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Universidade Federal de Uberlândia Instituto de Química Química Industrial Ítalo Silva Felix - 11611QID036 Jéssica Gonçalves Braga - 11711QID007 Paula Nunes Santos - 11611QID012 Experimento 1: Aplicação da Lei de Boyle Uberlândia 2021 INTRODUÇÃO A lei de Boyle é uma relação matemática que envolve a pressão e o volume de uma certa quantidade de gás a uma dada temperatura. [1] Robert Boyle, seu criador, foi um importante intelectual de sua época e um experimentador talentoso. Foi um dos primeiros cientistas a estudar os gases e relacionar suas grandezas matematicamente. [2] Com sua lei, Boyle contribui com a descrição atomística dos gases devido a pressão de um gás ser efeito cinético de seus átomos. Lei de Boyle: Esta lei relaciona a pressão absoluta (P) ao volume total (V) e a temperatura absoluta (T) de um gás. [3] Robert Boyle chegou nessa relação quando fez as primeiras medidas quantitativas do comportamento pressão-volume dos gases, com o resultado concluiu que o volume é inversamente proporcional à pressão: Onde P é a pressão, V é o volume e a é uma constante. Ou seja, se comprimirmos um gás isotermicamente (à temperatura constante) na metade de seu volume inicial, a pressão do gás dobra. [4] Enunciado da Lei de Boyle: “O volume de uma massa fixa de gás confinado mantido a uma temperatura fixa é inversamente proporcional a pressão do gás” A forma de testar experimentalmente a lei de Boyle é através de um manômetro de tubo aberto. Nesta aparelhagem a pressão do gás P é a soma da pressão atmosférica com a pressão do tubo de mercúrio: O volume do gás, V, é o produto da altura, h, pela área da seção transversal do tubo, A, em que o gás estava contido: Rearranjando: As variáveis são as duas alturas enquanto que os demais termos são constantes. Assim, lançando hHg em função de 1/hgás deve-se obter uma reta cuja tangente é a’/(ρHg.g) e cuja intersecção é Patm/(ρHg.g).[5] OBJETIVOS Verificar se o ar aprisionado no manômetro segue a Lei de Boyle, determinar a aceleração da gravidade a partir dos dados experimentais e comparar o valor calculado com o valor teórico. METODOLOGIA MATERIAIS • Aparelho para leitura da coluna de gás (hgás) e da coluna de Mercúrio (hHg); • Manômetro; • Termômetro • Barômetro PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL No sistema montado um dos tubos estava fixo e fechado em uma das extremidades, tendo a outra extremidade ligada ao segundo tubo móvel por intermédio de uma mangueira. Enquanto que na extremidade aberta do sistema continha o mercúrio líquido, e o gás (ar) estava confinado na outra extremidade. Igualou-se os níveis desses tubos dos dois lados. Inicialmente averiguou-se a pressão atmosférica, e posteriormente mediu-se a temperatura do sistema. Realizou-se a leitura da altura do mercúrio (hHg) e a altura do gás (hgás), e nivelou-se as duas colunas de mercúrio, considerando esse ponto como o zero. Repetiu-se o procedimento variando a altura do mercúrio (hHg) por mais 10 vezes, cujo qual foram 5 valores positivos e 5 negativos. A (Figura 1) ilustra o esquema real realizado no experimento: FIGURA 1. Registro de uma das etapas de medições realizado no experimento da Lei de Boyle. Fonte: Experimento disponibilizado pela professora Sheila Canobre. [6] RESULTADOS E DISCUSSÕES Os dados referentes às medidas de hHg e hgás coletados durante o experimento foram adicionados à tabela 1 juntamente com os dados de hHg e hgás em m, além dos valores 1/ hgás utilizados na regressão linear (Eq. 5). Tabela 1. Dados experimentais das alturas de mercúrio e gás obtidas. h(Hg) / cm h(gás) / cm h(Hg) / m h(gás) / m 1/h(gás) / m–1 0,00 24,50 0,000 0,245 4,082 3,50 23,50 0,035 0,235 4,255 7,30 22,40 0,073 0,224 4,464 11,30 21,30 0,113 0,213 4,695 15,40 20,30 0,154 0,203 4,926 19,40 19,50 0,194 0,195 5,128 -3,80 26,20 -0,038 0,262 3,817 -7,40 27,60 -0,074 0,273 3,663 -10,70 29,30 -0,107 0,293 3,413 -14,10 30,80 -0,141 0,308 3,247 -18,10 31,80 -0,181 0,318 3,145 Utilizando-se a Equação 5, obtida a partir da Equação da Lei de Boyle (Eq. 2), e os dados da Tabela 1, obteve-se um gráfico de hHg (eixo y) em função hgás (eixo x). Através do gráfico obteve-se a equação da reta para posterior análise do significado físico dos coeficientes angular e linear de modo a obter o valor de aceleração gravitacional. Segue o gráfico representado na Figura 2 e a equação da reta obtida (Eq. 6). Figura 2. Gráfico de hHg em função hgás e a respectiva equação da reta. E a linearização dos pontos experimentais. Os pontos experimentais mostrados do gráfico (Fig. 2) seguem uma tendência, indicando que se ajustam a Lei de Boyle, ou seja, o ar utilizado no experimento se comportou como um gás ideal. Qualquer gás em baixas pressões e elevadas temperaturas terá sua densidade diminuída, as moléculas de gás estarão espalhadas, devido as baixas pressões, e com maior energia cinética, devido as elevadas temperaturas, e nessas condições as interações moleculares podem ser desprezadas. Quando se despreza essas interações não existirá nenhuma força atrativa ou repulsiva predominante. Vale mencionar que como a temperatura permanece constante durante a realização do experimento, o gás sofre uma expansão isotérmica. De acordo com a primeira lei da termodinâmica, a energia interna depende diretamente da temperatura, se a temperatura não varia, a variação de energia interna será igual à zero (ΔU = 0). Através da equação da reta (Eq. 6) obtida na regressão linear obteve-se a aceleração da gravidade (g). Comparando a equação obtida a partir da Lei de Boyle com uma equação de reta da forma , é possível isolar os valores de coeficiente angular e linear e através dos mesmos obter o valor da aceleração da gravidade. Observando o significado físico de cada um dos coeficientes vemos que será possível obter o valor da aceleração da gravidade utilizando apenas o coeficiente linear (Eq.8), já que temos como saber os valores de densidade do mercúrio (𝜌Hg) e pressão atmosférica (Patm), mas a constante a’ do coeficiente angular (Eq.7) é desconhecida. Na tabela 2 se encontram os valores de 𝜌Hg e Patm, além do valor da aceleração da gravidade do local que foi realizado o experimento, que será utilizado para posteriores comparações. Tabela 2. Dado coletado da literatura de densidade do mercúrio (𝜌Hg) à 23°C e pressão atmosférica e gravidade em Uberlândia, obtidos no Instituto de Geografia da Universidade Federal de Uberlândia. Parâmetro Valor Densidade do Mercúrio (28°C)(𝜌Hg) 13,5266 g.cm-3 Gravidade em Uberlândia (g) 9,79 m.s-2 Pressão atmosférica (Patm) 896 hPa Conversão de unidades: Densidade do Mercúrio à 28°C: 𝜌Hg = 13,5266 g.cm-3 = 13538,9 Kg. m-3 Pressão atmosférica: Patm = 896 hPa = 89600 Pa = 89600 Kg. m-1.s-2 Valor do coeficiente linear obtido: b = - 0,7342 m Equação usada para encontrar o valor da aceleração da gravidade: (12) O valor da aceleração da gravidade obtida no experimento se difere do valor obtido da literatura e o erro experimental chega a 7,97%, as possíveis causas para isso são erros atribuídos ao operador, como erros de leitura dos valores de altura e erro no momento de nivelar o mercúrio no zero, variações de temperatura no ambiente onde o experimento foi realizado, já que para aplicação da Lei de Boyle a temperatura deve ser constante ou até mesmo erros dos equipamentos utilizados. CONCLUSÃO Após a realização do experimento e interpretação dos resultados obtidos conclui-se que os volumes de gás e mercúrio obtidos se ajustam a Lei de Boyle, desde que a temperatura do ambiente permaneça constante, e que o gás real utilizado no experimento se comporta como um gás ideal. E o valor da aceleração pode ser calculado através da dedução da equação da Lei de Boyle em uma equação da reta, com um erro relativo de 7,97%. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS [1] CASTELLAN, G. Fundamentos de Físico-Química. Rio de Janeiro: Ed. JC, 2001. [2] The Excellencies of Robert Boyle.Robert Boyle - 2008 - BroadviewPress. Disponível em: https://philpapers.org/rec/BOYTEO-8. [3] L. Rosenfeld, Classical Statistical Mechanics (Livraria da Física/CBPF, São Paulo, 2005). [4] CASTELLAN, G. FUNDAMENTOS DE FÍSICO-QUÍMICA. LTC, 1977. [5] BOTTECCHIA , O. L. A fórmula barométrica como instrumento de ensino em química. Química Nova, Vol. 32, No. 7, 1965-1970, 2009. y = 0,1808x - 0,7342 R² = 0,9971 4.0819999999999999 4.2549999999999999 4.4640000000000004 4.6950000000000003 4.9260000000000002 5.1280000000000001 3.8170000000000002 3.6629999999999998 3.4129999999999998 3.2469999999999999 3.145 0 3.5000000000000003E-2 7.2999999999999995E-2 0.113 0.154 0.19400000000000001 -3.7999999999999999E-2 -7.399999999 9999996E-2 -0.107 -0.14099999999999999 -0.18099999999999999 1/h(gás) / m–1 h(Hg) / m