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Distúrbios de metabolismo de carboidratos Acidose ruminal A Acidose ruminal é causada pelo desequilíbrio entre a produção de ácidos no rúmen, a partir da fermentação ruminal de carboidratos, e a remoção desses ácidos orgânicos por absorção pelo epitélio ruminal ou neutralização por agentes tamponantes. Ocorre pela presença de alta concentração de ácido lático no rúmen, principalmente em animais em confinamento que recebem dietas com alta concentração em amido e outros carboidratos fermentescíveis no rúmen. A Acidose também pode ocorrer em ruminantes que são submetidos a mudanças abruptas na dieta, e o consumo de grãos é aumentado sem uma adaptação da microflora ruminal. A Acidose leva o animal a uma desidratação e desequilíbrio eletrolítico. A saliva auxilia a evitar a Acidose, pois contém altas concentrações de solutos tamponantes com capacidade de neutralizar os ácidos orgânicos produzidos no rúmen. A prevenção da acidose ruminal é feita por meio da formação de dietas que não predisponham à produção excessiva de ácidos no rúmen. Em animais em confinamento, a adaptação gradual a dietas com maior quantidade de grãos é fundamental para evitar acidose. Por tanto, o uso de forragens é importantíssimo para prevenir a acidose pois aumenta a salivação dos animais. O tratamento consiste em retomar o pH ideal, que é entre 6 a 7 com alcalinizantes, como o hidróxido de magnésio. Timpanismo O Timpanismo caracteriza-se pela distensão anormal do rúmen e retículo, causada pelo acúmulo excessivo de gases provenientes da fermentação ruminal. Associada com a inabilidade de eliminar o gás produzido no rúmen durante a fermentação através da eructação. Tem-se duas formas de timpanismo: primária e secundária. No timpanismo primário ou espumoso ocorre a dilatação anormal do rúmen, em razão do aumento na viscosidade ou tensão superficial do líquido ruminal e da persistência de bolhas gasosas, que ficam retidas à ingesta, na forma de uma espuma. As contrações ruminais podem até persistir, porém devido a forte união das bolhas, essas não se desfazem e consequentemente não são eliminadas. Esse tipo de timpanismo é decorrente de fatores nutricionais: fornecimento de concentrados sem equilíbrio com volumosos, grãos de fina granulometria e forrageiras altamente fermentativas. O timpanismo secundário ou gasoso, resulta de anormalidades funcionais ou físicas do aparelho digestivo, que prejudicam a eructação. Ele é menos comum que o primário e dentre as causas cita-se: a obstrução esofágica por corpo estranho, o enfartamento ganglionar em decorrência de infecções e a lesão das vias nervosas de manutenção do reflexo de eructação. Os animais com timpanismo demonstram sinais clínicos como distensão acentuada do flanco esquerdo, agitação, taquipneia, sialorreia, escoiceamento, extensão do pescoço, distensão dos membros e protrusão da língua, a morte decorre da parada respiratória por compressão da musculatura torácica. A maneira mais indicada de se prevenir o problema é evitar a adoção de dietas com excesso de grãos e deficientes em fibras, assim como a excessiva moagem dos grãos. O tratamento é feito de acordo com a causa primária, mas requer alívio rápido da distensão ruminal. Em geral, cita-se o estímulo da eructação e da salivação, a passagem de sonda orogástrica, administração de agente antiespumante (éster tributílico, silicone, metilcelulose), trocaterização ruminal ou até ruminotomia. Laminite A Laminite afeta exclusivamente a parede dos cascos dos animais. Ela causa dores, claudicação intensa, fissuras e até mesmo deformidades no casco. A laminite acaba dificultando até mesmo a locomoção. Ao contrário de outras doenças, a laminite pode ser causada por vários fatores. Quando o ruminante ingere os grãos em excesso aumenta a produção de ácidos lácticos no trato digestivo do animal. Assim, existe uma elevada destruição de bactérias e liberação de toxinas nocivas no organismo. Outro fator determinante é o ambiente no qual o rebanho está inserido. Sistemas de confinamento tendem a deixar o animal mais suscetível. Procure sempre alternar com espaços com boa ventilação. A forma mais comum no tratamento é baseada no uso de antibióticos e anti- inflamatórios. Mas, para realizar o tratamento, é preciso isolar o bovino diagnosticado dos demais animais do rebanho. O tempo de duração do tratamento vai depender de cada quadro. Mas é importante se certificar de que durante todo o processo o gado esteja em um espaço devidamente limpo e com o chão forrado. Dessa forma, ao pisar no chão, o animal não sentirá dor.
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