que tem câncer de colorretal, endométrio, ou colorretal com ovário, ou colorretal com gástrico. Sempre perguntar o histórico familiar. → Síndrome PAF: síndrome poliposa adenomatosa familiar, o paciente tem 95% de chance de ter câncer antes dos 50 anos. Mutações do APC (gene supressor , o rastreio é a partir do 10-12 anos se o pai teve PAF, a partir dos 25 anos sem conhecimento da mutação. ✓ Protocolectomia total – procedimento padrão, retira da válvula ileocecal até o anus, dessa forma extingue-se qualquer tecido colonico. ✓ Não cirúrgico: anti-inflamatórios. ✓ PAF atenuada: menos de 100 pólipos, uma variação. → Síndrome Peutz jeghers: pigmentação na boca, aumenta o risco de câncer de cólon, aumenta o risco de câncer gástrico e de cólon. → Síndrome feocromocitoma: o que pode ter são acúmulos de tumores ao mesmo tempo, ou com pouca diferença de tempo. Ex.: câncer de pâncreas endócrino que produza muita insulina ou glucagon, ao mesmo tempo pode ter um tumor carcinoide, essas duplas são chamadas neoplasia endócrina múltiplo tipo 1. Tipo 1: pode ter todas as comuns são adenomas de paratireoide e tumor de pâncreas endócrino. Feocromocitoma só pode ser um tipo de neoplasia endócrina múltipla: a tipo 2. O que diferencia do tipo 1 do tipo 2, é que tem uma lesão no dedo, neuroma, câncer medular de tireoide, é raro – deve procurar em outros lugares, como suprarrenal ou outro benigna, um neuroma. São tumores ricos em clinas, produzem muito sintomas. ✓ NEM ✓ NEM 2 ✓ VHL